Uma Senhora Para Pemberley escrita por AustenGirl


Capítulo 16
Reconhecendo Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente, tudo bem?

Primeiramente mil perdões pela demora! Eu tive um bloqueio criativo daqueles que demoram pra ir embora e não conseguia escrever nada! Mas hoje finalmente consegui escrever esse capítulo!

Espero do fundo do coração que vcs gostem e agradeço mais uma vez pelo apoio de vcs! ♥

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741867/chapter/16

Ao chegar ao seu quarto, a primeira coisa que Elizabeth fez foi olhar-se no espelho.

Sua aparência estava um tanto desalinhada e ela apressou-se em arrumar-se para poder ir até a sala de desjejum. 

Enquanto penteava seus cabelos ela inevitavelmente se recordava do beijo que ocorrera a poucos minutos. Elizabeth sabia o quão imprudente aquela ação havia sido, pois ambos ignoraram completamente o que as normas de boa conduta exigiam de um casal. No entanto, ela não se sentia nenhum pouco culpada ou arrependida pelo que aconteceu. O sentimento de plenitude e felicidade que tomou conta do seu coração, dava pouco espaço para que surgisse qualquer culpa.  

E além do mais, aquela não era a primeira vez que Elizabeth ignorava certas regras impostas pela sociedade. 

Assim que terminou de se arrumar, ela desceu até a sala de refeição onde todos já estavam em seus lugares, inclusive o senhor Darcy. Quando Elizabeth entrou no recinto os olhares de ambos se cruzaram, mas logo desviaram o olhar pois as lembranças do beijo invadiam os pensamentos dos dois, fazendo-os ruborizar.

Elizabeth apressou-se em sentar-se, e coincidentemente​, seu lugar era de frente para sua irmã Jane. Tão logo Elizabeth sentou-se, sua irmã lhe lançou um olhar incisivo e um sorriso matreiro indicando que havia notado o constrangimento de Elizabeth e do senhor Darcy e que sabia muito bem os motivos daquele constrangimento. 

Discretamente ela olhou em volta no intuito de averiguar se mais alguém havia notado aquilo e um sentimento de alívio tomou conta de Elizabeth ao constatar que ninguém mais prestava atenção nela. Por alguns instantes ela sentiu-se com uma criança que havia cometido uma travessura e tinha medo de ser descoberta. Novamente Jane lhe sorriu e ergueu levemente as sobrancelhas, como se dissesse “Conversamos depois.” Elizabeth não teve alternativa a não ser concordar.

Enquanto isso, a senhora Bennet conversava com a senhora Gardiner sobre o clima e como gostava do verão. 

— Uma pena que não podemos ir para o litoral. —  Comentou ela em um tom casual. — Um banho de mar  faria um milagre pelos meus nervos. Os militares que tem sorte por estarem em Brighton.

— Realmente uma pena. — Concordou a senhora Gardiner, e depois disso a senhora Bennet resolveu direcionar o assunto ao senhor Darcy.

— E o senhor o que acha do verão, senhor Darcy? — Questionou ela olhando para seu futuro genro. 

— Eu gosto muito. — Começou ele. — É a melhor estação para tudo. Caça, pesca, passeios...

— Casamentos! — Complementou a senhora Bennet em um tom sugestivo. — Creio que seria um ótimo negócio se o senhor e minha Lizzy se casassem ainda no verão. — Falou ela. — É uma estação tão linda! Ideal para o matrimônio​! Não acha? 

O senhor Darcy não controlou um pequeno riso. Sua futura sogra nunca dava um ponto sem nó. 

Aquela não era a primeira vez que a Senhora Bennet dava sugestões sobre a data do futuro casamento de Elizabeth e Darcy. Sagaz como era, cada vez ela encontrava uma estratégia diferente para abordar o mesmo assunto. No entender dela, era o senhor Darcy que estava protelando a data, mas ela nem desconfiava que era Elizabeth, e não o senhor Darcy, quem adiava o futuro casamento. 

No que se referia aquele assunto, Elizabeth já estava acostumada com as maneiras de sua mãe e não se afetava tanto com essas intromissões, porém notava que o senhor Darcy não se agradava dos comentários impertinentes da senhora Bennet. Ele geralmente dava uma resposta evasiva para fugir dos assuntos, no entanto desta vez ele agiu diferente.

