Amantes da Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Voltei, pessoas! A fic já está no fim. Retal final. Espero que estejam curtindo.
Em breve um novo cap. de Conquistas Ardentes!
Beijos!



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O gosto do nosso primeiro beijo ainda estava presente em meus lábios, – inchados sensualmente devido o beijo demorado e avassalador.
Envolvida, cegamente, em uma recente lembrança memorável, fechei a porta devagar, e encostei-me a ela. Tateei meus lábios borrados de batom e sorri incrédula.

Ele me beijou. – Repeti para mim mesma, ainda anestesiada.

—Fiquei preocupada com você. – Ino acendeu a luz, despertando meus devaneios. –Você nunca chegou tão tarde. – Conferiu as horas. –São onze horas da noite.

—Desculpe. – Não me agüentei e a peguei pela mão, arrastando-a até minha cama. –Fui dá uma volta na cidade.

—Eu aqui preocupada e você curtindo a noite?

—Saí com o meu chefe!

Ino finalmente havia se desapegado do cansaço. Seus olhos azuis arregalaram-se instantaneamente.

—Ah, não! – Disse acuando-se. –Você não! Poderia ser qualquer outra, mas você...! – Exclamou andando em círculos. –Que essa aproximação fique somente nesse passeio e mais nada! Está me entendendo?

Confusa, olhei-a abalada. –Só foi um beijo...

—Teve até beijo? – Quase gritou. –Está errado! Tudo errado! Você tem que entender duas regras simples nessa cidade, amiga: Primeiro, fique longe dos caras ruins! Segundo, fique há milhas de distância dos caras casados!

Foi como levar um balde de gelo na cara. Todo o meu entusiasmo escapou do meu sorriso no segundo que me dei conta de que Eu tinha feito uma grande besteira.

 

                                            Capítulo 8

 

Já fazia vinte minutos que Eu estava de pé, escondida atrás de uma árvore, de frente à empresa, à espera desesperada de Karin. Não me importava quanto tempo mais Eu a esperaria, nós duas precisávamos conversar seriamente sobre o que Ela sabia sobre Sasuke e Eu.

—Vamos nos encontrar amanhã, por volta das dez da noite, no mesmo barzinho. Tchau, querida.

Observei-a guardar o celular na bolsa. Distraída, Ela cruzou os portões e deu boa noite ao segurança. Um minuto depois, me aproximei dela, sorrateiramente.

—Karin...

—Ai! – Gritou assustada com minha aparição repentina. –Quer me matar do coração, garota?

—Preciso falar com você!

—Sem chance! – Ignorou seguindo seu caminho à estação de trem. –Por que deixei meu carro em casa logo hoje?

Ela acelerou os passos. O medo refletia em sua andança descompassada.

—Só quero conversar com você!

—Não tenho nada para falar!

—Vai ficar de joguinhos agora? – Pulei na frente dela, bloqueando-a. –Você já está nisso! – Ela olhou a nossa volta. –Deixa de ser estúpida! Está achando que vou tirar um canivete da bolsa e te esfaquear no meio da rua?

—Tenho amigas que sabe onde estou agora. – Pegara o celular e mostrara o ponto em que ela se encontrava no GPS.

—Olha... Você sabe de muita coisa ao meu respeito... Eu quero saber o que você pretende fazer com a minha vida!

Por um instante, ela refletiu e pouco a pouco foi se acalmando.

—Está na cara que a corda vai arrebentar para o seu lado?

—Seria o mesmo que você atingir todos os Uchiha. – Ela não era burra a ponto de não ter pensado no óbvio. –Se meu caso com Sasuke vazar... Vai ser questão de tempo para você ser demitida.

—E se não for assim?

—Você acha que àquelas pessoas vão se importar com a mulher que levou a público um escândalo que atingirá não só uma família, mas também a imagem multinacional deles? – Achei graça de sua ingenuidade. –Se não fosse por mim, o próprio Sasuke já teria te posto na rua!

—Quer que Eu te agradeça agora? – Indagou com ironia. –Como uma mal vestida como você conseguiu ser amante de um homem como Sasuke? – Por muito pouco ela não se descabelou.

