Second Chance escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 10
Aceitação


Notas iniciais do capítulo

AÊÊÊ, estou de volta finalmente. Espero que gostem do cap beijões



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Belle p.d.v

 

Eu não entendi muito bem o por quê deu ainda estar aqui. Minha mãe deve estar surtando provavelmente. Se bem que não foi de tudo uma má idéia. Eu posso aproveitar para perguntar ao Edward como diabos ele conseguiu desmembrar o Will com as próprias mãos. O mais estranho nem era isso. Ok, isso era muuuuito estranho, mas eu estava mais incabulada com o fato deu não estar dando a mínima para o que ele fez e de todo mundo estar agindo como se nada tivesse acontecido.

 

Eu estava começando a fica entediada, então eu resolvi folgar um pouco e ligar a TV. Alice apareceu na minha frente antes que eu pudesse apertar o botão de Liga/Desliga da TV.

 

 

– Você precisa se maquiar Belle.

– Pra que Alice? Eu não vou sair ou...

– Você não quer que a sua mãe veja esses rochos, quer?

– Vocês não disseram que eu cai da escada? Ela vai compreender...

– Não vai não. Ela vai é surtar quando ver o seu rosto tão...desse jeito.

– Pode falar. Meu rosto está mesmo quase que desfigurado.

– Não, eu ia falar inchado. Mas achei melhor não por que você poderia ficar mais encomodada. O seu rosto não está desfigurado, só está com dois roxos, inchado e com um corte nos lábios. Nada de mais.

– Ah, é. Nada de mais, claro.

– Acredite, eu já vi coisas piores. Vem, vamos lá para o meu quarto. Rose, você vem?

– Claro. – Rosalie e Alice me “escoltaram” até o quarto gigante da Alice. Essa escolta era meio que necessária. Meu tornozelo não estava muito bom. Entrei no seu quarto e levei um baita susto. O guarto não era o que assustava. O que chamava mesmo a atenção era o Closet que tinha o dobro do tamanho. Minha casa cabia lá dentro. Ok, não é pra tanto, mas que é grande é.

 

Eu resolvi deixar os comentários de lado e me sentei na cadeira que a Alice apontou. É impressão minha ou essa é uma daquelas cadeiras que se encontra em um salão de beleza? Havia um lugar aonde dava para descançar a cabeça, então eu me apoiei ali. Rosalie inclinou um pouco a cadeira de modo que eu ficasse meio que deitada e com o rosto voltado para cima, o que facilitava bastante o trabalho que elas iriam ter.

 

Eu acho que dormi durante todo o processo. Eu deveria estar realmente bem cansada.

 

– Acorda Bela Adormecida, já terminamos. – Alice susurrou suavemente em meu ouvido. A sua voz de sino fez com que eu tivesse mais vontade ainda de dormir. Com muito custo eu abri os olhos.

 

Alice me puxou pelo pulso e eu dei uma leve tremida com o toque frio de sua mão. Essa garota precisa seriamente consultar um médico. Ela tem um em casa, o que que custa ela pedir pra ele dar um jeito nessa pressão baixa dela? Ela me colocou de frente a um espelho e eu fiquei muito surpresa com o que vi lá. Os roxos haviam sumido, a vermelhidão do meu lábio cortado também e o inchasso estava quase que imperceptível. A única coisa que ela não conseguiu dar um jeito foi o corte, mas isso já era meio que óbvio. Eu tive vontade de chorar de felicidade quando vi o meu rosto normal de novo, mas eu me segurei.

 

No fundo eu pude ver o sorriso estampado no rosto da Alice e da Rosalie. Eu sorri para elas e corri para abraçá-las.

 

– Muito obrigada! Eu nem sei o que dizer... eu estou tão feliz... muito obrigada.... acho melhor eu parar por aqui se não eu vou começar a chorar e a maquiagem vai borrar tudo. – Ambas riram e concordaram com o que eu disse.

– Amanhã bem cedo eu vou estar na sua casa para te maquiar de novo. Esteja de pé às seis horas.

– Pode deixar Alice, eu vou estar.

– Eu também vou. – Alice olhou surpresa para Rose. Aparentemente essa era uma atitude que ela não esperava.

– Obrigada Rosalie.

 

Desci as escadas sem a ajuda de ninguém dessa vez. Alice protestou, mas eu a ignorei. Descer era fácil, subir é que era difícil. Além do mais eu estava segurando no corrimão. Me deparei com um homem loiro, pálido e bem alto no final da escada. Eu me simpatizei com ele.

