Uma Senhora Para Pemberley escrita por AustenGirl


Capítulo 15
Decisões e Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde gente! Tudo bem?

Mais uma vez quero agradecer vcs pelos favoritos e comentários! Vcs me incentivam muito! ♥

Só tenho uma coisa a dizer sobre esse capítulo: Alguém liga para a Ludmila e avisa ela que É HOJE!

Desejo a vocês uma boa leitura e nos vemos nas notas finais! ♥



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Já havia anoitecido e o senhor Darcy estava a sós em seu quarto.

Sentia-se infinitamente mais leve e tranquilo depois de ter pedido desculpas e por ter compartilhado com Elizabeth suas preocupações. Ao abrir seu coração para ela contando-lhe sobre seus anseios e receber a compreensão dela em troca, ele sentiu como se tivesse retirado um grande peso de suas costas. 

Enquanto isso, com Elizabeth ocorria o contrário. Ela passava uma noite insone pensando nas coisas que o senhor Darcy lhe disse.

Agora que ela sabia da verdade ela conseguia ter uma melhor compreensão sobre as ações do senhor Darcy, bem como compreender melhor as suas próprias atitudes em relação a ele no passado.

Desde a morte do senhor Bennet, mesmo sem saber ainda da verdade, Elizabeth havia decidido agir com imparcialidade em relação ao que havia ocorrido no passado de George Wickham e de Fitzwilliam Darcy. No entanto, ela ainda recordava-se vividamente de como agira com parcialidade, a meses antes, logo que conheceu o senhor Wickham quando ele apareceu no condado.

As boas maneiras dele e seu jeito extrovertido eram deveras cativantes. Porém não foi esse o motivo principal que a levou a acreditar nele na época. Lisonjeada pela preferência do senhor Wickham e ofendida pela negligência do senhor Darcy, ela deixou que seu orgulho falasse mais alto do que sua razão. 

Logo ela, que sempre se orgulhou do seu discernimento, se deixou levar pela sua vaidade. Agora que ela reconhecia esse fato sobre sua própria natureza, ela não pôde deixar de sentir vergonha de si mesma por ter se deixado enganar tão facilmente.

Ao mesmo tempo que sentia essa pontada de vergonha, ela também se sentia aliviada por agora saber toda a verdade. O fato de ele ter lhe contado todos os detalhes, mostrava o quanto ele confiava nela e Elizabeth sentiu-se​ grata por ser digna da confiança dele. 

As revelações que ele lhe fez elevaram seu relacionamento a um outro patamar e agora que ela conhecia os fatos verdadeiros sobre o passado de seu noivo sua admiração por ele se tornou maior. 

Esses pensamentos conflitantes fizeram com que Elizabeth perdesse completamente o sono. Ela sentia que precisava conversar com alguém. Foi então que teve a ideia de ir até o quarto de Jane. Pé ante pé ela saiu do seu quarto, tendo consigo apenas uma pequena lamparina para iluminar seu caminho. 

Quando chegou na porta do quarto de sua irmã, ela deu uma leve batida na porta, pois não queria acordar mais ninguém. Em pouco tempo ela ouviu os passos de Jane pelo quarto, indo até a porta.

— Lizzy? - Jane perguntou estreitando os olhos ao ver sua irmã parada em sua porta. - O que faz aqui? 

— Desculpe-me por acordá-la. - Elizabeth falou. - É que eu perdi o sono. Eu posso entrar? 

— Sim. - Jane prontamente falou, dando espaço para sua irmã passar. 

Ambas foram até a cama e deitaram-se. Elizabeth tinha tanto a dizer, mas não sabia bem por qual parte começar, mas antes que ela começasse, Jane tomou a iniciativa em falar.

— Eu também perdi o sono. - Começou ela. - Fiquei pensando que daqui a poucos dias terei de voltar para Longbourn e para meu trabalho. Eu nem fui embora ainda, mas já sinto saudades. - Falou soltando um pequeno suspiro.

