The daughter of Alpha escrita por Katherine


Capítulo 28
Amizade?




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Carly.

 

 

As mãos de Jacob se apertaram em volta de meu corpo, anunciando que ele havia finalmente acordado. A palavra marido piscou em minha mente repetitivamente, afastando inconscientemente os pensamentos que preenchiam a minha mente desde que o homem ao meu lado dormiu, deixando-me perdida em pensamentos e dúvidas. Sorri ao sentir a sensação maravilhosa que era acordar ao lado dele, e o meu sorriso se aumentou ao pensar que esse ato se repetiria todos os dias dali para frente. Os dedos de Jacob subiram alguns centímetros, tateando a cama para que pudesse encontrar a minha mão, que prontamente foi pega por ele. Virei-me em sua direção, para que pudesse ficarmos de frente um para o outro.

— Bom dia – ele sorriu.

Toquei o seu rosto delicadamente com a minha mão livre, trilando um caminho até o seu sorriso e por fim depositando um beijo demorado no local.

— Bom dia, marido.

Ele rolou os olhos mas era nítido o quanto estava feliz em ouvir tais palavras, em seguida levantou-se da cama, exibindo os músculos à mostra pela falta de uma camiseta, que eu observei estar no meu corpo.

— Quer tomar um banho? – perguntou.

Franzi o cenho em sua direção enquanto ele sorria inocentemente.

— Quero! – respondi rapidamente, largando os lençóis de lado para que também pudesse me levantar.

— Se importa se eu passar na casa do seu pai depois? – perguntou receoso, tocando a minha cintura com a ponta dos dedos – Eu sei que era para esquecermos de tudo por esses dias... mas eu realmente preciso resolver algo com a matilha.

Eu sabia que já estava tarde por conta das frestas da cortina aberta relevando o céu la fora. Não havia dormido nem por um segundo desde o casamento. As palavras de Isabella ainda estavam atordoadas e bagunçadas em minha mente. Eu podia não ter vocação pra heroína, mas era extremamente curiosa e a sua reação em meu casamento me deixou ainda mais intrigada. Ela não podia falar, e eu entendia que se me contasse algo, Edward leria em minha mente, então ela simplesmente pediu ajuda, implorando para que pudéssemos nos encontrar a sós um outro dia. É claro que eu tinha minhas teorias, mas de fato queria saber exatamente o que se passava.

Minha boca juntou-se a do Black por alguns curtos segundos.

— Sem problemas – lhe disse – Na verdade, eu queria mesmo encontrar uma amiga da escola sozinha. Não tem problema, não é?

Foi a vez dele enrugar as sobrancelhas.

— Tudo bem... eu acho.

— Passamos o resto da noite juntos – falei – Eu prometo.

Aquilo foi o suficiente para ele esquecer o que eu estava falando e entrar no banheiro de nossa nova casa. Caminhei até o aparelho celular que ainda estava desligado e conectado ao carregador, ignorando inúmeras mensagens para que pudesse localizar o número de Isabella, que havia sido salvo logo após o seu casamento com Edward. Eu não podia ligar. Jacob ouviria a conversa mesmo se estivesse a metros de distância, então simplesmente deixei uma mensagem:

 

“Às 20:00hrs?”

 

Larguei o aparelho sob o criado mudo procurando alguma peça de roupa que pudesse vestir, já ouvindo o barulho da água em atrito com o chão dentro do banheiro.

— Carly! – Jacob chamou.

— Eu já vou – gritei mesmo que não precisasse ao ouvir o barulho do meu celular anunciando uma nova mensagem.

 

“Em Port Angeles? Realmente precisamos de um lugar distante o bastante para que ninguém nos veja.”

Algo dentro de mim se remexeu desconfortável. Eu ainda não conseguia confiar cegamente em Bella. 

 

“Às 20:00 em Port Angeles! Me manda a localização.”

Depois de apertar o botão enviar ouvi Jacob me chamar mais uma vez, corri em direção ao banheiro, afim de esquecer por alguns minutos a dor de cabeça que o mistério de Isabella estava me causando.

 

 

***

 

 

Meus pés batiam impacientemente contra o chão do shopping enquanto meus olhos buscavam por cabelos castanhos típicos da nova Cullen. Minhas costas tocavam uma das vitrines enormes do lugar, exatamente onde havia combinado com a mulher. Bella apareceu mais pálida do que nunca e parecia mais nervosa do que eu naquele momento. Tentou, em passos rápidos, atravessar a multidão de pessoas presentes em um domingo no local mais movimentado da cidade, sendo esbarrada por algumas pessoas, mas nem aquele contato pareceu importar. Ela parou logo a minha frente, abraçando o próprio corpo. Toquei o seu braço com cautela. Não nós gostávamos, mas aquilo não significava que ainda nos odiávamos.

