Uma Senhora Para Pemberley escrita por AustenGirl


Capítulo 12
A Família Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde gente! Tudo bem com vcs?

Gente, quero agradecer mais uma vez o apoio de vcs, se não fosse por isso creio que ela não existiria.

Não tenho muito a dizer sobre o cap de hoje, mas desejo a todos uma boa leitura! ♥



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senhor Darcy estava em seu escritório em Londres e contava os minutos para se liberar dos negócios e enfim poder visitar sua noiva. No dia anterior seu dia fora tão atarefado que ele não teve tempo de ir visitá-la.

Fazia um bom tempo que ele estava em Londres a trabalho pois  negociava a compra e venda de algumas terras. Ele também estava lá para acertar algumas contas que haviam ficado pendentes com o colégio onde Georgiana estudava. Ela deveria estudar naquele ano, mas desde que ele impediu a fuga dela com George Wickham, ele decidiu que sua irmã agora ficaria sempre por perto e que apenas uma dama de companhia cuidando de sua instrução seria o suficiente.

Tudo já havia sido resolvido e então o senhor já tencionava voltar para Pemberley ainda naquela semana. Também pretendia fazer um convite a toda a família Gardiner para irem ao condado e hospedarem-se em sua casa, assim ele não teria de ficar longe de Elizabeth.

O senhor Darcy acreditava que seria bom para ambos saírem um pouco da cidade. Ele nunca sentiu-se completamente à vontade em Londres. Não gostava de estar presente nos eventos sociais e de estar cercados por pessoas que na maioria das vezes só se interessavam em bajular e estabelecer conexões vantajosas. Em um ambiente como aquele era difícil saber quem ele poderia considerar como amizade verdadeira ou não.

Quando ele tornou seu noivado com Elizabeth oficial, a situação piorou ainda mais. Agora, as pessoas olhavam para ele com julgamento e ele sabia bem o por que. Ninguém aceitava que ele houvesse acertado compromisso com uma jovem como Elizabeth.

Antes de pedir a mãe dela ele já esperava receber esse tipo de reação da parte de seus conhecidos e ele pensou conseguiria lidar com isso. Porém a realidade era mais esmagadora do que ele esperava. Era extremamente desgastante e sufocante ser constantemente julgado por pessoas que nada tinham a ver com sua vida e que pouco se importavam com os seus sentimentos.

Por esses motivos ele queria sair logo de Londres e ir para sua casa, levando Elizabeth consigo.

Ele já estava quase saindo do escritório quando um mensageiro chegou trazendo-lhe uma carta, cuja a remetente era a sua tia Lady Catherine de Bourg. Suou frio ao pensar no que sua tia deveria ter escrito.

Naquela mesma semana, Elizabeth havia contado à família dela por meio de uma carta sobre o noivado, e ele fez o mesmo. Escreveu para sua tia e foi breve e objetivo ao dar a notícia.

Abriu logo o envelope e começou a ler.

Senhor Darcy!

Ainda não consigo crer na notícia que acabou de me dar! Como você teve a coragem, e principalmente a falta de discernimento, ligando-se a Elizabeth, aquela moça petulante e sem fortuna alguma?

É óbvio que eu notei seu encantamento por ela enquanto ambos estiveram em Rosings, mas eu pensei que você não se deixaria envolver, que no máximo viveria uma aventura temporária com ela.

Me arrependo de não tê-lo alertado antes. Não o fiz pois realmente achei que você fosse mais inteligente e não se comprometeria com uma moça tão inferior a nós.

Não percebe que está manchando o nome e a reputação da nossa família? Estou muito desapontada com o senhor e tenho certeza de que seus pais estão se revirando no túmulo com esse seu comportamento deplorável.

Espero, meu caro sobrinho, que você agora use sua inteligência e desmanche este compromisso enquanto ainda está em tempo.

Se não o fizer, esqueça que sou sua tia!

Lady Catherine de Bourg, Rosings Park, 28 de Julho.

Ao terminar de ler a missiva, ele fechou os olhos e massageou as têmporas. Sua cabeça já começava a doer. Aquela resposta não era exatamente uma surpresa para ele, mas o senhor Darcy sentia que havia muita pressão sobre os seus ombros. A ansiedade de voltar para sua casa cresceu ainda mais em seu peito. Ele precisava urgentemente de um pouco de paz.

Sentido sua cabeça latejar ele decidiu que já era hora de fechar o seu escritório e voltar para a casa dos Bingley.

