Amantes da Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Voltei, gente!
Cap. postado! Beijos!



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—Itachi chegou, Karin?

Distraída com os devaneios, não vi o momento que meu chefe saíra de sua sala para ir até Karin.

—Ainda não, senhor. – Ela observou o relógio, prontamente. –Ele não costuma atrasar um minuto sequer.

—Sei disso. – Lembrou-a se mostrando atento à rotina do irmão mais velho. –Diga que o espero em minha sala.

—Sim, senhor! – Levantara da cadeira como um soldado fazendo honrarias ao tenente. –Assim que meu chefe chegar...

—Você entendeu. – Sasuke virou-se pronto para se retirar, ignorando a atenção exagerada da ruiva.

Vê-lo andar com a postura ereta, olhar desafiador, e semblante destemido, fez com que meu ingênuo coração batesse descompensado. Eu não estava acostumada a ‘conviver’ com pessoas como o meu chefe. Homens como Ele não viviam perambulando em Konoha, muito menos estavam atrás de balcões simples de lojas populares. Alguém como Ele, bem sucedido, bonito, e inteligente, trabalhava em uma multinacional da família, dirigia os melhores carros do mercado, viajava o mundo, conhecia pessoas tão fabulosas quanto ele, e casara-se, sem sombra de dúvidas, com uma mulher a altura de suas qualidades físicas e financeira. Alguém como Ele, Eu só estava acostumada a ver em revistas.

—De onde você disse que veio?

Ele parara em frente a minha mesa, trazendo no vento o cheiro exuberante de seu perfume.

—Err... – Levantei arrumando a saia. –De Konoha.

—Uh. – Murmurou como se tivesse certeza que meu vilarejo não estava no mapa. –Vou procurar esse lugar na internet.

—Por quê? – Eu ainda era muito, muito imbecil! –Não que o senhor não possa fazer isso, na verdade, o senhor deve fazer isso, mas é que... – Ele franziu a testa, me deixando mais nervosa.

—Só estou curioso, nada demais. – Pôs as mãos nos bolsos, olhava-me avaliativo. –Parece muito nervosa.

—É que o senhor me deixa super nervosa! – Levei as mãos à boca, temendo falar mais besteiras. –Desculpe minha sinceridade, senhor.

Baixei a cabeça, envergonhada.

—Está desculpada, mas... – Levantei a cabeça para vê-lo. –você precisa se adaptar a essa empresa, principalmente... a mim. – Sua sinceridade, envolvida na suavidade de suas palavras, fez com que meu corpo se arrepiasse inteiro.

 

                                         Capítulo 7

 

 

—Perdão! – Desculpei-me horrorizada. –Perdão, senhor Itachi!

—A culpa foi minha por ter entrado sem bater. – Disse deixando alguns papéis na mesa do irmão. –Mas, assim como foi Eu a flagrá-los, poderia ter sido Karin ou qualquer outra pessoa.

—Não vai mais acontecer. – Disse Sasuke, convencido de que o irmão estava coberto de razão.

—Com licença. – Retirei-me assim que tive a atenção desviada. Covardemente acabei fugindo, embora Eu acreditasse fielmente, que um dia Itachi me confrontaria. Era inevitável.

Passei a tarde mais desconfortável da minha vida. A cada saída de Itachi de sua sala, ou do elevador, nossos olhares se encontravam. Eu podia sentir a ansiedade no olhar dele. Não era preciso palavras para dizer o quanto ele aguardava uma conversa honesta comigo.

—Dá para atender esse maldito telefone? – Gritou Karin, trazendo-me de volta à realidade. –Obrigada. – Ironizou resmungando.

—Alô.

Escute... – Sasuke fizera uma breve pausa. –Se Itachi tentar falar com você, fuja dele imediatamente.

—O quê? – Involuntariamente observei a sala dele.

Invente qualquer desculpa, mas não pare para escutá-lo. – Nada falei. Não tinha como digerir o conteúdo de nossa conversa instantaneamente.  –Provavelmente Ele tentará te persuadir.

Engoli a seco. A saída de Karin me deixou à vontade para falar.

—Ele acredita que posso desistir de você? – Perguntei arrancando um longo suspiro de Sasuke.

Itachi é um tolo. Ele não conhece nossos sentimentos para saber o porquê de teimarmos a dar um grande passo na nossa relação.

