Second Chance escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 30
Tanya


Notas iniciais do capítulo

Se quiserem ler os dois ultimos cap aconselho ler o aviso lá no final. Capítulo gigante para compensar a demora. Boa leitura.



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– Bem, já vou. Também tenho que me aprontar. – Alice disse dando um suspiro.

Olhei para ela incéredula. Ela estava impecável, arrumar mais o que?

– Edward já está chegando e, dentro de meia hora, Tanya também. – ela disse olhando para o nada.

– Ok, te vejo daqui alguns minutos. – eu disse com um sorriso no rosto.

– Ah, não se esqueça – ela disse se virando antes de sair – não deixe o Edward acabar com o vestido!

– Não garanto nada. – eu disse brincando e ela revirou os olhos e depois saiu enquanto eu ria sozinha.

– Por quê eu acabaria com seu vestido? – Edward disse assim que entrou pela janela do quarto.

Eu me virei para ele e fiz cara de desentendida.

– Faço a mínima idéia, sabe como é, Alice é louca. Nem ela deve saber o que diz. Edward? – eu disse depois de perceber que ele parecia não estar me ouvindo.

Ele estava com os olhos levemente arregalados, as pupilas um pouco dilatadas e não respirava. Eu fui até ele e estalei os meus dedos na frente de seu rosto.

– Hellooo, o que foi? Edward? – eu o chamei de novo já perdendo a paciência.

Ele me esquadrinhou de cima à baixo e sua boca abriu levemente para soltar um suspiro.

– Quer parar de brincadeira? Qual é o problema?

– Você tem alguma idéia do quão maravilhosa você está? – ele falou olhando nos meus olhos intensamente e eu pude sentir o desejo ali. Ok, minhas pernas até ficaram bambas com a intensidade.

Interessante. Não sabia que isso acontecia com vampiros.

– Você está exagerando. – eu disse me virando de costas para não encontrar o seu olhar e indo em direção ao espelho.

É, eu tava bonita. Mas o Edward já estava exagerando, eu não estava para tanto.

– Exagerando? – ele disse eu pude ouvir a contrariação em sua voz.

– Sim, não é.... – antes que eu pudesse terminar a frase, algo me atingiu.

Mesmo com meus sentidos vampíricos, o movimento foi rápido e brusco de mais para que eu desviasse a tempo. Edward havia me pegado e me jogado na cama, e agora ele estava beijando o meu pescoço e colo.

– Edward... – ham... o que eu tinha que evitar mesmo?

– Acredite, eu não estou exagerando. – ele disse, sua voz esatava abafada por causa dos beijos que ele não parava de dar. – É impossível alguém ser tão bonita, até mesmo para uma vampira. E é impossível eu me controlar com você tão provocante assim. – ele disse olhando nos meus olhos e eu quis tê-lo no mesmo instante.

Nos beijamos intensamente e eu já havia arrancado a sua camiseta azul e a jogado longe. Edward colocou as suas mãos na base superior do meu tomara-que-caia e eu percebi o que ele ia fazer. Agora entendi porque Alice pediu para ele não acabar com o vestido, ele realmente estava com essa intensão.

– Edward, pare! – eu pedi ofegante levantando o seu rosto e ele me olhou surpreso.

– Você quer que eu pare? – ele perguntou sem acreditar.

– Nós não podemos, não agora.

– Por quê não? – ele me olhou abismado.

– Porque Tanya está para chegar e, segundo a Alice, eu preciso do meu vestido inteiro para recebê-la. – Edward fechou a cara no mesmo instante e bufou.

– Sua baixinha irritante, eu te odeio! – Edward disse, sua voz um tom mais alto.

– Também te amo, maninho. – Alice murmurou de algum lugar, não muito longe do nosso quarto.

– E eu te amo Bella! – Emmett falou alto no andar de baixo.

– O que ele quis dizer com isso? – eu perguntei a Edward.

– Ele está feliz por você ter me parado. Ele não queria nos ouvir. – Edward revirou os olhos.

– Oh... é eu também não ia querer que ele ouvisse. – eu disse olhando para baixo morrendo de vergonha.

– Hum, mas eles vão ouvir. – Edward sorriu malicioso. – Mais tarde, você não escapa. – ele susurrou em meu ouvido e eu tremi.

– Eu nem pensaria nisso. – eu disse rindo.

Edward se levantou e me ajudou a me levantar. Eu logo passei por ele e fui em direção ao espelho. Ele ainda me observava e isso me deixava nervosa. Fingi que não havia reparado e arrumei um pouco o meu cabelo que estava levemente bagunçado, tirei as manchas de batom borrado e retoquei o batom coral que eu estava usando. Quando eu terminei e me virei, Edward ainda etava me observando.

– O que? – eu perguntei sem jeito.

– Não sei. Você parece diferente.

– Eu estou diferente.

– Não foi isso o que eu quis dizer. – ele revirou os olhos.

– O que você quis dizer então? – eu disse me aproximando dele e beijando levemente os seus lábios.

Edward soltou um suspiro meio trêmulo e eu acabei fazendo o mesmo. Um barulho de pneus sob o asfalto avisava que um carro estava se aproximando. Edward soltou um suspirou e olhou para mim.

– Ela chegou. Vamos? – ele disse me estendendo a mão e eu dei uma leve risada.

– Você vai recebê-la assim? – eu disse colocando a mão em seu abdomen nu.

– Ham, eu acho melhor eu colocar um camisa.

– Com certeza. – ele sorriu torto para mim e eu retribui.

Ele foi em direção ao closet e escolheu uma camisa branca com detalhes em azul. Eu não consegui deixar de admirá-lo. Por um momento eu imaginei como seria se ele tivesse se distraido e descido para receber Tanya sem estar usando ao menos uma camiseta. Certamente ela ficaria admirando-o na minha cara. Certamente eu arrancaria os seus olhos.