 

– Olá Belle. Eu sou Dr. Carlisle Cullen, pai de todos esses adolescentes aqui. Exceto o Jacob. – Ele me deu um sorriso educado e eu retribui o sorriso. Caramba ele é bonito. Eu falo isso não de uma forma maliciosa, mas de uma forma... sei lá, acho que é apenas admiração mesmo.

– Prazer. – Eu estendi a minha mão para ele. Ele olhou para ela e parecia estar pensando em apertá-la ou não. Para o meu alívio, ele a apertou. A sua mão era gelada, como a da Alice. Que coincidência, parece que os dois possuem pressão baixa. Ele me olhou de forma carinhosa e sorriu.

– E como está se sentindo? Está melhor?

– Sim. Foi só um... um susto mesmo. – Eu disso isso tentando convencer mais a mim do que a ele. Acho que ele percebeu.

– Entendo. Vamos terminar de conversar no meu escritório? Eu quero dar uma olhada nesse seu tornozelo.

– Ah, claro. – Eu disse olhando para o meu tornozelo envolto em faixas. Eu tenho até medo de ver como está a situação embaixo disso. Deve estar bem inchado.

 

Subimos as escadas outra vez. O Dr. Carlisle me ajudou.

 

– Desculpe tê-la que fazer subir as escadas novamente. É que meu escritório fica aqui em cima.

– Não tem problema. – Eu lhe dei um sorriso educado e ele me conduziu até o seu escritório.

 

A primeira coisa que ele fez foi olhar o meu bendito tornozelo. Ele estava melhor do que eu esperava, nem estava inchado. O Dr. Cullen disse que eu apenas o torci então ficaria dolorido e difícil de caminhar por alguns dias. Nada de mais. Depois ele verificou os meus reflexos. Ele colocou uma lanterninha focada no meu olho e depois deu uma “martelada” com um projeto de martelo no meu joelho. Era engraçado ver a minha perna se mover sozinha. Eu comecei a rir e ele riu junto comigo. Ele achava divertido o fato de eu achar divertido isso. Meus reflexos estavam ótimos e meu lábio cicatrizava bem. Fora alguns roxos, um corte e o meu tornozelo alejado, eu estava perfeita.

 

– Bem, você está ótima. Não se preocupe com os roxos e os seus machucados, eles vão sarar logo. – Ele me deu outro de seus sorrisos educados e eu retribui. Meu pai poderia tanto ser que nem ele. Educado, legal e cuidadoso. Eu gostaria de ter um pai assim, deve ser legal.

– Posso ir então? – Ele me olhou meio que preocupado e depois se dirigiu até a sua mesa. Ele se sentou e indicou a cadeira à sua frente para que eu me senta-se. Fiquei meio sem entender o que ele queria, mas obedeci. Sentei e fiquei olhando para ele curiosamente enquanto ele parecia estar procurando pelas palavras para dizer.

– Belle, antes de mais nada eu quero que você saiba que tudo o que você me contar não vai sair daqui. – Lá vem merda. – Eu sou médico e eu não me preocupo apenas com as feridas físicas. As emocionais e psicológicas também são importantes e tem de ser diagnosticadas para se manter a saúde e o equilíbrio do paciente. O que eu quero dizer é que tem certas coisas que você tem que contar a alguém, se não mais cedo ou mais tarde você pode entrar em crise por causa disso, e eu acho que eu sou o mais indicado para você fazer isto visto que eu não vou contar para ninguém. Veja, eu sou quase que um padre, o meu sigilo proficional exige que eu guarde certas coisas... 

– Dr. Cullen...

– Carlisle.

– Carlisle... o que você quer dizer com tudo isso? – Eu já tinha uma idéia do que ele queria, mas se eu não perguntasse logo ele iria continuar com isso o dia inteiro.

–  Belle, você o conhecia?

–  Sim, ele... ele era meu ex- namorado. –  Sim, era por que eu sei que agora ele está morto. Eu tinha muitas perguntas sobre isso que precisavam de respostas, mas agora não era o momento.

–  E quando isso começou?

–  Promete que não vai contar para os meus pais? Meu pai é médico também e eu sei muito bem que quando certos atos acontecem vocês quebram o seu sigilo para que sejam tomadas providencias necessárias. Principalmente quando envolve com a justiça.

–  É verdade Belle, mas nesse caso isso não será feito. Eu lhe asseguro.

–  É por que o Will está morto não é? –  Ele me olhou meio surpreso e refletiu por um momento.

–  Você viu nos noticiários?

–  Não exatamente. –  Ele respirou fundo e crusou as mãos sobre a mesa. Provavelmente estava esperando eu surtar ou algo parecido. Era o que eu deveria fazer já que eu vi o filho dele esquartejando o meu ex-namorado de uma forma assustadora. Mas eu não bato bem da cabeça, então isso não iria acontecer. Estranhamente, eu não ligava a mínima para o que aconteceu com o Will ou para o que o filho dele fez. Vendo que eu não iria surtar, ele continuou.

