Quando percebi que amanhecia, resolvi sair para caçar um pouco, mesmo que já tivesse me alimentado por esses dias, mas eu sentia que havia algo errado, só não sabia por quê. E isso me deixou incomodado; saí sem que ninguém exceto talvez por Alice. A cada vez eu sentia estar mais próximo do motivo de minha preocupação. Ao virar mais duas árvores, próximo à fronteira dos lobos Quilleutes, tive uma grande surpresa. Jamais vi um deles lutando, sempre nos mantivemos naquela de cada um no seu território, então não nos falávamos à menos que fosse necessário e também quando realmente precisávamos fora isso não tínhamos contato algum.
  Fiquei em dúvida se deveria ajudar ou não, por que se eu decidisse ajudar o lobo em questão estaria quebrando uma das regras: "Não ultrapassar os territórios - sujeito a punição de acordo com as leis mais antigas de cada clã ou tribo." Mas, não poderia deixar que o invasor invadisse "nosso" território e nos ameaçasse; não queria que isso chegasse aos ouvidos de um certo vampiro italiano. Sem pensar muito, decidi por impulso ajudar o lobo da cor estranha, até que ele lutava bem, mas por um único descuido de sua parte, o que me fez questionar o que poderia ter acontecido sendo que ele parecia estar bem atento a cada mísero ato ou tomada de decisão do invasor, e foi neste instante que tive que intervir, antes que algo pior acontecesse eu o imobilizei e o lobo ao me ver não se deixou levar pela distração e arrancou de primeira, o membro dele, (lutei e muito para não deixar o meu choque transparecer) e logo após, seus braços e pernas, sobrando apenas seu tronco e a cabeça.
  Ele grunhia e tentava se soltar, mas mesmo que tentasse não iria longe. Eu precisava de informações e acredito que o lobo também por isso comecei a fazer perguntas assim descobriríamos algo e poderíamos dar fim ao trabalho.

— Quem é você e o que faz aqui? Está sozinho ou têm algum mandante?- disparei

— Me solta seu traidor! - respondeu - Eu não vou dizer nada.

— Ah mais vai sim, sabe por quê? Eu posso até ser paciente, mas acho que o lobo ali não. Então trate logo de abrir o bico.

— O que você quer aqui? - perguntei novamente o lobo à minha frente rosnou, e acho que isso foi um incentivo para que ele respondesse logo.

  Escutei passos pesados ao longe e logo imaginei que fossem os outros lobos, eu não poderia me demorar muito ali, se não tudo só pioraria. Tratei logo de fazer com que aquele vampiro abrisse a boca. Estirei mais seu pescoço e o trouxe para a minha frente assim eu olharia em seus olhos facilitando o meu acesso a sua mente.

— Vamos fale! - ele ainda sim negou - Foi você quem pediu! - entrei em sua mente o fiz sentir como se estivesse queimando de dentro pra fora, logo se ouviu seus gritos, não me importei estava costumado a fazê-los gritar, ainda que já fizesse um tempo que eu não mexia na mente de ninguém.

— Eu conto! - falou já sem fôlego o que era irônico já que não precisávamos respirar, mesmo o olfato sendo preciso na hora da caça. - Tem mais dois comigo, nos separamos para cobrir mais terreno e assim sondar quem eram os donos do território e assim desafiá-los pela posse deste...- não era de todo mentira, mas, eu sentia que havia mais; como se nossos pensamentos estivéssemos conectados o lobo rosnou novamente - E eu não sei quem é, mais ele disse que ganharíamos muito se descobríssemos algo de importante, como uma infração as leis ou o ponto fraco de quem comandava aqui.

Isso me fez refletir, tinha dedo de Aro nessa história, mas eu não poderia afirmar nada, por isso, guardaria isto somente pra mim até que obtivesse mais informações a respeito.

— Então acho que já esta na sua hora. Tenha bons pesadelos no inferno. - falei

  Eu mau tive tempo de me afastar antes que o lobo o cobrisse e terminasse de desmembrá-lo, apenas me afastei e fui atrás dos restos, a sorte é que eu ando com um isqueiro de prata no bolso, não me pergunte por que, se nem mesmo podemos fumar e o fogo é o nosso ponto fraco, pra que eu andaria com isso no bolso? Balancei a cabeça pra me dispersar e foi quando eu percebi algo no chão. Deve ter caído do lobo quando ele estava lutando. 

Abaixei - me e o peguei, era um pingente, e o mesmo demonstrava ser antigo, passei o dedo por cima da cabeça do lobo no pingente e algo que aparentemente deveria ser apenas um objeto; começou a rugir como um leão da montanha e ao parar ele exalava o cheiro mais maravilhoso de todos. Rosas e frésias, compunham o suave aroma trazendo consigo o brilho da lua e do sol e a brisa da maré; uma essência única, jamais havia sentido algo como isso. Levantei a cabeça e estava rodeado de lobos, deviam ser aquele no qual eu ouvi os passos. Eles me encaravam, e ao olhar nos olhos do lobo que antes lutava comigo, percebi que sua cor mudara indo para um branco puro e perfeito como a neve, o que me arremeteu num único nome: Bella. A minha Bella. 

 Não podia ser será? Eu sabia que ela podia ter alguma ligação com os Quilleutes, mas daí a ser uma loba? Fiquei preso no olhar daquele lobo, e senti meu pulso queimar, mas a queimação era algo diferente. Contudo ao puxar a manga da minha blusa, vi nascer uma marca que só havia visto uma vez, e foi somente quando Carlisle encontrou Esme, mas a marca era diferente. E isso fez surgir a constatação e a pergunta: O lobo não era ele e sim ela. Quem era ela? 

Não tive tempo de nem mesmo de pedir informações a ela sobre o colar, pois ela o pegou de minha mão e correu para longe. 

Contt...