– Bella? – Edward me chamou e eu percebi que o olhava com um sorriso maligno. – O que foi? – eu fui até ele e o beijei.

– E você diz que eu sou linda. Quem não se encherga é você. – ele riu e revirou os olhos.

– Nunca nada, nem ninguém, chegará aos seus pés Bella. – ele colocou sua mão em meus rosto e o acariciou. Eu fechei os olhos com o seu toque. – Agora me diga, que sorriso maligno era aquele? – eu abri os meus olhos e encontrei o seu olhar. Não havia nada além de curiosidade.

Eu sorri para ele e peguei a sua mão.

– Acho melhor irmos. – ele levantou uma sombrancelha e me olhou desconfiado.

– O que eu não daria para ler os seus pensamentos.

– Você ainda pode decifrá-los. – eu o provoquei.

– É, mas nem sempre os resultados são o que eu previ.

– Você ainda vai pegar o jeito. – eu disse e ele riu.

Estávamos na metade da descida das escadas quando a porta da frente se abriu.

– Esme! Que prazer em vê-la. – eu reconheci a voz no mesmo instante. Era ela. Argh.

– Prazer em vê-la também querida. Como foi a viagem?

– Tediante, como sempre. Rose, minha amiga, a quanto tempo!

Edward p.d.v

Não tanto quanto eu gostaria, Rose pensou. Rosalie e Tanya costumavam ser grandes amigas, mas desde a sua tentativa de ser a “mãe substituta” de Nessie a relação entre elas se abalou. Não que Tanya saiba, claro. Rose quardou o seu ciúme só para ela.

No momento em que terminamos de descer as escadas, Tanya terminou de cumprimentar a todos, inclusive Jacob, apesar dela não gostar dele. Ugh, esse cachorro ainda está aqui? Ela pensou ao terminar de apertar a mão de Jacob. Onde está Edward... e Nessie com o bebê, claro. Ela pensou ao se lembrar que ela devia mimar Nessie se quisesse se aproximar de mim.

Como ela se tornou isso? Como ela se tornou tão insensível e superficial? Sem falar em interesseira. Tanya não era assim. Algo está mechendo com a cabeça dela, eu posso sentir em sua mente o vazio que isso provoca, mas não consigo dizer o que é.

– Então, está faltando dois. Onde está Edward e Nessie? Eles não vêm me receber?

– Nessie está alimentanto Charlie querida. Logo ela se juntará a nós. – Esme disse dando um sorriso carinhoso para Tanya.

– E estou aqui, Tanya. – eu disse por fim.

Por estar de costas e concentrada para ignorar a presença e cheiro de Jake, ela não havia reparado que havíamos chegado.

– Ah, achei que você... – assim que ela se virou ela se calou.

Seus olhos se arregalaram e seu olhar não saia do rosto de Bella. O quê? Como? Eram as únicas coisas que se passavam na mente de Tanya.

– Tanya? – eu a chamei tentando quebrar o seu choque.

Não funcionou como eu esperava. Agora ela revezava o seu olhar entre mim, Bella e nossas mãos dadas. Não pode ser! Ela está morta! Não pode ser! Como? Tanya olhou para o rosto de Bella e percebeu os traços de sangue que ainda haviam em seus olhos. Vampira! Mas quando isso aconteceu? É mesmo ela? Não pode ser!

– Olá Edward, como vai? – ela veio em minha direção para me abraçar.

Uma tentativa de constranger Bella e marcar um pouco de territorialidade falha, já que eu a interrompi estendendo a minha mão para ela. Ela encarou a minha mão por um momento e com uma carranca no rosto, que ela logo disfarçou, a apertou.

– Bem e você?

– Ótima. – ela quase disse entre os dentes. Não vai me apresentá-la?

Ela já estava conseguindo controlar e ordenar os seus pensamentos novamente, por isso a sua curiosidade foi quase imperceptível na pergunta.

– Tanya, eu acho que você se lembra da Bella. – Tanya arregalou os olhos e pelo canto do meu olho eu pude ver Bella segurar um risada.

– Claro, como vai Bella? – como você pode estar viva?

Tanya deixou escapar e logo se repreendeu por isso.

– Bem, obrigada por perguntar. – Bella disse educada e sorrindo para Tanya.

Tanya a esquadrinhou rapidamente com o seu olhar e logo desviou para os outros na sala, mas ela não conseguiu esconder de mim a inveja que sentia de Bella. Inveja por me ter, e por estar ainda mais linda. Ela não conseguia admitir para si mesma que Bella havia superado ela e Rosalie. Me pergunto o que Rose acha disso. Ela sempre foi tão vaidosa. Ela ficaria surpresa se soubesse que Rosalie não está dando a mínima.

Rosalie havia mudado – algo raro para vampiros – desde o nascimento de Nessie e a morte de Bella, e havia mudado para melhor. Já Tanya, eu não podia dizer o mesmo.

– Eu vou levar suas malas para o seu quarto querida.

– Não precisa Esme, eu mesma cuido disso. Não se incomode, eu sei o caminho. – Tanya sorriu docemente para Esme, pegou sua mala e subiu as escadas.

– Que situação mais esquisita cara. – Emmett susurrou, baixo o suficiente para que Tanya não pudesse ouvir.

– Um dia. – Alice sibilou para Bella que deu uma leve risada.

Eu não entendi muito bem o que ela quis dizer e nem consegui descobrir mais nada. Alice ocupou seus pensamentos com outras coisas assim que tentei.

Jacob puxou Bella para falar algo sobre Charlie, enquanto Alice e Rose ajudavam Esme a preparar algo para Jake e Nessie comerem. Jasper e Emmett ficaram falando sobre o jogo de futebol americano de ontem e Carlisle se sentou em sua poltrona para ler o livro de medicina contendo as novas doenças do século. Enquanto isso eu fiquei escutando os pensamentos de Tanya, para saber como ela estava lidando com tudo isso. 