– Sim, é exatamente por isso. Qualquer punição que poderia ser aplicada a ele não é mais possivel. – Dessa vez foi a minha vez de respirar fundo. Eu abaixei o meu olhar e fiquei fitando a minha mão que se mexia nervosamente. Eu nunca tinha contado isso para ninguém que fosse relevante e ele tinha razão, eu precisava falar isso para alguém que realmente fosse me escutar. Eu só me sentia muito envergonhada em ter que contar isso. – Não precisa ficar nervosa. Pode confiar em mim. – Eu respirei fundo mais uma vez e levantei o meu olhar para fitá-lo.

– Tudo bem. Você tem razão, eu preciso contar isso para alguém. Pelo menos pra alguém que realmente vá me escutar. Eu vou te contar tudo, desde o começo.

– Estou a todo ouvidos. – Eu contei tudo para ele. Do inicio do namoro, da insistência do Will em me levar para a cama, do dia do primeiro estupro e dos seguintes e falei sobre o dia do Baile. Eu tive que segurar o choro algumas vezes.

 

Em um dos momentos do relato, eu ouvi algo se quebrando no andar de baixo. Na verdade, o barulho foi até meio que assustador. Carlisle me assegurou que não era nada, provavelmente os garotos jogando videogame, mas eu duvidava muito.

 

– E por que você não contou aos seus pais?

– Meu pai trabalha para um dos hospitais mais renomados da cidade. Foi difícil para ele conseguir uma vaga lá. O pai do Will é o seu chefe. A minha mãe trabalha para uma empresa de publicidade. Era o sonho da vida dele trabalhar nela. Ela é a secretária de uma das empresárias sócias agora. Antes ela era a ajudante da mãe do Will na empresa. Will disse que se eu contasse para eles, meus pais seriam demitidos. Eu sei que isso era bem capaz de acontecer por que nenhum dos pais dele tem bom caráter. Meus pais batalharam bastante para conseguir esses empregos e eu não queria ser a responsável por tirár-lhes isso.

– Entendo. Uma atitude muito nobre a sua. E amigos? Não pensou em contar para nenhum?

– Eu nunca tive amigos... exatamente. Eu contei para alguns colegas e todos falaram a mesma coisa: você está é com frescura! Todos tinham medo dos pais do Will. Entenda, eles são bastante influentes. Isso é o suficiente para se safar de quase todas as punições. – Carlisle pareceu estar mergulhado em seus pensamentos. Ele refletia sobre tudo o que eu disse aparentemente.

– Belle, você é a pessoa mais altruísta que eu conheço! –  Jura? Pra mim eu era a pessoa mais egoísta da Terra. – Outra pessoa na sua situação não estaria pensando no próximo, mesmo que fosse um ente querido, apenas em si mesmo. Eu não sei como você conseguiu suportar isso sozinha por todo esse tempo. Belle, a boa notícia é que agora você não precisa mais guardar este segredo dos seus pais já que o Will não está mais entre nós. – Graças ao seu filho, diga-se de passagem. – Você já pode diminuir esse peso que você carrega compartilhando com eles...

– Carlisle, desculpa, mas eu não quero dar esse desgosto aos meus pais. Seria muita decepção. Isso pode ficar só entre a gente mesmo?

– Claro, como você quiser. Você pode conversar comigo quando você quiser. Venha me procurar se precisar de alguma coisa.

– Claro, eu venho sim. – Eu sorri para ele. Era um sorrios sincero e de agradecimento. Eu estava tão feliz por compartilhar isso com alguém decente. Eu me sentia mais leve. O que tinha acontecido comigo nunca iria se apagar, é lógico, mas pelo menos agora a dor do que eu passei estava mais branda e mais fácil de se ignorar agora. Eu devia muito a ele por isso.

 

Ele sorriu de volta para mim e me acompanhou até a porta. Mas antes ele me recomendou um exame de sangue para ver se eu não havia contraído nenhuma DST. Médicos! Eu peguei o pedido de exame mas eu não sabia exatamente quando que eu iria fazê-lo. Era importante, eu sabia, mas eu me conheço o suficiente para saber que assim que eu atravessa-se aquela porta eu iria me esquecer desse exame. Era sempre assim. O agradeci mais um vez e desci as escadas.

