Amantes da Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Cap. postado, gente! Beijos!



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A idéia de ir a uma festa da empresa tinha me deixado muito animada. Seria minha primeira badalação na cidade. Eu mal podia esperar pelo momento de passar pela porta e me entregar à diversão. Claro, minha expectativa também era uma idéia fixa... algo que Eu queria muito alcançar... Só não imaginei que seria posta à prova.

—Acreditei que você não tivesse coragem de vir.

A garota de cabelo vermelho ainda me intimidava muito. Eu não a suportava, mas queria ser amiga dela. Todas as garotas, de certa forma, queriam a garota esnobe por perto.

—Decidi no último instante.

—É. Dá para perceber.

Seu comentário arrancou risinhos desdenhosos das outras garotas.

—Vou cumprimentar uma pessoa.

Saí às pressas. Não tinha ninguém esperando por mim, sequer alguém naquele lugar cheio me conhecia, mas dei a entender que Eu não estava fugindo dos olhares e comentários daquelas garotas fúteis. Pelo menos, acreditei que não dei bandeira.

—O que estou fazendo aqui?

Desapontada, sentei em uma cadeira, alisando as têmporas, – transbordando de desconforto emocional.

—Você deveria se divertir um pouco.

Levantei a cabeça, em abrupto. A presença do meu chefe me fez saltar da cadeira.

—Senhor Sasuke...

—Vamos! Segure uma taça com champanhe, pelo menos. – Aconselhou entregando-me a taça cheia. –Ninguém vai a uma festa e fica sentada em uma cadeira solitária.

Sorri desconcertada. –É difícil está em um lugar lotado de gente que você não conhece.

—Esse é o problema? – Indagou olhando em volta. –A verdade é que você não quer conhecer as pessoas aqui. Se olhar em volta, perceberá que tem um monte de rapazes interessados em você.

Olhei a minha volta, discretamente. –Eles devem está se perguntando por que uma garota que trabalha em uma empresa multinacional ainda usa franja e... mantém o cabelo tão comprido? – Ri envergonhada.

—Você não entende nada sobre homens. – Disse deixando-me ruborizada. –Vem comigo. Vou te apresentar a um amigo.

Mesmo Eu relutando o convite, acabei indo com ele. Mais tarde, aceitei a carona dele. Dias depois, aceitei o começo da nossa relação proibida.

                                  Capítulo 8

 

Fingir que fora uma decisão sábia de voltar para Konoha não estava dando certo. A cada dia longe de Tókio mais irreconhecível Eu me tornava. A ausência de dias turbulentos me castigava. E, como esquecer as noites quentes de sexo com Sasuke? Como, – Eu só queria saber como – esquecer aquele homem incrivelmente belo e arrogante?

—Você está aí!

Como se tivesse achado um prêmio surpresa dentro da caixa de cereal, Sasori se aproximou de mim.

—Só vim respirar um pouco.

Falei prestes a gritar para Ele que me deixasse sozinha, ao menos dois minutos.

—É bom fugir da rotina às vezes.

Eu queria era fugir dele e sua persistência sem trégua. Como Ele não conseguia entender meus sinais?

—Nunca imaginei que trabalhar nesse hotel seria tão... tão chato, às vezes. – Sasori não era a pessoa indicada a ouvir meu desabafo. Ele poderia me despedir por Eu está sendo tão franca.

—Você é a primeira pessoa que diz isso. – Confessou desapontado.

—Não me leve a mal, é que... – Respirei profundamente. Fora um grande alívio poder dizer tais verdades. –É legal a calmaria daqui, mas... me acostumei a trabalhar em um escritório atarefado.

Sasori pôs as mãos no parapeito, alongando os braços. A vista da piscina, rodeada de gramas bem cuidadas, encheu seus olhos.

—Quando a vejo... sentada atrás da sua mesa, sempre tenho a impressão de que você está no lugar errado. – Disse observador. –Uma secretária executiva trabalhando em um hotel de três estrelas...

—Não! Isso não tem nada a ver com cargos! – Pus as mãos em seus ombros. –Sou a pessoa mais humilde que você conhecerá nessa vida. Pode crer! – Sasori nunca entenderia minha inquietude. –Como posso te explicar?

—Você já disse mais que o necessário. – Disse segurando minhas mãos trêmulas. –Sakura...

