Feito sob Encomenda escrita por AliceDelacour


Capítulo 1
Capítulo Único - Feito sob Encomenda


Notas iniciais do capítulo

Oiee!!
Primeiro eu quero dizer que essa fic é o presente da minha amiga secreta que é linda e maravilhosa e o nome dela vai estar ali nas notas finais.
Também quero dizer que infelizmente a fanfic não ficou do jeito que eu queria, mas como a revelação foi essa noite (26/08/2017) eu dei uma apressada e pulei várias cenas. Se a fic não fizer muito sentido, desculpa ahhahahaha
Tentarei dar uma atualizada nela ao longo da semana.
Espero que gostem!



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Feito sob Encomenda

a one-shot by AliceDelacour

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CAPÍTULO ÚNICO

“Eu estou desistindo de encontros amorosos e de homens!” Lily Evans decretou, largando o corpo na cadeira do restaurante onde ela e as amigas sempre almoçavam juntas nas quartas.

“Não fale isso!” Uma de suas amigas suspirou, batendo com os dedos na mesa de madeira. “Imagina se algum bom partido escuta?”

Lily olhou ao redor: o restaurante era frequentado apenas por elas e por aposentados. Certamente ela não planejava encontrar um partido naquele lugar, por mais que gostasse da comida.

“Ah, Lily…” Alice, sua amiga mais sensata, deu leves tapinhas em seu ombro. “Seu encontro com… Como era o nome dele mesmo? Adam?”

“Amos!” Gemeu Lily, afundando o rosto nas mãos. “Deus, nem fale o nome desse ogro novamente.”

“Foi tão ruim assim?” Sua terceira e última amiga torceu os lábios com pena. “Certamente não foi tão ruim quanto seu encontro com Evan Rosier.”

“Ah, Emmeline…” Os cabelos vermelhos de Lily caíram sobre seus olhos. “Amos conseguiu me enfurecer de um jeito que nem Rosier conseguiu… Rosier era um elitista, mas pelo menos não era idiota.”

As três mulheres a olharam com tristeza.

“Não desista dos homens apenas porque o seu último encontro foi ruim!”

“Todos os meus encontros foram ruins, Marlene.” Lily apoiou a testa na mesa, sentindo-se derrotada.

Todas elas se agitaram ao redor de Lily.

“Ah, não seja assim… Lembra quando você saiu com o Caradoc? Ele era um fofo, tinha todas as qualidades possíveis.”

“Bem, sim.” Lily levantou o rosto para encarar Alice. “Até que fomos para a cama e eu descobri que ele era um Trouxa com t maiúsculo no quesito sexo.”

Lily riu, mas no seu interior ela se sentia derrotada.

O garçom parou para recolher os pedidos da mesa, deixando-as a sós novamente.

“Não seja pessimista, logo logo o seu príncipe encantado vai aparecer.” Os cabelos loiros de Emmeline a davam um ar de positividade, que era acompanhado pelo grande sorriso que ela sempre exibia no rosto. “Tudo vai dar certo!”

“Emme… Durante toda a minha vida eu procurei pelo homem perfeito… Busquei por características que eu sempre tive muito certas na minha cabeça… E olha onde eu estou agora? No fundo do poço.”

Marlene se agitou em sua cadeira, chacoalhando os braços sempre cheios de pulseiras.

“Não fale assim, você estaria no fundo do poço se não tivesse amigas, ou se não fosse feliz… Você é feliz, não é?” A morena inclinou-se sobre mesa, lhe piscando os olhos castanhos miúdos.

“Claro que sou.” Lily afirmou, balançando a cabeça. “Eu só queria um boy pra chamar de amor.”

Fazendo um beicinho, Lily recebeu as risadas das amigas com o coração um pouco mais leve.

“Passe um tempo sozinha, pare de ir atrás de homens, tenho certeza que o cara certo vai aparecer na sua vida quando você menos esperar.” Alice lhe apertou a mão instantes antes do garçom aparecer com seus pratos.

“Qualquer coisa você sempre pode apelar à Mãe Terra.” Emmeline piscou um dos olhos, dando uma risadinha. “Minha mãe conta que conheceu papai depois de fazer um encantamento pedindo aos deuses por um homem que prestasse.”

Todas as quatro trocaram risadas, mas a sugestão de Emmeline ficou batucando no fundo da mente de Lily.

Talvez fosse uma boa ideia…

—______

Naquela noite Lily deitou no sofá de seu apartamento, ligou a televisão e se esparramou entre as almofadas.

Havia sido um dia agitado tanto no trabalho quanto na sua vida pessoal. Ela ainda não havia conseguido dispensar Amos Diggory, por mais idiota que ele fosse, e sua chefe estava pressionando sobre alguns prazos e contratos.

Em resumo: tinha sido um dia péssimo.

Trocando de canais com tédio, Lily viu as cenas de filmes mudarem para desenhos animados e programas de culinária.

Lily só queria um cara para massagear seus pés e beija-la até que ela esquecesse de todos os seus problemas. Era pedir muito? Aparentemente era.

Acabou deixando um filme sobre feiticeiras rodando.

Precisamos de alguns fios de cabelo dele, Isabella.” Uma das bruxas do filme, muito bem caracterizada, apontou o dedo para a moça que Lily supôs ser a mocinha.

“E de uma de suas peças de roupa íntima!” Outra bruxa exclamou.

“Tem que ser necessariamente uma roupa íntima?” A mocinha corou, envergonhada.