— Será que a senhora Allen não deixaria você ficar aqui por mais tempo? 

— Creio que ela deixaria. Mas eu me sentiria mal por abusar tanto da bondade dela. - Jane falou. 

Elizabeth apenas assentiu com a cabeça e ficou entristecida por lembrar desse fato. Estava gostando tanto de ter a companhia da sua família durante esses dias. Principalmente de Jane. Elas continuaram em silêncio e Jane percebeu o semblante preocupado no rosto da irmã.

— E você? Porque perdeu o sono? - Questionou ela.

— O senhor Darcy e eu tivemos uma discussão hoje. - Elizabeth contou, preferindo ser direta.

— Verdade? - Perguntou Jane, surpresa com a informação. - Porque discutiram? Vocês pareciam tão bem durante o jantar!

— Ele foi rude com Kitty e Lydia, e então eu discuti com ele por causa disso. Mas não se preocupe pois tudo já está resolvido. - Elizabeth se apressou em explicar.

— Verdade? 

— Sim. - Afirmou Elizabeth. - Nós conversamos depois, ele se desculpou e durante a conversa me contou coisas sobre o passado dele. - Contou ela e deu uma pequena pausa. - Coisas envolvendo George Wickham.

— O que? - Jane perguntou e levantou um pouco o corpo, apoiando-se em seu cotovelo, de modo que assim poderia enxergar melhor o rosto de Elizabeth.

— Ele contou-me toda a verdade. - Elizabeth reafirmou. - George Wickham não passa de um grande mentiroso...

Elizabeth contou resumidamente para a sua irmã toda a história que o senhor Darcy havia lhe contado. Quando ela chegou no trecho que se referia a Georgiana Darcy, Jane ficou tão perplexa quanto a própria Elizabeth quando soube da verdade.

— Deus do céu! - Exclamou ela. - Mal posso crer que o senhor Wickham tenha sido capaz de tamanha crueldade! Um homem tão gentil... Será que não existe algum mal entendido nessa história?

— Jane, eu admiro sua bondade e a maneira como não enxergas a maldade nas pessoas, mas hoje devo discordar contigo! - Elizabeth falou. - Não há como inocentar a ambos. Apenas um deles está com a verdade. Eu acredito que ela esteja como o senhor Darcy.

Jane pensou um pouco e acabou concordando com sua irmã, embora ainda fosse difícil assimilar que o senhor Wickham tivesse uma índole tão ruim.

— Eu estou tão abismada com tudo isso. - Jane falou ainda assimilando aquelas informações. - Houve, decerto, um grande erro na educação deles. Um tem todas as qualidades… - Falou referindo-se ao senhor Darcy. - …. E o outro tem apenas a aparência. - Falou referindo-se ao senhor Wickham.

— Concordo até certo ponto. - Falou Elizabeth. - O senhor Darcy não se mostrava muito cativante quando estava em Hertfordshire, mas conforme se convive com ele, suas qualidades se tornam cada vez mais evidentes.

— Mas e agora, o que vais fazer? Pretendes revelar o verdadeiro caráter do senhor Wickham aos nossos conhecidos? Ele difamou o senhor Darcy mediante todo o condado!

— Não. - Respondeu Elizabeth depois de pensar um pouco. - Embora minha vontade seja de esfregar a verdade no rosto de todos, creio que não fará bem a ninguém se eu fizer isso. Não quero expor o senhor Darcy e sua irmã. Acha que farei bem? 

— Claro! Tens razão. - Jane concordou. - E além do mais, o senhor Wickham agora está em Brighton, e creio nunca mais cruzará pelo nosso caminho.

Elas voltaram a ficar em silêncio até que Elizabeth soltou um suspiro cansado e então voltou a falar.

