Second Chance escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 9
O Porto Seguro


Notas iniciais do capítulo

Porto Seguro não é a cidade não kkkkkk Desculpem a demora.



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Belle p.d.v

 

Eu me encolhi mais ainda depois que Edward saiu. Ele me transmitia segurança, e agora que ele havia saído eu me senti mais insegura e com medo. Will estava andando em circulos procurando por mim. Ele passou perto da onde eu estava e eu torci para que ele não olhasse para o meu rumo. Não foi o que aconteceu.

 

Eu levantei e tentei correr mas o vestido não colaborava. Ele me alcançou facilmente.

 

– Me solta!

– Você pensou que podia fugir de mim? Pois você não pode sua vaca! Você é minha!

– Não sou sua merda nenhuma seu filho da puta! – Eu comecei a me chacoalhar violentamente tentando me soltar de suas mãos, mas não fui bem sucedida. Ele sorriu maliciosamente para mim e me deu um tapa. Ele nunca havia me batido. Pelo menos não com tanta força.

– Isso é pra você aprender que você não pode se afastar de mim. Foi difícil sabia? Eu tentei te substituir, mas nenhuma garota chega aos seus pés. Você é a melhor que eu já tive.

– Você é um doente! – Meu Deus, se eu soubesse que ele era assim nunca teria me aproximado.

 

Will é o garoto mais popular da minha antiga escola. Todas as meninas o desejavam. Ele era o melhor do time de futebol da escola. Um dia, sem mais nem menos, ele me chamou para sair. Começamos a namorar. No inicio era bom, ele era bastante carinhoso. Mas um dia ele começou a fazer pressão para que eu transasse com ele. Eu não queria, eu não estava pronta. Eu sabia que ele não era o cara certo, para mim ele era só uma distração. Foi em uma sexta-feita que tudo aconteceu. Ele me chamou para assistir um filme na casa dele e eu aceitei. Quando eu cheguei lá a primeira coisa que ele fez foi me arrastar para o quarto dele. Eu tentei gritar mas ele me amordaçou. A dor foi terrível.

 

Quando ele terminou de fazer o que queria ele me ameaçou. Os seus pais eram os chefes dos meus, ele disse que se eu falasse alguma coisa para alguém os meus pais seriam demitidos. Eu não podia deixar isso acontecer, foi muito difícil para os meus pais conseguirem o emprego deles e eu não seria a responsável por tirá-los isso. Passei a evitar o Will. Meu comportamento mudou totalmente. Passei a ficar mais distante e revoltada com a vida. Principalmente quando eu descobri que todos daquela escola sabiam o que ele fazia e não tomavam uma atitude por causa que os pais dele eram influentes. Eu não fui a primeira e nem seria  a ultima. Me isolei de todos, até das minhas “amigas” que me diziam que isso era frescura minha.

 

Ele passou a me perseguir, mas eu sempre escapava. Mas um dia eu fiquei na biblioteca fazendo um trabalho e ele estava com o time dele treinando. Na hora de ir embora ele me viu e me arrastou para o vestiário. Ele me arrastou para lá duas vezes. Eu comecei a ficar tão amendrontada que eu sempre dava um jeito de sair mais cedo da escola e eu nunca saia de casa. Quando eu soube que nós iamos nos mudar eu fiquei triste e feliz ao mesmo tempo. Triste por causa do motivo que estávamos saindo e feliz por que eu ficaria longe dele.

 

 Decidi bloquiar todos os acontecimentos tristes que haviam ocorrido comigo. Eu iria me mudar e não iria levar essas lembranças comigo. Eu queria esquecer que tudo o que havia acontecido. Eu estava sendo bem sucedida. Até agora.

 

 

O filho da puta me arrastou para dentro da mata. Eu gritava e apanhava sem parar. Merda! Por que ninguém nunca ouve os meus gritos?

 

– Sua vagabunda! Por que você não facilita as coisas hein? Assim seria mais rápido, sua burra! – Em resposta eu cuspi na cara dele. Ele revidou com um tapa em minha boca. O gosto de ferrugem indicou que minha boca estava sangrando. Ah! Que ótimo!

 

Eu tentei correr novamente, mas acabei torcendo o tornozelo e caindo no chão. Como eu sou sortuda! Ele caiu por cima de mim e eu pude ouvir o meu vestido sendo rasgado. Eu crusei fortemente as minhas pernas e ele, quando percebeu, me deu um beliscão na minha coxa e dois tapas, um na minha perna e outro no meu rosto. Eu fiquei tonta com a do meu rosto e quase desfaleci.

 

De repente eu não mais o sentia em cima de mim. Eu olhei para os lados meio assustada, tentando entender o que estava acontecendo e com medo dele estar pensando em fazer algo pior. Se bem que pior do que ser violentada eu acho meio difícil. Escutei um barulho atrás de mim e me virei para olhar. Era Edward, e ele estava... estava... Meu Deus! O que ele está fazendo com o Will? Meu Deus! A imagem dos pedaços do corpo do Will fez meu estômago embrulhar e uma ânsia de vômito surgir. Mas antes que eu pudesse vomitar ou raciocinar direito sobre o que estava acontecendo, mãos frias tocaram em meus braços e eu olhei para ver quem era. Era Alice.

