Amantes da Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

De volta, gente! Mais um cap. Beijos!



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Sempre fui uma garota romântica. Fato. Sempre desejei amar intensamente, – como se um único dia fosse o último da minha vida –, e sempre sonhei em ter meu amor retribuído da mesma forma. Para isso acontecer, Eu tinha que está muito apaixonada, assim, como o homem que a vida, indiscretamente, jogou em meu caminho.

—Quando penso em nós... não vejo muita tradição em nosso relacionamento. – Falei, deitada completamente no corpo suado daquele que, secretamente, passei a considerar somente meu.

—Tradição está sempre ligada ao antiquado. – Disse Sasuke, envolvendo-me em seus braços. –Mas, o que te incomoda?

Apoiei o queixo em seu peito. –Nada. – Sorri bobamente. –Acho que assisti muito filme romântico hoje.

Eu não disse a Ele o que realmente me incomodava, e possivelmente, Eu nunca lhe diria.  Seria embaraçoso demais dizer a Ele que Eu o amava, de todo o meu ser. Talvez, meu sentimento o espantasse, por isso, era melhor, para nós dois, que Eu escondesse quaisquer vestígios a respeito.

 

                                     Capítulo 5

 

Já estávamos há horas em frente à mansão Uchiha e nenhum sinal de Sasuke, ou de qualquer outro membro da família.

—Até quando iremos ficar plantadas aqui? – Perguntou Ino, pela trigésima vez. –Daqui a pouco a polícia vai parar aqui e nos interrogar. Parece que estamos prestes a seqüestrar alguém.

Olhei as horas. Realmente já estávamos a um bom tempo entediadas.

—Eu não queria perder essa chance.

—Você é bizarra! – Disparou a loira, já impaciente. –Provavelmente essa tal de Mari nem está no país. Vai vê Ela nem gosta de usar o sobrenome Uchiha.

—Seria bizarro para qualquer esposa não usar o sobrenome do marido.

—E você ainda diz que é super moderna! – Debochou. –Com certeza, Ela deve ter algum tipo de exposição pública, mas não usa o nome Uchiha para isso.

—Não é possível!

—Não custa nada pensarmos assim.

Bati a cabeça contra o volante. Fiquei a interagir com meus pensamentos, cada vez mais frenéticos.

—Não consigo entender como uma esposa não visita o marido no trabalho, nem que seja, uma vez por ano! É ridículo!

Ino balançou a cabeça, decepcionada. –Sabe o que Eu acho? – Olhamo-nos, seriamente. –Acho que a ida de Sasuke à Konoha mexeu com o seu lado emocional.

—Você está viajando!

—Estou, né? – Ela cruzara os braços, emburrada. –Iremos ficar aqui por mais oito horas? Estou cansada, faminta, e suada.

—Você é incrível! – Liguei o carro, cedendo à pressão da loira. –Ainda não consigo acreditar que você deixou Gaara sozinho, em um fim de semana ensolarado, para ficar trancada dentro de um carro.

Ele sabe que hoje à noite tem recompensa. – Ela sorriu maliciosa.

—Vocês terão que ir para um motel.

—Fala sério! Você tem um apartamento de luxo para desfrutar.

—Sasuke não vai está lá hoje.

—E daí?

—E daí que não gosto de ficar sozinha.

—___________****____________

Fui trabalhar ansiosa na segunda-feira, mais que o normal. O silêncio de Sasuke tinha me deixado entediada. Definitivamente, Eu não estava mais acostumada à rotina de uma jovem solteira.

—Bom dia, Sakura.

Assustada, por que Eu vasculhava minha caixa postal do celular, dei de cara com Itachi.

—Bom dia, senhor Itachi. – Imediatamente guardei o aparelho. De postura reta e olhar digno esperei o elevador. Dentro de mim, meu coração disparava como se quisesse fugir do peito.

—Primeiro as damas.

—Ah! Muito obrigada. – Entrei desfrutando da gentileza dele.

—Não tive oportunidade de conversar com você sobre o que houve na semana passada.

Pisquei os olhos, sem reação.

—Bem... Err... Vamos esquecer aquilo, certo? – Sugeri intrigando-o.