Quando a sóis, Eu perguntaria a Ele que tipo de sentimentos estava nos impulsionando a sermos completamente loucos!

—Está bem. – Respirei cansada. –Vou me apressar ou perderei o metrô das sete.

A culpa é sua por não ter aceitado o carro que te dei de presente. – Rolei os olhos, risonha com o lembrete. –Mas, não tem problema. Quando nos casarmos, você aceitará meus presentes sem contestar.

Trocamos mais algumas palavras... nos despedimos e desliguei.

—_________****__________

Com os pés doloridos em cima de um scapin de salto agudo, – depois de uma longa jornada de trabalho –, cheguei com cansaço e lentidão nos portões do meu prédio. A luz acesa no sexto andar, apartamento 22 B, indicava a presença de Ino, mais cedo em casa.

—Tomara que ela tenha feito o jantar.

Disse a mim mesma, quase amaldiçoando minha amiga e colega de quarto sem dotes culinários.

—Sakura!

Virei para trás, de repente, um homem alto fechava a porta de seu carro.

—Senhor Itachi?

Ele chegou até mim, desviando o olhar para o prédio atrás de nós.

—Você mora aqui? – Balancei a cabeça, confirmativa. –Eu não esperava que você morasse em um apartamento... tão popular.

Enfatizara vendo alguns adolescentes rebeldes atravessar o portão. Ao contrário do que imaginara, Ele se deparara com o inverso de seu conforto. Chegara imaginar, com pensamentos arrogantes, que a amante do irmão levava uma vida farta de privilégios.

—Como achou o meu endereço?

—Na ficha da empresa. – Era antiético a bisbilhotice dele? –Desculpa abordá-la dessa forma, mas não vi outro jeito de termos uma conversa séria. – Olhei para o vai e vem das pessoas na rua. O que Eu faria? –Podemos ir a um restaurante. O que você acha?

—Eu... – O aviso de Sasuke invadiu meus pensamentos. –Não acho que seja uma boa idéia.

Itachi encarou-me surpreso. –Não vou dizer nada que te desrespeite ou magoe. Você me conhece.

—Mesmo que seja assim... – Toquei o portão. –Tenha uma boa noite.

—Sakura! – Chamou-me certo de que poderia intervir minha saída, no entanto, lhe dei as costas com pressa.

—_________****__________

—Ele já foi. – Disse Ino fechando a cortina da janela. –Vai contar ao boy o que aconteceu?

—Não. Isso só iria piorar o humor deles. Além do mais, não aconteceu nada. – Abri uma cerveja. –Meus pais ligaram?

—Sua mãe ligou... umas três vezes. Ela queria saber se você não vai se escrever no concurso ‘Garota primavera’ esse ano.

—Fala sério! – Rimos juntas. –Minha mãe ainda não entende que não sou mais aquela garota de cabelos róseos, abaixo da cintura, que ela se despediu há um ano.

—Ela te daria uns bons tapas na bunda se te visse com essa cerveja agora.

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Cheguei sorrateira à minha mesa. Apreensiva, como uma ladra mal sucedida, acomodei minha bolsa na mesa sem tirar os olhos da porta da sala de Itachi. Para minha sorte, Karin estava ocupada demais com suas unhas pontudas decoradas para perceber meu desespero. Por quanto tempo mais Eu fugiria de Itachi?

—Bom dia.

A voz repentina de Sasuke tinha me assustado. Ele chegara a lançar um olhar intrigado a mim devido meu vexame descomedido.

—Bom dia. Estou muito distraída hoje. – Expliquei-me meio risonha.

—Está nervosa? – Indagou prestativo.

—Não. É só...

De repente, as portas do elevador se abriram e Itachi passou por elas, com seu semblante sério e passos contados.

—Bom dia, Sakura.

 Sem olhá-lo nos olhos o cumprimentei. –Bom dia, senhor Itachi. –Não tive coragem de encará-lo.

—Passei no apartamento de Naruto. Talvez não dê tempo de Eu me despedir corretamente dele. – Disse Itachi ao irmão, rumo à sua sala.

—Como assim? – Cochichei para Sasuke. Sutilmente nos encaminhamos à sala dele. –Naruto está indo embora? – Fechei a porta.