Observei suas mãos segurar as minhas com firmeza. Já era esperado uma atitude repentina vinda de Sasori, ao meu respeito, no entanto, Eu não queria que Ele se precipitasse tanto.

—Amanhã mesmo voltarei para Tókio.

Fora a maneira eficaz que arranjei de desmanchar a imaginação do ruivo.

—Sua mãe disse que...

—Minha mãe quer que Eu fique em Konoha... me case, e tenha filhos. – Quebrei o contato físico com ele. –Mas... Eu não quero isso para mim, quer dizer, quero me casar e ter filhos... com o homem que amo. – Afastei-me dele.

—Oh! – Ele sorriu desajeitado. –Eu não sabia que... – Tentara um argumento fracassado. –Você se apaixonou em Tókio.

—É. – Confessei abatida. –E... não consegui esquecê-lo, mesmo com tantos problemas a minha volta.

Sasori suspirara alto. Mais uma vez, Eu estava longe de ser traçada por seus planos. Até quando ele manteria viva sua paixão de infância?

—Passe na sala de Kurenai à tarde. Ela vai fazer o seu cheque. – Confuso, ele voltou-se para mim. –Boa sorte.

Tentei tocar suas costas, na intenção de me despedir corretamente, mas Sasori saiu às pressas.

—________****_________

—Você vai voltar para Tókio?

Meus pais não me deram trégua. A notícia da minha partida tinha-os pego de surpresa.

—Konoha não tem mais nada a ver comigo, pai. – Continuei tirando as roupas do cabide. –Tentei levar uma vida normal aqui, mas não deu. Não consigo me encaixar mais.

—Ela está apaixonada. – Disse minha mãe a meu pai. –E não sossegará enquanto não viver esse amor.

A sinceridade da minha mãe, juntamente com o olhar surpreso do meu pai, fizeram meu coração bater mais forte.

—Ah! É isso? – Meu pai sorriu abertamente. Parecia feliz. –Espero que esse rapaz valha seu emprego no hotel e a perda de um ótimo pretendente. – O sorriso se transformara numa incontestável ameaça. –Quando iremos conhecê-lo?

Ele abraçou-me carinhosamente.

—Não faço idéia. – Tratei logo de me explicar. –Os namoros de hoje em dia não são como antigamente. As pessoas namoram, mas isso não quer dizer que elas irão noivar e se casar em seguida. – Eles não se contentaram com a explicação. –Estou tentando dizer que pode ser que tenho a sorte de casar com o homem dos meus sonhos.

—Na nossa época, o casamento não dependia de sorte. – Disse minha mãe. –Mas, do que importa, hã? A sorte cai bem em todas as ocasiões.

—________****_________

—O quarto está do jeito que você deixou!

Pela primeira vez na vida Ino tinha limpado o nosso quarto. Ela não se cansaria à toa se não tivesse esperado a melhor amiga regressar a sua vida.  

—Senti falta desse lugar. – Observei a vizinha da janela. –Parece que fiquei uma eternidade sem vir aqui.

—Pode imaginar como foi difícil para mim?

—Sem drama, ok? Estou sabendo que você e Gaara transaram na minha cama o tempo todo.

Ino mostrou a língua. Joguei uma almofada colorida na cara dela.

—É bom está de volta!

Caí sobre a cama de lençóis esticados. Um rangido enferrujado trouxe lembranças à tona.

—Sasuke esteve nessa cama. – Minhas mãos passearam pela branquidão do tecido. –Foi a última vez que nos amamos.

—No dia que fui dormir na casa de Gaara? – Não deu tempo contar a ela. –Você trouxe o boy para esse lugar? – Estava indignada.

—Ele foi entrando. – Dei de ombros.

—Ele deve ter entrado em vários lugares naquela noite. – Ironizou tirando os doces da mala. –Vai à empresa amanhã?

—Talvez. Estou pensando se é uma boa idéia esperá-lo no apartamento.— Ino balançou a cabeça, negativamente. –Ele ainda está saindo com...?

—Se estiver, isso não é da sua conta. Esqueceu?

—Argh! – Levantei cantando toalha, roupão, sabonete... –Vou tomar banho. Atende meu celular se meus pais ligarem?

—Claro. Escuta. Você tentou ligar...?

—Sasuke cancelou o chip.  

—Nossa! Esse cara não é de brincadeira quando...

—Eu disse que ele é admirável! – Fechei a porta.

