The daughter of Alpha escrita por Katherine


Capítulo 37
Adeus


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Carly.

Riley finalmente estava parado em minha frente, com os mesmos olhos vermelhos e roupas escuras de sempre. Mas era perceptível o quanto ele já não era mais o mesmo de meses atrás, o colar prata em “ V ” preso em seu pescoço cintilava num contraste gritante. Ele percebeu meu olhar fixo na joia e notei seus ombros tencionarem por um breve momento, deixando sua postura confiante de lado. Por outro lado, se é que isso era possível, Riley parecia mais bonito e menos humano. Fechei os olhos com força querendo a todo custo afastar esses pensamentos e não deixar que a culpa me invadisse novamente... eu precisava escolher entre ele e Jacob no passado e tinha que aprender a lidar com isso na presença do novo Volturi. 

— Você voltou – murmurei em um fio de voz, sentindo os braços de Renesmee se apertarem tanto em meu pescoço que me impediam de falar direito.

O vampiro soltou uma risada abafada, curvando um pouco seus lábios.

— E você não me parece nenhum pouco satisfeita com isso – disse virando-se para encarando o mar.

Engoli seco.

Eu não sabia dizer exatamente o que estava sentindo com a sua volta. Vê-lo novamente fez com que me sentisse culpada por não ter lutado para que ficasse com os Cullen e levasse uma vida melhor do que os Volturi lhe proporcionavam. Mas não podia negar sentir o imenso temor de não saber ao certo o motivo de seu retorno. Eu nem se quer podia dizer que ainda o conhecia.

— Não é isso – falei, encarando seus olhos vermelhos me fitarem novamente com intensidade – Eu só estou surpresa com a sua visita... se é que posso chamar assim.

Seu olhar passou de irônico para curioso ao cair sob as costas da pequena Renesmee que permanecia imóvel com os braços rodeando-me.

— Quem é a criança? – perguntou com desdém – Cheira à cachorro molhado... sem querer ofender você, docinho.

Eu não soube o que responder, tentei me concentrar na voz de Edward no telefone me ditando ordens. Estava me sentindo extremamente fraca e desprotegida. Não estava lindando somente com o vampiro afim de me defender se fosse necessário, acima de tudo e antes de qualquer decisão precipitada eu precisava proteger Renesmee e jamais me perdoaria se algo acontecesse com ela. Ninguém me perdoaria.

As mãos da menina transmitiram seus pensamentos para me dizer o quanto estava confusa e com medo, pedindo repetitivamente que fôssemos embora.

— Nós iremos, Ness. Vai ficar tudo bem – sussurrei para a garotinha, beijando seus cabelos acobreados em seguida.

Os olhos de Riley estampavam curiosidade e divertimento. Antes que ele pudesse falar qualquer coisa se colocou em posição de ataque, virando-se de frente para a floresta e de costas para Renesmee e eu.

— O que houve? – perguntei esperançosa.

— Acho que seu namorado veio me desejar boas vindas – riu em divertimento, mesmo que estivesse extremamente concentrado nos sons vindo da floresta.

Eu não sabia do que se tratava e meus instintos de loba não me diziam quem estava se aproximando, tinha a teoria de que meus sentidos não funcionavam como uma loba por conta do bebê, e eu definitivamente não me sentia pronta para parar de me transformar.

Jacob em sua forma humana surgiu entre as árvores, seu rosnado feroz foi respondido com um sorriso irônico do vampiro, que pude notar mesmo que estivesse de costas para mim. Podia ver de longe o calor saindo do corpo do lobo sendo acompanhado pelos seus tremores no tronco e mãos. Senti o frio correr por toda a minha espinha desejando que aquilo não se tornasse um verdadeiro show de horrores. Mas não podia ver uma forma dessa situação acabar bem. Para o meu alívio Seth e meu pai estavam o acompanhando. Embry não estava junto, imaginei que estivesse preso em casa com Paul e Quil o impedindo de arrancar a cabeça de Riley. Desde a chegada de Renesmee algumas coisas haviam mudado, principalmente em relação ao meu tio. Eu sabia que se a pequena se machucasse, isso acabaria com ele.

— Olá, cachorro – o Volturi cumprimentou Jake com ironia – Vejo que sobreviveu ao último ataque... infelizmente.

— Sobrevivi – Jacob concordou com um aceno, parando de andar a alguns passos de distância de Riley – Para o seu azar.

— Qual é?! Achei que já tivéssemos superado essa fase.

O olhar de Jacob caiu sob mim com cautela.

— Saia de perto delas, Riley – disse pausadamente, seu tom soando uma ameaça clara.

— Eu não tenho medo de você, cão – o louro disse rosnando em seguida.

Jacob tentou avançar um passo em sua direção e eu recuei rapidamente, puxando Renesmee ainda mais para os meus braços. Não podia lutar com ela no colo, o mais sensato a se fazer era tentar se afastar o máximo possível para que nada a atingisse.