— Obrigada – ela disse – Eu não quero atrapalhar o seu tempo com o Jake.

— Tudo bem – respondi rapidamente – Ele precisava resolver alguns assuntos. Quer sair daqui?

Ela concordou com um aceno e caminhamos lado-a-lado até um dos restaurantes do local, onde a comida era tão ruim que não haviam mais de duas pessoas sentadas nas mesas. Se Bella precisava dizer algo íntimo, aquele era o lugar certo. Sentamos em frente uma a outra e naquele momento era impossível dizer quem parecia mais nervosa.

— Bella – chamei-a – O que houve? Por que precisa da minha ajuda?

Ela olhou em volta, roendo a própria unha. Certificando-se de que ninguém era capaz de ouvir.

— Estou grávida – murmurou.

Franzi o cenho, sentindo a minha espinha gelar por completo. Eu não conhecia muito sobre o mundo dos vampiros, mas não fazia ideia de que era possível terem filhos. Pensei por um segundo se eu poderia, mas afastei o pensamento focando na mulher em minha frente.

— Uau! Eu não sabia que isso era possível. Quer dizer... desculpe, Bella, eu realmente não sei o que dizer – engoli seco antes de continuar – Edward está feliz?

Ela negou.

— Ninguém está, exceto Rosalie.

Lembrei-me da irmã loira de Edward por um momento, sabendo que ela e Isabella não eram tão amigas.

— Edward?

Negou novamente, deixando-me surpresa.

— Não é tão simples – disse – Estávamos no Brasil quando apareceram os primeiros sintomas. Então Carlisle nos ligou e eu contei a minha desconfiança, voltamos à dois dias e foi o suficiente para que as suspeitas se confirmassem. O bebê cresce rápido demais e é muito forte. Eu não sei direito como isso funciona, também é novo para mim.

Puxei o ar tentando tomar fôlego. Foi involuntário deixar de sorrir com o amor que se expressou em sua voz ao falar da criança que estava em seu ventre. Percebendo que eu não disse nada, ela resolveu prosseguir.

— Eles acham que é um monstro. Mas eu sei que não é – disse magoada – É um milagre.

A dúvida cresceu novamente em minha cabeça.

— Por que precisa da minha ajuda? É uma escolha sua ter o bebê, ninguém pode impedi-la!

— Eu sei e já estou decidida – confirmou – Rosalie é a única pessoa que ainda está ao meu lado, mas Edward não gosta disso, pois sabe que a nossa relação nunca foi boa, ele lê a mente dela, mas acha que só está me ajudando porque quer que eu.. você sabe.

— Existe essa possibilidade? – perguntei alarmada.

Bella deu de ombros.

— Não me importa, Carly. Tudo o que eu quero é que o meu bebê fique bem – disse – Você vai entender um dia.

Senti o fervor se acumular em meu rosto.

— Eu não posso engravidar – tentei justificar. 

— Oh! Eu não sabia.. essa coisa de Lobo, né? Mas, de qualquer forma não achávamos que um vampiro fosse capaz  – deu de ombros mudando de assunto – Edward gosta e confia em você. Por favor, eu preciso que me ajude com isso!

— Está mesmo me pedindo isso? – perguntei contrariada – Bella, existem coisas que só um casal consegue resolver entre si.

— Não é só isso – sussurrou – Preciso pedir outra coisa.

— Diga – lhe incentivei.

— Caso algo aconteça ou... tenhamos que lutar... quero que cuide do meu bebê.

A força de suas palavras me atingiram sem dó. Busquei sua mão sob a mesa apertando-a com força.

— Você não vai morrer! – lhe garanti – Daremos um jeito. Você mesmo vai cuidar do seu bebê!

Ela sorriu confortável com a promessa.

— Podíamos ter nos tornado amigas antes.

Rolei os olhos para ela, percebendo a ironia em sua voz.

— Não vou responder como deveria porque você é uma gestante – vi o sorriso dela aumentar com a alfinetada – É a segunda vez que salvo a sua pele, Cullen. É melhor achar um jeito muito bom de me recompensar!


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