Sapatona escrita por Nymphadora


Capítulo 1
Sapatão


Notas iniciais do capítulo

quanto tempo, hein? -q
me fizeram dar mais uma chance pra postar no nyah, vamos ver se a minha ansiedade me permite continua eue
enfim, não tem muito o que falar. só um mini-desabafo que eu acabei fazendo me colocando na Jirou pra por pra fora mesmo.
não foi revisada porque senão eu nem postava, só isso.

e feliz mês da visibilidade lésbica pra todas as sapatonas frustrada com a vida, os pais e o mundo ♥



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Não importa que tipo de coisas falassem pra ela, Jirou nunca ia se sentir mal por ser lésbica. Era sapatão, sapa, caminhoneira, bolacha, entediada, fancha, bofinho e mais qualquer outro nome que quisessem dar pra ela. Amava mulheres sim, e pra ela não tinha coisa melhor que isso.

Andava de mãos dadas com outras mulheres e dava selinhos apaixonados, usava anel de coquinho querendo chamar atenção de quem entendia o significado, tinha uma enorme bandeira lésbica no seu quarto que às vezes se enrolava e usava como capa que nem a dos heróis que sempre admirou, ajudava amigas a perceber quando não estavam sendo bem tratadas por namorados e sentia arrepios sempre que se deparava com mulheres lindas — e que mulher não é linda?

Mas também tinham aqueles dias em que a realidade em que vivia dava um forte tapa na sua cara. Se lembrava do quão merda eram as situações que poderia acontecer consigo se falasse o que pensava em voz alta. Se lembrava que poderia ser espancada na rua, estuprada e ser expulsa de alguns lugares. Se lembrava que seu amor por muitos não era amor, e sim aberração. Se lembrava que era vista como um fetiche, algo sexy para homens. Se lembrava das vezes em que ouviu — e das vezes que ainda iria ouvir — que era tudo falta de homem ou que não tinha encontrado o homem certo. Se lembrava das diversas garotas que se jogou de cabeça na paixão para no fim descobrir que na verdade eram hetero. Se lembrava de que seu amor por uma mulher não era tão interessante quanto o amor de um homem por outro homem, mesmo que fosse algo completamente abusivo.

Esse tipo de coisa a fazia querer se jogar na cama e nunca mais sair dali, onde poderia se sentir longe dessa realidade mesmo que um pouquinho. Era uma merda e bastante desmotivador.

Mas esses eram apenas alguns dias, porque Jirou era muito sapatona e não há pessoa — muito menos algum homem — que a faça se arrepender disso.


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Notas finais do capítulo

todas as palavras em itálico são gírias lésbicas
bye bye



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