Outra coisa que o senhor Darcy já não suportava mais ter de ficar na casa deles. Não por Charles, pois o senhor Bingley era o seu melhor amigo, mas sim pelas irmãs dele. Diariamente Caroline fazia insinuações maldosas sobre seu futuro casamento com Elizabeth e aquilo embora fosse uma infantilidade daquela moça, estava tirando a paciência dele.

Ao entrar na casa dos Bingley, ele passou pelas damas que estavam na sala de visitas e apenas as cumprimentou com um breve aceno. Imediatamente foi para o seu quarto e solicitou a uma criada para que preparasse o seu banho. Seu pedido foi prontamente obedecido.

Enquanto banhava-se, o senhor Darcy aproveitou para recostar sua cabeça na beirada da tina e fechou os olhos para descansar por alguns minutos. A água morna o fazia sentir-se relaxado. Era apenas um banho, mas por alguns minutos ele pode esvaziar sua mente tão conturbada.

Enquanto estava de olhos fechados ele repente ouviu uma leve batida na porta do seu quarto. Perguntava-se quem o procurava naquele momento. Será que nem mesmo um banho ele poderia tomar em paz?

Ainda assim ele disse que a pessoa poderia entrar. Pensou que poderia tratar-se do seu amigo Charles, mas para a surpresa dele, foi Elizabeth que passou pela porta.

— Elizabeth! - Exclamou ele em um sobressalto. - Não... Não deveria estar aqui! - Gaguejou espantado com a presença dela. Como resposta ela apenas lhe lançou um sorriso brincalhão.

— Já que Maomé não vai até a montanha, a montanha vem até Maomé. - Brincou ela e recostou-se no umbral da porta. - Mas se meu noivo não gostou da surpresa, eu posso ir embora! - Falou ela ameaçando virar as costas para sair.

— Não... Pode ficar. - Ele disse imediatamente e ela se voltou para ele dando-lhe um sorriso vitorioso.

— Sabia que diria isso! - Falou ela olhando-o nos olhos e vagarosamente fechou a porta do quarto atrás de si, trancando-a a seguir.

— O que veio fazer aqui? Não seria mais prudente esperar-me na sala de visitas? - Questionou ele conforme ela se aproximava lentamente de onde ele estava.

— Eu poderia tê-lo esperado. - Disse ela e já estava a poucos centímetros da tina onde ele se banhava. - Porém eu pensei que talvez você precisasse de ajuda. - Disse ela e ajoelhou-se de modo a ficar com o seu rosto na altura do dele. - Ou que, quem sabe, você gostaria de ter uma companhia. - Falou ela e com uma das mãos brincou um pouco com a água. A seguir ela olhou para ele e selou seus lábios em um beijo.

Aquilo era demais para ele. Sem pensar mais a respeito ele puxou Elizabeth com roupa e tudo, para dentro da tina de água. Ela soltou uma gostosa gargalhada e quando ele se preparou para beijá-la novamente uma batida na janela do quarto que o fez despertar.

Em um sobressalto o senhor Darcy olhou para os lados e não havia Elizabeth alguma. Infelizmente havia sido apenas um sonho e um pássaro se chocou contra a janela do quarto, fazendo-o acordar.

Depois daquele sonho, seu banho não durou por muito mais tempo. Rapidamente ele tratou de arrumar-se para ir até a casa dos Gardiner.

Ao chegar lá, uma criada o recebeu, e ele aguardou por Elizabeth na sala de visitas, porém surpreendeu-se quando em vez de ver Elizabeth, a senhora Bennet apareceu na sala e ele assustou-se. Só podia ser pesadelo!

— Senhor Darcy! - Exclamou ela. - Que grande prazer revê-lo! - Disse ela com muita alegria.

O senhor Darcy deu-lhe um sorriso amarelo e constrangido ainda surpreso pela presença daquela senhora. Ele sabia cedo ou tarde teria de interagir com sua futura sogra, porém ele esperava que fosse mais tarde do que cedo.

— Ah eu estou tão feliz pelo senhor e minha filha! - Continuou ela com a mesma animação. - Tenho certeza que minha Lizzy não poderia ter encontrado um homem melhor. - Disse ela e o constrangimento dele aumentou mais ainda.

—  E Elizabeth está? - Falou ele pela primeira vez.

— Está se banhando. - Respondeu ela e o Senhor Darcy assentou e então olhou em volta estranhando o silêncio, já que a casa dos Gardiner era sempre movimentada. 
— Onde estão todos? - Perguntou ele.

