Depois de um longo tempo de sono, o Itachi acordou. Quando ele levantou da cama e olhou para a garota que encontrava-se ainda adormecida, ele sentiu algo estranho, algo que nunca tinha sentido antes. Mas o que seria isso? - Pensava ele. - Deixou os pensamentos de lado e foi em direção a sala, quando viu Tenten e Neji entrarem afobados ele lembrou-se que esqueceu a porta aberta.

Tenten - Deixou a porta aberta?

Itachi - Desculpe. Por que demorou tanto?

Tenten - A empresa está uma bagunça, falatórios e perguntas. - Comentou sentando-se.

Neji - E a Hinata? - Perguntou acomodando-se também.

Itachi - Está dormindo.

Tenten - Não entendo como só por causa de alguns falatórios ela reagiu assim. - Dizia Tenten pousando a bolsa da Hinata no sofá.

Itachi - Para uma pessoa como ela, não são "alguns falatórios". O ambiente de trabalho, no qual a fazia se sentir útil e parte da sociedade, se desfez. Depois disso não tem como ela continuar. Seriam muitos olhares curiosos e até preconceituosos. - Explicava Itachi sentando-se no sofá de cabeça baixa.

Neji - Ele tem razão. Da vez que aconteceu isso, ela teve que ser internada em uma casa com especialidade nesses casos.

Itachi - Mas não foi algo bom de se fazer. Nesses momentos a família tem que mostrar que mesmo que certas confusões tenham acontecido, tudo está bem. - Comentava Itachi procurando o remédio na bolsa da Hinata.

Neji - Entendo... Na época nós não sabíamos. É bom ter você assim pois se o tio Hiashi souber e achar que o melhor é colocá-la lá novamente, você pode explicar.

Tenten - Como fez para acalmar ela?

Itachi - Aqui. Tenten, quando a Hinata acordar, dê imediatamente isso para ela sim? - Falou ele, entregando um pote para a Tenten, ignorando totalmente a pergunta dela.

Neji - Você já vai Itachi?

Itachi - Sim. Tenho que resolver algumas coisas. Peço que você repita minhas palavras ao seu tio. Pode fazer isso?

Neji - Sim. Obrigado.

Itachi - Não precisa agradecer, ela é minha namorada e também minha amiga.

Neji - Certo. Mas de qualquer forma, obrigado. - Agradeceu apertando a mão do Itachi.

   Itachi saiu do apartamento das garotas e esquecendo-se que estava de carro, caminhou por algum tempo. Caminhou o bastante até que anoiteceu, sentou-se em umas escadas que davam para um tipo de praça e permitiu-se entristecer. Ele não costumava fazer isso em frente as pessoas desde a infância. Não era que queria ser perfeito, era simplesmente o jeito de ser dele. Continuou sentado e foi da tristeza para a raiva.

Itachi - Como fui deixar a Ino fazer isso? Esse emprego significa tanto para a Hina. - Dizia ele em voz alta. - DROGA INO!

  Quando em fim a raiva que tinha passou, continuou seu rumo.  Percebendo que deixou o carro, pegou o primeiro taxi que apareceu e foi para empresa.
Chegou na empresa com a expressão de sempre, mas ninguém sabia que por dentro  de sua cabeça ele estava a mil por hora.

Temari - Itachi? Como estão? - Perguntou preocupada.

Itachi - Só vim pegar os documentos da empresa que eu estava para assinar.

Temari - Vai fazer isso em casa?

Itachi - Sim. Me desculpe, mas pode pegá-los para mim? - Pedia encaminhando-se para o escritório dele.

Temari - Claro. Vou agora mesmo.

Itachi - Obrigado.

Temari - Se os funcionários perguntarem se está aqui?

Itachi - Diga que quem puxar conversa comigo sobre esse assunto, vai ser demitido com certeza!

Temari - Am!? Sim. - Concordou meio espantada com a falta de ética profissional que Itachi demostrou.

  Itachi entrou no escritório e para a sua surpresa, viu uma Ino sentada no lugar da Hinata. Tentou manter a calma para não estrangulá-la e começou a falar:

Itachi - O que está fazendo aqui? - Falava sério e se sentando no sofá.

Ino - Estava te esperando.  - Falava com a voz mansa.

Itachi - Pode falar.

Ino - Agora que eu tomei conta da sua namorada. Não temos mais inconvenientes no trabalho. Podemos ficar juntos.  - Dizia Ino aproximando-se e em seguida sentando no colo do Itachi com cada perna de um lado.