—Quero realmente esquecer o episódio, mas quero que não haja entendimento falho em minha postura. – Ele coçou o queixo. –Dei a entender que agi na defesa de Karin, no entanto, não foi minha intenção.  Na verdade, Eu queria julgar as duas na mesma balança, mas... admito que deixei minha confiança em Karin falar mais alto. Claro que, isso não significa que não vi verdade em você. Perdão.

—Não precisa pedi perdão, senhor Itachi, entendi sua postura. – Sorri para ele, contente por esclarecermos o mal estar causado por Karin. –Mas, muito obrigada por me proporcionar essa conversa.

As portas do elevador se abriram. Fomos flagrados trocando gentilezas e risos.

Mantendo o sorriso contente, – e inocente nos lábios róseos –, andei em passos contidos à minha mesa. Sasuke estava de pé diante dela, seguindo-me com seus olhos negros esbeltos.

—Bom dia.

O cumprimentei com saudável simpatia.

—Uh. – Fora cumprimento que ele me dera. –Venha à minha sala.

Deixei meus pertences na mesa e o segui. Observei Sasuke ocupar sua majestosa cadeira sem tirar os olhos de mim. Algo estava errado?

—Vou direto ao ponto. O que você fazia em frente à minha casa desde as oito horas da manhã?

Engoli a seco. Senti as pernas bambearem. Tremi de nervosismo. De repente, senti toda a minha esperteza se reduzir a nada. Como Ele sabia que estive o espionando?

—E-eu? – A clássica pergunta não me ajudaria naquele momento. –Existem milhões de garotas em Tókio...

—E Eu reconheceria você dentre todas elas. – Disse em tom arrogante. –Se Eu não estivesse em casa, provavelmente o segurança teria chamado a polícia.

—Mas que exagero!

—É mesmo exagero de um segurança achar suspeito duas garotas trancadas em um carro velho, à espreita de quem entrava e saía da minha propriedade? – Perguntou incrédulo.

—Tudo bem. Pode não ser muito exagero, mas não estávamos fazendo nada demais.

—O que Eu quero saber é o porquê de você ter ido me espionar. – Falou sem rodeios.

Sem saída, respirei profundamente antes de começar a me explicar.

—Aqui não é o lugar para falarmos sobre isso. – Era Sasuke que sempre dizia àquela frase. De tanto ouvi-la, fiz bom uso dela.

—Muito bem. – Ele bateu os dedos nas teclas do notebook. –Por hoje, vamos adiar o fim dessa conversa, mas quero que saiba que estou profundamente decepcionado com sua postura. – Ele se levantou, no entanto, permanecera atrás da mesa. –Haverá um evento beneficente promovido pela empresa, no sábado. Todos os funcionários estão convidados.

Não dei muita importância ao comunicado. Festas na empresa me deixavam com tédio.

—Provavelmente não virei a esse evento.

—Diferente de outros eventos nossos, esse, em particular, acontecerá no grande hotel Fugihara. Teremos números excepcionais de convidados. – Encarou-me com extrema urgência. –Você ainda quer conhecer minha esposa, certo?

Senti como se o chão se partisse em mil pedaços sobre os meus pés. Senti tanta firmeza vinda de Sasuke em relação ao meu encontro com a esposa dele deixou-me sobrecarregada. Senti-me como uma verdadeira covarde. Eu não estava pronta, como havia imaginado.

—Ela... Ela vai está lá?

—Ela será a anfitriã do evento. – Disse calmamente. –E Eu pretendo deixar você cara a cara com ela, para que essa obsessão sem sentido acabe de uma vez por toda.

Embora suas palavras fossem frias, elas eram mais que necessárias. Ainda assim... não me vi preparada para um encontro fora dos meus limites emocionais. Com certeza Eu sentiria muito incômodo por ter que cumprimentar uma pessoa boa, sendo que Eu fazia tanto mal para ela. Eu não suportaria sorrir para ela como se Eu fosse a melhor pessoa do mundo.

—____________****____________

Três da manhã... A culpa caçoava de mim.

—Você ainda está acordada?

Sonolenta Ino ligou o abajur. Meu vira-vira na cama tinha espantado o sono profundo da Yamanaka.

—A empresa vai promover um evento beneficente. – Fui falando sem me importar se Ino daria atenção. –A esposa de Sasuke será a anfitriã.