— Minha cunhada levou as meninas e as crianças para um passeio. - Respondeu ela. - Elizabeth preferiu ficar em casa pois esperava que o senhor viesse, e eu estou muito cansada da viagem. Não tenho mais a mesma disposição de antes então preferi ficar em casa também. - Disse ela por fim.

Elizabeth por sua vez tomava seu banho tranquilamente, até ouvir um burburinho que vinha da sala de visitas. Concentrou-se para tentar distinguir de quem eram as vozes, e então pode reconhecer a voz do senhor Darcy perguntando se ela estava em casa.

Ela então apressou seu banho o máximo que pode, não apenas para não fazer seu noivo esperar tanto, mas também por que não queria deixá-lo muito tempo a sós com sua mãe. Elizabeth sabia muito bem que sua mãe as vezes era bem indiscreta.

Em poucos minutos ela já estava pronta e então foi até a sala de visitas e encontrou o senhor Darcy sério, sentado em uma ponta do sofá e sua mãe na outra ponta, também calada, mas desmanchando-se de sorrisos para o futuro genro. Seria uma cena cômica se não fosse trágica, pensou Elizabeth, e então se aproximou dos dois.

Quando o senhor Darcy notou a presença de Elizabeth ele respirou aliviado e levantou-se para ir de encontro a ela. Cumprimentaram-se e a senhora Bennet soltou um audível suspiro.

— Ah que lindo casal vocês formam! - Disse ela. - O senhor foi muito esperto senhor Darcy. Chamou minha Lizzy de tolerável naquele baile apenas para disfarçar seu encantamento não é mesmo? - Perguntou ela em um tom divertido e Elizabeth e o seu noivo coraram de vergonha.

Como ela conseguia ser tão indiscreta?

Elizabeth que também estava constrangida achou mais prudente não responder nada pois seria melhor deixar aquele assunto morrer. A senhora Bennet viu o constrangimento de ambos, mas atribuiu ao fato de ela estar junto com os dois.

Inventando uma desculpa qualquer ela saiu da sala deixando-os a sós. Eles ainda estavam um tanto envergonhados, mas Elizabeth decidiu começar algum assunto para quebrar aquele clima constrangedor.

— Senti sua falta ontem. - Começou ela com um sorriso amigável. - Ocorreu algo?

— Nada grave. - Respondeu ele e ficou contente que ela tivesse sentido sua falta. - Estive muito ocupado em meu escritório. Acabei me estendendo até a noite, e então ficou tarde demais para que eu viesse.

— Oh... Eu imaginei. - Respondeu ela. - E ocorreu tudo bem em seus negócios?

— Melhor impossível! - Respondeu ele com um sorriso. - Dentro de pouco tempo poderei voltar para casa.

— Fico feliz em saber! - Disse Elizabeth sorrindo também.

— Sua família chegou ontem em Londres?

— Sim. - Ela respondeu. - Chegaram ontem a tarde. Mamãe quis me fazer uma surpresa. Posso dizer que ela conseguiu. - Brincou ela e ele riu.

Enquanto conversavam, a senhora Bennet apareceu novamente na sala e desta vez trazia consigo uma bandeja com biscoitos e duas xícaras de chá. O casal aceitou e a senhora Bennet sentou-se em uma poltrona próximo ao sofá.

— Diga-me senhor Darcy, como está o seu amigo Bingley? - Começou ela. - Não tivemos mais notícias desde que ele partiu de Netherfield.

— Ele está muito bem. - Respondeu o senhor Darcy sorvendo um gole de seu chá, esperando que a senhora Bennet não prosseguisse com aquele assunto.

— Oh, que bom! - Falou a senhora sorrindo. - Mas ficamos muito preocupadas. O senhor sabe por que ele partiu tão de repente?

A senhora Bennet estava ansiosa pela resposta. Embora estivesse feliz com o noivado de Elizabeth, ela ainda desejava fortemente que sua Jane também se comprometesse com um homem rico. Viu no noivado de Elizabeth uma oportunidade para reaproximar Jane do senhor Bingley. O senhor Darcy percebeu as intenções dela por trás daquelas perguntas.

— Ele tinha negócios para resolver em Londres. - Respondeu ele. - Depois que Caroline e Louisa também saíram de Netherfield, o senhor Bingley não teve mais motivos para voltar.