No andar de cima, Tanya tentava se distrair colocando suas roupas no quarda roupa. Mas estava quase impossível para ela. Quando eu acho que está tudo caminhando para dar certo, ela aparece e estraga tudo. Droga! Droga! Como isso é possível? Eu vou ter que descobrir... oops, espero que Edward não tenha ouvido nada. Tanya terminou de arrumar as suas coisas e foi em direção às escadas. Ela parou no meio do corredor quando se lembrou que o quarto de hóspedes era ao lado do meu. Será que eles estão dormindo juntos? Merda! Espero que não. Ela deixou o pensamento de lado e desceu as escadas.

Ela ficou feliz ao perceber que Bella não estava do meu lado.

– Então, Edward... se não for...

– Pode perguntar à vontade Tanya. – eu disse indiferentemente enquanto fingia ler uma revista sobre carros.

– Bem, não me entenda mal... mas a Bella não havia morrido? – ela disse se sentando no sofá próxima a mim. Próxima até de mais.

– Infelizmente, sim. Mas ela voltou. – eu disse me levantando e colocando a revista em cima da mesa de centro.

– Voltou? Como assim? – eu suspirei e encarei a Tanya.

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Tanya estava mergulhada em seus pensamentos confusos depois que eu terminei de contar toda a história.

– Mas como você pode ter certeza de que é ela? Quero dizer, ela pode estar fingindo. – só para fisgá-lo. Não duvido que ela esteja fazendo isso para infernizar a vida de todo mundo.

Ela quis dizer infernizar a vida dela.

– Ela não está. – eu disse simplesmente, tentando não transparecer o meu incômodo com o rumo que a conversa estava tomando.

– Quem te garante? Vai ver essa tal Belle está fingindo o tempo todo e...

– Tanya, eu mais do que ninguém sei do que eu estou falando. Você não pode dizer nada porque não presenciou nenhum dos fatos.

– Não presenciei por sua culpa. Eu bem que quis ficar e ajudar com a Nessie, mas você não deixou.

– Não precisávamos de ajuda. Havia sete vampiros e um lobo para cuidar dela. Não precisávamos de mais ninguém. Não, na verdade, precisávamos da mãe dela, mas claro, o destino escolheu nos afastar dela por alguns anos. Além do mais, não fazia sentido te privar da sua família. – eu não queria ter sido grosso, mas Tanya não me dava escolha. Se eu não fosse direto com ela, ela nunca iria entender e nunca iria desistir.

– Não é esse tipo da ajuda, Edward. Como você mesmo disse, Nessie precisava de uma mãe e eu estava disposta a dar isso a ela. Mas você quis dar uma de teimoso e não deixou. Eu ainda estou disposta a desempenhar esse papel se você quiser. – ela disse se levantando do divã de couro branco e vindo em minha direção. Tentativas de sedução estavam por toda a sua mente. Patético. – E você não iria me privar da minha família, afinal, vocês também são a minha família.

Ela se aproximou de mim, mordeu o seu lábio inferior, tocou o meu rosto e sorriu. Eu peguei a sua mão e a abaixei e não retribui o sorriso. Isso estava indo longe demais.

– Esme, Rose e Alice foram as mães substitutas que Nessie precisava, cada uma à sua maneira. Não era a mesma coisa que uma mãe biológica, mas era como se fosse. Então, de qualquer maneira, não precisávamos de você. – eu queria completar com “e ainda não precisamos”, mas eu estava tentando não ser muito rude. – E, agradeço a sua oferta, – isso é realmente uma grande mentira – mas não é necessário. Como você pôde ver, a mãe de Nessie está de volta. Toda a sua carência materna será suprida agora. Então não há a necessidade de você prestar tal serviço.

Tanya me olhava paralisada, seus olhos dourados arregalados e sua testa franzida. Está me rejeitando de novo? Ela perguntou em pensamento, magoada de mais para falar.

– Tanya, você sempre soube dos meus sentimentos em relação a você. Somos como primos, e nada mais. Eu nunca te dei esperanças e não entendo porque você as alimenta com tanta vontade. Eu não teria que te rejeitar de novo se você parasse de insistir em algo que nunca vai acontecer. Não iria acontecer antes de eu conhecer a Bella, muito menos depois que ela morreu. Agora que ela voltou, eu esperava que a certeza de que não há futuro para nós te atingisse. Nós nunca ficaremos juntos, você precisa tirar isso da sua cabeça e procurar alguém que a ame.

Ela continuava a me encarar, e eu vi o choro sem lágrimas em sua face. Você não me ama? De tudo o que eu disse, foi só isso que ela ouviu?

– Não do modo que você quer. Como uma prima, e nada mais.

Sua face mudou de mágoa para raiva em um milésimo.

– Você não tem idéia do que está fazendo, do que está dizendo. – ela disse furiosa.

Ela nunca será metade do que eu sou, ela nunca poderá te dar prazer como eu posso te dar. Eu aposto que nem performace ela tem na cama! Seus pensamentos furiosos me atingiram e eu quase ri. Suas palavras chegavam ser engraçadas e infantis.

– Logicamente que ela nunca será metade de você. Ela é Bella, você é Tanya. E eu não preciso que ela seja metade sua, eu preciso que ela seja inteiramente Bella. E quanto as performaces dela... eu diria para você não subestimá-la. Se bem que isso é somente do interesse meu, e não seu. – modo educado de falar: você não tem nada haver com isso.

Ciente que estávamos tendo platéia, e tentando não parecer mais tola, Tanya saiu do escritório. Sem dizer mais nenhuma palavra, mas irradiando pensamentos violentos.

Que situação lastimável, para não dizer ridícula.

Irmãozinho, que coisa mais linda viu? Nunca vi demonstração de amor mais romântica. Defendeu sua mulher com unhas e dentes pra carente desamparada. Só fica atento porque mulheres carentes possuem unhas longas e afiadas e fileiras de dentes que nem tubarão.