Oh, não! Eu só queria ter o prazer de pôr minhas mãos em uma cueca-”

As sobrancelhas de Lily arquearam-se. Que raio de filme era esse?

Ela passou mais alguns canais, parando em um programa sobre doces.

A ideia de fazer um feitiço para conquistar um homem - ou no seu caso, para encontrar o homem de seus sonhos - ficou em sua cabeça. Seus olhos assistiam ao programa de culinária, mas sua cabeça estava muito longe, no que Emmeline havia falado no almoço.

Antes que Lily se desse conta do que estava fazendo, ela já tinha o número de Emmeline discado e o celular grudado no ouvido.

“Lily?” A voz da amiga soou pelo smartphone. “Aconteceu alguma coisa?”

“Oi Emme… Está tudo bem.” E antes que perdesse a coragem, completou: “Eu só queria saber se você poderia me passar aquele encantamento que a sua mãe fez para… Hmm… Encontrar um homem decente.”

Houve silêncio por alguns instantes, antes que Emmeline respondesse.

“O livro deve estar aqui em casa, Lis, vou procurar e lhe mando a foto, ok?”

Emmeline vinha de uma família muito mística, tendo crescido pulando de região em região, às vezes vivendo entre ciganos, outra entre celtas. Certamente ela sabia o feitiço certo para Lily.

As duas se despediram e Lily decidiu ir para o banho, sabendo que se ficasse encarando o celular esperando pela mensagem de Emme, ela enlouqueceria.

—______

Sentada no chão da sala, Lily começou a acender todas as velas que ela havia posto em círculo ao seu redor. Após imprimir a foto da página do livro de encantamentos que Emme havia lhe mandado minutos atrás, Lily vasculhou seu apartamento atrás de todos os ingredientes que ela precisava.

Velas coloridas: ok.

Folhas secas de laranja: ok.

Mel: ok.

Vinho tinto: ok.

Uma lista com todas as características que Lily gostaria em um homem: ok.

Depois que todas as doze velas estavam acesas e posicionadas no círculo que Lily desenhou com giz em seu piso de madeira, ela colocou a panela de inox bem do centro, em cima do desenho de um olho fechado.  

Essa era a coisa mais ridícula que ela já havia feito naquela semana. Lily suspirou, empurrando os fios de seu cabelo para longe dos olhos, e deu mais uma olhada na impressão que ela tinha deixado ao seu lado. Seu lugar naquele círculo era bem em frente a panela (que no encantamento original era um caldeirão, mas paciência), de forma que ela conseguisse colocar as coisas dentro do recipiente.

Amarrando os cabelos, ela preparou-se para começar o encantamento.

“Oh, Mãe Terra…” Lily começou, lendo o livro que Emmeline havia enviado. “Receba a minha prece e roge-me a sua benção.”

Lily não era a pessoa mais religiosa do mundo, mas ela sentia-se bastante estúpida cantando para uma panela vazia.

“Ofereço-lhe o vinho, para matar a sua sede…” Ela começou a despejar o vinho tinto na panela. “Ofereço-lhe as folhas de laranja, para lembrá-la do seu amor pela Terra…” Lily atirou as folhas para a panela e uma delas caiu do lado de fora. Esperando que a Mãe Terra não se importasse com o incidente, ela jogou a folha fujona de volta para a panela. “Ofereço-lhe o mel para representar a doçura do coração dos homens.”

Essa última parte era uma bobagem total, mas Lily despejou o mel em sua panela, tentando relevar todas as esquisitices.

“Peço que cruze o caminho do homem dos meus sonhos com o meu, para que o amor floresça na Terra mais uma vez.”

Agora era a parte em que ela colocava fogo em seu papel onde havia rascunhado as características mais importantes para ela em um homem. Lily encostou a pontinha de seu papel no fogo da vela e começou a ler as características.

“Que ele ame os animais…” O fogo foi consumindo o papel. “Que ele seja um homem família…” Quase que Lily queimou um dos dedos, mas rapidamente ela segurou a outra ponta do papel. “Que ele seja sexy…” Sentindo-se muito idiota por estar pedindo essas coisas para a Mãe Terra, ela continuou: “Que tenha atitude… E que faça sexo de forma maravilhosa.”

Depois disso, ela jogou o papel na panela e foi com um susto que ela viu uma bola de fogo subir.

“Puta que pariu!” Lily saltou para trás, vendo o álcool do vinho e o fogo reagirem em conjunto e o fogo tomar proporções absurdas. “Ok, chega de brincar de bruxa.”

E jogando água sobre a panela e começando a apagar as velas, Lily decidiu que aquela havia sido a sua ideia mais absurda da semana - sair com Amos Diggory com certeza ficava em segundo plano quando comparado a pedir à Mãe Terra por um homem perfeito.

Era hora de dormir, afinal, no outro dia Lily ainda tinha que trabalhar e cumprir aqueles malditos prazos.

—______

“Sim, Sra. Lestrange…” Lily murmurou contra o telefone. “Não se preocupe, vou resolver isso ainda hoje…”

Isso é importante, Evans.” A voz anasalada de Bellatrix Lestrange, sua chefe, soou pelo auto-falante de seu celular. “Eu quero esse processo pronto na minha mesa amanhã no primeiro horário.”

Segurando um bufo de ódio, Lily murmurou outras palavras de submissão antes que Bellatrix desligasse o telefone em sua cara.

“Vaca.” Resmungou, jogando o celular na bolsa.