—_______****________

Não pude me segurar mais. Assim que o sol brilhou na manhã de quarta-feira rumei para a empresa, com os pensamentos completamente embaralhados. A ansiedade de vê-lo e tocá-lo estavam me deixando agoniada. Por trás de tantos sentimentos existia um pedido extenso de desculpa, cujo roteiro estava entalado na minha garganta.

—Não me diga que veio implorar por seu emprego de volta!

Desdenhosa, Karin deixou o elevador.

—Senti falta dos seus sarcasmos. – Ela torceu os lábios vermelhos. –Não contrataram uma secretária para ocupar o meu lugar? – Observei minha mesa vazia.

—Ninguém está interessado em contratar garotas que se dizem super a fim de trabalhar, mas que caem fora, sem mais nem menos, em um ano de contrato. – Ela não conseguia segurar a língua.

—Bem... Parece que não vai ser muito difícil ocupar a minha cadeira de volta.

—Você bebeu? – Karin encheu-se de cólera. –Você nem deveria ter voltado, para começo de conversa. Eu, no seu lugar, evitaria dar de cara com o senhor Sasuke! Você o deixou extremamente irritado! Nunca vi alguém tão possesso como naquele dia! Jesus!

Suspirei transtornada. –Eu precisava ir.

—Ficou claro que Ele e todos nós não entendemos sua saída repentina. Não que Eu me importe com sua presença, dei graças a Deus por não ter que vê-la mais, no entanto...

—Sakura?

Atordoada, vi Itachi de pé na porta, presenciando o chilique de sua secretária.

—Como vai, senhor Itachi? – Baixei a cabeça envergonhada.

—Quer que Eu chame os seguranças? – Karin imediatamente pegou o telefone.

—Você gostaria de ser tratada dessa forma? – Perguntou fazendo a secretária peçonhenta recuar. –Modere sua arrogância ou serei obrigado a despedi-la.

 Karin murmurou um pedido de desculpa trêmulo.

—_______****________

—Ainda estou tentando descobrir o problema dessa garota. – Comentou Itachi convidando-me a sentar.

—Confesso que já tentei entendê-la, várias vezes, mas não cheguei a nenhuma conclusão. Exceto pelo que imagino ser carência afetiva.

—Carência afetiva? Karin vive cercada de amigos.

—Eles só estão por perto por pura conveniência. As pessoas não precisam ser afortunadas para ter amigos sugadores. – Itachi se pôs a pensar a respeito. –Mas, não vim falar de Karin.

—Obviamente não. – Ele respirou fundo. Estava sendo incômodo estarmos cara a cara. –Não sei por onde começar.

—Nem Eu, mas não precisamos voltar ao passado.

—Minha falta de sensibilidade com seus sentimentos estão lá.

—Ainda assim, senhor Itachi, vamos esquecer o que aconteceu. Só preciso falar com Sasuke e ficarei bem.

Ele coçou as têmporas. –Sasuke foi para New York assim que soube que aceitei sua demissão.

—Quando ele volta? – Quase balbuciei as palavras. Eu não esperava aquela notícia.

—Ele voltará... em quatro ou seis meses.

Levantei da cadeira. Um turbilhão de idéias inundou minha mente inquieta.

—New York? – Indaguei acreditando ser um erro de lugar.

—Ele viajou a trabalho.

—Mas é muito tempo! – Olhei-o desconfiada. –Diga a verdade!

—Não há outra verdade.

—Ele está namorando a filha do magnata...

—Foi um caso rápido que vazou na mídia. – Disse oferecendo-me um copo com água. –Sasuke acabou de se divorciar... Ele não engataria um namoro sério com uma garota desmiolada como Emy Hananda.

 -Não sei se posso confiar nisso. – Afastei a cadeira pronta para ir embora. Que Deus me ajudasse a enxergar a porta! –Obrigada por me receber.

—Ei! Caminha! – Ele se pôs na minha frente bloqueando a passagem. –Posso te levar à New York. Assim, aproveito e faço as pazes com meu irmão. Ele ainda não me perdoou. – Disse certo de suas palavras. –Desde que você saiu da empresa, tenho me culpado o tempo todo. Foi um grande erro ter tentado retardar o inevitável.

—Tudo bem. Não sou de guardar mágoas. – Sorri para ele, contentando-me por termos tido um diálogo franco. –É tentador o seu convite, mas... Não acho que seja uma boa idéia...