— Jane, sabe o que mais me irrita nessa história toda? - Ela perguntou bom retoricamente. - Eu não consigo parar de pensar em como fui tola ao acreditar no senhor Wickham. - Desabafou Elizabeth em tom de frustração.

— Por favor, Lizzy.... não deve se culpar tanto. Todas nós nos deixamos enganar pelas boas maneiras do senhor Wickham. - Jane tentou acalmar sua irmã, mas não houve tanto efeito.

— O problema é que eu tomei a dianteira em julgar o caráter do senhor Darcy. Fui a primeira a acreditar nas coisas que o senhor Wickham contou. - Falou ela. - Deixei que meu orgulho ferido decidisse por mim! Isso me mortifica! 

— Ora minha irmã, isso é passado. - Jane falou. - Entendo que estejas se sentindo culpada, mas isso não ajudará em nada. Concentre-se apenas no presente, e de como mudou sua maneira de pensar. O fato de agora estar noiva do senhor Darcy, prova o quanto você amadureceu.

Elizabeth ponderou sobre as palavras de sua irmã, e embora ainda se sentisse mal pelos acontecimentos passados, ela tinha de reconhecer que sua irmã estava correta. Ela lançou um pequeno sorriso de gratidão para Jane.

— Jane, só você mesmo para me tranquilizar! - Disse ela. - Com suas palavras, eu me sinto menos tola do que realmente fui. - Brincou ela soltando um riso fraco.

— Creio que todas nós fomos tolas. - Jane falou sorrindo.

As irmãs logo encontraram outros assuntos para conversarem, e assim um assunto foi puxando outro até que já era madrugada quando finalmente sentissem sono e Elizabeth acabou dormindo no quarto de Jane. 

(...)

Mesmo tendo dormido tarde, Elizabeth acordou-se bem cedo na manhã seguinte.

Jane ainda dormia pesadamente e ela procurou não fazer nenhum barulho ao se levantar para não acordar a sua irmã. 

Depois da conversa que tivera com sua irmã Elizabeth sentia-se muito melhor. Embora ainda sentisse um pouco de culpa vergonha pela maneira como agiu no passado, ela estava firmemente decidida de que não deixaria que aqueles acontecimentos afetassem o seu presente. 

Assim, ela procurou deixar esses pensamentos de lado e foi arranjar algo útil para fazer.  

Foi até o seu quarto e fez sua higiene matinal. Depois ela desceu até a sala de desjejum, porém ela estava vazia. Elizabeth notou que havia sido a primeira a acordar e então ela decidiu fazer alguma outra coisa para ocupar o seu tempo enquanto os outros não acordavam.    

Ela voltou até o seu quarto e pegou Udolpho, o livro que o senhor Darcy lhe deu quando a visitou pela primeira vez na casa dos seus tios. Ela já estava quase no final do livro, então achou que poderia ter tempo o suficiente para terminar de lê-lo antes que os outros viessem para o café da manhã.

A moça foi até a sala que ficava ao lado e sentou-se na beirada de uma das janelas para que pudesse aproveitar a luz e o calor do sol que entravam por ali. 

Enquanto isso o senhor Darcy também acordou cedo​ e logo desceu para fazer o desjejum. Sentia-se renovado, realmente um novo homem depois da revigorante noite de sono que tivera.

Ele encontrou a sala de refeição vazia, mas notou que havia alguém na sala ao lado. Foi ver de quem se tratava e assim viu Elizabeth lendo um livro. Ele a observou por um tempo e achou graça de como as expressões dela mudavam conforme a leitura indicando o quão concentrada ela estava. Ela estava tão compenetrada que sequer notou a presença dele. 

— Parece-me que está gostando do livro. - Ele falou em um tom divertindo e ela tomou um pequeno susto, mas logo sorriu. 

— Sim! Estou gostando muito! Creio que é um dos melhores da autora. 

— Que bom! Eu fico feliz em saber. - Falou ele. - Em que parte já está?