O uber que ela havia pegado após sair do trabalho estacionou em frente ao seu prédio. Lily agradeceu e encerrou a corrida, saindo do carro com pressa e nem reparando na bagunça com caminhão e caixas que havia ali.

“Boa tarde, Lily.” O porteiro, Greg, a cumprimentou.

“‘Tarde, Greg…” E foi só ao empurrar os óculos para cima da cabeça e sorrir para Greg que Lily notou a quantidade de caixas entulhadas no saguão do prédio. “Meu Deus, o que aconteceu aqui?”

Greg, parecendo empolgado para contar a nova fofoca do condomínio, saltou da cadeira onde ele geralmente ficava sentado e apontou um dos dedos sobre o ombro, em direção ao caminhão de mudanças estacionado na rua.

“Hoje de manhã a Sra. Figg veio mostrar o apartamento na frente do seu para um cara, ele adorou o lugar e eles fecharam negócio antes do almoço.” Greg empurrou os óculos pelo nariz. “A mudança acabou de chegar, se você der sorte ainda-” O elevador fez barulho, avisando que havia voltado ao térreo. “Ah, olha só, Lily, este é James Potter.”

Virando o corpo, Lily sentiu o seu coração acelerar. A Mãe Terra não seria tão rápida assim, seria?

Sentindo que seu coração poderia saltar pela sua boca a qualquer momento, Lily fixou os olhos nos pés de seu novo vizinho. Tênis casual, calça jeans escura. Ela levantou o olhar devagar, passando pelas pernas fortes, pela cintura estreita, a camiseta branca suja de poeira e os braços definidos.

“Prazer.” O homem começou a aproximar-se de Lily e ela finalmente o olhou nos olhos. “Eu vou morar no 12D.”

Ela nem acreditava em magia ou bruxaria, não tinha como a Mãe Terra ter atendido ao seu pedido assim tão rápido.

“Prazer.” Lily estendeu a mão, ainda um pouco atordoada. “Sou Lily, moro no 12C.”

A barba por fazer, o maxilar forte e os olhos dourados eram demais para Lily. Ponto.

“James contou que estava desesperado atrás de apartamento… ‘Cê acredita que ontem de noite ele recebeu o e-mail da Sra. Figg avisando que o apê ‘tava livre?” Greg balançava-se nos calcanhares. “Incrível, né?”

Incrível? Isso era absurdo. Assim que chegasse em seu apartamento Lily ligaria para Emmeline pedindo por alguns conselhos - e orientações nesse mundo mágico.

“Muito.” Lily conseguiu responder, desviando o olhar de Potter. “Escuta, Greg, eu tenho que ir para casa agora, mas acho que vou pedir alguma coisa para comer, daí eu ligo para te avisar, ok?”

“Tranquilo, dona.”

Com um aceno de cabeça para o seu novo vizinho, Lily correu para o elevador e tentou não lançar outro olhar para checar se a bunda de James Potter era tão firme quanto os seus braços - ela falhou (e caso for importante: sim, a bunda dele parecia tão firme quanto o resto do corpo).

Lily suspirou, deixando o corpo escorar-se contra o espelho do elevador.

“Isso é demais pra mim.”

—______

“...Escute, Emme, qual é o tempo de espera até que a Mãe Terra atenda aos pedidos?”

Ãh? Como assim Lily?”

“Qual é o tempo de espera? Quanto tempo demorou até que a sua mãe encontrasse o seu pai?”

Lily, não é assim que funciona, ninguém fez uma pesquisa científica ou algo parecido sobre encantamentos desse tipo.”

“Emmeline, o negócio é sério, pare de rir.”

Eu não-!”

“Acho que o meu homem dos sonhos acabou de se mudar para o apartamento em frente ao meu.”

O homem dos seus…? Ai meu Deus, o que???”

“Emmeline, isso é bizarro, eu nem acredito em magia.”

Ai meu Deus…

“Será que é ele?”

Não sei! Não é como se a Mãe Terra mandasse uma foto do gato… Ela não mandou, mandou?”

“Claro que não! Ai meu Deus… Como a sua mãe soube que seu pai era o cara?”

Não sei… Ela disse que ele preenchia todos os requisitos dela.”

“Você ‘tá dizendo que eu vou ter que checar se ele preenche os meus requisitos?”

Acho que sim, Lis, porque? Tem algum problema nisso?”

“Problema? Nenhum, a menos que você considere que checar o requisito ‘sexo maravilhoso’ for algo complicado.”

—______

Duas semanas após a realização do seu encantamento “chama macho”, Lily ainda tinha medo de abrir a porta de seu apartamento e dar de cara com o seu novo vizinho.

Sua conversa com Emmeline havia se mantido em segredo e suas outras amigas acreditavam fielmente que ela estava dando em tempo nos encontros - o que era verdade, visto que Lily realmente não estava saindo com ninguém, ela só estava obcecada pelo seu novo vizinho.

Lily observava James Potter de longe, decidida a checar pelo menos alguns itens de sua lista antes de decidir se ele realmente era ou não o cara enviado pela Mãe Terra. Quando Lily falou para Emmeline que o maior problema seria saber se seu vizinho se encaixava no seu último requisito, ela não havia pensado que os outros quatro itens seriam tão difíceis de checar quanto o último.

Procurando a chave de casa dentro de sua bolsa, Lily pensava mentalmente em todas as coisas que ela precisava comprar no mercado: carne, batatas, um vinho…

O elevador parou em seu andar e ela saiu, ainda procurando pela chave em sua bolsa, com a cara praticamente enfiada dentro dela.