Eu não sabia se ria ou se chorava do comentário infeliz do Emmett. Eu também não sabia se ele estava falando sério ou curtindo com a minha cara.

Argh, quando ela vai embora e nos deixar em paz? Não aguento mais ver a cara dela de “sou ignorada”.

Rose pensou assim que Tanya passou por eles na sala, dando a desculpa de que estava indo para a estufa dar uma olhada nas orquídeas da Esme.

Triângulos amorosos... que coisa mais chata. Só serve para ficar me dando dor de cabeça com os sentimentos turbulentos que os rejeitados sempre ficam.

Jasper pensou entediado enquanto desafiava Emmett para uma luta.

Jovens... quando vão aprender?

Eu não entendi muito bem o comentário de Carlisle, afinal, Tanya não é mais velha do que ele?

Hmm... onde está a Bella? Acho que com Nessie e Charlie já que não consigo ver o seu futuro. Espero que ela não tenha estragado o vestido só para variar.

Alice, claro, foi a autora desse pensamento. Mas ela bem que estava certa, onde está Bella? Bem, não era parado no escritório que eu iria descobrir.

Assim que eu desci as escadas, Bella, Nessie, e Jake com Charlie no colo entraram em casa. Que mulher maluca! Jacob pensou assim que eles entraram. Ele estava falando de Tanya. Me pergunto o que ela fez para ele pensar isso.

Bella p.d.v

– Jake, eu quero ficar com ele!

– E daí? O filho é meu. Você anda muito pocessiva Bella.

– Você passa o dia inteiro com ele! O que custa eu ficar com ele um pouco? Né Charlie? Você quer ficar com a vovó não quer? – eu disse fazendo carinho no rosto rechonchudo de Charlie que estava no meu colo sorrindo para mim.

– Não faz isso! Vai traumatizar a criança! – Jake disse tomando-o de meus braços. E eu fiz um bico com isso.

– Vocês parecem duas crianças. – Nessie disse rindo.

– Ou dois ex-amantes. Alguns compartilham desse tipo de intimidade. – Tanya disse passando por nós.

– Oi, pra você também Tanya. – Nessie disse ríspida.

Eu fiquei em choque por alguns segundos. Como ela ousa tocar nesse assunto? Nem eu lembrava disso. E nem chegamos a ser amantes, graças a Deus. Eu precisava falar algo, e rápido, antes que Nessie perceba o constrangimento que está se passando entre mim e Jake.

– Você bebeu? – tá, de tudo o que eu podia falar, isso é que sai? Parabéns Bella.

– Não, acho que foi a oxigenada que afetou o cérebro dela. Sabe como é, séculos usando isso, deve ter derretido tudo já. – Jake disse tentando soar indiferente a ela.

– Isso explicaria muita coisa. – eu disse fazendo cara de quem acaba de descobrir algo lógico.

Nessie segurou uma risada e eu me senti aliviada por isso.

– Falem o que quiser, mas no fundo vocês sabem que é verdade. Nessie querida, se eu fosse você ficava de olho. Eu não a chamaria de mãe tão cedo, afinal, ela pode muito bem trair a sua confiança. E mães de verdade não fazem isso. – Tanya terminou de falar e passou uma de suas mãos no cabelo de Renesmee que logo retirou a mão.

Ela deu um sorriso cínico e se retirou indo na direção da estufa de Esme.

– Rosalie transformada na TPM e ela na menopausa.

– O que? – eu disse sem entender o que Jake quis dizer.

– Nada, estou só analisando os fatos.

– Ah sei. – melhor fingir que entendi, né?

– O melhor de tudo é que ela fala como se eu não soubesse de nada. – Renesmee disse revirando os olhos.

– Como é??? – eu e Jake falamos juntos. 

– Qual é gente? Vocês pensavam que eu sabia de nada? – eu e Jake nos entreolhamos, e depois encaramos Nessie enquanto acentíamos. – Fiquem tranquilos, eu não me encomodo com isso. Confesso que no inicio eu fiquei irada, mas depois eu entendi o que tinha acontecido e agora está tudo bem.

Jake e eu olhávamos Nessie sem expressão

– Como?

– No diário da tia Rose, é claro.

– Rosalie tem um diário? – eu perguntei achando o fato extremamente curioso.

– Tem vários, assim como o papai, o vovô e Jasper. Quando eu tinha uns oito anos de idade, eu adorava mecher nas coisas dos outros...

– Eu lembro bem disso. E não é muito diferente hoje em dia. – Jake disse a repreendendo.

– O que? Foi sem querer! – Nessie se justificou.

– O que eu estou perdendo? – odeio ficar no vácuo.

– Nessie descobriu os presentes que eu iria dar para ela e para o Charlie.

– Foi sem querer! – ela disse novamente.

– Claro, claro. – ele disse revirando os olhos.

– Oh, e o que é?

– Camafeus. Parecidos com o que você deu para Nessie, mas são pulseiras. Depois eu te mostro. – Jake disse pondo um ponto final no assunto. – Você dizia?

– Ah, sim... foi numa dessas minhas aventuras nas coisas alheias que eu descobri os diários da tia Rose. Eu folheei por alto uma por uma à procura daqueles que falavam sobre você. Haviam quatro. Pensei que a tia Rose não iria sentir falta deles, então os levei para o meu quarto e comecei a lê-los. – ela suspirou antes de continuar. – Lá continha tudo, desde quando você e o papai se conheceram, quando o papai te deixou, e quando ele voltou e descobriu que o Jake estava apaixonado por você e talvez você por ele. – ela disse olhando para mim e eu pude ver um pouco de mágoa neles, mas ela logo disfarçou. Meu coração não deixou de doer por causa disso. – Eu fiquei furiosa, quis queimar os diários, e os sentimentos da tia Rose ali só me incentivavam a fazer isso. Sabe, eu tinha uma paixão pelo Jake na época que eu considerava platônica. Só com 16 anos eu descobri que não tinha nada de platônico. – ela sorriu para Jake e ele segurou a sua mão. – Mas tio Jasper sentiu a  minha fúria e foi até o meu quarto, consequentemente meu pai viu o que se passava na cabeça dele e foi junto. Tivemos uma discussão feia, todo mundo escutou os gritos e acabaram se envolvendo.