— Senhora Bennet, eu sinto em desapontá-la, mas a decisão sobre a data do nosso casamento não está em minhas mãos. — Falou ele em um tom que beirava ao sarcasmo. — Creio que se a senhora perguntasse para Elizabeth o que ela acha do assunto, obteria uma resposta mais satisfatória. — Falou lançando um olhar de soslaio para sua noiva que entendeu a provocação.

As atenções se voltaram para Elizabeth.

— É uma boa ideia, mamãe. Com certeza vamos pensar no assunto! — Disse ela apenas e a senhora Bennet se deu por satisfeita.

Todos voltaram a comer, e Elizabeth olhou para o senhor Darcy que ainda tinha uma expressão divertida no rosto. Ela não sabia se ficava com raiva ou se gostava daquilo. Era sempre ela quem o provocava, então ser provocada por ele era realmente muito estranho.​ Ao que parecia havia um combinado por parte dele e de sua irmã para se divertirem às suas custas. 

Uma conversa amena seguia-se durante​ a refeição e o senhor Darcy participava animadamente dos assuntos. Naquela altura, todos à mesa notaram que o senhor de Pemberley estava especialmente bem-humorado naquela manhã. Inclusive Kitty e Lydia que conversavam baixo, arquitetando um plano que a um certo tempo tinham em mente.

Elas estavam gostando de estar em Pemberley, mas ainda assim não estava bom o bastante. As distrações que elas tinham em Hertfordshire eram os bailes públicos que ocorriam com uma certa frequência e depois ir a Meryton para falar sobre os bailes. Estando em Pemberley elas não tinham essas distrações, e logo passaram a se sentir entediadas. 

Sendo assim elas estavam determinadas a convencer o senhor Darcy a oferecer um baile em Pemberley. No entanto, o medo de fazer essa proposta ao seu futuro cunhado suplantava a determinação de ambas, assim nenhuma delas ousou sugerir tal coisa. Pelo menos não até aquela manhã, quando ambas perceberam o bom humor do senhor Darcy e agora elas decidiam entre si qual delas entraria no assunto.

— Você tem uma moeda? — Kitty sussurrou. — Vamos decidir no cara ou coroa. 

— Está bem! — Lydia concordou rapidamente. — Eu quero coroa. — Disse e então jogou a pequena moeda que tinha. 

A parte da coroa ficou para cima, e Kitty soltou um pequeno suspiro e engoliu em seco ao ver que havia perdido. Agora teria de ser ela a falar sobre a ideia do baile com o senhor Darcy. Antes de falar ela respirou fundo reunindo toda a sua coragem.

— Senhor Darcy. — Ela chamou baixo, mas alto o suficiente para se fazer ouvir. — Não acha que o verão também é uma boa estação para bailes? — Questionou ela e sentia seu coração bater na garganta devido ao nervosismo.

— Acho que todas as estações são boas para bailes. — Respondeu ele dando de ombros. 

— Então poderia oferecer um baile aqui em Pemberley. — Ela​ disse por fim, e pegou a todos de surpresa com a sua sugestão.

A última coisa que o senhor Darcy pensava em fazer era oferecer um baile em sua casa. Assim ele começou pensar em uma maneira gentil e educada de dizer um não para aquela sugestão de Kitty já que ele não queria ser novamente rude com as irmãs Bennet. Contudo, antes que ele desse uma resposta negativa, sua irmã Georgiana tomou parte na conversa.

— Eu adoraria ir a um baile. — Ela disse timidamente. — Não oferecemos um desde que... — “Nossos pais faleceram” era o que ela diria, mas não conseguiu terminar a frase.

Entretanto, mesmo que ela não tivesse terminado a frase, o senhor Darcy compreendeu o que sua irmã diria. Naquele instante, algumas memórias invadiram seus pensamentos e ele se lembrou de como eram alegres os bailes que seus pais costumavam oferecer em Pemberley. O falecido senhor Darcy gostava de receber vários convidados, e a senhora Darcy também era uma excelente anfitriã.  

Depois que eles faleceram parecia que a alegria se fora junto com eles. Quando Fitzwilliam Darcy assumiu a casa e tudo mais, ele sempre se ocupou em cuidar de Georgiana, das terras e dos negócios e sendo assim nunca teve tempo e muito menos ânimo o suficiente para oferecer um baile ou qualquer outra coisa. 

No entanto​, naquela ocasião, ao ver os olhares de expectativa que sua irmã e as Bennets mais jovens lhe lançavam, ele se perguntou se agora não seria o momento ideal para trazer a alegria de volta a Pemberley. Talvez um baile não fosse tão ruim assim, pensou ele e então logo decidiu o que responder. 

