The daughter of Alpha escrita por Katherine


Capítulo 22
Legítimo




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Quando Carly abriu os olhos já era madrugada. Jacob e Sam continuavam conversando fora do quarto para não acordá-la sobre as milhares hipóteses do que aconteceria dali em diante, mas o pior de todos os sentimentos era a dúvida. Não faziam ideia de como Carly reagiria depois de descobrir que seria uma Quileute, ela não poderia renegar sua natureza. O noivo dizia não achar que ela fosse reagir de forma negativa, já o pai dizia não saber, sua branca de neve sempre foi uma caixa de surpresa.

— Sam – Emily chamou o marido dentro do quarto, quando percebeu que os olhos de Carly ameaçaram abrir – Ela está acordando!

 Os homens entraram tão rápido no quarto que a Uley acordou mais por conta do barulho do que por qualquer outro motivo.

— Ei, branca de neve – Sam sentou ao lado da garota, ajudando-a a sentar na cama – Que bom que acordou.

— Por quanto tempo eu dormi? – perguntou, coçando o olho.

— Algumas horas – Jacob disse – Como se sente?

Ela pensou por um momento, enquanto se espreguiçava.

— Bem. Um pouco dolorida, mas bem.

Eles se entreolharam por alguns segundos, sem que ela percebesse. Não haviam combinado sobre a conversa, e nem quando ou como ela seria.

— Vou deixá-los sozinhos – Emily disse antes de sair do quarto – Está com fome, Carly?

— Muita – riu.

— Vou preparar alguma coisa leve para você.

— Você é um anjo, Em. Obrigada!

A mulher saiu do quarto, dando liberdade para eles começarem o assunto.

— Filha, acho que temos que conversar.

Jacob se aproximou.

— Tudo bem. Já me sinto melhor – suspirou – Eu acho que só... se não se importarem, preciso de um banho.

Eles se entreolharam novamente.

— Tudo bem, não é Sam? Podemos esperar.

O mais velho assentiu concordando.

Em aproximadamente quarenta minutos Carly estava de volta ao quarto, se sentindo nova em folha, precisava apenas ingerir alguma coisa para que sua barriga parasse de fazer aquele barulho irritante que qualquer pessoa de La Push pudesse ouvir.

— Você quer comer? – Jacob perguntou, com a noiva nos seus braços.

— Não. Está tudo bem, vamos conversar!

— O que queremos dizer, Carly, é que... – Sam pigarreou, procurando as palavras certas – A febre e todo o resto... Filha, você está se transformando.

Ela franziu o cenho, tentando digerir suas últimas palavras, mas não parecia uma tarefa tão fácil.

— Tá, então... Hummm... Uau. Eu vou me transformar em um lobo gigante – afirmou para si mesma.

Jake franziu o cenho, sendo acompanhado por Sam.

— O quê? Só isso? – Jacob perguntou – Você... não quer saber de nada? Perguntar nada um pouco mais... relevante?

— Não, acho que não.

— Tudo bem – Sam riu – Então, vamos descer? Você deve estar faminta.

— Estou – confessou.

— Você é surpreendente, garota – Jacob disse. Ajudando-a a levantar da cama.

Depois se Carly simplesmente devorar o prato de sopa que Emily tinha oferecido para a garota, ela lavou a louça sob os olhares atentos de Jacob e Sam, que combinavam baixinho como as coisas aconteceriam dali em diante.

— Então, e agora? – perguntou – Sentar e esperar acontecer?

— Não – Sam disse – Vou treinar você. Precisa estar preparada para a hora que acontecer.

Carly assentiu.

O sol já estava querendo aparecer no céu quando eles se sentaram no sofá da sala. Sam e a garota combinaram que treinariam durante os dias após o almoço. A filha do Alfa não era descontrolada com a raiva e nem nada do tipo, mas era melhor prevenir. Quando se está pronto e esperando o momento da transformação as coisas estão sob controle. Então, em menos de algumas horas todos já sabiam, Carly estava se transformando e grande parte dos Quileutes mais próximos gostariam de conversar com ela ou Sam sobre o ocorrido.

— Eu não me importo de falar com as pessoas – ela desabafou – Mas isso já está bem chato, não?

— Sem dúvidas – Jake riu – Quer dar uma volta?

Concordou.

— Seria legal.