– Como que eu não me lembro disso? – Jake perguntou confuso.

– Você estava ajudando Seth a montar o berço da Lexi.

– Ah. – eu olhei para ele com olhos arregalados e ele revirou os seus olhos.

– Longa história, depois eu te conto. – eu apenas acenti. Eu nunca havia me perguntado antes, mas o que havia acontecido com os lobos? Será que todos encontraram o seu imprinting e tiveram uma vida longa e feliz ao lado deles?

– Bem, continuando, demorou muito para eles me convencerem a pelo menos escutar o que eles tinham a dizer. Eu tinha uma mania irritante de colocar as mãos no ouvido e começar a gritar mentalmente quando eu não queria ouvir algo. Papai quase enlouquecia quando eu fazia isso, mas ele acabou dando uma bronca que me deu tanto medo e susto que na hora eu parei e escutei o que ele tinha para dizer. Papai me esplicou a teoria de Carlisle que todos concordavam. Jake só gostou de você enquanto eu era apenas uma parte sua, uma parte genética, por isso quando você ficou grávida de mim vocês não conseguiam ficar longe um do outro, e, depois que eu nasci, Jacob já não sentia vontade de ficar ao seu lado. Eu podia ter apenas oito anos, mas eu compreendi. O que me intrigava era que eu também sou uma parte genética do papai, então porque ele e Jake nunca consiguiram ao menos ser amigos? Eu fiquei alguns dias com isso na cabeça até que meu pai explicou. Lobos e vampiros são inimigos naturais, nunca que um lobo teria um imprinting com um vampiro. Jake só teve um imprinting por causa da minha parte humana, se não fosse por isso nunca teria dado certo. Eu acabei compreendendo tudo e logo não me importei mais e nem toquei no assunto.

Quando Renesmee terminou de falar Jake parou de andar e ficou olhando incrédulo para ela.

– O que foi? – ela perguntou sem entender.

– A última parte que você disse... foi tão gay! Eu nunca que teria um imprinting com seu pai ou teria atração por ele! – Jake falou abismado e enojado.

– Ewwwwwwwww. – eu e Nessie esclamamos juntas.

– Não foi isso o que eu quis dizer! – ela se defendeu.

– E quer dizer então que se não fosse o imprinting eu nunca estaria com você? Isso é bobagem! Imprinting serve apenas para indicar que você achou sua alma gêmea e só. Então a parte genética do seu pai não tem nada haver. – Jake disse fazendo uma careta. – A explicação mais óbvia e simples é que a única parte genética que me interessava era a da sua mãe. A do seu pai eu nunca nem quis saber porque, obviamente, ele não é o meu tipo.

Eu e Nessie ficamos olhando para ele sérias por um tempo, até que começamos a rir.

– O que foi?

– Só... cala a boca Jake! – eu disse ainda rindo.

Charlie derepente soltou um gritinho e, quando olhamos para ele, ele estava projetando uma mamadeira.

– Ele está com fome de novo! – esclamamos todos juntos.

– Como você anda comendo, hein garotão. – Jake disse bagunçando os cabelos finos de Charlie.

Ele estava certo, o apetite de Charlie estava aumentando. Não havia nem meia hora que ele havia tomado uma mamadeira.

– Vamos levá-lo para dentro e preparar outra mamadeira. – eu disse.

Enquanto caminhávamos, o silêncio nos cercou. Cada um estava mergulhado em seus pensamentos. O que Tanya quer? Infernizar a minha vida? Mal chegou e já que botar moral? Quem deveria fazer isso não era eu? O meu lado Belle dizia que eu devia agir e fazer alguma coisa para ela ir embora o mais rápido possível.

Chegamos em casa e Jake e Nessie logo foram para a cozinha. Logo que eu olhei em volta encontrei Edward no final da escada. Ele sorria para mim mas os seus olhos não. Havia frustração neles. O que eu perdi? Me aproximei dele e toquei o seu rosto.

– Tudo bem com você? – ele deu o sorriso torto que eu tanto amava.

– Claro, por quê não estaria?

– Se eu soubesse não teria perguntado. – eu respondi revirando os olhos e ele riu.

– Tenho um presente para você. – ele disse e logo depois me deu um selinho. Eu soltei um grunhido. – Pensei que você gostasse de presentes agora. – ele me olhou confuso.

– Hey, esqueceu que eu recuperei o meu lado Bella? – ele revirou os olhos.

– Ah, é verdade.

– Tá achando ruim é? – eu disse colocando as mãos na cintura e fazendo cara de brava.

– Não. – ele disse passando as mãos em meus cabelos e sorrindo. – Eu até senti falta dessa sua teimosia exagerada. – foi a minha vez de sorrir. – Mesmo assim, eu insisto. Tenha certeza que você não vai reclamar deste. – ele me olhou malicioso e minha curiosidade foi às alturas.

– Ok, me mostra logo. – eu tentei soar indiferente, mas pelo sorriso dele eu não consegui.

Subimos as escadas e fomos para o nosso quarto.

– Eu vou pegá-lo. Enquanto isso, você vai ficar de costas para a porta, de olhos fechados e vai me prometer que não irá atrás de mim ou espiar. – ele me olhou sério e eu vi que isso devia ser algo importante.

– Pra que isso? É só pegar e me dar.

– Não, eu quero que seja uma surpresa para você. – vendo a determinação em seus olhos, eu percebi que não iria convencê-lo do contrário.