— Faremos um baile então. — Ele disse sorrindo para sua irmã e ao ver a animação dela ele se sentiu feliz por tomar aquela decisão.

Lydia e Kitty também soltaram alguns risos animados, devido ao seu plano que havia dado certo. No fim das contas todos ficaram animados com a expectativa do baile e assim que o desjejum acabou, o assunto que predominava era esse.  

Depois que todos se recolheram Elizabeth também achou melhor ir para o seu quarto. Porém, tão logo ela sentou-se na cama ela ouviu uma leve e impaciente batida em sua porta.

— Achou mesmo que escaparia de mim? — Jane falou e entrou aos pulos no quarto de Elizabeth. — Quero que me conte tudo! Não esconda nenhum detalhe! — Disse ela e obviamente as e referia ao flagra que havia dado em Elizabeth e Darcy.

— Quem disse que eu estou querendo escapar de você, minha cara irmã? — Elizabeth debochou enquanto trancava a porta do quarto e logo as duas estavam sentadas na cama.

Jane olhava para Elizabeth com expectativa e então ela contou para sua irmã cada detalhe do ocorrido. O convite para conhecer a biblioteca, a gafe ao escorregar da escada, as mãos fortes a segurando pela cintura e por fim, o beijo que havia deixado suas pernas bambas. Para cada coisa que ela dizia, Jane soltava um suspiro. Ela não imaginava para Elizabeth um romance menos ardente. 

— Ah minha irmã, eu estou tão feliz por você! — Disse ela. — Mas não posso negar que isso foi uma atitude muito imprudente da parte de vocês.

— Sei disso. — Falou Elizabeth. —  Você não faz ideia do susto que me deu quando entrou naquela biblioteca. Mas graças a Deus que era você.

— Já pensou se fosse a Lydia? — Disse Jane arregalando os olhos. — Ou se fosse a mamãe? Ela obrigaria o senhor Darcy a casar com você ainda hoje se soubesse... — Falou ela e ambas riram ao imaginar a cena.

— Jane agora eu tomarei mais cuidado! — Disse Elizabeth com convicção. — Isso não pode se repetir. 

— Lizzy, você e o senhor Darcy acabaram de entrar por um caminho sem volta. —Jane falou olhando nos olhos da sua irmã. — Agora todo o cuidado será pouco.

Quando ela disse isso Elizabeth ficou pensando nas palavras dela. Não compreendeu completamente o significado delas, mas sabia que ela tinha razão. Ela e o senhor Darcy precisariam tomar mais cuidado.

(...)

Durante a tarde, Elizabeth teve a oportunidade de ficar sozinha e isso lhe deu mais tempo de pensar com calma na manhã singular que tivera. Ela estava sozinha na sala de desenhos e então aproveitou para pensar não apenas no beijo, mas também na proposta que sua irmã fizera sobre o baile e o fato de o senhor Darcy ter aceitado de bom grado. 

Era impressionante como a cada dia que passava, o senhor Darcy se mostrava o oposto do homem que ela um dia pensou que ele fosse. Ele havia mudado muito muito, mas mais importante que isso, era que a maneira como ela o enxergava também havia mudado. Sua estadia em Pemberley, estava servindo para conhecer melhor seu futuro marido. 

Quando ele a pediu em casamento, dias antes, e ela recusou, ele falou que iria conquistá-la e ao que tudo indicava, o senhor Darcy estava sendo bem-sucedido em seus planos.

Ela estava absorta nesses pensamentos, quando o senhor Darcy entrou na sala onde ela estava. Elizabeth​ estava sentada no sofá e sem dizer nada ele se sentou ao seu lado.

Aquela era a primeira vez que eles ficavam sozinhos desde que haviam se beijado.

— Onde estão todos? — Perguntou ele olhando ao redor. 

— Creio que estão todos descansando. — Respondeu ela dando de ombros. — E o senhor onde estava? — Perguntou ela, não em tom de cobrança, mas apenas curiosidade.

— Falei com a senhora Reynolds sobre o baile. — Disse ele. — Pedi para que providenciasse comida e bebida. O que acha de marcarmos para o próximo final de semana?

— Acho boa ideia. — Disse ela assentindo. — Jane terá de ir embora logo, mas creio que no próximo final de semana ela ainda estará aqui. 