 

Todos estavam na sala com um semblante esquisito. Reparei que a TV não estava mais no lugar de antes. Olhei para Edward  e ele estava com uma feição furiosa misturada com aflição. Jasper e Emmet, que aparentava estar emburrado, pareciam estar segurando-o no lugar. Embora apenas aparenta-se que eles estavam tocando nos braços de Edward. Esme, Alice, Renesmee e Jacob pareciam estar desanimados, enquanto Rosalie estava com um olhar cheio de tristeza e compaixão. O que diabos estava acontecendo aqui?

 

– Hey galera, o que aconteceu aqui? Cadê a TV?

– Emmet e Edward tentaram mudar a TV de lugar para melhorar a posição na hora de ver o jogo de futebol. Edward descuidou e deixou a TV cair. Emmet ficou irritado e os dois começaram a brigar. – Alice disse isso parecendo que ia chorar. Credo, a TV era tão importante assim? Até que isso explica a feição de todo mundo, menos a da Rosalie. Eu olhei para ela meio desconfiada e irritada por ela estar me lançando aquele olhar. Mas eu logo esqueci o assunto, uma onda de calma me atingiu e eu passei a ignorá-la.

– Essa Tv tem que ser bem importante pra vocês ficarem desse jeito. Credo! Alice, você me leva pra casa?

– Claro Belle, eu vou só pegar as chaves do carro.

 

Alice saiu e voltou segurando a chaves. Ela me conduziu até a porta e depois até o seu carro. Ela ficou em silêncio durante todo o caminho, algo raro para ela, isso me preocupou. Quando chegamos na minha casa, antes de descer, eu me virei para falar com ela.

 

– Alice, tá tudo bem? Você está... estranha.

– Estou sim. É só por que agora não vai dar mais para ver a novela enquanto não comprar outra TV.

– Fala sério! Isso tudo por  causa de uma TV? Pelo amor de Deus né Alice? Eu me recuso a acreditar que você está assim por causa de uma TV!

– Desculpa Belle, mas é isso mesmo. – Eu olhei para ela e vi que o seu olhar era de uma tristeza profunda. Só podia ser mentira, ninguém fica triste desse jeito por causa de uma TV, ainda mais alguém rico que nem eles. Me pergunto de onde vem todo esse dinheiro. Meu pai é médico e eu conheço vários médicos, nenhum tem a grana que eles tem. Estranho isso.

– Você não quer é me falar!

– Vamos deixar isso de lado, ok? Sua mãe está te esperando, ela está preocupada com você. – Eu bufei. Ela estava usando isso como desculpa para eu descer do carro e esquecer do assunto. Baixinha esperta. Me despedi dela e desci do carro. Antes deu entrar em casa Alice abaixou o vidro do seu carro e me chamou. – Belle! Você está realmente bem? Precisa de alguma coisa? – Eu estranhei a sua pergunta mas respondi assim mesmo.

– Eu estou ótima Alice, não se preocupe. – Ela me fitou por um tempo e depois murmurou alguma coisa que eu não entendi. Ligou o carro e foi embora.

 

Entrei dentro de casa e dei de cara com a minha mãe surtando de tanta preocupação. Eu disse que estava tudo bem e que ia tomar um banho para depois dormir. Ela estranhou por estar cedo de mais, mas não questionou. Eu estava muito cansada para me importar com o fato de estar indo dormir às seis horas da tarde. Deitei na cama e praticamente desmaiei de sono. Meus pesadelos com o Will voltaram. De vez enquando eu acordava no meio da noite suando e sem folego por causa do sono. Ás vezes eu pudia jurar que vi alguém sentado na beirada da minha cama. Os sonhos continuaram durante toda a noite, era sempre o mesmo. A não ser o ultimo.

 

Dessa vez não era um quarto, era uma floresta. Will etava sobre mim falando coisas repulsivas, de repente ele desapareceu e em seu lugar estava Edward. Pronto, eu cuidei dele por você. Ele dizia para mim e eu sorri para ele que sorriu de volta. Ele olhou para mim e ficou me analisando. Tem uma coisa que eu quero tentar ele dizia. Então eu percebi o que viria a seguir. Ele me olhava como se estivesse analisando a situação, se podia ou não fazer isso. Fique quieta, dito isso ele me beijou. O melhor beijo que eu já tive na minha vida. Eu não o obedeci e coloquei as minhas mãos em seu pescoço o puxando para mim. Ele parou o beijo e olhou para mim sorrindo. Eu senti tanto a sua falta Bella. Eu sorri para ele e dei um leve beijo em seus lábios. Eu também senti sua falta Edward. Eu não sei por que eu não estava estranhando o fato dele ter me chamado de Bella e não de Belle, mas parecia que isso era tão certo. Eu sentia como se Bella fosse realmente o meu nome e não Belle. Edward deu um beijo em minha testa, se levantou e caminhou floresta a dentro. Espere! Edward! Não vá. Ele se virou e, mesmo longe, eu pude vê-lo sorrindo. Eu volto! Quando for a hora certa para nós dois, eu volto!