—_______****_________

—Foi intuição! – Entre um passo e outro na cozinha, relatei com detalhes minha conversa com Itachi a Ino. Assim como Eu, ela também estava tentando entender o porquê de minha recusa ao convite inusitado de ir à cidade do trabalho. –Tenho medo de ir atrás dele e dá de cara com uma nova Uchiha.

—Você deveria ter aceitado o vôo, garota. – Brigou jogando uma cerveja para mim. –É New York! Além do mais, a rebeldia do boy não passa de um apelo orgulhoso. É dor de cotovelo! Vai por mim!

Desorientada, fui ao computador em busca de uma bússola de orientação. Aparentemente, não se falava mais nada sobre o divórcio de Sasuke ou quem poderia ser a garota sortuda que fisgara o coração do jovem rico e cobiçado.

—Eu jurava que você daria uma única chance a Sasori.

—Por que você achou isso? – Indaguei concentrada na Web.

—Ah! Ele é bonitinho e sempre foi apaixonado por você. – Comentou arrastando uma cadeira para o meu lado. –Minha mãe disse que ele ficou desolado.

Olhei-a me sentindo a pior mulher da face da terra. –Ele perderia todo encanto quando soubesse que me envolvi com um homem casado. – Ela sutilmente balançou a cabeça. –Sasori é jovem... Ele vai encontrar uma garota legal.

—________****_________

Dias depois Itachi me fez uma visita de última hora, – Eu estava com luvas de faxina e cheirava a produtos de limpeza. Ele insistiu para que Eu voltasse a trabalhar na empresa, sob o julgamento de que minha vida pessoal não iria interferir meu profissionalismo. Entretanto... tive que recusar o tão sonhado aumento de salário, que viera um pouco antes de iniciarmos um forte posicionamento de visão. Como seria quando Sasuke voltasse à Tókio? Foi com foco nessa pergunta que resolvi me esquivar um pouco do sentimentalismo e me entreguei à conquista de um novo contrato.

—Daqui a pouco seu salto quinze vai rachar ao meio. – Impressionada com minha andança, Ino verificou o estado dos meus pés. –Por que você não aceitou o emprego de volta?

—Por que na posição que estou agora seria embaraçoso.

—O que mudou de lá para cá?

—Tudo. – Verifiquei minha caixa de mensagens.

—Você é mesmo boba! Está se preocupando com grana à toa! – Ela tirou o celular das minhas mãos. –Ninguém vai te mandar uma MSN te contratando. Arruma suas coisas e vai bem cedo para a empresa amanhã. Itachi deve está esperando você.

—_______****________

Nada poderia ser mais embaraçoso que dá de cara com Karin numa manhã chuvosa. Julgando pelo olhar arisco, os lábios crispados, e braços cruzados, a ruiva não estava nada confortável com meu retorno. Eu sentia como se a qualquer momento ela fosse pular em cima de mim e cometer um crime.

—Você conseguiu! – Bateu palmas mantendo os passos ao meu encontro. –O que fez para convencer o meu chefe a te contratar de novo?

—Fui honesta.

Ela riu abertamente. –O prédio todo está falando mal de você. Dizem que você fez um boquete bem louco no senhor Itachi para ter seu emprego de volta. E, sinceramente, não duvido de mais nada.

Nojenta... Karin não esperou para espalhar boatos ao meu respeito. Ela não estava conseguindo engolir minha segunda admissão, depois de uma saída repentina e audaciosa.

—É você que está espalhando esses boatos asquerosos por aí. – Ela deu de ombros, demonstrando desinteresse no meu estresse. –Quando isso vai acabar, garota?

—Quando você for embora de uma vez por toda! Vadia! – Andou para trás sem tirar o foco dos meus olhos. –Todos podem até pensar que essa tal de Emy Hananda foi o pivô da separação do seu chefe, mas Eu sei que era você que ele estava fudendo todas as noites! – Seu sorriso sádico me estremeceu por inteira. –Eu disse que ia descobrir tudo sobre você!

No momento que Eu ia confrontá-la, o elevador abriu as portas e um grupo de homens saiu dele. Karin aproveitou a oportunidade para se esquivar do meu avanço certeiro. Atordoada, voltei à minha mesa, sem conseguir tirar meus olhos lacrimejados da ruiva. Observei-a intensamente. Tentava entender em que momento deixei meu segredo entreaberto para Karin? Como ela descobriu? O que seria de mim a partir daquele dia?

 


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