Ficaram alguns segundos calados e Elizabeth percebeu que ele tinha um semblante pensativo. Não tinha mais o mesmo bom humor que evidenciara pela manhã.

— Há algum problema? — Perguntou ela preocupada com ele. — O senhor não quer oferecer um baile, não é mesmo? — Supôs ela.

— Não é isso. De modo algum. — Disse ele e deu uma pequena pausa. — É que faz muito tempo que não há um baile em Pemberley.  — Confessou ele em um tom melancólico​. — Não posso deixar de me sentir ansioso. 

— Entendo. — Disse ela. — Mas não se preocupe. Tudo dará certo. Eu vou ajudar em tudo. Afinal de contas, eu preciso aprender como as coisas funcionam por aqui antes de casar. — Falou em um tom descontraído que fez ele sorrir. 

Elizabeth era mesmo única. Era capaz de fazê-lo sorrir, mesmo quanto ele tinha mil preocupações na cabeça. E ela estava certa. Não deveria se preocupar tanto com aquele baile e estragar um dia que havia começado tão bem. Para esquecer daquele assunto ele teve uma ideia.

— Você tem algum plano para esta tarde? — Perguntou ele e ela negou apenas acenando com a cabeça. — Quer me acompanhar em um passeio? 

Elizabeth prontamente aceitou o convite. 

— Eu gostaria de chamar Margareth para ir conosco... — Disse ela antes que saíssem da sala. 

Depois do que ocorreu pela manhã, seria mais prudente se não ficassem por muito tempo sem companhia. E além do mais, seria uma ótima oportunidade de dar mais atenção para Margareth, e para que a menina perdesse um pouco da implicância que tinha com o senhor Darcy.

— Claro. Vá chamá-la. Vou esperá-las aqui. — O senhor Darcy disse prontamente, pois também achou que seria melhor se a menina fosse com eles. 

Elizabeth tratou de procurar por Margareth, que por sua vez, ficou radiante com o convite e os acompanhou com muito prazer. Dentro de poucos minutos eles saíram de casa e Elizabeth caminhava ao lado de seu noivo enquanto Margareth andava um pouco a frente dele com passos saltitantes. 

Conforme andavam e conversavam, Elizabeth​ notou que aquele caminho era desconhecido para ela.

— Aonde estamos indo? — Questionou ela olhando em volta.

— É uma surpresa! — Disse ele e então não disse mais nada, embora ambas lhe tenham feito mais perguntas sobre qual seria o destino.

Não demorou muito para que chegassem ao local desejado e a curiosidade delas fosse satisfeita. Chegaram ao estábulo onde todos os cavalos da propriedade se encontravam. Elizabeth estranhou aquela escolha, mas nada disse, apenas aguardou o que viria depois.

— Esperem só um momento. — Falou ele para elas e depois se dirigiu ao cavalariço solicitando que ele lhe trouxesse um dos animais até eles.

O empregado prontamente atendeu o pedido dele e logo trouxe uma das éguas para fora do estábulo. Ela era toda malhada e via-se de longe que era puro sangue e então próprio senhor Darcy se encarregou de levar a égua até onde Elizabeth e Margareth estavam. 

A garotinha olhava fascinada para o imponente animal. Nunca havia chegado tão perto de um, pois os que o pai dela tinha eram destinados apenas para puxar a carruagem, assim ele não permitia que as crianças se aproximassem.

— Essa é a Nelly. — Falou o senhor Darcy ao ver a expressão da menina ao observar o animal.

Originalmente ele não pretendia ir até o estábulo, mas devido à presença de Margareth ele achou que a menina se divertiria ao ver os animais. Lembrou-se de sua irmã Georgiana e de como ela amava cavalgar quando era criança. E assim ao ver a admiração de Margareth ao observar o animal, ele percebeu que havia acertado. 

— Olá Nelly! — Falou Maggie e com a permissão do senhor Darcy ela lentamente se aproximou da égua e então tocou no rosto dela, fazendo carinho.

— Quer montar? — Perguntou ele olhando-a.

Maggie olhou prontamente para Elizabeth como quem pedisse permissão. Embora Elizabeth quisesse que a menina se divertisse, sentia um pouco de medo de deixar que Margareth montasse. Achava-a muito pequena para montar em um animal de porte tão grande.

— É seguro? — Elizabeth perguntou ao senhor Darcy, ainda em dúvida se permitia ou não.