—Contei a ele sobre nós. – Falou sem rodeios. –Ele decidiu dá um tempo de Tókio. Acho que vai fazer muito bem a Ele. – Sasuke olhava-me curioso.

—Você acha que... É por minha causa?

—Eu disse que ele está apaixonado por você. – Respondeu me deixando mais impressionada. –É melhor que seja assim. – Ele acariciou meu rosto.

—Gostaria de vê-lo.

Sasuke observara as horas. –Consegue voltar em uma hora?

—_________****__________

O clima com o rapaz de sorriso impecável não era dos melhores, na verdade, Naruto e Eu nunca estivemos frente a frente cheios de seriedade.

—Você deve está me achando uma... vadia mentirosa. – Ele encarou outro ponto da luxuosa sala.

—Eu jamais pensaria isso de você. – Disse mantendo o foco perdido. –Você se apaixonou por um cara casado... Não é algo saudável para uma garota tão jovem e bela, mas... A gente não escolhe por quem vamos nos apaixonar, certo? – Seus olhos azuis me capturaram. –Além do mais, não acredito que Sasuke esteja com você porque quer ter um caso. Ele é o cara mais correto que conheço, então... Não tenho dúvidas de que Ele está completamente envolvido.

Mesmo quando o Uzumaki não se esforçava para dizer coisas maravilhosas, a sinceridade e a simplicidade dele se sobressaiam em qualquer ocasião. Ele era o tipo de amigo que todo jovem inseguro precisava ter.

—_________****__________

Uma hora depois voltei para a empresa, me sentindo grata por ter tido o imenso prazer de conhecer uma pessoa incrivelmente honesta como Naruto. Verdade era que Eu jamais poderia corresponder os seus sentimentos, no entanto, Eu tinha ganhado um amigo para toda a vida.

—Quantas pessoas mais irão se afastar por causa desse ‘romance’? – Itachi surpreendeu-me. –Posso esperar seu bom senso para termos uma conversa definitiva.

Entrei no elevador, Ele fizera o mesmo.

—Por que o senhor quer tanto me pressionar? – Tomei coragem para enfrentá-lo. –Com todo o respeito, não lhe devo satisfação da minha vida pessoal.

—Espere!

 Ele segurou meu braço, no momento que as portas de metal se abriram. Claro que fora um toque simples, sem intenção de me machucar, mas Sasuke, observando a cena, talvez interpretasse o ato de outra forma.

—Espero que você tenha uma boa explicação para isso. – Disse Ele, encarando gravemente a mão do irmão circuncidando meu braço.

—Eu só queria a atenção dela. – Explicou embaraçoso. –Vamos à minha sala. – Convidou o irmão, apressando-se.

—Você está bem?

—Sim. Não foi nada demais. – Ouvindo-me, Ele se encaminhou à sala de Itachi. –Sasuke! – Chamei seu nome fazendo-o se virar para mim. –Por favor... não discuta com ele.

Nada ouvi de seus lábios, somente seus passos ecoaram em minha cabeça.

—O que Eu perdi? – Karin me encontrou chorando. –O que te mordeu princesa? Nunca te vi chorando.

—E nunca mais me verá nesse estado. – Enxuguei as lágrimas... levantei a cabeça. Decididamente, Eu ouviria o que Itachi tinha para me dizer.

—_________****__________

Quando a Mercedes de Sasuke cruzara os portões da empresa, me dirigi ao estacionamento. Minutos depois Itachi aparecera. Ele não escondeu está surpreso com minha espera.

—Onde quer me levar?

Perguntei encarando-o com toda minha seriedade. Eu estava tão nervosa que não conseguia me reconhecer.

—Conheço um restaurante maravilhoso. – Disse convidando-me a entrar no seu carro.

—_________****_________

Era a primeira vez que Eu entrava em um restaurante magnífico. Eu ficaria mais deslumbrada se não fosse pela ocasião desconfortável e meu acompanhante indecifrável. Que tipo de situações inusitadas Eu viveria naquele restaurante?

—Seus pais sabem sobre o seu envolvimento amoroso com meu irmão?

Depois de trocarmos algumas palavras a respeito do cardápio, Itachi introduziu nosso ‘novo’ diálogo.

—Não. – Respondi envergonhada.

—Por que você não contou para eles? – Senti como se Ele me testasse.

—Não é algo que Eu possa falar como se tivesse comprado um carro ou uma casa.