Caminharam abraçados até a praia de La Push e lá sentaram em uma das pedras grandes que ficavam entre a praia e a floresta. Carly se acomodou dentro dos braços de Jacob e percebeu que não havia tanta diferença de sua temperatura para a dele.

— Estava pensando... como Leah está se sentindo. Acha que eu devo conversar com ela?

Ele fraziu o cenho sem entender.

— Por quê?

— Bom, ela era a única mulher da matilha até ontem. Em poucos dias isso vai mudar e eu não quero que ela me odeie mais.

— Ela não odeia você – ele disse.

— Jake, ela odeia sim.

— Não acho – rebateu.

— Tudo bem, então ela não odeia, mas também não gosta.

— Tá, talvez ela não goste mesmo – concordou – Mas, não acho que precise falar com ela.

— Você é homem – deu de ombros.

— E o céu é azul – falou – O que isso tem a ver?

— Você não entenderia. Homens nunca entendem.

Ele riu e deu de ombros, não entendia mesmo.

Ficaram encarando o horizonte sem trocar uma palavra por um bom tempo. Na verdade, por tempo demais. Ambos perdidos nos próprios pensamentos, sobre assuntos diferentes que talvez não precisassem ser discutidos naquele momento. Queriam apenas aproveitar as poucas horas de paz que teriam antes do início do treinamento, Jacob ajudaria no processo.

— Sabe, ontem enquanto você dormia seu pai quis conversar comigo – Carly se afastou para olhá-lo – Não acho que ele já tenha falado sobre isso com você ou Emily, mas falou comigo.

— Sobre?

— Sam quer parar de se transformar.

Aquilo atingiu Carly como um soco na boca do estomago, não estava esperando por aquela notícia. Sam nem mesmo dava indícios de que queria parar.

— O quê?

Jacob deu de ombros.

— Ele disse que quer parar, que está velho e cansado.

A garota rolou os olhos.

— Ele não está velho.

— Pois é.

— Mas, por que falar disso com você e não comigo ou Emily? Quer dizer, tudo bem que não somos da matilha nem nada, mas somos da família dele. Ou melhor, por que não falou disso com Embry? Eles são da matilha e da mesma família. Sei que você também será em breve, mas ainda não é.

Desta vez, quem parecia ter levado um soco na boca do estomago era ele. Jacob ainda não havia contado para Cary da linhagem ou de qualquer coisa que relacionasse ele a seu passado, simplesmente não achava relevante.

— Tem algo... uma coisa que você não sabe sobre mim.

Ela se afastou um pouco mais, para ter uma visão melhor de seu rosto.

— O que? Você tem um filho por ai, ou algo do tipo?

— Não – ele riu sem animação – Sem filhos.

— Então, o que é?

— Ephraim Black é o meu bisavô.

— Uau, era isso? – ele abaixou a cabeça – Jake, eu lamento não saber quem é o seu bisavô, você nunca me apresentou. Mas, pode me dar uma arvore genealógica da sua família, prometo decorá-la até casarmos.

O clima ficou um pouco mais leve naquele momento.

Carly tocou o rosto de Jacob, fazendo seus olhares se voltarem para ela naquele momento.

— Quem é Ephraim Black? – quis saber, num tom mais sério desta vez.

— Meu bisavô e... hum... primeiro alfa, da primeira geração de transmorfos.

— Então vou casar com o príncipe Harry de La Push? – perguntou – O que isso significa... exatamente.

— Bom, significa que eu sou um Alfa legitimo. Não havia nenhum quando o seu pai se transformou, então, os ancestrais deixaram com que ele fizesse esse papel, mas agora que Sam quer desistir...

— Eles querem que você assume – ela concluiu.

— Na verdade, eu tenho que assumir. É meu dever.

Ela suspirou, voltando para os seus braços.

— Você não parece gostar disso – observou.

— Não gosto de poder ou de carregar uma responsabilidade tão grande.

— Por que acha que não vai dar conta? – ela perguntou, novamente virando para vê-lo nos olhos.

Jacob assentiu.

A morena tocou o seu rosto com cautela, analisando cada pequeno detalhe de tanta beleza.

— Eu amo você, Jacob Black – beijou os seus lábios rapidamente – E sei que você será um bom Alfa.

Ele sorriu antes de voltar a colar seus lábios nos dela.


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