—Amante... – Sentei na calçada e falei abertamente. –Você acha que me encho de vangloria ao ser chamada assim? – Karin olhou-me duvidosa. –Sou filha única de duas pessoas que me ensinaram valores. Você acha que passei um ano da minha vida planejando contar aos meus pais que... dividi a mesma cama com um homem casado?

Karin respirara profundamente. Ela estava tentando não se envolver no meu momento deprimente, por mais sincera que Eu estivesse sendo. Era como ela lhe dava com situações fora de seu controle.

—Tá. – Murmurou soltando um longo suspiro. –Talvez Eu esteja sendo um pouco perversa com você, no entanto... – Olhou-me avaliativa. –É assim que as pessoas agem.

—Pessoas amarguradas? – Por um triz não avancei sobre ela. –Quer saber? Eu realmente achei que seu coração não era totalmente oco, mas me enganei. – Dei as costas a ela, antes que Eu perdesse o último fio de paciência. –Vá em frente e destrua minha vida e de quebra acabe com o seu maravilhoso emprego. No final das contas, você perceberá que minha ruína não vai lhe trazer nada de bom.

—______****_______

—Você acha que ela vai contar?

Gentilmente Ino me entregou uma xícara fumegante.

—Karin simplesmente decidiu me odiar. É bem provável que ela enfrente o risco de se ferrar só para me levar junto com ela. – Bebi um pouco do chá. Minha cabeça doía como nunca antes.

—Como ela descobriu?

—Isso não importa. Ela sabe de tudo, então... – Dei de ombros. –Só me preocupo com os meus pais.

Ino concordou comigo. Meus pais não suportariam encarar o nome da única filha num escândalo extraconjugal.

—Você tem que localizar o boy! — Disse cercada de problemas. –Você não pode limpar toda essa merda sozinha! Sasuke tem que voltar e controlar àquela vadia miserável! Duvido muito que ela tenha coragem de ameaçá-lo! Tô pagando pra ver! – Inconformada, ela bateu a mão com toda a força contra a mesa.

—Vou tentar dormir um pouco. Amanhã colocarei minha cabeça em ordem.

—______****_______

Mergulhada em pensamentos, que não me levava a lugar algum, atravessei as portas de metal do elevador. Ao chegar ao meu destino, dei de cara com o semblante triunfante de Karin. Ela não poderia está mais desdenhosa.

—Teve uma boa noite de sono?

Ignorei suas provocações completamente. De cara amarrada e veias pulsando de ira, dei início ao meu trabalho.

—Você deveria sorrir um pouco. Os donos da empresa ficarão desapontados ao dá de cara com uma funcionária cheia de infelicidade.

Acabei encarando a sala de Itachi. Os pais dele a qualquer momento passaria por mim. Com certeza seria um momento desastroso. O casal Uchiha me deixava em pânico.

—Se ouvir bem... parece que eles não estão sozinhos. – Karin sorriu debochada. –Vamos ver se você conseguirá respirar nos próximos minutos, princesa.

Afundada no sadismo da ruiva, levantei às pressas da mesa, na intenção de fugir de lá. Mas, no curto trajeto, um estalo da porta se abrindo e vozes ganhando o eco do andar, me paralisou por completa.

—Vocês se lembram de Sakura... minha secretária?

O coração palpitava a mil! De costas, imóvel como um prédio, relutei a me virar e constatar que era realmente Sasuke que estava atrás de mim, perto o suficiente para pôr a prova minha lucidez.

—Não poderíamos esquecer um rosto tão bonito.

Devagar, desesperada, e trêmula, me entreguei à simpatia da senhora Uchiha. De imediato, meus olhos encontraram a seriedade no rosto de Sasuke. Vê-lo diante de mim, bem disposto e notoriamente ainda mais belo, me levou a perguntas que, talvez um dia, o próprio Sasuke me responderia.

—Como vai?

Fugaku Uchiha despertou minha atenção. –Bem. Obrigada. – Abri a boca na intenção de falar socialmente com eles, mas gelei com severa covardia.

—Como ficou a reforma do terceiro andar?