—Entendo. – Ele bebeu do vinho, elegantemente. –Seria mais fácil se fosse um assunto longe de proibições, certo? – Desviei meu olhar. –Ainda que meu irmão se divorcie da esposa para ficar com você... O que garante que nossas famílias irão aceitar essa relação?

—Podem não aceitar, mas acredito que nossos pais não nos excluiriam de suas vidas.

—Há várias maneiras de excluir alguém, como por exemplo: tirar o nome do filho de um testamento milionário.— Ele contornou a borda da taça com os dedos. –É um risco que Sasuke está correndo ao manter essa aventura.

—Não acredito que seus pais...

—Você realmente não nos conhece. – Interrompeu-me brandamente. –Está mesmo acreditando que um Uchiha legítimo se casaria com a amante e os pais dariam uma festa com grande pompa? Definitivamente, nunca houve escândalos desse grau na história da minha família.

—Ah! Então, o que vocês Uchiha sugerem? – Perguntei quase sendo irônica. –Um homem ou uma mulher tem que suportar um casamento de aparências em benefício do sobrenome? – Itachi olhava-me inquieto. –Por acaso, você perguntou a sua cunhada o que ela realmente quer? Imagino que...

—Mari está disposta a salvar o casamento dela. – Não escondi está impactada com a revelação. –Sasuke não lhe disse? – Questionou plausível. –Ela não abriria mão da carreira profissional se não quisesse o marido de volta. – Ele se inclinou sobre a mesa. –Você tem coragem de tirar a última oportunidade de alguém de ser feliz?

—_________****__________

Mantive o olhar sobre o celular vibrando na mesa, – com intervalos cada vez mais curtos.

—Não vai atender?

Ino pegara o celular e o estendeu para mim, aguardando minha reação. Para o espanto dela, recebi o objeto e o joguei no cesto de roupas.

—Não estou com cabeça para vê-lo hoje.

Pronta para sair, Ino verificou as horas no relógio de pulso.

—Faltam quinze minutos para a meia noite. É um pouco tarde para alguém insistir tanto numa ligação. – Disse pensativa. –Sabe... – Sentou-se de frente para mim. –Os garotos de hoje não se importam em ficar quatro ou cinco dias sem ligar para as suas namoradas. Mas, o seu boy... Ele é o cara mais legal que conheço.

—O que você quer dizer?

Ela suspirou entediada. –Você deveria se importar mais...

—Você acha que não me importo? Na real, Ino, você está longe de sentir na pele como é namorar um cara que não é seu!

Olhamo-nos angustiadas. Não estávamos acostumadas a violar nossos limites uma com a outra.

—Pode trancar a porta quando Eu sair. Vou dormir na casa de Gaara hoje. – Avisou lançando-me um último olhar antes de fechar a porta.

—_________****__________

A campainha tocava sem parar. Levantei atordoada. Quem estava plantado na minha porta às duas da madrugada?

—Droga! – Resmunguei tropeçando nas sandálias de salto alto esquecidas pelo quarto. Ao chegar à porta, a campainha tocou de novo. –Eu já disse para Ino tirar a cópia da...

De pé, diante de mim, estava Sasuke.

—Posso entrar?

Engoli a seco. Por que Ele estava ali?

—Hã... – Balbuciei perdida na pergunta. –Pode, mas... – Dei espaço para ele passar. –O apartamento está um pouco bagunçado. – Falei catando coisas pelo chão. –Ino e o namorado são pessoas maravilhosas, quando estão longe um do outro, no entanto, na mesma casa... – Olhei-o sem jeito. –Err... Quer beber alguma coisa? Posso fazer café para nós.

—Não se preocupe comigo.

Fora inevitável Ele não observar o apartamento pequeno de três cômodos.

—Você queria tanto conhecer esse lugar... agora... Bem, é isso! – Sorri desajeitada.

—É por isso que você nunca me trouxe aqui? – Indagou conhecendo o quarto.

—Nem trouxe os meus pais também. – Contei recolhendo do chão um sutiã preto de Ino. –Como passou pelo portão?

—Pulei o muro.

Ri de sua resposta espontânea. –Você não fez isso!

—É. Eu não fiz, mas teria feito se dois adolescentes pichadores não tivesse destrancado o cadeado.

—Àqueles garotos vivem dando problemas.