 

Aos poucos eu fui acordando, percebi que eu estava abraçada a algo, bastante frio por sinal, mas eu não me importei. Eu nem ao menos quiz olhar para ver o que era. Eu estava gostando disso e não queria que acabasse. O despertador tocou e eu acabei acordando de vez. O que eu estava abraçada sumiu, e isso foi bem estranho.

 

 

Edward p.d.v

 

 

– Qual é o seu interesse nisso? Quero dizer, isso realmente não é da sua conta.

– Se você não se importa, eu estou tentando escutar uma conversa.

– Você está é desviando do assunto.

– Sou forçado a concordar com o Emmet, Edward. A preocupação que está vindo de você poderia me dar dor de cabeça. – Sorte a minha não ser humano. Ter dor de cabeça deve ser realmente um saco. Eu revirei os olhos para Jasper e mandei ele calar a boca logo em seguida. Eu não iria responder as perguntas deles por que nem eu mesmo sei as respostas. Eu também não entendia qual era o meu interesse nisso.

– Calem a boca! Ela vai começar a falar. – Renesmee estava visivelmente nervosa. Eu não sou o único que esta preocupado. Na verdade, todos na sala estão, mas Alice, Esme, Nessie e Jacob são os que mais estão. Não, falar isso é uma tremenda mentira. Tenho que admitir, eu estou mais preocupado do que todos juntos.

Bem, começou a mais ou menos um ano e meio atrás. Eu e o Will começamos a sair e a gente acabou namorando... – Se fosse possível eu tenho certeza que estaria vermelho de raiva e ... não, eu não estou sentindo isso. Deve ser impressão, eu não posso estar sentindo isso. Não faz sentido! Jasper me olhou como se tivesse me acusando de algo. Com ciúmes Edward? Eu soltei um leve rugido e tudo o que ele fez foi sorrir. Voltei a prestar atenção na conversa. – ... o que foi bem idiota. Eu nem gostava dele. Não sei o que eu tinha na cabeça pra me envolver com ele... – Eu senti um grande alivio ao ouvir isso. Jasper olhou para mim e sorriu debochado para mim outra vez. Ah! Eu ainda arranco (literalmente) esse sorrizinho da cara dele! – ... mas enfim, ele começou a tentar me convencer a dormir com ele... – Eu pude ver pelos pensamentos de Carlisle Belle corando. Ela fica lin... mas o que eu estou pensando? Eu devo estar ficando maluco. – ... eu disse não, claro, eu não gostava dele então ele nunca que seria o primeiro, entende? Mas teve um dia que ele me chamou para ir na casa dele ver um filme depois da aula. E eu, burra de mais, concordei e fui. Foi o pior erro da minha vida. – Minha respiração começou a ficar rápida e pesada. Eu sabia muito bem o que viria a seguir. Eu sabia desde o inicio, mas tinha medo de admitir. – Quando eu cheguei lá, a primeira coisa que ele fez foi me arrastar para o quarto... – Eu não ouvi mais o resto. Eu não quiz ouvir mais o resto.

 

Eu estava com muita raiva e eu precisava extravasá-la rapidamente se não eu iria cometer alguma grande besteira. Eu estava próximo a TV e acabei arremessando-a para bem longe. Ela foi parar no outro cômodo, a sala de visita. Jasper e Emmet estavam tentando me segurar por que eu já estava indo em direção à estante de TV. Eu escutei alguém chorando e olhei para ver quem era. Nessie estava em prantos e do seu lado estava Jacob que tentava confortá-la mas não estava obtendo muito sucesso. Ele estava tremendo. Alice e Esme seguravam o choro, Rosalie havia lembrado do que havia acontecido a ela e estava sentindo uma grande compaixão por Belle. Emmet e Jasper também estavam um pouco abalados, mas não tanto quanto os outros. Pobre criança...Eu bloquiei os pensamentos de Carlisle por que se não eu iria surtar ou algo do tipo. Jasper começou a acalmar todos da sala. Com muito custo, ele conseguiu. Ele apenas amenizou temporariamente esse caos.

Rosalie e Esme sumiram com a TV  e os móveis que ela atingiu que estavam, agora, estragados. 

 

Acalme-se Edward. Eu revirei os meus olhos para Jasper. Falar é fácil. Fala sério! Não acredito que você quebrou a TV! Como eu vou assistir o jogo agora? A TV do meu quarto é peguena sabia?

 

– Dane-se a TV Emmet!

– Eu não sei por que você fez isso. Você mesmo disso que não gosta dela e que ela não é nada para você.