Ino assimilou as informações. Ela ainda lutava contra o sono. –Não era isso que você queria? Poder conhecê-la?

Suspirei alto, o incômodo da tal festa fuzilando minha mente.

—Não quero mais conhecê-la. – Virei o rosto para a parede cor de abóbora. –Não quero saber mais nada sobre essa mulher. – Ino, provavelmente, estava chocada. –Sinto que se um dia Eu a conhecer... tudo estará acabado.

—Ei! – Ino, gentilmente, confortou-me. –Fico feliz que você tenha chegado nessa conclusão.

Ino sabia, exatamente, o que meu coração estava dizendo naquele momento.

—Serei paciente. Vou voltar a confiar em Sasuke. – Expressei meus arrependimentos. –Só não quero perdê-lo. Não posso perdê-lo. Não me imagino...

—Confie nele se é o que seu coração quer! – Abraçou-me carinhosamente. –Você pode fazer isso, certo?

—___________****_____________

Não se falava noutra coisa na empresa senão na festa de grande pompa promovida pelos Uchiha. Em cada andar, em cada corredor, ouvia-se uma mulher confessar o medo de errar na escolha do vestido.

—Você não parece empolgada com o evento.

Itachi surgira atrás de mim, sem fazer um único ruído.

—Estou sim, pelas pessoas que serão ajudadas.

—No entanto, você não pretende ir, certo? – Não tive coragem de admitir minha indelicadeza. –Só a vi em nossos eventos uma única vez. – Comentou demorando-se a seguir caminho para a sua sala.

—Pois é, né? – Cocei a nuca, um tanto encabulada.

—Espero que nenhum imprevisto aconteça para nós nesse dia, certo?

—Sim. – Respondi atônita.

Itachi não era uma pessoa difícil de decifrar, entretanto, naquela tarde agitada, fiquei sem entender seu comportamento. Não era de seu feitio trocar mais que três ou quatro frases com os funcionários, levando em conta assuntos paralelos.

—Não vou mais tomar o seu tempo. Com licença.

Intrigada, voltei à minha mesa. Fora a primeira vez, em mais de um ano convivendo profissionalmente com Itachi, que vi certa agitação em suas palavras, assim como em seu olhar.

Como Ele está insuportável hoje!

Inevitavelmente transferi minha atenção para Karin que, descuidadamente, criticara o chefe ao deixar a sala dele.

—___________****____________

O entardecer nos fazia acelerar as últimas pendências do dia. Pouco a pouco, os funcionários começavam a preencher os elevadores, em busca do merecido descanso, depois de longas horas exaustivas.

—Anda logo! – Um grupo de quatro mulheres cercara Karin. –A loja vai fechar daqui uma hora!

—Estou indo! – Tranqüilizou-as dando a volta na mesa. –Mas, já vou logo avisando que não vou experimentar qualquer coisa! – Disse Karin, fazendo questão de falar para todos ouvirem. –Não sou como muitas por aí que escolhem qualquer coisa para usar em festa de pessoas tão ilustres como os Uchiha.

A indireta era para mim. Recém chegada de uma cidade longe de badalações, julguei discreto ir à minha primeira festa na empresa trajando um simples vestido preto, discretíssimo. Obviamente tornei minha aparição repercutida. Ninguém esperava tanta modéstia em uma festa lotada de pessoas bem vestidas. Embora Eu tenha recebido vários olhares, não me senti o patinho feio entre eles, na verdade, me senti bonita e especial. Não era qualquer mulher que despertava o interesse de Sasuke e, naquela noite, seus olhares se tornaram persistentes sobre mim.

Ela iria odiar se soubesse como aquela noite terminou.

Disse a mim mesma, organizando minha bolsa. Antes de sair, dei uma última olhada na sala de Sasuke.

—Não quero ir embora sem me desculpar com ele.

Havia um porém em minhas intenções benéficas: Itachi ainda estava na empresa. Como em tantas outras vezes, me escondi em um lugar escuro, aguardando a saída do filho mais velho.

—Não importa se Ela é uma boa garota, você precisa terminar esse caso.

Por um instante, falho, acreditei não se tratar da minha pessoa.

—Não é assim tão fácil como você pensa.

Sasuke pronunciou-se, escancarando a certeza que temei existir, numa conversa surpreendentemente tensa entre os irmãos.

