Sétimo Mês

No sétimo mês, eles ganharam um chá de bebê

O sétimo mês chegou trazendo ansiedade para o casal Uzumaki. Até então eles tinham ficado muito bem com a espera, curtindo cada momento sem pressa, mas bastou que o assunto “será menino ou menina?” surgisse para que a ansiedade virasse algo incontrolável.

Hinata tinha decidido que só saberia o sexo do bebê quando ele nascesse. Ela queria que fosse uma surpresa pra si e para Naruto. Mas este não lidava muito bem com a ansiedade e ficava perguntando sempre se ela tinha certeza da surpresa. Quando Hinata o questionou, com toda sua meiguice, se ele queria saber o sexo antes, ele ficou sem graça.

Por mais que quisesse saber o que era o bebê, menino ou menina, ele também queria ter a surpresa junto com ela. Negou então. Mas a ansiedade em descobrir e ver o filho se igualou a de Hinata. Eles começaram então a fazer a contagem regressiva, mesmo que ainda faltassem alguns meses.

Naquele mês eles tiveram uma surpresa, também, o que acabou ajudando a aumentar a ansiedade, mas, ao mesmo tempo, fez com que aproveitassem mais o tempo que tinham de gravidez.

Atraídos até a mansão Hyuuga por Hanabi, nunca imaginariam o que lhes esperava lá. Bastou que atravessassem a porta para a sala de visitas da mansão, que viram o cenário preparado especificamente para eles.

Um mural feito com bexigas dizia “Uzumaki”, apenas, e logo abaixo havia uma chupeta. Uma chupeta! Não era preciso pensarem muito para saberem que aquilo era um chá de bebê. Hinata se emocionou, vendo uma mesa com alguns aperitivos e uma caixa cheia de fraldas, assim como outra, cheia de outros presentes.

Enchendo a sala, estavam os seus amigos. Hinata se perguntava como conseguiram estar ali, levando em conta como era difícil conseguir aquilo. Ainda se lembrava de seu casamento. Tinha certeza, porém, que logo alguém sairia. Imediatamente sorriu em agradecimento para cada um, sentindo as lágrimas saírem por seu rosto.

Naruto virava a cabeça de um lado para o outro, sem acreditar naquela surpresa, nas pessoas presentes e no que estava acontecendo. Aquilo era pra eles. Era para seu filho. E ele não disfarçava que estava tão emocionado quanto Hinata, pois seu filho, ainda antes de nascer, era amado.

Hanabi se aproximou, animada, segurando as mãos livres do casal e os olhando nos olhos.

— Queríamos compartilhar esse momento com vocês. Sabemos que vocês nunca fariam um chá de bebê, então tomei a liberdade de fazer pra vocês.

— Ah, Hanabi! — Emocionada, Hinata puxou a irmã para seus braços, a abraçando com carinho.

— Nee-chan! Está me esmagando com sua barriga! — brincou a mais nova, rindo quando a mais velha lhe soltou. Naruto logo a abraçou também, dando um cascudo de leve em sua cabeça.

— Ah, como sempre aprontando, não é mesmo? — a provocou assim que a soltou.

Hanabi apenas deu de ombros e abriu caminho para que os demais pudessem cumprimentar o casal. Antes de se afastar, porém, sussurrou para a irmã:

— Papai quem me incentivou e fez questão de escolher muitas coisas. Acho que ele finalmente, está se soltando.

A informação fez com que Hinata a olhasse surpresa e as duas trocaram um sorriso cúmplice e feliz. Novamente, as lágrimas estavam brilhando nos olhos da mais velha.

Se antes Hinata já se emocionava, depois que ficou grávida se tornou mais fácil. Naruto, ao ver, apertou sua mão com carinho. Após uma breve troca de olhares, os dois voltaram-se para seus amigos, os abraçando e agradecendo pelo carinho.

Enquanto conversavam com seus amigos, descobriram que Ino e Sai tinham descoberto a gravidez naquele mesmo dia. Comemoraram juntos, trocando abraços. Brincaram dizendo que agora apenas faltava Chouji ter um filho para que o time 10 fosse completo novamente, com seus filhos. O homem deu uma risada alta e, quando todos o olharam confusos, ele comentou que ele teria um filho, que descobrira há alguns dias atrás. Aquela foi uma surpresa, também bem-vinda.

Como organizadora, Hanabi colocara uma coroa de plástico sobre a cabeça dos pais e os levou para abrir os presentes. Como costumava acontecer, os convidados levavam fraldas e um presente, poderia ser lenços umedecidos, pomadas, lençóis, toalhas e até sabonetes. Qual foi a surpresa de Naruto a abrir e encontrar, até mesmo, uma raposa de pelúcia no meio.

Apesar de não saberem o que era o bebê, tinham muitas coisas que poderiam usar para menino ou menina, e cada uma daquelas coisas tinham feito com que Hinata ansiasse pela chegada do bebê.