– Tudo bem. – eu disse vencida.

– Ótimo. Feche os olhos. – eu fiz o que ele mandou e ele logo me virou me posicionando da maneira que ele queria. – Vou buscá-lo. Nem ouse vir atrás de mim.

– Mas aonde você o guardou afinal? Num baú dentro de uma caverna? – eu disse rindo.

– Não, em um lugar mais seguro.

– Aonde, em um cofre?

– Não, o closet da Alice. Aquilo é mais bem guardado, vigiado e cuidado do que o banco. – eu tive que rir.

– HAHA, muito engraçado Edward. – Alice disse em algum lugar no andar de baixo.

– Já volto. – ele depositou um beijo no topo da minha cabeça e logo depois eu pude ouvir os seus passos se distanciarem.

Em dois segundos ele já estava de volta.

– Pronto? – eu perguntei.

– Pronto, pode virar.

Eu me virei rápido mas abri os olhos devagar. Por algum motivo que eu desconheço eu estava com medo de ser alguma coisa muito cara e exagerada. Não era nada do que eu esperava. Em suas mãos, Edward segurava um violino. Sua madeira estava um pouco enegrecida e envelhecida pelo tempo, e o cheiro de madeira antiga podia ser sentido a Km por mim. Era mais do que óbvio que era antigo, mas estava perfeitamente bem cuidado e o verniz o deixava em um tom brilhante formidável. Reparei que ele era mais fino e alongado do que os outros, como um.... não! Não! Não! Não acredito! Ele não fez isso! Como...? Não! Ai meu deus! Eu coloquei as minhas mãos na frente da minha boca tentando reprimir um grito que acabou saindo. Abafado, mas saiu. Eu tinha a impressão de que a qualquer momento eu iria começar a tremer e desmaiar. Não acredito! Ele não fez isso!

– Você não fez...

– Fiz.

– Edward...

– Isso não é nada.

– Como...

– Meses de procura. Achei na Alemanha com um maestro aposentado. Meu advogado teve dificuldades de convencê-lo a vender.

– Imagino. – eu disse meio ofegante.

– Você não vai querer pegá-lo?

– Eu sinto que se eu o pegasse ele iria se esfarelar todo em minha mão.

– Não seja boba. – Edward disse se aproximando e me estendendo o violino.

Com toda a delicadeza do mundo, eu o peguei e comecei a admirá-lo. A madeira era macia, fina e super delicada. O espelho (n/a: é a parte que ta o cabo do violino) também era mais fino do que os violinos normais. Eu não podia acreditar. Eu não podia acreditar que eu estava segurando um verdadeiro Stradivarius! Um Stradivarius que era meu! Eu olhei no seu interior e pude ver a etiqueta que dizia: Antonio Stradivari, 1707. É, era verdadeiro, e era meu! Meu!

(n/a: Stradivarius é uma das mais famosas marcas de instrumentos de corda do mundo. Seu construtor, o luthier espanhol Antonio Stradivari, produziu vários violinos e violoncelos. Segundo constatações, mais de mil violinos foram criados, mas existem ainda apenas 650. O preço desse meu sonho de consumo? Ai depende, tem de 2.4 milhões de euros, 1.273.000 dólares, e por ai vai. Só há um instrumento mais caro que o Stradivarius que, por acaso, também é um violino: Guarnieri del Gesu, vale só 3.9 milhões de euros.)

– Muito obrigada, muito obrigada mesmo. Esse é o melhor presente que você podia ter me dado. Se tratando de coisas materiais, é claro. – eu disse, tentando deixar claro que um violino não era mais importante que nosso amor e nossa filha.

– Fico feliz por isso. – Edward disse esbanjando um grande sorriso. – Só fico chateado por você não ter ficado tão feliz assim quando eu te pedi em casamento. – ele fez uma careta.

Eu coloquei o violino em cima da cama, com um cuidado exagerado, afinal se tratava de um violino de 383 anos, e fui em direção à Edward. Fiquei bem próxima a ele e toquei o seu rosto.

– Eu não fiquei tão feliz aquele dia porque eu não via sentido em tudo aquilo. Eu já tinha tudo o que podia querer e mais um pouco, porque eu precisava provar isso para os outros?

– Eu não fiz isso para os outros. Eu fiz isso para nós.

– A impressão que eu tinha era que você queria mostrar para o Jake que eu era oficialmente sua. Eu sempre fui sua, por que tinhamos que oficializar isso?

– Porque, da época que eu venho, era como as pessoas demonstravam seu amor. Eu queria demonstrar isso a você, queria te demonstrar que eu seria seu, apenas seu, por toda a sua vida. – eu fechei os meus olhos e uni as nossas testas. – Você ficaria satisfeita se eu te pedisse em casamento agora? – eu me afastei e o olhei incrédula.

– Edward...

– Eu provaria para você que eu não estou tentando provar nada para ninguém, afinal, não há motivos, e eu finalmente poderia voltar a chamá-la de senhora Cullen. – eu acabei rindo da ultima parte.

– Mas nós ja casamos. – ele revirou os olhos.

– Não nessa vida. Vamos lá Bells, você já passou por isso e sabe que casamentos não são tão traumáticos. Você poderia passar perfeitamente por mais um.

– É, devo admitir que nosso casamento foi uma das minhas melhores lembranças. – eu disse sorrindo e ele retribuiu com outro maior ainda. – Mas minha mãe...

– Não precisamos contar para ela. Pelo menos não agora. – eu acenti e ele me olhou esperançoso.

– Tudo bem. – eu disse sem acreditar nas minhas palavras. Essa sou eu mesma? Eu concordei sem nem argumentar? Que estranho, eu não sou disso.

Mas derepente eu percebi que eu queria isso. Eu também queria tê-lo ao meu lado como marido, oficialmente meu.