—Acabei de descobrir e já estou completamente abalado. Já imaginou quando todos souberem? – Itachi alterou o tom de voz. –Eu sei que você e Mari tiveram momentos difíceis, mas... arrumar uma amante foi uma péssima escolha!

—Não escolhi e nem previ que isso aconteceria! – Sasuke fazia um grande esforço para não se alterar. –Foi tudo muito rápido e...

—Você não conseguiu se conter. Como se conteria se pusera os olhos nela desde o primeiro momento que a viu? Deus! Como não percebi que todos os seus elogios a Sakura eram exacerbados para uma simples garota inexperiente?

Perdi as forças. Não era para ser assim! Eu não queria e nunca havia me imaginado testemunhando a fúria de Itachi ao ter conhecimento sobre a minha relação com Sasuke.

—Não importa o que você diga, isso é um problema meu. Eu decido quando e como irei resolver.

—Ah! Pelo visto você vai continuar mantendo as suas infidelidades!

—Pode parecer um grande capricho meu, mas não é. O que tenho com Sakura não é um simples caso que vemos e ouvimos todos os dias. Eu realmente gosto dela.

Fui às lágrimas. Se aquela conversa perpetuasse mais um pouco Eu iria interrompê-la.

—Faça como quiser, mas fique sabendo que sou contra a esse relacionamento!

—Itachi! – Sasuke segurara o braço do irmão, impedindo-o de sair. –Não vou permitir que você a destrate.

Itachi desprendeu-se do agarro do irmão. –Não se preocupe. Apesar da minha profunda decepção com a garota que julguei ser nobre de boas intenções, continuarei tratando-a com educação. – Ouvi seus passos, num vasto cômodo silencioso. –Mas, para o nosso bem, é melhor que você tome uma atitude de uma vez por toda!

—_________****__________

—Ino! – Abri a porta com desespero. –Ino!

—O que foi? – Atordoada com minha chega, Ino aparecera com um pano de pratos enxugando as mãos ensaboadas.

—Preciso ir para algum lugar!

—Quer sair para dançar? – Ela conferiu as horas. –Podemos ir na...

—Excelente! – De salto alto e bolsa debaixo do braço, invadi o banheiro.

—_________****___________

—Eu esperava tudo de Itachi, mas nunca imaginei que ele falaria de mim com tanto desprezo.

Nossa mesa já estava abarrotada de copos vazios. Era o fundo do poço, literalmente!

—Ai, amiga! – Ino secou minhas lágrimas. Meu estado era deplorável. –Você disse que Sasuke te defendeu o tempo todo, não é? Então, baby, o resto é bucha! – Disse mexendo em meus cabelos bagunçados. –E daí que a família do boy critique vocês, hã? É você e Sasuke! Não precisa ter mais gente nesse relacionamento, gata!

Noutras situações o auto astral de Ino curaria minhas tristezas, entretanto, minha depressão se tornou maior que os comentários benevolente de minha amiga. Nada seria capaz de arrancar de mim tantos temores. Ninguém seria capaz de me fazer sorrir naquela noite. Meu marco zero de impotência estava apenas se iniciando.

—Que bom que você chegou! – Com as vistas completamente embaraçadas, tentei focar no homem que Ino dava importância. –Se continuar bebendo ela vai apagar daqui a pouco.

Quem é, hein?— Levantei a cabeça com demora.

—Vamos, Sakura. – Minha mão fora segurada.

—Sasuke? – Custava-me muito enxergá-lo com nitidez. –O que... fazz aqui?

—Sua amiga me ligou. Vim buscá-la.

—Essspera aí! – Cambaleei esfregando os olhos. –Itachiii... ele sabe...

—Sim, ele sabe, e você não deve se preocupar com isso. – Ele tirou-me da mesa.

—Ele... vai contarrrr... tudinhô pra sua mulherrr! – Era o meu fim! O que tentei dizer a ele?

—Ele não vai contar. – Garantiu segurando-me como se Eu fosse escapulir de seus dedos. –Se ela não voltar para casa é por que estará comigo.

—Tudo bem, mas toma conta dela, ok?

—Toma connta... nada! – Reclamei sendo levada. –Ei! Eu quero me... me embriaagarrr!

Não me lembro até quando esbravejei coisas sem sentido.

 


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