– Emmet! Vai se fuder! – Minhas mãos estavam fechadas em punho agora. Eu queria muito socar o Emmet. Não interessa o que eu disse muito menos a TV, o que interessa é o que aquele filho da puta fez com ela. Nem eu sei o por que, mas eu estou extremamente alterado. Eu estou até xingando! Você xingando? Isso é novidade...

– Cala a boca! Todos olhavam para mim surpresos com as minhas atitudes. Até eu estava.

– Mas eu não disse nada. A culpa não é minha se você fica lendo os meus pensamentos. Não posso fazer nada sobre isso.

– Emmet...

– Tá, já calei. – Emmet começou a pensar em coisa fúteis para não me deixar mais nervoso. Ele tinha que fazer isso por que ele estava muito aborrecido. Emmet se importava com a Belle, mas o fato de eu ter quebrado a nossa TV nova era um absurdo para ele. Grande coisa! É só comprar outra.

 

 

– E por que você não contou aos seus pais? – Essa era uma ótima pergunta.

– Meu pai trabalha para um dos hospitais mais renomados da cidade. Foi difícil para ele conseguir uma vaga lá. O pai do Will é o seu chefe. A minha mãe trabalha para uma empresa de publicidade. Era o sonho da vida dele trabalhar nela. Ela é a secretária de uma das empresárias sócias agora. Antes ela era a ajudante da mãe do Will na empresa. Will disse que se eu contasse para eles, meus pais seriam demitidos. Eu sei que isso era bem capaz de acontecer por que nenhum dos pais dele tem bom caráter. Meus pais batalharam bastante para conseguir esses empregos e eu não queria ser a responsável por tirár-lhes isso. – Como ela consegue ser tão altruista? Ela é tão per... argh! Eu tenho que me livrar desses pensamentos.

– Entendo. Uma atitude muito nobre a sua. – Extremamente nobre. – E amigos? Não pensou em contar para nenhum?

– Eu nunca tive amigos... exatamente. – Pelos pensamentos de Carlisle eu pude ver o seu triste olhar. Por um breve momento, em seus lindos olhos achocolatados o sentimento de solidão apareceu. Mas logo isso desapareceu e eu percebi que ela mascara os seus sentimentos para que os outros não percebam o que ela realmente sente.  Eu contei para alguns colegas e todos falaram a mesma coisa: você está é com frescura! Todos tinham medo dos pais do Will. Entenda, eles são bastante influentes. Isso é o suficiente para se safar de quase todas as punições. – Ah! Quase mesmo! Por que eu vou dar um jeito neles. Eu vou torturá-los até a morte, juntamente com os malditos colegas dela.

Segurem-no! Eu tentei me levantar, mas Jasper, Emmet, Jacob e Rosalie me impediram. Alice linguaruda! Ela havia tido uma visão com o que eu estava planejando. Edward... quanto ódio! Eu só senti você com esse sentimento duas vezes.

 

Na verdade, eu já senti ódio 3 vezes na minha vida. A primeira vez foi quando Bella quase foi...quase foi violentada por aqueles humanos doentios. A segunda quando James quase a matou. E a terceira quando Bella e Jacob se beijaram e eu senti como se fosse perdê-la para ele. Foi a única vez que eu consegui disfarçar bem. Eu não estava em posição de surtar e, se eu fizesse isso, provavelmente eu a teria magoado. Mas essa é mais forte. Em todas foram sempre “quases”. Quase violentada, quase assasinada, quase abandonado. Dessa vez foi pra valer... o que eu estou pensando! Isso é loucura! Eu estou comparando... não, eu estou tratando Belle como se fosse a Bella. Eu me forcei a me acalmar, afinal, não havia motivos para eu estar assim, certo?

 

Ainda sim, Jasper e Emmet sentaram do meu lado e ficaram me segurando para certificar de que eu iria ficar aonde eu estava. Eles não sabiam, exatamente, o que era, mas sabiam que era preciso. Jasper estava tentando ao máximo me acalmar. Colabore Edward!

 

Estou tentando! Carlisle ficou em seu escritório pensativo enquanto Belle descia as escadas com dificuldade. Ela olhou para nós confusa e depois para a estante sem a TV.

– Hey galera, o que aconteceu aqui? Cadê a TV? Alice já havia previsto a sua pergunta e por isso já sabia exatamente o que dizer para convencê-la.