Itachi - Tem razão. Não vou ter inconvenientes no trabalho.

Ino - Eu sei queridinho. - Debochava colocando os braços em volta do pescoço dele.

Itachi - Você está demitida. - Falou sério.

Ino - O QUÊ!?

Itachi - Você ouviu.

Ino - Mas Itachi! Eu preciso desse emprego.

Itachi - Sabe do que você precisa? - Perguntava Itachi se aproximando ao ouvido da garota para responder. - De uma surra. Sorte sua que sou homem o suficiente para não bater em mulheres. Mas se você não sair daqui agora, eu não sei se vou continuar mantendo a minha pose de bom homem.

Ino - Você está brincando não é? - Perguntou o olhando, quando viu a cara de ódio que ele estava, assustou-se caindo de bunda no chão.

Itachi - Saia daqui. Depois as suas contas serão depositadas.

Ino - VOCÊ É MALUCO! FINGE SER BOM MAS ESTAVA PRESTES A ME BATER! - Gritava Ino.

Itachi - Fora daqui Ino. Não tenho paciência para te escutar. - Falava Itachi calmamente vendo a garota sair irritada. 

Povs Ino

  Mas o que foi aquilo? Aquele não era o Itachi que todos conhecemos. Ele é psicopata ou o quê? Eu deveria ter continuado lá, apenas para ver se me bateria mesmo. Ainda por cima me demitiu. Que droga! Fiz tudo isso porque ele não aparentava querer me demitir. Agora, por causa daquela garotinha ridícula, tenho que procurar outro emprego e desistir do Itachi já que me parece mais maluco que a namoradinha doida.

Narrador

Itachi estava em sua sala apenas esperando a Temari chegar com os papeis que tinha pedido. Quando em fim chegou, pediu que a mesma se sentasse.

Itachi - Então, quais são as coisas que estão falando por aí? - Perguntava pegando os papeis que ela entregava.

Temari - Quer mesmo saber? - Disse sentando-se.

Itachi - Tem razão. É melhor que eu não saiba.

Temari - Não sei como consegue manter a calma com a Ino.

Itachi - Não consigo. Acabei de demiti-la.

Temari - Demitiu!?

Itachi - Sim.

Temari - Você está meio irritado não é? Mas a Hinata pode continuar trabalhando.

Itachi - Não pode.  Como poderia? Em um ambiente que seria facilmente vista como coitada e sendo discriminada?

Temari - Um outro trabalho.

Itachi - Não é fácil Temari, não é que ela não seja capaz. Mas o negócio é que simplesmente não daria. Sempre estaria desconfiada, talvez tivesse surto de vozes. É difícil de te explicar. - Comentava Itachi organizando os papeis em uma pasta.

Temari - Os pais dela são ricos não são?

Itachi - Como você se sentiria no lugar dela? Ela precisa se sentir útil Temari, o psicológico da garota não funciona como o nosso. Ela tem depressão. Estava mais animada porque conseguiu trabalho. Se sentiu igual a todos, fazendo parte da sociedade. Isso realmente vai deixá-la para baixo.

Temari - O que será que ela vai fazer?

Itachi - Eu não sei. Mas vou pensar em algo que ela possa fazer. Não posso ficar apenas observando as reações da garota.

Temari - Te entendo. Espero que consigam ir no meu casamento.

Itachi - Acho que antes disso as coisas estarão resolvidas. Eu não deixaria de ir no seu casamento. - Disse Itachi abrindo um sorriso para a amiga.

Temari - Obrigada. Conto com você.

Temari saiu do escritório do Itachi um pouco triste por ele, mas meio chateada por mesmo assim estar feliz. O que ela poderia fazer? Afinal o casamento estava próximo e ela não via a hora de se casar com o Shikamaru.

Povs Temari

Espero que o Shika não durma durante a cerimônia. Está um pouco distante mas parece que já o vejo dizendo que tudo isso é problemático. - Pensava Temari sorrindo. -

Narrador

Enquanto isso o Neji já tinha falado para o Hiashi sobre a Hinata e o que Itachi tinha dito sobre tudo isso. De início ele achou que teria que interná-la pois lembrava que provavelmente depois ela começaria a ouvir mais coisas. Mas quando o Neji contou como a Hinata se sentiria, ele pensou melhor e acabou concordando.
"O que posso fazer para que a minha filha não se sinta dessa forma? Se eu olhar para trás, não fiz muitas coisas boas. Preciso me redimir." - Pensava Hiashi enquanto tentava dormir. "