“Oi, é Lily, não é?” Evans levantou o rosto tão rápido que sentiu uma tontura a atingir.

Parado em frente a sua porta, parecendo ansioso, estava seu vizinho: James Potter. O estômago de Lily revirou e isso nada tinha relação com a fome que ela sentia.

“Oi, sim…” Ela finalmente achou a chave. “Tudo bem?”

Potter usava jeans lavados, camisa social desabotoada nas mangas e na gola e sapatos casuais. Meu Deus. Lily tentou não encarar o rosto dele demais.

“Tudo ótimo, eu queria falar com você um pouquinho, ‘tá ocupada?”

Algo subiu até a garganta de Lily.

Não podia ser, podia? Ai. Meu. Deus.

“Ocupada?” Ela levantou as sobrancelhas, atrapalhando-se com as chaves. “Eu? Não, claro que não.”

Os dentes dele eram brancos, retos e brilhantes - e Lily notou isso ao vê-lo sorrir.

“Acabei de chegar do trabalho.” Lily tentou disfarçar o nervosismo que sentia, apontando para a bolsa e para o braço cheio de pastas do escritório onde ela trabalhava. “Entre, por favor.”

Seu vizinho entrou logo atrás dela e sentou-se no sofá que Lily apontou, educadamente. James Potter parecia muito à vontade e relaxado, tudo o que ela não sentia.

“Sei que está meio em cima da hora, mas queria lhe convidar pra um evento amanhã.” Potter estendeu um flyer colorido. “Vai começar um pouco antes do meio dia e vai até o fim da tarde.”

Ele estava a convidando para sair?!

Lily sentiu o coração acelerado ao pegar o papel que Potter havia a entregue. Seus olhos visualizavam o que estava escrito, mas Lily não conseguia entender nenhuma palavra escrita, de tão nervosa que estava.

“Eu sou voluntário nesta ONG e amanhã vamos fazer a feira de adoção de animais, então eu ‘to convidando todo o prédio.” O tom de voz alegre e simpático de Potter despertou Lily de seu choque momentâneo.

“Feira de adoção?”

“Isso.”

As palavras finalmente fizeram sentido.

“Eu… Adoro animais.” A boca de Lily ficou seca.

James Potter era voluntário de uma ONG de proteção dos animais? Ai. Meu. Deus. Isso era ainda pior do que ele estar a chamando para sair.

“Você vai? Vamos estar vendendo doces e artesanato também.” Seu vizinho parecia ansioso e pela primeira vez em toda aquela conversa, Lily notou que seu sorriso era um pouco tímido.

“Com certeza eu vou.” Lily deu o seu sorriso mais brilhante, decidida. “Eu não perderia essa feira por nada.”

Os dois levantaram-se e James Potter enfiou as duas mãos nos bolsos da calça jeans.

“Vou esperar por você então, Lily.”

Quando a porta da frente bateu e ela viu-se sozinha em seu apartamento, Evans gritou e logo após começou a rir.

“Emmeline!” Sua voz deve ter soado desesperada até mesmo pelo telefone. “Ai meu Deus, Emme!”

O que foi?” Sua amiga atendeu a chamada. “O que aconteceu, Lily?”

“James Potter é voluntário em uma ONG de proteção dos animais, Emme! E sabe qual era o primeiro item na minha lista?” Lily jogou-se no sofá onde James havia sentado momentos antes.

Sei lá, ter um cachorro?”

“Não! Amar os animais!” A ruiva cobriu a boca para abafar seus gritos. “Ai, Emme, acho que ele é o cara.”

Ele só preencheu um dos seus requisitos.” Emmeline apontou. “Você precisa saber se ele completa os outros também, antes de se jogar, senão vai acontecer o mesmo que aconteceu com o embuste do Diggory.

“Ah, você tem razão…” Lily gemeu. “Está decidido, amiga, vou ter que checar se James Potter preencher os meus requisitos, e isso vai começar amanhã.”

—______

No sábado pela manhã Lily acordou cedo para tomar um bom café da manhã, desinchar o rosto do sono e ir para o banho. As dez horas ela tinha o cabelo seco e o rosto iluminado pelo seu creme facial preferido, praticamente pronta para ir até o parque arborizado onde ocorreria a Feira de Adoção.

Como o lugar não era muito longe de onde ela morava, Lily decidiu ir a pé, para isso ela escolheu tênis confortáveis e uma legging de academia. Olhando-se no espelho mais uma vez antes de bater a porta de seu apartamento, a ruiva checou se havia algum fio de cabelo fora do lugar e passou mais uma vez seu gloss de morango.

Era um dia bem ensolarado, embora não o mais quente e Lily ficou contente de ter pego um casaco antes de sair.

Naquela manhã ela havia se arrumado e praticado sorrisos no espelho, nervosa. Sentia-se indo para o seu primeiro encontro outra vez, o que era bobagem, mas ela não conseguia afastar esse sentimento. Apenas a ideia de que James Potter poderia ser o homem enviado pelos Deuses para ser o seu homem dos sonhos, deixava-a ansiosa. Ela não deveria criar expectativas, mas ah, Deus, ela já havia criado muitas.

O parque escolhido pela ONG era bem movimentado e possuía muitos restaurantes na proximidade, o que garantia um bom fluxo de pessoas. Quando Lily chegou no lugar, perto do meio dia, havia gente o suficiente para garantir boas vendas nos artesanatos.