As árvores mexeram-se rapidamente atrás das figuras quileutes a poucos passos de nós, revelando duas figuras conhecidas. Isabella foi a primeira a me encarar aliviada, enquanto Edward segurou a sua mão, pronto para detê-la caso fizesse algo imprudente. Eu a admirava nesse sentido. Bella nunca pareceu tanto uma predadora como naquele momento. Ela era uma leoa pronta para atingir quem ameaçasse fazer mal ao seu filhote.

— Não faça isso – Edward falou seriamente, com seus olhos presos em Jacob – Só arranjará mais problemas.

— Você nunca me deu ordens.

Os olhos dourados do vampiro me fitaram e em seguida voltaram-se para Jacob, sugestivamente, o fazendo se acalmar.

— Mamãe – Renesmee sussurrou ao visualizar Isabella à certa distância, e eu tenho certeza que se ela pudesse estaria chorando.

Jacob precisou ajudar Edward na missão de segurá-la para que não avançasse.

Senti o nó em minha garganta tornar-se maior.

— Riley – sussurrei, chamando a sua atenção – O que está fazendo aqui?

— Eu fui mandado para uma missão – disse com a voz calma, virando-se em minha direção – Nada que envolva os Cullen, fiquem tranquilos. Me senti um tanto quanto nostálgico enquanto passava por perto e resolvi visita-los. Mas não posso deixar passar despercebido, Aro adorará saber das boas novas.

Com boas novas todos nós entendemos que ele se referia à Renesmee.

— Não, Riley. Por favor! Não pode fazer isso, tudo bem? – me desesperei – Não envolva os Volturi nisso!

Seus olhos tornaram-se curiosos novamente.

— Está com medo, Carly? Achei que esse sentimento fosse insignificante pra você – ele riu friamente com uma piada interna – Sentimentos...

— Tudo bem. Renesmee é muito importante pra mim e sei que não vai machuca-la. Deixarei ela com Bella e nós poderemos conversar, certo?

Ele franziu o cenho divertidamente.

— Bella? – repetiu a forma como chamei a recém vampira – As coisas mudaram bastante desde que saí de Forks, não é mesmo?

Eu não o respondi. Ninguém o fez. E não precisamos já que ele deu passagem para que eu caminhasse em passos rápidos até Bella que foi libertada pelos braços de Edward e Jacob, podendo encurtar o pequeno espaço que nos distanciava. Ela pegou a garotinha nos braços e me agradeceu com um olhar, pedi em um sussurro que ela fosse embora e assim o fez, com Seth e meu pai ao seu lado para garantir que ficariam seguras. Depois que sumiram do meu campo de visão virei-me para o vampiro novamente, desta vez ficando lado-a-lado com Jacob e Edward.

— Renesmee não é uma vampira. Bom, não completamente – comecei a contar – Não há nada de errado nisso. Ela é filha de Edward, gerada no ventre de Isabella quando ainda era humana, Aro não precisa saber disso.

— Isso não é possível – ele deu de ombros.

— Você viu o sangue dela correndo nas veias, viu seu coração batendo... ela é uma híbrida – Edward concluiu.

— Não que você realmente mereça saber – Jacob completou com implicância – Satisfeito? Já pode ir embora.

— Não seja rude, cão.

Jacob avançou na direção do mesmo mas eu segurei sua mão o impedindo de andar.

— Não, Jake... por favor.

Mesmo contrariado ele recuou um passo apertando nossas mãos unidas. Percebi que o olhar de Riley tornou-se mais sombrio e frio ao fitar a aliança que cintilava em meu dedo.

— Por favor, me diga que não é o que eu estou pensando – pediu e eu não o respondi – Achei que fosse mais esperta.

— Riley...

— Eu tenho que voltar – disse friamente.

— Não! – o cortei – Fica... por favor, fica. Eu sei que não posso pedir isso, não de novo. Mas os Cullen podem ajudá-lo a levar uma vida um pouco mais... humana....tá legal? Não precisa ser desse jeito.

Ele se afastou em direção ao mar e eu avancei alguns passos em sua direção, quebrando o contato de minha mão com a de Jacob.

— Você escolheu isso, Carly. Há muito tempo.

Neguei.

— Você não é como eles, eu sei disso.

Ele deu de ombros, fitando o mar.

— Você está errada, talvez eu seja exatamente como eles.

— Não é! – repeti, parecendo uma criança.

— Adeus, Carly.

Engoli seco aceitando mais uma vez deixá-lo ir embora.

— Espera! – ele parou novamente e virou-se para me encarar – Não diga à ninguém sobre Renesmee, por favor. Ela é importante para mim.

— Não é algo que eu possa escolher, Aro lê nossas mentes. Além disso, ele saberá de uma maneira ou de outra.

— Espero que não seja por você – sussurrei.

— Não deixe que isso te atinja – disse – Cuide-se, docinho.

Concordei com um aceno, controlando os soluços que queriam escapar da minha garganta, e só então notei que meu rosto estava completamente molhado pelas lágrimas.

Malditos hormônios.

— A-deus – sussurrei vendo entrar no mar rumo a sua nova vida.

Corri para os braços de Jacob desejando o conforto de seu abraço. Por mais difícil que doesse dizer adeus, eu havia escolhido minha família.

E escolheria mais mil vezes se preciso.

 


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