—Ficou ótimo, pai! – Itachi interagiu com o pai. –Temos que...

Nada mais ouvir, sequer prestei atenção. Sasuke era meu foco persistente e direto.

—É. – Karin se aproximou, ao ver o elevador trancar as portas. –Pensei que seria empolgante. – Confessou desanimada. –Tem certeza que Ele sente algo por você? Sei lá... O seu amante pareceu tão... frio ao vê-la. – Olhei-a sem ter como desmenti-la. –No final das contas, você acabará sendo somente um caso para o seu chefe. – Ela deu leves tapinhas nos meus ombros, como se quisesse expressar solidariedade, mesmo cuspindo ironias. –Quer saber? Não vou perder o meu precioso tempo com isso. Algo me diz que logo, logo você mesma se convencerá de que seu lugar não é aqui. Nunca foi.

—______****_______

O fim de tarde chegara massacrando minhas expectativas. Sasuke não voltara à empresa naquele dia, tão pouco tentou algum tipo de contato comigo. Eu não imaginei que Ele poderia ser ainda mais frio e egocêntrico.

Ele não virá. – Disse Karin, pronta para encerrar mais um dia de trabalho. –Provavelmente, já deve ter outra espertinha nos lençóis caros dele. – Riu apertando um botão metálico. –Mas, não se preocupe com a infidelidade do bonitão. Você sempre foi a outra mesmo.

Cedendo às provocações de Karin, atirei um pequeno vaso de orquídeas contra ela, mas as portas de metal receberam o objeto atirado.

—Você está bem?

Itachi flagrou-me limpando a sujeira de terra e pétalas.

—Perdão. Pensei que o senhor já estivesse ido embora. – Eu não sabia se limpava a sujeira ou se dava atenção a Itachi. –Estou tão envergonhada!

Ele se agachou e humildemente me ajudou.

—Karin provocou você, certo? – Não tive coragem de confirmar sua suspeita. –Vou ter uma conversa séria com ela amanhã. Você não se aborrecerá mais com...

—Será melhor assim ou serei obrigada a estapear minha colega de trabalho! – Itachi se mostrou surpreso. –Desculpe o vocabulário é que...

—Tudo bem. – Acalmou-me deixando o resto das flores em cima da mesa. –Você deve ter ficado tão surpresa quanto Eu com a chegada inesperada do meu irmão. Eu não fazia idéia de que Ele retornaria tão cedo.

—Não vou negar que fiquei muito impressionada. – Olhei o chão, meio desajeitada. –Talvez, os planos que ele fez não deram certo como ele imaginou.

—Ou, possivelmente, Sasuke voltou por que ainda tem muita coisa para resolver com você. – Ele piscou para mim, convidando-me a entrar no elevador. –Eu sabia que ele voltaria assim que soubesse que você voltou a trabalhar conosco.

—O senhor...

—Era minha obrigação avisá-lo.

—______****________

—Vocês não se falaram ainda?

—Já disse que foi tudo muito rápido. – Por fim, terminei de preparar o jantar. –Quase caí dura no chão assim que ouvi a voz dele. – Algo na minha, quase ‘tragédia’ tinha soado com graça aos ouvidos de Ino. –Itachi disse que não sabia que Sasuke tinha abandonado os compromissos em New York. – Um sorriso meigo escapou dos meus lábios entreabertos. –Itachi está achando que Sasuke voltou por que... estou de volta na empresa.

—Por que mais seria? – Indagou como se fosse óbvio.

—Se Ele voltou por mim... por que agiu como se Eu fosse apenas sua secretária? – Ino pensou a respeito. –Claro que não faltou piada para Karin.

—Aquela peste! Um dia desses Eu ainda esbarro nessa mulher! – Era oficial, Ino declarou-se inimiga da minha colega de trabalho. –Não te reconheço mais, Saku! Éramos as mais briguentas do colegial!

—É. E agora tenho um emprego e contas a pagar. – Ino suspirou de tédio. –Faz tempo que não saímos juntas. Que tal uma baladinha amanhã?

—Eu pago as cervejas!