Lily procurou por Potter, fiscalizando as barraquinhas de comida e identificando os voluntários por suas camisetas laranjas fosforescentes. No momento em que ficou óbvio que ele não estava ali, os ombros de Lily afundaram. Ela havia treinado várias formas de introduzir uma conversa por todo o caminho até ali, e quando ela havia chegado no parque, seu vizinho não estava?

Frustrada, ela aproximou-se de um dos cercados onde vários cachorros vira-latas brincavam. Eram todos filhotes pequenos, de diferentes cores e pelagens.

“Oi, você já conhece a ONG?” A voluntária responsável pelo cercado sorriu para Lily, segurando um punhado de folhetos iguais ao que James havia lhe dado no dia anterior.

“Oi, eu-”

“Tudo bem, ‘Cas, ela ‘tá comigo.” Uma mão quente encostou em seu ombro, e a voz de Potter perto de seu rosto fez com que todos os pelos do corpo de Lily arrepiarem-se. “Oi, Lily, chegou faz tempo?”

Lily mordeu o lábio inferior antes de olhar para o rosto de Potter.

“Oi, James.” De repente, todas as ideias de como introduzir uma conversa que ela havia pensado antes desapareceram de sua cabeça. “Acabei de chegar.”

“Legal, quer que eu lhe mostre os estandes?” Ele havia feito uma pergunta, porém já havia começado a guiá-la entre os cercados. “Eu ganhei um intervalo agora, mas depois do meio dia eu volto para os vovôs.” Potter apontou para um dos cercados onde havia meia dúzia de cachorros bem velhinhos, cada um deles deitado em uma grande almofada.

“Vocês começaram cedo, então?” O braço dele já não encostava mais em Lily, mas ela ainda conseguia sentir o calor de seu corpo..

“Estamos aqui desde às nove, mas abrimos oficialmente as onze.” O sorriso dele era fantástico, meu Deus. “Oi Jess, essa é a Lily, estou mostrando os cães para ela.”

Lily estava tão focada nos olhos e no sorriso de James que nem notou a mulher com quem ele estava conversando. Forçando seu rosto a virar um pouco, ela deu de cara com uma senhora baixinha e entusiasmada, que tentava controlar um cercado cheio de cães enlouquecidos.

“Fique a vontade, querida, e se gostar de algum, James pode lhe ajudar a adotá-lo.” A senhora sorriu, retirando um dos cachorros de um bolo com outros cães.

“Jess é a mais velha na ONG, ela deve ter uns doze cachorros em casa.”

Eles continuaram falando sobre o trabalho de James na ONG e sobre os cachorros e gatos que estavam para a adoção, até que pararam em um dos estandes de doces e decidiram comprar alguma coisa para almoçar.

“Então, me conta, Greg disse que você se mudou meio apressado.” Lily sentou-se num dos bancos, segurando o seu doce com firmeza.

“Ah, sim…” James sentou-se ao seu lado, virando-se para ela. “Eu ‘tava procurando há um tempo já por um apê naquela região, mas nada…” Ela balançou a cabeça em acordo, aquele bairro era um pouco complicado mesmo. “Daí a imobiliária havia me dito que o apartamento da Sra. Figg já havia sido alugado, mas que qualquer coisa eles me mandariam email e… Bem, acabou que eles mandaram, né?”

James levou uma das mãos até a nuca e bagunçou os cabelos negros e rebeldes, deixando-os ainda mais revoltos. Algo se mexeu no baixo ventre de Lily. Meu Deus.

“Nossa, foi rápido!” Ela mordeu um pedaço da tortinha de limão que havia comprado. “E você se mudou logo naquele dia?”

“Eu gostei muito do apartamento…” O rapaz sorriu, levando um dos biscoitos que havia comprado à boca. “E tive um pressentimento de que iria gostar da vizinhança também.” E James piscou. Para ela.

Ai meu Deus.

O coração de Lily acelerou e suas bochechas encheram-se de cor. Sorrindo constrangida, ela mexeu na trança lateral que havia feito aquela manhã.

“Somos todos muito simpáticos.” Evans conseguiu responder. “A Sra. McGonagall, do 6A, assa biscoitos nos feriados e distribui para todo mundo.”

Internamente Lily quis se bater. Ele havia flertado com ela e ela havia comentado sobre a senhora viúva do sexto andar? Ótimo, Lily, fantástico.

“E você, Lily?” Ele basicamente ignorou o que ela falou. “Fale de você.”

Evans sentiu seu cérebro derreter com a intensidade do olhar de James Potter.

“Eu? Ah…” Lambeu os lábios secos, e viu os olhos dele desviarem para esse movimento. Ah, meu Deus… “Trabalho em um escritório de advocacia, nada demais, bem chato na verdade… E uhmm…” Levou a tortinha de limão a boca mais uma vez, tentando ganhar tempo. “Gosto de animais? Desculpe, acho que já lhe disse isso... Sou realmente péssima falando de mim mesma.”

James lhe deu um sorriso completo, mostrando todos os dentes brilhantes.

“Que coincidência que eu também gosto de animais, não é mesmo?”

“É…”

Era mesmo uma grande coincidência, realmente.

Amar os animais: CONFERE.

—______

No domingo pela manhã, uma semana depois de seu encontro-que-não-foi-encontro com James, Lily acordou cedo decidida a fazer um almoço decente. Após cozinhar as batatas e colocar a carne no forno, ela foi deixar o lixo no corredor, para não esquecer de retirar o lixo mais tarde. Ao abrir a porta, no entanto, ela encontrou alguém desconhecido no corredor.