— Já estou no final. - Respondeu ela mostrando a ele em que página estava. - Você deveria ler. Acho que poderia gostar.

— Quem sabe um dia eu o leia. - Disse ele lhe sorrindo. -  Quando você terminar de ler esse... - Continuou ele. - Fique à vontade para escolher algum outro exemplar na biblioteca. Aliás, você já conheceu a biblioteca? - Perguntou ele, lembrando-se que ainda não a tinha levado para conhecer aquela parte da casa.  

— Não, ainda não tive esse prazer. - Disse ela. - Creio​ que por ainda não ter sido convidada. - Provocou Elizabeth e ele soltou um riso tímido.

— Não seja por isso então. - Ele disse sorrindo. - Está sendo convidada nesse exato momento para conhecer a biblioteca de Pemberley.

— Agora? Não seria melhor irmos mais tarde? - Perguntou ela. - Depois de tomarmos café da manhã. Os outros ainda nem desceram para o desjejum.

— A mesa nem foi posta ainda. - Argumentou ele. - Porque esperar para fazer depois o que podemos fazer agora?  

Ela ponderou por alguns segundos e então logo se levantou aceitando o convite dele. 

Ambos seguiram pelos corredores da casa e conversavam enquanto caminhavam. Elizabeth notou o quanto ele estava bem-humorado e disposto a conversas naquela manhã em particular. Essa constatação a deixou contente e sentiu-se bem ao constatar que a conversa que tiveram no dia anterior havia feito bem a ele. 

Logo eles chegaram até uma porta e o senhor Darcy a abriu revelando a enorme biblioteca atrás dela. Elizabeth entrou e olhava encantada para os vários exemplares de livros que o senhor Darcy possuía em Pemberley. Talvez em uma biblioteca pública, não houvessem tantos livros quanto haviam ali. 

Ela chegou perto de uma das estantes e conforme andava, tocava nos livros com as pontas dos dedos.

— O que está achando? - Perguntou ele, mas pela expressão dela ele sabia que a resposta seria positiva.  

Ele próprio tinha muito orgulho daquele lugar, pois investia muito do seu tempo e dinheiro ali. Embora nem sempre tivesse tempo para ler, ele acreditava que comprar livros sempre seria um bom investimento. 

— É muito linda! - Disse ela e então pegou um exemplar qualquer da estante mais próxima. - Mas eu duvido que o senhor já tenha lido todos esses livros! - Provocou ela folheando as páginas aleatoriamente.

— Você me pegou! - Falou ele. - Admito que não li nem a metade. - Respondeu ele soltando um riso discreto. 

— Oh senhor Darcy, mas isso é horrível! - Falou ela em um falso tom de espanto colocando uma das mãos sobre peito. - Teremos de corrigir isso! Quando nos casarmos vou obrigá-lo a ler cada livro daqui, um por um! - Brincou ela.

— Será um prazer! - Disse ele e sentiu-se satisfeito com a maneira natural com que ela se referia a futura união entre os dois.

Elizabeth sorriu e então voltou sua atenção para os livros das estantes, e logo focou seu olhar em um setor especial onde estavam os livros das irmãs Brontë, que eram algumas de suas autoras favoritas. 

— Senhor Darcy, por favor diga-me que já leu algum desses livros! - Falou ela e esticou suas mãos para alcançar o livro que ela desejava, porém ele estava em uma prateleira muito alta. - Sei que eles são romances, mas eles são clássicos! - Falou ela, pois lembrava-se de quando ele contou a ela que não gostava de romances.

— Sim! - Respondeu ele e ela o presenteou com um largo sorriso. - Já li O Morro dos Ventos Uivantes. Posso afirmar que gostei bastante. 

— Que alívio! - Falou ela. - Eu adoro esses livros. O Morro dos Ventos Uivantes foi o primeiro que eu li e posso afirmar que é um dos meus favoritos! 