—Eles foram muito úteis para mim. – Confortavelmente ele tirou a camisa e a calça. –Onde vamos dormir?

Pasmada, apontei para a minha cama de solteiro. –Está falando sério?

—Já tirei as roupas. Que prova você quer mais de minha seriedade?

—_________****__________

Delicadamente afastei os cabelos molhados de suor da testa dele. Deitada sobre o seu corpo nu, beijei os lábios daquele homem sedutor demoradamente, sempre provocativa e calma.

—Minha cama não parou de ranger. Cheguei a pensar que acordaríamos os vizinhos. – Rimos juntos.

—Seria embaraçoso para eles conhecer o seu futuro marido no meio de uma transa de tirar o fôlego.

Desapegando-me do momento carinhoso entre nós, mergulhei nas lembranças do dia anterior. O rosto de Itachi, assim como suas palavras objetivas, estavam gravados na minha mente.

—Você nunca me disse se sua esposa quer reconquistar você.

Ele odiava falar de Mari comigo, entretanto, Eu precisava falar sobre ela.

—Por que isso agora?

—Só quero saber.

Mesmo sendo contra a minha persistência, Ele acabou rendendo-se ao meu interesse.

—Ela fala uma coisa ou outra sobre tentarmos salvar o nosso casamento, mas... Não tem mais o que ser feito. Já tomei minha decisão.

Restava-me encarar os fatos de que estava em minhas mãos dá a última chance ao casamento dele.

—_________****__________

Quinta feira... A grande festa planejada pela família Uchiha se aproximava. Um dia depois, Sasuke pediria oficialmente o divórcio.

—Gaara quer me levar para conhecer a família dele. – Disse Ino, trazendo petiscos ao invés do jantar.

—Isso não é bom? – Tirei os olhos do papel e caneta.

—É maravilhoso, no entanto... – Ela sorrira abobalhada. –Tenho certeza que ele vai me pedir em casamento!

—Mais um motivo para você ir com ele. – Falei, terminando de assinar o papel escrito.

—O que está escrevendo?

Guardei a folha antes que ela pudesse ler. –Depois Eu te conto. – Espreguicei-me indo para a cama.

—Vai dormir tão cedo?

—Tive um dia difícil. – Deitei desligando o abajur.

—________****__________

Não dava para ignorar o estardalhaço de Karin. Ela era a mais animada para a festa no hotel Fugihara.

—Todo mundo está eufórico... só você está com essa cara de enterro.

—Nem todo mundo se enche de alegria por que vai a uma festa elegante, Karin. – Dei a volta na mesa. –Você devia aprender a dar valor as coisas mais simples da vida. – Bati na porta da sala de Itachi.

—Ei! Onde pensa que vai? – Levantou-se pronta para me deter.

—O senhor Itachi está a minha espera. – Abri a porta ouvindo Itachi dizer ‘entre’.

—Com licença.

Imediatamente Itachi ignorou os papéis em sua mesa. Ele ficara surpreso com minha entrada.

—Sente-se, por favor. – Pediu, como sempre, sendo um cavalheiro.

—Serei breve. – Trêmula, estiquei o envelope para ele.

Sem nada entender, Itachi recebeu o envelope e tirou dele uma carta escrita à mão. Ele desdobrou-a e, ao ler as primeiras linhas, mostrou-se inquieto.

—Vai mesmo fazer isso?

—Francamente, me parte o coração me desfazer do meu trabalho, mas... – Fui às lágrimas. –Cheguei à conclusão que não posso está no mesmo ambiente que Sasuke, caso Eu queira esquecê-lo. – Encarei Itachi com raiva. –Graças ao senhor, pude perceber isso. – Afastei a cadeira mais que pronta para deixar a sala.

—Sinto muito por ter acabado dessa forma.

Ignorei sua compaixão. O que Itachi entendia sobre o amor? No máximo, compreendia que o irmão estava ‘ encantado’, assim como ele ficava o ano todo, a cada bela modelo que lhe era apresentada. Mas, não era por seus ‘conselhos’ duros que Eu estava jogando tudo para o alto. Simplesmente compreendi que não era certo roubar a felicidade de alguém que não tivera tempo de lutar por seus sentimentos.

—________****_________

—Como você pôde fazer isso? Só faltava um dia para o boy ser completamente seu!