“Bom dia…” A ruiva sorriu, sentindo-se meio estúpida usando pantufas fofas.

“Bom dia.” A senhora parada em frente à porta de James Potter tinha o cabelo escuro rajado de tons grisalhos, usava roupas elegantes e tinha um sorriso simpático.

Lily virou-se para entrar em seu apartamento, mas uma tosse discreta a fez virar.

“Com licença… Você pode me dizer se James está em casa? Combinei de vir almoçar com ele.”

“James?” Lily perguntou estupidamente. “Ah… Acho que escutei ele saindo algum tempo atrás…”

A senhora fez um som irritado com a boca e olhou mais uma vez para o celular.

“A senhora quer esperar na minha sala? Podemos deixar a porta encostada, assim a senhora consegue escutar quando ele chegar…”

“Só se não for incomodo, minha querida.”

Após alguns murmúrios sobre não haver nenhum problema, Lily encontrou-se sentada em sua sala de estar com uma mulher desconhecida.

“Eu sou Lily Evans.” Ela estendeu a mão.

“Euphemia Potter, sou a mãe de James.” Bem, isso com certeza tirava as dúvidas de Lily. Os dois compartilhavam as mesmas sobrancelhas e as covinhas nas bochechas.

“Você acha que aconteceu alguma coisa com James?” Lily perguntou, preocupada. Era no mínimo estranho que mãe e filho marcarem um almoço na casa de um deles e o dono da casa não aparecesse.

“Ah não, não se preocupe, querida.” Sra. Potter sorriu. “James provavelmente queimou o almoço e saiu para comprar algo com pressa… Isso já aconteceu antes.”

Achando graça, Lily puxou as pernas para cima do sofá.

“Isso explica o cheiro de queimado que eu sinto as vezes então.” Ela fez graça, vendo a Sra. Potter soltar uma risada.

“James é um ótimo filho, desde que se mantenha longe da cozinha.”

Euphemia Potter era tão simpática quanto o filho e logo Lily se viu encantada pela mulher.

“Mas me conte sobre você, Lily, você é de Londres?”

“Não, não… Meus pais são de Manchester, saí de lá só para fazer faculdade.” A ruiva sentia-se confortável o suficiente com a senhora para contar sobre a sua vida.

“Se formou em que? Eu fiz economia em Cambridge.”

“Sou advogada.”

“Ah, que incrível… Meu marido, o pai de James, também é advogado… James não quis seguir o pai, ele se formou em jornalismo.”

As novas informações sobre a vida do vizinho deixavam o coração de Lily acelerado.

Euphemia era muito educada e engraçada, e o tempo passou voando enquanto as duas conversavam. Ver uma figura materna acabou despertando em Lily uma saudade de seus pais que a tempo ela não sentia.

“Mamãe?” A cabeça de James Potter apareceu pela fresta da porta de entrada que elas haviam deixado.

“Ah, James, bebê…” Euphemia levantou-se e Lily a seguiu, sorrindo ao ver a interação entre os dois.

Após um rapido abraço, James virou o rosto para olhar diretamente para Lily.

“Bom dia Lily.” Ele sorriu, mostrando aqueles dentes maravilhosos. Meu Deus.

“Bom dia, James… Encontrei sua mãe no corredor e a convidei para lhe esperar aqui em casa.”

Ele lançou um olhar para a mãe.

“Eu mal me mudei e você já está investigando meus vizinhos?” O tom foi sério, mas a expressão no rosto de James deixava claro que era uma brincadeira.

“Ora, seu malcriado… Eu e Lily somos amigas agora. Ela prometeu investigar você e me manter atualizada.” Euphemia levantou o nariz.

Os três riram e James abraçou a mãe de lado.

“Obrigado, Lily… Eu acabei queimando o almoço e tive que-”

“Ah, não se preocupe… Euphemia é ótima, me diverti bastante.” Era normal sentir-se quente apenas com um olhar sincero? Meu Deus, Lily derreteria se James não fosse embora logo e levasse com ele todos esses olhares intensos.

Vendo mãe e filho entrarem no apartamento da frente, Lily fechou a porta e escorou-se na madeira sólida. Esse homem seria seu fim. Meu Deus.

Ser família: CONFERE.

—______

As semanas passaram e com elas o nervosismo de Lily foi aumentando. Cada olhar e palavra trocada com James Potter fazia seu coração acelerar e suas bochechas esquentarem.

“‘Dia, Lily.” Ele havia murmurado um dia desses, quando ela abriu a porta de manhã cedo, pronta para ir para o escritório.

“Bom dia.” Ela estava cem por cento consciente que não havia penteado os cabelos e que havia um furo na sua camisa, em baixo do braço esquerdo.

“Achei uma encomenda sua no meu correio.” Nos poucos segundos em que James voltou para dentro do apartamento para pegar suas cartas, Lily tentou desamassar seu cabelo. “Aqui, acho que o carteiro se confundiu.”

“Obrigada.” Quando ela estendeu a mão para pegar as cartas e uma caixa que ela sabia ser um livro, seus dedos se encostaram e uma corrente elétrica subiu por todo o seu braço.

Afastando-se, James piscou um dos olhos e levou a xícara de café que ele tinha na mão aos lábios. Sentindo-se quente e vermelha, Lily enfiou as cartas dentro da bolsa e tentou aparentar calma enquanto corria para o elevador.