O que o senhor Darcy contou era verdade. No entanto, ele omitiu o fato de que o senhor Bingley não pretendia ficar em Londres quando partiu de Netherfield. Seria uma viagem temporária, e inclusive ele pretendia comprar um anel de noivado para pedir Jane em casamento. No entanto, Caroline Bingley e o próprio senhor Darcy foram até Londres ao encalço dele e o persuadiram a não voltar mais ao Hertfordshire. Contudo, essa verdade que existia por trás de todos fatos, o senhor Darcy achou prudente omitir.

— Eu compreendo. - Murmurou a senhora Bennet.

Elizabeth embora não aprovasse totalmente a atitude da mãe, no fundo gostou que a senhora Bennet houvesse tocado naquele assunto sobre Charles. Ela sempre quis saber o porque de ele ter abandonado sua irmã, então as respostas lacônicas do senhor Darcy serviram para que ela concluísse o que ela a algum tempo suspeitava.

O senhor Bingley nunca amou sua irmã.

Por mais que lhe doesse acreditar nisso, ela agora percebeu que enquanto sua irmã sofria por amar o senhor Bingley e por ter sido abandonada por ele, ela não passava de uma conquista para ele, uma simples aventura que acabou quando ele retornou para Londres.

— Eu gostaria muito de visitá-los então! - A senhora Bennet disse. - Minha filha fez uma boa amizade com a menina Bingley, e seria formidável que ela se encontrasse com Charles.

Elizabeth olhou para sua mãe com incredulidade. Será que ela não havia percebido que não adiantava nada ficar insistindo naquilo? O caldo já havia entornado e não adiantava chorar sobre ele.

Já o senhor Darcy não gostou da possibilidade de a família Bennet visitar a família Bingley. Conhecia Charles o suficiente para saber que ele ainda não havia esquecido Jane Bennet, e vê-la poderia acarretar em sofrimento para o seu amigo. Ele precisava pensar em uma maneira de evitar aquilo. Mas como?

A mente dele trabalhava rapidamente em uma solução, e então ele teve uma ideia.

— Creio que não será possível visitá-los. - Falou ele olhando para a senhora Bennet que encarou-o com surpresa e com Elizabeth não foi diferente. - Não será possível, pois eu tenho um convite a fazer que poderá mudar os seus planos.

— Um convite? - Perguntou a Senhora Bennet espalmando as mãos no peito.

— Visto que eu encerrei meus negócios em Londres eu e minha irmã pretendemos voltar logo para Pemberley. - Explicou ele. - Quero aproveitar que estão aqui, para convidá-las para ir conosco também.

A senhora Bennet abriu um largo sorriso com aquele convite. Esqueceu completamente do senhor Bingley e concentrou-se somente no fato de que conheceria a futura propriedade de sua filha.

— Que convite adorável! Seria maravilhoso conhecer Pemberley! - Exclamou ela.

Elizabeth olhou para o seu noivo ainda assimilando aquele convite ele percebeu o espanto dela e resolveu explicar-se melhor.

— Eu estou ansioso para voltar para casa, e pretendia convidá-la acompanhada da família Gardiner para irem conosco. - Explicou ele. - No entanto, agora que sua irmã e sua mãe estão aqui também, creio que elas deveriam ir também.

— Agradeço de coração pelo convite, mas primeiro devo falar com meus tios. - Disse Elizabeth. - Se eles não puderem se deslocar até Derbyshire, eu não poderei também.

— Mas que tolice filha! - A senhora Bennet exclamou. - Claro que eles concordarão. Quando partiremos senhor Darcy?

O homem pigarreou antes de responder.

— Assim que estiverem prontas. - Respondeu ele com um sorriso forçado.

Ele ficou mais um tempo na casa dos Gardiner, e então voltou para a casa dos Bingley, comunicando que em breve partiria para o Derbyshire e preparava-se mentalmente para conviver com sua futura sogra no mesmo ambiente.

Pouco tempo depois a família Gardiner chegou em casa, e o assunto sobre o convite para ir a Pemberley foi posto em cheque. O senhor e a senhora Gardiner conversaram em particular e Elizabeth aguardava pela resposta com grande expectativa. Não podia negar que estava ansiosa para conhecer a casa do senhor Darcy. Não tardou para que o casal tomasse uma decisão que alegrou a todos, principalmente da senhora Bennet. Eles decidiram a favor da viajem para Pemberley.



 


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?

As meninas Bennet nem vão esquentar muito o banco em Londres né,,, e o senhor Darcy ficou em uma situação em que se correr o bicho pega, se ficar o bicho come kkk

O que acharam do sonho dele? Ele é muito danadinho , ele. kkk



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