A seguir ela olhou em volta e viu uma pequena escada, que ela poderia utilizar para alcançar a prateleira que ela desejava.

— Eu posso? - Perguntou ela apontando para a escada e o senhor Darcy prontamente assentiu.

— Fique à vontade. - Respondeu ele e ela rapidamente pegou a escada e subiu dois degraus para pegar um dos livros. O senhor Darcy riu da empolgação dela.

A moça alcançou o livro que ela desejava e enquanto ainda estava sobre a escada, Elizabeth começou a folhear as páginas do livro. Ao descer ela não prestou atenção onde seus pés pisavam. Isso a fez pisar na barra do vestido e inevitavelmente ela acabou escorregando.

Elizabeth teria caído no chão, mas o senhor Darcy foi rápido em ampará-la, segurando-a pela cintura, mas o livro que ela segurava em suas mãos voou para longe. Passado o momento do susto ela não pôde deixar de achar graça de quão cômico havia sido aquilo. Ela começou a rir de sua pequena gafe, e o senhor Darcy acabou sendo contagiado pela risada dela que por sua vez gostou muito de vê-lo rindo tão abertamente. Quando ele sorria ficava muito mais belo, constatou ela em pensamento.

— Creio que não lhe ensinaram, Senhor Darcy, que é muito indelicado rir de uma dama! - Implicou ela em um falso tom de repreensão.

— Sinto lhe contrariar, Senhorita Bennet, mas devo me defender. Não estou rindo de uma dama, estou rindo com uma dama. São coisas diferentes! - Rebateu ele no mesmo clima descontraído e aos poucos foi parando de rir.

— Tudo bem, desta vez você venceu! - Falou ela, e só então se deu conta de que seu noivo ainda a segurava pela cintura. Estavam muito próximos.Perigosamente próximos.

As mãos dela estavam sobre os braços dele, e mesmo através das camadas de roupa ela podia sentir os músculos tensos dele.

“Deus do céu como ele é forte!” Pensou ela, e logo se constrangeu por esse pensamento inoportuno.

A moça levantou a cabeça para olhá-lo nos olhos, torcendo para não estar corada. Ao encará-lo pode ver a íris dos olhos azuis dele escurecendo aos poucos. Como o céu, que se escurece antes de uma tempestade. Sentiu um frio na barriga ao ser olhada daquela forma tão intensa por seu noivo.

O senhor Darcy olhava para Elizabeth com desejo.

Ele sabia que deveria soltá-la, que poderia gerar comentários negativos se alguém os visse tão perto um do outro, mas a sua vontade de mantê-la perto dele era maior que tudo. Os olhos escuros dela, que tanto o encantavam, o mirando de uma forma curiosa, o calor que emanava do corpo dela, o perfume campestre que ela tinha... Tudo isso era hipnótico para ele.

Elizabeth queria dizer alguma coisa, algo como “Vamos sair daqui, alguém pode aparecer”, porém parecia ter desaprendido a falar. Ele percebeu a ansiedade dela quando ela mordeu o lábio inferior nervosamente, claramente constrangida com a situação em que estavam.

Darcy respirou fundo ao vê-la fazer aquilo. Teria ela noção de que aquele ato, aparentemente simples, estava prejudicando a capacidade de raciocínio dele? Como ele poderia ignorar seus instintos, com aqueles olhos, aquele corpo e aquela boca tão próximos a ele? O ímpeto que ele tinha era de beijá-la imediatamente, mas seu lado racional dizia que não. Talvez ela não quisesse beijá-lo ainda, como da primeira vez em que ele tentou.

No entanto, seu desejo começou a falar mais alto do que sua razão e ele não estava se controlando mais.

Sem pensar mais a respeito, ele colocou uma de suas mãos no rosto dela enquanto com a outra, continuava segurando-a pela cintura, mantendo-a próxima a ele. Elizabeth fechou os olhos e soltou um pequeno suspiro ao sentir aquele toque em seu rosto. A sensação das mãos firmes dele acariciando seu rosto era boa demais para que ela ignorasse.