—E depois, hã? – Indaguei mantendo o foco na mala arrumada de roupas. –Dá para imaginar viver toda a sua vida se culpando? – Olhei-a ligeiramente. –É como Eu me sinto o tempo todo: culpada.

Ino andou em círculos. O fim do meu relacionamento com Sasuke e minha ida para Konoha tinha desmontado um pedacinho do mundo dela.

—Você não vai dar oportunidade a Ele de tentar convencê-la a não fazer essa idiotice?

Mantive-me forte. Minha decisão não podia ser burlada, caso contrário, Eu não seria forte o suficiente para seguir em frente sozinha.

—Quando Sasuke souber que me demiti... Ele entenderá meus motivos. – Fechei a mala. –Talvez um dia Ele me agradeça por não ter insistido.

—________****_________

Konoha

Uma semana depois...

Àquela fora a semana mais difícil da minha vida. Como pensei que seria Sasuke não me procurara, sequer mandara uma mensagem tentando um esclarecimento que não fosse ligado ao seu divórcio. Por fim, Ele cumprira a promessa de me deixar partir, caso Eu, supostamente, desistisse dele.

—Sasori ficou muito animado quando soube que você se mudou para Konoha. – Contou minha mãe, entregando-me um copo com suco. –Ele disse que tem uma vaga de subgerente no hotel, caso você esteja interessada. – Observei o rosto sério da minha mãe sem entusiasmo. –Sasori sempre gostou de você. Ele sempre quis namorá-la.

—Devo namorar ou me casar com Ele só porque Sasori gosta de mim? – Levantei. Encarei a rua silenciosa. –Mesmo que Eu me esforce... Eu não conseguiria olhar para nenhum homem agora ou, talvez, Eu não consiga nunca mais gostar de alguém.

Caí sobre a cama, com o rosto afundado no travesseiro. Amorosa, minha mãe acariciou minhas costas.

—Você voltou por causa de uma decepção amorosa? – Sua pergunta me paralisou por completa. O que Ela sabia sobre minha vida longe de seus olhos? –Sofrer por amor também faz parte da juventude. – Respirou pacientemente. –Essa tristeza logo, logo será substituída por alegria. Tenho certeza que você vai encontrar alguém que te ame de verdade aqui.

Minha mãe estava longe de conhecer os segredos do meu coração. Poderia Eu, um dia, dizer a ela que Eu já tinha vivido os privilégios de ser amada verdadeiramente?

—________****_________

—Então, é isso? – Ino observara meu novo ambiente de trabalho. –Você não vai mais voltar para Tókio?

Eu queria dizer a Ela que estava morrendo de saudade da minha antiga vidinha na grande metrópole de telões luminosos, no entanto, Konoha era meu grande processo de readaptação.

—Vou ficar bem em Konoha. – Ela torceu os lábios vermelhos. –Parece ruim, mas não é. Vou voltar a me adaptar aqui.

—Se tudo se resumisse em adaptação, né? – Ela tirou da bolsa uma revista e jogara na minha mesa. –O boy realmente se divorciou. – Contou me deixando chocada. –E engatou um namoro surpreendente com a filha do magnata do petróleo. – Disse sem rodeios. –Todos acham que essa garota foi o motivo do divórcio.

Observei a revista. Havia dias que Eu evitava vasculhar a internet, temendo dá de cara com notícias desagradáveis. Fora um choque imenso ter notícias escancaradas sobre Sasuke.

—Não pensei que Ele fosse mesmo se divorciar. – Confessei abalada. –Eu esperava que o casamento fosse ser resgatado.

—Acorda! Ele deixou de amar a esposa há muito tempo! – Disse eufórica. –Você deu o boy de bandeja para outra! – Acusou revoltada.

—Não dei Sasuke para mulher alguma! Ele mesmo se deu de presente para a primeira que apareceu! – O ciúme me consumiu. Fiquei inquieta. –Ele não perdeu tempo!

—O que você queria que Ele fizesse? Você o deixou, Sakura! Ele pediu tanto para você confiar nele e você o dispensou sem, ao menos, ter a consideração de terminar corretamente com ele! – Ela estava doida para jogar a verdade na minha cara. –Ele chegou a te procurar no nosso apartamento. – Dei as costas a ela. Eu não queria que Ino me visse chorar. –Aí... O boy tinha se dado conta de que você estava desistindo dele.

 


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