– Emmet e Edward tentaram mudar a TV de lugar para melhorar a posição na hora de ver o jogo de futebol. Edward descuidou e deixou a TV cair. Emmet ficou irritado e os dois começaram a brigar. – Belle ficou meio incrédula com a resposta de Alice. Realmente era algo meio que absurdo. Ninguém fica assim por causa de uma TV. A não ser o Emmet. Belle olhou para Rosalie e eu pude ver irritação em seus olhos. Acho que ela não estava gostando da demonstração de compaixão da Rose. Ainda mais que ela nem sabia que a gente sabia o que ela falou para Carlisle. Jasper percebeu um nervosismo emanando de Belle e mandou parte da onda de calma que estava nos cercando para ela. Ela logo pareceu ignorar tudo.

– Essa Tv tem que ser bem importante pra vocês ficarem desse jeito. Credo! Alice, você me leva pra casa?

– Claro Belle, eu vou só pegar as chaves do carro. Alice se levantou e foi até a cozinha buscar a chave. Todos estavam surpresos por Belle estar lidando tão bem com isso. Ela havia acabado de contar suas piores memórias e aparentava ter se lembrado de algo que era nada de mais.

 

Como ela consegue? Só mesmo a Bella pra fingir qu está tudo bem. Eu esperei até que a Alice saísse com a Belle para eu tacar o efeite da mesinha de centro no Jacob.

 

O quê?

– Ela não é a Bella!

– Então meus parabéns sogrão. Você conseguiu se apaixonar por alguém que não é a Bella. –  Eu quis estrangular o Jacob, mas Emmet e Jasper me seguraram para variar. Eu percebi que todos estavam rindo.

–  Qual é a graça? – Pai, o Jacob tem razão... – O que? Nessie você sabe muito bem que...

– Você sempre vai amar a mamãe e blá blá blá. Dá um tempo pai! Eu sei muito bem disso, mas isso não te impede de seguir em frente e se apaixonar de novo sabia? Eu sei que o fato da minha mãe ter morrido é um saco, mas foi o que aconteceu e você não pode mudar o passado. Você passou mais de oitenta anos se lamentando pai! Já está na hora de você largar o luto e seguir em frente. – Eu apenas revirei os olhos para ela. Aquelas palavras me atingiram com um grande impacto, mas eu não admtiria isso. Me soltei de Jasper e Emmet e sai da sala. Resolvi correr um pouco para arejar a minha cabeça. Além do mais, eu ainda estava com vontade de matar a todos que favoreceram a monstruosidade que ocorreu com a Belle.

 

Corri sem rumo e fui parar na antiga casa da Bella. O que eu estava fazendo aqui era uma boa pergunta. Sem pensar duas vezes, eu escalei a parede até chegar na janela que eu queria. Ela já estava dormindo. Estranho, está bem cedo para ela já ir para a cama. Entrei cauteloso em seu quarto e e prendi a respiração por alguns instantes. O cheiro dela fica mais dificil de tolerar em seu quarto. Inspirei um pouco e minha garganta ardeu, como de costume. Me forcei a suportá-lo e andei em direção à cama.

 

Antes que eu pudesse faze qualquer coisa, eu escutei alguém subindo as escadas. Será que a Belle está doente? Não é normal ela querer ir dormir a essa hora. Escondi em baixo da cama da Belle. Ela precisava fazer uma faxina aqui em baixo. Sua mãe abriu a porta do quarto e através de seus pensamentos eu pude vê-la dar uma rápida olhada nela para se certificar que estava tudo bem. Já dormiu! E que nem uma pedra ainda por cima. Ela deve estar bem cansada. Ela fechou a porta e eu a ouvi andando em direção ao seu quarto.

 

Sai de baixo da cama e tirei um pouco da poeira que estava em minha roupa. Olhei para Belle e acabei sentando na beirada de sua cama apenas para vê-la dormindo. O que eu estava fazendo aqui? O que isso significa? Eu nunca me interessei em ver alguém dormir antes, a não ser Bella e Nessie. E por que ela agora então? Era tão fascinante vê-la dormir e tão tranquilizador. Belle se mexeu um pouco e deu um profundo suspiro. Ela fica tão linda enquanto dorme. Contiuei observando-a durante um bom tempo, e durante todo tempo eu tentava responder as minhas próprias perguntas. Será que eu realmente estou apaixonado? Mas como se o amor da minha vida morreu? E não se tem mais de um verdadeiro amor, certo?

 

Enquanto eu tentava responder essas questões, Belle começou a se mexer de mais enquanto dormia. Depois começou a dar pequenos gemidos e a soar muito. Então ela começou a chorar. Quando o choro acabava ela começava a mexer violentamente seus braços e suas pernas como se estivesse se defendendo de algo. Ás vezes, ela soltava peguenos gritos e falava frases em que as únicas coisas ditas compreensíveis eram: para, Will e por favor. A essa altura eu estava desesperado e com uma vontade tremenda de matar a família inteira desse desgraçado.