“Camisa legal.” Ela ainda o escutou falar, antes das portas se fecharem.

Em outra ocasião, Lily recém havia voltado do escritório, após um dia estressante com a Sra. Lestrange. Com as mãos cheias de sacolas e sua bolsa porcamente pendurada em seu ombro, ela esperava pacientemente o elevador chegar em seu andar. Estava tudo ótimo nos últimos dias, sem nenhum sinal de James. Seus nervos até acalmaram-se um pouco e-

“Ah, James!” Lily quase tropeçou quando saiu do elevador e deu de cara com o seu vizinho. Seminu.

“Oi Lily.”

Uma das sacolas do mercado que ela segurava caiu no chão. James adiantou-se, pronto para ajudá-la.

“Como você está?” A boca de Lily abriu, mas nenhum som saiu dela. Ela tentou outra vez.

“Bem… Ocupada…”

Ele sorriu, segurando suas compras. Lily ainda não havia conseguido processar o fato de James estar sem camisa.

“Ahn… E você?” James parou ao seu lado na porta enquanto ela procurava pelas chaves em sua bolsa. O cheiro masculino dele a deixava meio tonta, tornando a tarefa de encontrar as chaves algo realmente difícil.

“Bem, também.” Ele sorriu. “Vou deixar suas compras na cozinha.” Os dois entraram no apartamento e Lily tentou concentrar seus pensamentos em coisas estúpidas como limpar as janelas e aspirar o tapete, e não em coisas depravadas que ela gostaria de fazer com James no seu sofá, como lamber todos os músculos de seu peito.

Oh, meu Deus.

“Escuta, não sei se você tem algo para fazer amanhã à noite, mas eu queria lhe agradecer por aquele dia com a minha mãe e… Enfim, não sei…” Lily levantou os olhos arregalados para James. “Vou fazer uma festa para alguns amigos amanhã, você gostaria de ir?”

“Uma festa?” Lily sentiu a boca seca.

“É, para inaugurar o apartamento e essas coisas…” Ele passou uma das mãos pelo cabelo e Lily assistiu o cabelo molhado de suor balançar. “Então, você vai?”

“Claro…”

Largando as compras na bancada da cozinha, James sorriu mais uma vez e caminhou de costas.

“A gente se vê então, Lily.”

Esse homem seria a morte dela. Ponto.

Ser sexy: CONFERE

—______

Então ele preencheu todos os seu requisitos já?”

“Meu Deus, Emme, claro que não!”

Mas você está indo no apartamento dele hoje.”

“Numa festa! Vai haver outras pessoas lá.”

Certo… Acho que essa é a sua oportunidade… Use aquela calcinha de lacinho.”

“Céus! Adeus, Emmeline, eu te odeio!”

—______

Checando seu batom no espelho do corredor, Lily deu uma ultima afofada no cabelo antes de pegar a garrafa de vinho e sair de seu apartamento. Ela havia escolhido um horário que não seria nem muito cedo, nem muito tarde, assim não seria muito constrangedor.

Tocando a campainha de James, ela segurou o vinho gelado e colocou o seu melhor sorriso no rosto.

“Lily? Oi!” James abriu a porta, com o cabelo molhado. Foi com um pouco de pavor que ela notou que ele ainda não estava pronto.

“Vim muito cedo?” Lily perguntou, sorrindo de nervoso.

“Ah, não, não… Entre.” Ele deu espaço para que ela passasse e o cheiro do sabonete de James encheu os sentidos de Lily. “Esqueci de lhe avisar que o pessoal viria mais tarde, mas não se preocupe.”

Lily sentou-se no sofá que ele indicou com uma das mãos e estendeu o vinho para James, que havia sentado-se no braço do sofá.

“Trouxe um vinho, espero que goste.”

“Não precisava, Lily.” James sorriu antes de se levantar. “Vou abrir, espere aí.”

Enquanto ele desaparecia na cozinha, Lily deu uma observada na sala de estar. Móveis cleans, uma grande televisão e uma coleção de filmes de ficção científica. Legal.

“Aqui…” James voltou e lhe ofereceu a taça de vinho. “É uma boa safra, 2012 né?”

“Sim, é uma das minhas vinícolas preferidas.”

Lily lambeu os lábios após tomar um gole do vinho e assistiu os olhos de James caírem para assistir o movimento.

“E como vai o escritório? Lestrange continua tirando o seu couro?”

Era engraçado que James soubesse tanto de sua vida (e ela da dele) e eles apenas se conhecerem a poucos meses.

“Péssima como sempre, acho que o objetivo dela é me ver chorar.” Lily tomou outro gole de vinho.

“E você não vai dar esse gostinho a ela, vai?” O sorriso dele dizia que James já sabia a resposta.

“Claro que não.”

James tomou todo o vinho que restava em sua taça com um único gole e ela assistiu quando ele inclinou a cabeça para trás e deixou o pescoço forte exposto. Ah, meu Deus…

“Preciso terminar de cortar as coisas, quer me acompanhar na cozinha?”

“Claro…” Lily levantou-se. “E como anda o jornal? Eu gosto muito da sua coluna.”

“Tudo tranquilo, hoje mesmo eu passei lá antes de correr.”

Ah, sim. As corridas de James… Lily vivia por assisti-lo pela sacada sair para correr todos os dias - ela gostava ainda mais quando ele tirava a camisa molhada de suor e tentava secar os cabelos com ela.