—______****________

Quando o elevador chegou ao meu andar, me preparei mentalmente para começar mais um dia. Karin não era o único problema do meu dilema pessoal, havia Sasuke lado, lado com a ruiva, testando cada segundo de minhas emoções.

—Ele não veio hoje! Ele não veio hoje! Ele não veio hoje! – Pus a cabeça para fora do elevador, checando todo um andar até onde minhas vistas alcançavam. –Ahhh! – Respirei aliviada. Não havia ninguém ali além de Eu.

Habitualmente, acomodei meus pertences, chequei a caixa de mensagens, e fui a maquina de café expresso. Tudo parecia perfeito até Eu me virar e esbarrar em Sasuke.

—Não faça mais isso! – Levei a mão ao peito, tamanho susto que senti.

—O que faz aqui tão cedo?

Mordi o lábio inferior. Ele logo saberia que Eu estava mais que nervosa.

—O mesmo que você. Quer dizer, o senhor. Perdão. – Cocei a nuca, completamente desestabilizada emocionalmente. –Já que estamos aqui... O senhor já pode me passar a sua agenda de hoje.

Ele enfiou as mãos nos bolsos. Olhava-me como se quisesse descrever meus pensamentos mais íntimos.

—Itachi não deveria ter te contratado de novo. – Empalideci a ouvir seu comentário. –Sabemos muito bem que nós dois não vamos nos concentrar no trabalho como antes. – Ele fizera uma breve pausa. –Ainda está em tempo de você voltar para a sua vidinha sossegada em Konoha. E, por falar nisso... Eu esperava que você usasse toda a sua experiência aqui para trabalhar em um bom lugar. – Ele se aproximou de mim. –Não acha que foi muito desesperador aceitar o cargo de subgerente de um hotel de quinta?

—Como soube do meu emprego?

—Por acaso. – Deu de ombros.

Ele me deu as costas. Certa de que não dava mais para tardar nosso acerto de contas, Eu o segui até a privacidade de sua sala.

—Você foi para Konoha. – Constatei um tanto emocionada. –Você me viu lá e não me disse nada?

Ele deixou a vista da janela e virou em abrupto para mim. –A intenção era de tentar interceptar sua precipitação, mas... você me pareceu bem à vontade com o seu novo chefe.

—Sasori é meu amigo de infância.

—Vi paixão nos olhos dele, mais que isso... Vi esperança em um olhar completamente admirado.

—Tudo bem. Ele é apaixonado por mim e achou que Eu estava pronta para correspondê-lo.

—E não estava?

—Claro que não! Não voltei para Konoha por que... – Então, freei meu excesso de ingenuidade.  –Não fiz nada de errado, tá legal? Só tentei fazer a coisa certa! – Ele voltou a encarar a janela. –Já você... Você levou para a cama a primeira garota que cruzou seu caminho!

—Só prossegui minha vida depois de levar um fora. – Virou-se furioso. –Eu nunca terminei com você, sequer pensei nessa possibilidade. Mas, você se mostrou mais que preparada para seguir sem mim.

Por que Eu queria salvar a droga do seu casamento!— Fora inútil minha tentativa de controle. –Eu não queria passar o resto da minha vida me culpando por ter tirado o marido de outra!

Deixei a sala aos prantos. Não havia possibilidades de Eu dividir o mesmo espaço com Sasuke naquele dia, por isso recolhi minha bolsa, e adentrei no elevador, antes que alguém flagrasse meu estado de nervos.

—_______****_________

—Você passou o dia todo chorando?

Ino observou a quantidade absurda de lenços no chão.

—Não dá mais para mim! Eu não deveria ter voltado!

Desassossegada, Ino se sentou ao meu lado. Por dois ou três minutos apreciamos o silêncio no quarto. Cada segundo para mim pareciam eternos.

—Não vamos conseguir raciocinar aqui. Ainda está de pé a balada?

Olhei-a completamente esquecida. Quem, na minha situação deplorável, pensaria em festa e bebedeira?

—E se Eu acordar ainda mais deprimida amanhã?

Ino sorriu com a pergunta. –A gente enche a cara de novo!

 


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