 

A noite toda foi desse jeito. Quando o pesadelo acabava, Belle acordava assustada. Ela me viu algumas vezes, mas quando ela piscava de novo eu já havia desaparecido, então duvido que ela tinha visto que era eu. Ela deve ter achado que foi do sonho. Em um certo ponto eu não aguentei mais. Comecei a acalmá-la enquanto dormia. Eu acariciava o seu rosto e segurava em sua mão tentando transmitir segurança. Ela parou de ficar agitada.

 

– Eu também senti sua falta Edward. – Se eu tivesse um coração, com certeza ele estaria desparado agora.

 

Por um momento eu achei que ela estava acordada, por causa da forma clara com que ela disse, mas ela não estava. Ela estava sonhando comigo! E o melhor de tudo que, aparentemente, era um sonho bom que a acalmou. As emoções que eu senti são indescritíveis. É uma mistura de felicidade, contentamento e amor. Sim, amor. Um amor avassalador que eu só senti uma vez em minha vida. Alice tinha razão. Jacob tinha razão. Nessie tinha razão. Todos tinham razão. Eu estava apaixonado. Admitir isso era como ter o meu coração bombeando sangue para o meu corpo poder reviver mais uma vez. Sim, mais uma vez, por que Bella me fez sentir vivo como ninguém, e agora era Belle quem estava conseguindo fazer isso.

 

Eu deitei em sua cama e a abracei. Para o meu contentamento, ela retribuiu. Eu coloquei o meu rosto entre os seus cabelos e aspirei o seu cheiro. A minha graganta doeu e eu ignorei isso facilmente. O cheiro de Belle é perfeito. Mais forte do que o da Bella, mas ainda sim perfeito. Ele me deixava inebriado. Belle se aproximou mais de mim e eu fiquei preocupado dela ficar com frio por estar tão próxima assim de mim. Mas ela pareceu não se incomodar. Ficamos assim por um tempo até que eu lembrei que tinhamos que ir a escola hoje.

 

– Eu tenho que ir. – Eu murmurei enquanto dava um leve beijo em sua testa.

– Espera. Edward. Não vá. – Eu fiquei surpreso que o que ela murmurou. Era como se ela estivesse me respondendo.

– Eu volto, eu prometo. – Tentei levantar mas algumas coisa estava me predendo ali. Foi arriscado, por que ela já estava acordando, mas eu fiquei até o despertador tocar.

 

Depois que o despertador tocou eu sai correndo pela janela. Fiquei torcendo para que ela não tivesse reparado em nada. Corri para casa com um sorriso enorme em meu rosto. Quando entrei na casa, eu dei de cara com todos na sala me esperando. Até Jacob e Nessie que estavam com a boca cheia de omelete. Todos me olhavam curiosos, exceto Alice que estava se contendo para não gritar. Fala logo se não eu falo! Eu ri com o pensamento dela.

 

– Não sei do que você está falando.

– Edward!

– Ok, ok. Eu admito.Vocês tinham razão.

– AAAAAAAHHHH!!!! – Alice e Nessie gritaram e pularam em cima de mim. Esme me ajudou a me levantar só para me abraçar. Ela estava mais do que feliz.

– Até que em fim! – Jacob me deu um tapa camarada nas costas e meus irmãos e pai fizeram o mesmo.

– Oh querido, veja o quanto ele está feliz. – Esme dizia para Carlisle que concordou com ela. Em seus pensamentos eu pude ver que meu sorriso não tinha tamanho. Eu estava realmente feliz por estar admitindo isso de vez.

– Então pai, o que aconteceu pra você finalmente enchergar o que estava diante do seu nariz?

– Mais tarde Nessie, agora vocês tem que ir para a Escola.

– Mas vó...

– Sem mas. Depois ele te conta.

– Você vai ter que me contar cada detalhe. – Nessie me deu um beijo na buxexa e subiu as escadas até o seu quarto com Jacob atrás.

 

Filho, acho que nós temos um problema.

 

– O que foi Carlisle? – Carlisle me mostrou o momento em que ele e Belle estava conversando sobre a morte do monstro chamado Will. Eu provavelmente não ouvi por que Emmet não parava de me encher o saco na hora. Você acha que ela sabe? Alguma coisa me dizia que sim. – Provavelmente. – O que vamos fazer? – Pode deixar Carlisle. Eu vou cuidar disso.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Bem, deu 11 pág de word mas eu acho que nao ficou tao grande quanto eu pretendia hehe espero que pelo menos a historia tenha compensado e ai? a minha volta foi boa? espero que tenham gostado e desculpa a demora. Beijo e obrigada a todos que leem, expecialmente aos que comentam ;*