A moça permaneceu com os olhos fechados e sentia a respiração quente dele cada vez mais próxima do seu rosto, mais precisamente, próxima dos seus lábios. Ela sabia o que estava prestes a acontecer, só que desta vez ela decidiu não se afastar. Estava sentindo sua boca ficar seca e que queria aquele beijo, urgentemente.

Em questão de poucos segundos Elizabeth sentiu os lábios dele tocando os seus.

Começou com um leve roçar de lábios, mas ambos queriam mais. Precisavam de mais. Aos poucos foram aprofundando o beijo. Elizabeth devido a sua inexperiência, ainda não sabia bem como agir, mas aos poucos foi apenas deixando-se levar por aquela maravilhosa e prazerosa sensação.

Instintivamente ela foi subindo suas mãos que ainda estavam sobre os braços dele, até que uma delas estivesse sobre o ombro dele e a outra sobre a nuca. O senhor Darcy soltou um pequeno suspiro de aprovação com aquela atitude dela. Aquela mulher com certeza o levaria a loucura!

O beijo foi se tornando cada vez mais ávido e um explorava a boca do outro com urgência. O senhor Darcy a apertou ainda mais contra si, fazendo com que seus corpos ficassem colados. Ambos estavam imersos naquela prazerosa sensação, quando de repente ouviram a voz de Jane chamando por Elizabeth ecoando pelo corredor.

Um pouco assustados eles prontamente se afastaram.

Em seguida Jane chegou até a porta da biblioteca que já estava aberta e encontrou o casal. O seu futuro cunhado estava com o cabelo um tanto bagunçado e sua irmã com os lábios levemente inchados e ambos estavam corados. Jane não demorou para ligar uma evidência a outra e entender o que estava ocorrendo entre eles. Ela então também corou de vergonha por ter atrapalhado o momento do casal.

— Oh me desculpem. Eu não queria interromper... Quero dizer atrapalhar.... - Disse Jane atrapalhando-se com as palavras. - Eu já estou saindo.

Antes que eles tivessem a chance de dizer algo a Bennet mais velha já havia saído, deixando-os a sós novamente. Eles se olharam e embora um pouco envergonhados pelo que havia acabado de acontecer, ainda sentiam-se envolvidos por aquele magnetismo que os atraia um para o outro.

O fato de terem sido pelos no flagra por Jane os deixou em estado de alerta. Eles sabiam que poderiam contar com a discrição de Jane e que ela não contaria a ninguém que os viu, mas não poderiam depositar essa mesma confiança em outras pessoas que estavam na casa. Eles não poderiam baixar a guarda novamente, pois se alguma outra pessoa os visse em termos tão íntimos, a reputação de ambos correria perigo.

Elizabeth queria colocar em palavras o que estava passando pela sua mente, mas estava difícil organizar seus pensamentos com o senhor Darcy olhando-a daquela maneira.

— Acho que devemos... - Ela começou a falar, apontando para a porta, porém sua frase morreu antes que ela terminasse.

— Sim, devemos! - Concluiu ele assentindo com a cabeça.

Seus corações ainda batiam forte e os dois foram em direção a saída da biblioteca, onde cada um tomou um dos lados do corredor. Contudo, antes que chegassem ao fim e cada um entrasse em um cômodo diferente, eles olharam-se novamente e inevitavelmente sorriram um para o outro.

Ambos queriam conservar para sempre em sua memória as lembranças daquele momento.


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Notas finais do capítulo

E teve beijo galera! E que beijo! kkk

Sei que na obra original não fala nada sobre isso, até por que as regras de conduta e namoro naquela época eram bem mais rígidas, mas eu creio que se fosse um casal da vida real, não conseguiriam se segurar por muito tempo.

O que vcs acharam? Quero sinceridade hei!



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