Só após, Hanabi liberou para que todos fossem comer. Nesse momento, Shino e Kiba se aproximaram, ambos dando abraços carinhosos na antiga companheira de time.

— Acho que ficaremos algum tempo sem lhe ver em uma missão agora, não é? — Kiba comentou.

— Acredito que sim... — ela comentou, saudosa, mas sorrindo feliz.

— Mas também poderemos ver o seu pequeno correndo pela vila e gritando como o pai. — Novamente era Kiba, rindo.

— O bebê pode ser calmo como Hinata, também — Shino salientou.

— O que querem dizer com isso? Quer dizer que não sou calmo? — Naruto ainda estava por perto.

— Calmo é uma coisa que nunca foi, Naruto. — Kiba riu. — Mas Hinata parece gostar de você por isso, então fique feliz.

Dessa vez a Uzumaki não ficou vermelha, mas abriu um sorriso feliz e sem graça. Aquilo era verdade. Sempre fora. Seus melhores amigos sabiam disso, sempre souberam. E se o seu filho fosse como Naruto, ela não se importaria, pois poderia dar-lhe amor.

Os dois rapazes se despediram, pois não poderiam demorar muito mais. Shino acariciou sua barriga antes de ir e, quando ele se afastou, Naruto a olhou confuso. Nem todos conheciam aquele lado de Shino, mas Hinata estava acostumada. Depois explicaria para Naruto.

Ela pediu licença ao marido, indicando o pai sentado em um canto, um pouco destacado do resto das pessoas. Naruto aproveitou para ir conversar com os amigos. Os futuros pais estavam reunidos em volta da caixa de fraldas. Quando o loiro se aproximou, pôde ouvir o que diziam.

— Não é possível que um ser tão pequeno acabe usando tudo isso. — Chouji parecia descrente enquanto contava a quantidade de pacotes.

— Temari disse que provavelmente eles vão ter que comprar até mais. E bem, levando em conta que serve para tudo, deve ser pouca — comentou Shikamaru enquanto olhava para a caixa também.

— O quê? — Naruto se aproximou e exclamou surpreso — Como pode ser pouco? Isso é coisa pra caramba!

— Naruto, bebês usam muitas fraldas por dia. Hinata não lhe disse nada? Hoje, depois que Ino descobriu da gravidez, fui pesquisar um pouco e nos livros que li diziam que o maior gasto dos pais no início é com fraldas.

— Mas como isso é possível? — o Uzumaki suspirou, parecendo surpreso e derrotado.

— Da mesma forma que é possível uma criança se formar dentro de uma pessoa e depois sair — respondeu Shikamaru, parecendo não muito interessado.

— Isso é simples, li que...

— Nós sabemos como é, Sai, é só um comentário — Shikamaru cortou o amigo, apena dando um tapinha nos ombros dele.

— Então, logo todos passaremos pelas mesmas experiências, não é mesmo? — Chouji chamou a atenção dos amigos para o fato.

­— Ao que parece, nossos filhos vão crescer juntos e até estudar juntos — disse Shikamaru abrindo um sorriso pequeno.

— E Naruto será o primeiro — completou Sai. Todos olharam para ele.

— Bem, parece que eu irei passar conhecimento a vocês dessa vez. — Abriu um sorriso confiante e orgulhoso. ­— E o primeiro de todos é: tomem cuidado com os desejos da gravidez! Eles parecem inofensivos, mas pode tirar o sono de vocês.

A partir dali, ele começou a narrar pelas coisas que ele tinha passado para conseguir as coisas que Hinata comentava que sentia vontade e como, sempre, ela colocava tudo para fora.

Do outro lado da sala, Hinata havia se sentado ao lado de seu pai, mas não conseguiu falar nada por alguns instantes. Ainda não estava acostumada a poder se abrir com ele, mas, naquele momento, sentia que tinha tal liberdade.

— Obrigada. Hanabi disse que você incentivou que isso acontecesse, especialmente aqui.

— Acho que essa casa precisa de lembranças alegres para meu neto, não acha?

— Papai...

— Estou velho, mas não me permitirei morrer de arrependimentos.

— Sabe que não precisa...

— Sei. — Ele sabia que a filha tinha o perdoado há muito tempo, mas não queria entrar naquele assunto, não naquele dia alegre. Ele sabia que Hinata acabaria chorando, mesmo que não de tristeza. — Você será uma ótima mãe, sempre tive certeza disso.

— E você será um ótimo avô, papai.

Ela se permitiu colocar a mão sobre a dele, que estava apoiada no braço da cadeira. Hiashi olhou para lá, sentindo e olhando aquele toque carinhoso. Um segundo depois, olhava para ela. Um olhar que brilhava em agradecimento.

Aquele bebê não tinha nascido ainda, mas já se mostrava brilhante. Um recomeço para sua família, uma alegria para ela e Naruto e, especialmente, a chance de tudo ser melhor, como sempre sonhou.