— Sim. — Afirmou ele com convicção. — Nós a compramos quando ela era um filhote. Georgiana costumava montar nela quando criança. Elas cresceram praticamente juntas. Nelly é um animal muito dócil.

— Se você garante... — Elizabeth respondeu, dando seu aval e confiando nas palavras dele.

Margareth ficou muito animada e então o senhor Darcy tratou de preparar o animal para que a menina montasse. Ele tirou seu casaco e ajudou a menina a subir no lombo da égua. Ao fazer isso percebeu a insegurança da menina, já que era a primeira vez que ela montava.

— Não se preocupe. — O senhor Darcy procurou acalmá-la. — Quando você estiver pronta eu vou conduzir. 

— Eu estou pronta! — A menina falou decidida e segurou firmemente as rédeas para não cair.

O homem então passou a conduzir o animal que andava com leveza e elegância até o campo de equitação. Elizabeth os acompanhava de perto e aos poucos Maggie foi perdendo o receio e foi se deixando levar pela sensação boa de cavalgar.

— Podemos ir mais rápido? — Perguntou ela ao senhor Darcy assim que chegaram ao campo. Ele atendeu o seu pedido e passou a correr em círculo enquanto o animal acompanhava o passo dele.

A garotinha soltou algumas risadas sentindo-se muito feliz naquele passeio. Desde que o senhor Darcy a ajudou no dia em que ela se perdeu dentro de casa, ela passou a simpatizar mais com ele. Aos poucos ela o via como um integrante de sua família. Embora ainda tivesse um pouco de ciúmes, ela agora gostava dele.

De onde Elizabeth estava ela podia ouvir a gargalhada de Margareth. Sentia uma satisfação enorme ao ver a menina tão feliz. Ela aplaudiu os dois em incentivo e levou um susto quando Margareth soltou uma das mãos das rédeas para acenar para ela.

— Segure as rédeas Maggie! — Darcy repreendeu ao ver menina soltar uma das mãos e a menina prontamente o obedeceu.

Elizabeth suspirou aliviada e então focou seu olhar no senhor Darcy e murmurou um agradecimento sem soltar nenhum som, mas ele pode ler os seus lábios.

O homem corria ao lado da égua e a puxava, de tal modo que ele tinha o total controle sobre a velocidade e os movimentos do animal.

Elizabeth não conseguia deixar de olhar para ele. O senhor Darcy usava uma camisa branca e havia aberto os primeiros botões, deixando parte do seu peitoral exposto. O vento batia no rosto dele fazendo com que os seus cabelos ficassem levemente bagunçando. Devido ao exercício algumas gotículas de suor molhavam o rosto dele. Em um movimento instintivo, Elizabeth mordeu o lábio inferior, pois nunca achou o senhor Darcy tão belo como naquele momento.

Ela escorou os cotovelos na cerca que a separava do campo de equitação e acompanhava cada movimento do seu noivo com o olhar.

Em um dado momento ele a olhou de volta e seus olhares se encontraram. Ele diminuiu um pouco o passo e continuou a olhar profundamente para sua noiva. Elizabeth sentiu-se um tanto envergonhada pois foi pega no flagra observando-o. No entanto, logo a vergonha passou, afinal, ele era o seu noivo então ela tinha o direito de admirá-lo o quanto quisesse.

O homem voltou sua atenção para Margareth, mas Elizabeth continuava o observando atentamente. Foi então que ele olhou para ela novamente e desta vez sorriu para ela. Um largo e radiante sorriso. Daqueles que ela gostava tanto e faziam o coração dela bater mais forte. Ela logo retribuiu o sorriso dele com igual intensidade.

Ela sentia-se a mulher mais feliz do mundo naquele momento.

Aquele homem parecia ter uma força que a atraia para ele. Era como se o senhor Darcy fosse um ímã e Elizabeth um metal. Ela não conseguia desviar o olhar do dele. Recordou-se do beijo de tirar o fôlego que ambos tiveram. Agora, o que ela mais queria naquele momento era que ele viesse até ela e a beijasse loucamente, apaixonadamente. Para a infelicidade dela isso obviamente não ocorreu.

Porém foi naquele momento que ela compreendeu o que Jane queria dizer quando falou que eles estavam em um caminho sem volta. Finalmente Elizabeth se deu conta de que ocorrera o inevitável.

Ela estava irrevogavelmente apaixonada pelo senhor Darcy. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?

Lizzy finalmente se deu conta de que está apaixonada! Que fofa!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Senhora Para Pemberley" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.