 

Quando meus olhos se encontraram com os dela eu comecei a chorar incontrolavelmente. Renesmee e Rosalie apareceram e elas me ajudaram a me levantar. Renesmee estava me dizendo algo mas eu não conseguia assimilar muito bem. Alice percebeu a minha dificuldade em andar e me ajudou. Eu olhei para os lados procurando pelo Edward e meus olhos encontraram com os dele. O seu olhar estava exprimindo dor. Eu queria ir até lá e confortá-lo, dizer que estava tudo bem agora e que eu não me importava com o que ele tinha feito com o Will, mas me faltava força.

 

Eu não me lembro de muita coisa depois disso. Eu me sentia tão vazia, tão suja, tão miserável que eu me desliguei de tudo. Lembro-me vagamente de estar sendo carregada e sendo examinada por alguém. Lembro que a Alice me ofereceu roupas limpas e eu pedi por um banho. Era como se eu estivesse no piloto automático.

 

Tomei um longo banho. Eu esfregava a buxa no meu corpo com força numa tentativa fracassada de me sentir limpa. Quando eu finalmente terminei eu fui para o quarto que a Alice disse que eu iria passar a noite. Deitei na cama e não consegui dormir. Fiquei olhando o teto e minha mente se esvaziou. Eu acho que tinha alguém falando comigo, mas eu não conseguia ouvir o que essa pessoa dizia. Eu me sentia a pior pessoa do mundo.

 

Meu corpo estava dolorido e machucado e, de repente, o meu corpo começou a doer mais ainda, como se tentasse me lembrar de tudo o que eu passei. Comecei a lembrar das vezes em que o Will me tocou e da sua ultima tentativa. Não consegui conter e chorei. Eu chorava pelo o que tinha acontecido, por não poder contar para os meus pais, por ter que aguentar isso sozinha, por não ter ninguém do meu lado para me amparar.

 

Eu continuei chorando e um vazio surgiu em mim. Eu não podia contar com ninguém e isso me corroia ainda mais por dentro. Alguém começou a falar comigo e a tentar me acalmar. Eu olhei para o lado e vi que era Edward. Ele estava sentado na beirada da minha cama tentando me conter, mas as suas tentativas estavam sendo fracassadas. Ele estava desolado. Ele queria ajudar, mas não sabia como. Percebi então que ele poderia ser o porto seguro que eu precisava neste momento. Então eu fui até ele e o abracei. Eu me apertava a ele com todas as minhas forças e minhas lágrimas molhavam a sua camisa. No inicio ele não correspondeu, o que fez meu coração doer mais ainda, mas depois ele colocou os seus braços ao meu redor.

 

Estar em seus braços era uma sensação incrivel! Era como se eu pertencesse ali. Como se eu estivesse no lugar certo e que eu não precisava mais me preocupar. Eu estava segura agora. Eu tinha alguém para tomar conta de mim e me proteger. Aos poucos eu fui me acalmando e adormeci.

 

 

Edward p.d.v

 

 

– Então por que você esta tremendo e está tentando esconder o seu decote?

– Por favor... não... me fassa...lembrar! – A lembrança da Belle falando entre soluços preencheu a minha mente e junto com ela a frase que ela havia dito. O que ela quis dizer com isso? Será que... NÃO! Não isso não pode ser verdade! 

 

Belle se mecheu em meus braços. A sua respiração e seus batimentos cadíacos aceleraram indicando que ela estava acordando. Ela esfregou os olhos e olhou ao redor dela. Os seus batimentos aumentaram um pouco quando ela percebeu que estava no colo de alguém. Ela olhou para cima e seus olhos achocolatados se encontraram com os meus. Eu sorri para ela e ela corou. Minha garganta ardeu ainda mais com isso, mas eu consegui ignorar.

 

– Boa tarde.

– Boa... o que? – Belle ficou meio assustada com o que eu disse eu ri com isso.

– Já são duas horas da tarde.

– Nossa! Eu não percebi que eu estava com tanto sono.

– Quando você dormiu já passava das quatro da manhã. Eu até achei que você dormiria a tarde toda.

– Quatro da manhã? Pareceu que tudo foi tão rápido... Oh, Meu Deus, me Desculpa Edward...

– Não tem problema Belle. Fica tranguila.

– Você ficou o tempo todo aqui? – Eu tinha me esquecido desse detalhe. Nenhum humano suportaria ficar esse tempo todo sem se levantar ou comer. Ainda mais com alguém em seu colo, o seu corpo ficaria dolorido e suas pernas no mínimo dormentes. Eu precisava bolar uma desculpa rápido.

– Não. Eu sai para tomar café da manhã e depois eu voltei. – Ela pareceu descofiar da minha resposta. Acho que ela deve ter percebido ou sentido que eu não sai. Preciso desviar o foco dela antes que ela comece com as perguntas. – Você não está com fome? Esme deve ter acabado de fazer o almoço. Vamos lá em baixo.

 

Ela concordou com a cabeça e se levantou. Mas antes ela olhou para mim e sorriu.