O sorriso no rosto de Edward era enorme. Os seus olhos brilhavam de felicidade e eu me peguei fazendo o mesmo. Ele fechou o espaço entre nós e selou nossos lábios em um beijo casto mas cheio de vontade.

– Espera, eu tenho que fazer isso certo. – ele disse logo após me soltar.

Ele foi até o closet e abriu uma das gavetas de um grande armário de madeira. De lá ele tirou uma caixinha preta, que eu reconheci na hora. Ele foi em minha direção e se ajoelhou. Por algum motivo, eu fiquei nervosa, e não pude deixar de notar que ele também.

– Isabella Gray... – eu ri com a combinação que ele fez dos meus dois nomes. – eu prometo te amar a todo momento para sempre, você me daria a extraordinária honra de se casar comigo? – os seus olhos emanavam amor e eram intensos, eu não podia dizer outra coisa, a não ser:

– Sim. – eu disse e logo depois sorri. Edward colocou o anel em mim e logo depois se levantou para me beijar.

– UHUUUUL! – advinha quem? Emmett, claro.

– Ai meu deus que lindo! – essa já era Esme.

Todos estavam na porta com um grande sorriso no rosto. Estavam escutando tudo, como já era de se esperar.

– Não acredito! Teremos um casório! Como eu não vi isso chegando? Tudo bem, eu vi, mas era para o pedido ser daqui ha dois meses. Oh, vamos ter uma festa! E vai haver muitas fitas...ah! E o bolo vai ser maravilhoso... claro, se você concordar em deixar eu preparar tudo né Bells. – Alice disse sem graça de repente e todos rimos dela.

– Umpf. – Tanya bufou e logo saiu dali. Não demorou muito e a porta do quarto de hóspedes foi fechada com violência. Eu a ignorei, claro.

– Até parece que você não viu que você vai cuidar de tudo. – eu revirei os olhos e Alice deu um gritinho e bateu palmas.

– Isso inclui lista de convidados, buffett, banda...

– Tudo o que você quiser, com uma condição.

– Eu sei! Nada de exageros e tem que ser daqui a dois anos em maio.

– Maio? – Edward perguntou para mim.

– Eu gosto da primavera. Além do mais, o nosso primeiro casamento e o da Nessie foram em agosto. Não dá pra ficar repetindo sempre. – ele riu e acentiu com a cabeça.

– Por quê daqui a dois anos? Não é muito tempo não?  – Jake perguntou indignado.

– Jake, é o mínimo de tempo que tem que ser para minha mãe aceitar com mais facilidade. Além do mais, eu não quero casar no ensino médio. – Jake revirou os olhos e pude ver que Edward também.

Até parece que eu ia ficar casada fazendo o segundo ano ainda. Isso é totalmente estranho e anormal.

– Alice e Jasper estão casados e fazem o ensino médio. – Edward resolveu insistir no assunto.

– Alice, quantos anos você tem mesmo? – eu perguntei e ela deu um sorrisinho amarelo.

– Não sei ao certo, afinal não lembro da minha fase humana. Mas acho que 185.

– Huuum, e eu tenho quanto mesmo? Ah, espera, eu tenho 17. – eu disse olhando para Edward.

– O quê? Idade é um problema agora? – ele perguntou me olhando confuso.

– Acredite em mim, sempre foi um problema. – Jake falou bufando.

– Eu só quero me sentir madura o suficiente para casar. Se não eu vou ficar me sentindo aquelas menininhas de 15 anos que casam com o primeiro namorado porque está grávida.

– Sempre a história da gravidez... – Edward disse revirando os olhos. – Bem, eu acho que posso esperar. – todos que estavam no quarto deram leves risadas.

– Estou tão feliz por vocês. – Esme disse e se aproximou para nos abraçar e nos desejar felicitações.

Logo em seguida todo mundo fez o mesmo. Meu sorriso não cabia em meu rosto. Eu iria me casar novamente, com o amor da minha vida. Eu até que estava progredindo, não protestei em nada, apenas pedi para que fosse depois que eu terminasse o colégio.

Aos poucos eles foram se retirando do quarto, ficando por fim apenas Edward e eu. Eu fiquei olhando para o anel cravejado de diamantes em meu dedo. Eu senti falta dele ali.

– Não precisa usar ele agora se não quiser. – Edward disse e eu vi um pouco de decepção em seus olhos.

– Eu quero. Eu senti falta dele, por incrível que pareça. – eu brinquei e Edward revirou os olhos mas um sorriso se formou em seus lábios.

– Mas e quanto a sua mãe?

– Acho que ela consegue lidar com o fato do noivado. O complicado seria se a gente se casasse. Minha mãe iria surtar com a rapidez que as coisas fluíram. – Edward se aproximou de mim e colocou os seus braços em volta de mim.

– Sabe, eu gostaria muito de te ouvir tocar. Eu nunca vi você tocar.

– Agora? – eu perguntei meio descrente, já que eu tinha outras coisas em mente.

– Sim, por quê? Você não quer?

– Quero, é só que eu achei que nós deveriamos comemorar o nosso noivado. – Edward se afastou um pouco e me olhou dos pés à cabeça.

Seus olhos ficaram negros de desejo e eu senti que meu corpo estava prestes a ter um violento arrepio.

– Acho que você não precisa mais desse vestido.

– É, acho que não.

– E-eu, já volto.

Edward pegou o violino, que estava em cima da cama, e saiu do quarto com ele. Imaginei que ele iria guardá-lo em um lugar apropriado, já que um violino com essa idade precisa de um lugar com climatização apropriada. Não duvido nada que ele tinha providenciado isso tudo.

(n/a: geralmente são guardados em armários  e é tipo assim: tá quente de mais? Ele esfria. Ta frio de mais? Ele esquenta. Muito seco? Bombinhas vaporizão água para fornecer a umidade necessária. Tudo automático. Sentiu o drama?)