Mordendo os lábios com a lembrança, ela nao viu que ele havia parado de caminhar e acabou batendo com tudo contra as suas costas.

“Tudo bem?” As mãos de James a seguraram para não cair.

“Sim.” Sua respiração bateu contra o rosto dele e Lily sentiu seu coração acelerando.

Eles encararam-se por alguns segundos, James ainda a segurando bem perto de seu corpo.

“Eu vou te beijar agora, ok?”

“Ok.” Foi tudo o que ela conseguiu murmurar antes que a boca dele caísse sobre a sua.

Lily conseguiu largar a taça de vinho na bancada da cozinha para logo em seguida enrolar os dedos nos cabelos úmidos de James, puxando-o ainda para mais perto. As mãos de James caíram sobre a sua cintura e ela conseguia sentir o calor dele mesmo pelo tecido grosso de seu vestido.

Os dois cambalearam um pouco e James a empurrou contra a parede, fazendo-a sentir o seu corpo duro por inteiro. Um deles gemeu, mas não importava quem havia sido.

Foi a campainha que quebrou o encanto entre os dois.

“Eu vou atender a porta.” Ele murmurou, sem fôlego.

“Ok… Eu vou… Ao banheiro.”

Ter atitude: CONFERIDÍSSIMO.

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O resto da noite passou rápido. Lily sentou-se entre duas amigas de James que a integraram em todas as conversas. Os rapazes eram barulhentos, engraçados e simpáticos.

Remus, o mais calmo, a envolveu em uma conversa inteligente sobre a política inglesa. Sirius acabou que era primo de Bellatrix e eles passaram uma boa parte da noite falando mal da mulher e compartilhando histórias de humilhação. Peter era torcedor do Manchester United, o mesmo time de Lily, e eles trocaram algumas palavras sobre as novas contratações da temporada.

Todos eram ótimos e nenhum deles questionou o porquê de Lily, a vizinha de James, estar na festa.

Não que James tenha sido discreto.

Ele tocou seus ombros mais vezes que Lily conseguiria suportar. Sentou-se ao seu lado e apoiou as mãos em seus joelhos, fazendo-a imaginar aqueles dedos subindo por suas pernas.

Ao fim da noite, quando todos já haviam ido embora e ela já estava em pé ao lado da porta, ele sorriu de canto para ela e inclinou-se para perto.

“E aí?”

“E aí.” Ela suspirou de volta, sentindo o cheiro dele.

“Posso te beijar?” Aquele sorrisinho de lado estava deixando-a louca.

“Por favor.”

Desta vez foi Lily quem fez o primeiro movimento, inclinando-se contra ele. Os lábios dela estavam gentis, devagar, aproveitando o momento. Os dedos de James percorreram sua bochecha, segurando seu pescoço com delicadeza. Por dentro, Lily sentia seus orgãos derretendo.

Meu Deus, ela iria morrer.

James abandonou sua boca e começou a arrastar os lábios molhados pelo seu pescoço, e ela escorou-se contra a porta, dando total liberdade para que ele fizesse o que quisesse com ela.

“Você me deixa louco desde o dia em que nos conhecemos.” O murmúrio de James contra o seu pescoço a fez gemer.

“Você também… Céus, não pare.” Lily enrolou os dedos no cabelo dele. “Ah… James… Preciso falar algo…”

Aquilo a estava consumindo desde que eles se separaram no primeiro beijo.

“Fale…” Ele nem mesmo afastou o rosto de seu pescoço.

“Ah… Talvez você se mudar para cá seja culpa minha…” Suas palavras soavam desconexas para os seus ouvidos.

“Continue…” Os dedos de James começaram a mexer no fecho lateral de seu vestido.

“Uhm… Talvez eu tenha… uhn… Feito um feitiço…”

“Para eu me mudar?” Ela sentia o sorriso dele contra o seu colo.

“Algo assim…”

“Elabore, Lily…”

Como ela iria elaborar algo quando ele beijava o topo de seus seios?

“Eu fiz um feitiço pedindo aos Deuses por-” Ele puxou o fecho de seu vestido, lançando uma lufada de ar frio por toda a pele exposta dela. “Ah, Deus, eu pedi pelo homem dos meus sonhos.”

“Ah, é?” James finalmente afastou-se, parecendo mais divertido do que Lily gostaria. “E eu sou o homem dos seus sonhos?”

“Não sei…” Lily fecho os olhos, querendo morrer. Ou que ele voltasse a beijar seu corpo. “Você preencheu os requisitos, mas ainda falta um…”

James apoiou a testa sobre a testa de Lily, olhando-a no fundo dos olhos.

“E qual é o último requisito?”

Ela inclinou-se sobre ele para murmurar algo em seu ouvido. Afastando-se, ela mordeu a boca e esperou para ver a expressão de James quando raciocinasse o que ela havia falado.

O sorriso safado que arregalou sua boca deixou claro para ela que ele sabia muito bem o que fazer.

“Bem, acho que não resta opção a não ser te levar para a minha cama, então.”

Oh, Deus…

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No outro dia pela manhã, a primeira coisa que Lily conseguiu pensar foi que James preencheu todos os seus requisitos muito bem. Mais que bem, na verdade.

Fazer um sexo maravilhoso: CONFERE (RISCA) CONFIRMADÍSSIMO (RISCA) JAMES POTTER FODE MUITO BEM


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Notas finais do capítulo

A minha amiga secreta é a Marina ♥