 

– Você ainda está com a fantasia? – Eu olhei para mim mesmo e me lembrei que com esses acontecimentos todos eu havia me esquecido de trocar de roupa. Eu ri com isso.

– Acho que eu esqueci de me trocar.

– Percebe-se.

– Bem, eu vou me trocar então. Te encontro lá em baixo? – Foi uma pergunta meio idiota, mas eu precisava fazer. Eu não sabia se ela iria em bora ou não.

– Aham. – Eu sorri com a sua resposta e, antes de sair, eu fiquei olhando para ela. Será que eu devo perguntar se... melhor deixar pra outra hora. Acho que vou pedir para o Carlisle perguntar isso, eu não sei como que eu reagiria se ela dissesse que ele já  tocou sem o seu consentimento.

 

Sai do quarto. Eu pudi ouvi-la entrando no banheiro e xingando por causa do estado em que seu rosto se encontrava. Isso fez o meu coração se apertar.

 

Troquei de roupa e guardei a fantasia no armário. Mesmo com uma outra roupa o seu cheiro continuava forte em mim. Eu estava impregnado com ele. Eu não me importo, na verdade eu até gosto, o único problema é que minha garganta continua com aquela ardência dois graus acima do normal me lembrando de que eu sou um monstro e meu instinto está pedindo para matá-la. Eu nunca iria fazer isso.

 

Demorei mais um pouco em meu quarto para que ela não desconfia-se de nada. Foi então que eu me lembrei do que havia feito com aquele miserável. Será que ela havia visto? Se ela viu, com certeza ela irá especular sobre isso.

 

Desci as escadas e a encontrei almoçando com Nessie e Jacob. Eu dei um beijo na testa de Nessie e um soco no ombro do Jacob que estava com uma das mãos na perna da Nessie. Nessie revirou os olhos para mim.

 

– O que foi?

– Pa... Edward, não pertube o Jacob.

– Eu só estava cumprimentando ele.

– Como se eu não soubesse o por que desse soco. – Dizendo isso Jacob apertou a coxa da Nessie.

– Me poupem dos detalhes sórdidos por favor.

– Você é muito chato. – Nessie me deu a língua e eu fiz uma cara de indignado.

– Ah, mas o Edward tem razão. Isso é um almoço de família. Não é lugar pra vocês ficarem se agarrando.

– Belle! – Nessie deu um leve tapa nas costas da Belle que não parava de rir. Era bom vê-la sorrir. Mas ela parou e colocou a mão sobre o seu lábio cortado. Certamente estava dolorido.

– Ouch! – Belle ficou séria e voltou o seu olhar para o seu prato. Nós ficamos a observando enquanto ela cutucava a comida. Por fim ela empurrou o prato e disse que não estava mais com fome. – Eu tenho que ir.

– Não, fica mais...

– Eu tenho que ir Renesmee. Carol deve estar preocupada comigo.

– Espere Carlisle chegar do trabalho. Ele que conversar com você. – Jacob e Nessie olharam para mim sem entender. Eles sabiam que isso não era verdade. Pai como assim? O vovô não quer falar com ela. Eu ignorei a sua pergunta.

– O que ele quer?

– Nada de mais, ele quer só trocar os curativos provavelmente.

– Eu faço isso em casa. Agradeça ele por mim.

– Não... Belle... fica aqui.

– Eu tenho mesmo? Por que minha mãe...

– Nós já ligamos para ela. – Belle ficou rígida no seu lugar. Porvavelmente com medo do que a gente possa ter falado para a sua mãe. –Não se preocupe. Falamos para ela que você havia caído da escada e te trouxemos para cá já que o nosso pai é médico.

– E ela não surtou?

– Um pouco, mas ela acabou se contendo. – Belle refletiu por um momento e depois consentiu com a cabeça.

– Tudo bem então. – Eu sorri e me levantei alegando que eu precisava ir ao banheiro. Hey sanguessuga, o que você está planejando? Eu te conheço Edward... Eu olhei para Jacob e susurrei um “mais tarde” para ele e para a Nessie. Belle não ouviu, obvio.

 

Sai da cozinha e peguei o meu celular que estava no sofá da sala. Minha família toda, exceto pelo Jake e pela Nessie, apareceu.

 

– Hey Mano, o que você está pensando em fazer?

– É só escutar Emmet. – Nem adiantava sair dali para tentar ter uma conversa privada com ele. Eles todos iriam atrás de mim ou escutar de qualquer geito mesmo. Eu disquei o número de Carlisle e ele atendeu com apenas um toque.

Edward? O que foi?

– Pai... eu preciso de um favor.

 

 


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Notas finais do capítulo

Galerinha gente boa, foi mal a demora. A facu não ta colaborando... mas hj como é feriado eu tive uma folguinha e deu pra postar. Bem vidas leitoras novas e desculpem por nao ter respondido os reviews. To indo responder agora. Aproveitando eu quero fazer uma recomendação, a minha parceira, a clarissa, ta fazendo uma fic só dela tbm, chama Heartbreaker. Quem tiver tempo da uma passadinha lá. Beijos e obrigada a todas que comentam adoro cada review