Enquanto isso, eu aproveitei para fazer uma “surprezinha” ao Edward, e também garantir que o vestido da Alice ficasse intacto. Fui até o closet e troquei de roupa. Enquanto eu me trocava, lembrei que Tanya estava no quarto ao lado. Não consegui deixar de dar um sorriso maligno. Duvido que ela fique mais duas horas depois disso. Quando eu escutei a porta do quarto sendo fechada, eu já estava pronta e sai do closet.

– B-bella? – Edward exclamou e começou a respirar ofegante. Será que eu exagerei?

Eu estava com uma lingerie branca, com direito à meias, cinta-liga e bastante renda. Presente da Alice, claro, eu não teria competência para comprar isso.

– Hum... surpresa! – eu disse sem graça e me sentindo uma completa idiota.

Edward se aproximou de mim e me beijou. Foi o nosso beijo mais urgente, longo e... eu diria até faminto.

– Pra quê colocar tudo isso, se eu vou arrancar? – Edward perguntou fazendo graça e me deixando mais envergonhada.

– Ok, da próxima eu não uso então.

– Bella boba. – ele disse beijando a ponta do meu nariz e nos jogando em cima da cama, o que fez com que ela soltasse um rangido alto. – Você está linda. – ele murmurou e logo eu não estava prestando atenção em mais nada.

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– Posso te perguntar um coisa?

– Claro. – ele disse beijando a minha bochecha e passando a mão em meu cabelo logo em seguida.

– O que você quis dizer com: “você está diferente”?

– Está se referindo de hoje mais cedo. – eu apenas acenti. – Você parece mais ousada, maliciosa, como se tivesse perdido a inocência.

– Hum, de certa forma eu perdi. – ele revirou os olhos e riu.

– Não foi isso o que eu quis dizer.

– Eu sei, só estava te provocando. – eu disse cutucando o seu tórax nu.

Eu sabia exatamente porque eu estava diferente. A gente tende a mudar um pouco o comportamento quando se sente ameaçado por algo, e eu estava me sentindo um pouco ameaçada com a chegada de Tanya. Bobagem, eu sabia, mas eu não deixava de ficar em alerta. Eu sentia o quanto ela queria o Edward para ela.

– Agora é minha vez de perguntar. – ele falou e eu o olhei desconfiada. – Quando você, Jake e Nessie chegaram em casa hoje, Jake estava pensando em Tanya e no quanto ela é maluca. Ela fez alguma coisa?

– Ah, bem, não querendo ser fofoqueira... – eu disse brincando, mas querendo delatá-la. – mas ela fez sim. – Edward se sentou na cama e me olhou sério.

– O que ela fez?

– Calma, não foi nada de mais.

– Me conte Bella.

– Está bem.

Contei a ele toda a história e a única coisa que ele fazia era me olhar sério. A ruga entre suas sombrancelhas aumentava a cada frase. Eu não estava gostando nada disso.

– E foi isso.

– Droga. Ela está determinada a ir mais longe do que eu pensava.

– O que você quer dizer?

– Preciso falar com ela. – ele disse se levantando e começando a se vestir.

– O quê? Agora? – eu disse me sentando em um pulo e olhando-o sem acreditar. Não acredito que ele vai atrás dela!

– Eu tenho que falar com ela, Bella. Há algo errado com ela e eu preciso descobrir o que é antes que ela faça alguma besteira.

–O quarto dela é ao lado do nosso, você acha mesmo que ela vai querer falar com você depois de ter ouvido tudo? Até a nossa comemoração e essa conversa? – eu disse tentando desesperadamente convencê-lo a desistir.

– Ela não está no quarto. Está na floresta. Assim que começamos a nossa, como você disse, “comemoração”, ela saiu pela janela. Não antes de quebrar o quarto inteiro.

– Nossa, você estava prestando bastante atenção nela, não é mesmo? – eu disse não conseguindo deixar de soar ciumenta e magoada.

– Não é bem assim. Não haviamos nem começado direito, por isso eu consegui escutar os pensamentos super “educados” dela sendo gritados em sua mente. Depois disso, eu não ouvi mais nada. – ele disse sorrindo torto para mim e me dando um selinho.

– Sei.

– Ciumenta. – ele acariciou o meu queixo e eu fiz um bico. – Escuta, eu só vou falar com ela, não vai acontecer nada. Eu não vou deixar acontecer nada, você sabe disso. Eu preciso saber o que está havendo e evitar que ela faça alguma bobagem. Eu volto logo, prometo. – eu acenti e sorri e ele me deu outro selinho. Logo em seguida Edward foi em direção à janela e saltou.

Meu sorriso sumiu assim que ele saltou. Eu me levantei, me vesti e logo em seguida fui até a janela e saltei. De jeito nenhum eu ia deixar aqueles dois sozinhos no meio do mato.

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Eclipse por Edward: Equinox: http://www.fanfiction.com.br/historia/127942/Equinox


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Notas finais do capítulo

Ok, seguinte, penultimo cap é o proximo, mas eu não vou postar enquanto eu não obtiver os meus reviews. Sério mesmo galera, de 18 reviews caiu pra 7, tipo, COMO ASSIM? Isso porque tem 38, repito, 38 que acompanham a fic. Ou seja, tem 20 ai que não consegue nem digita um: gostei. Juro que não cai os dedos se fizerem isso, se cair eu pago o hospital ;) Sem falar daqueles que nao colocam nos favoritos mas acompanham mesmo assim. Vamo colaborar né galerinha, né nem àtoa que tem um monte de autora desistindo das fic. Vai me falar agora que vcs comentavam só por causa do NyahCash? Se for, suicida, pq aquele cash servia pra nada. Era muito raro ter uma moldura que preste disponivel e mesmo quando vc comprava uma sobrava um monte ainda de cash que servia pra NADA. Então, faz favor e colabora. É muita cláudia pra pouca cadeira viu?
Vamo lá galerinha, estamos na reta final, não vamos estragar tudo agora --'.