Amantes da Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Fic bem curtinha, gente!
Música de Lana Del Rey - Love
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741055/chapter/1

Uma espreguiçada inocente... Um olhar marcado pelo tédio... Um suspiro exausto... Passos apressados e mãos ágeis... A mesma rotina de todas as segundas-feiras... Ela parecia ser tão chata comparada ao sábado e domingo... Mas, no entanto, Eu não me enturmava no grupo de odiadores das segundas-feiras, pelo contrário... O começo da semana me trazia grandes expectativas, ainda que essas expectativas fossem banais.

—Confirmada a reunião de hoje?

—Sim. Às quatro da tarde.

Respondi imediatamente, mais uma vez pega pela força presente da seriedade do meu chefe.

—Certo. – Seus olhos pousaram-se intensamente sobre os papéis na minha mesa. –Você sabe o que fazer.

Olhei-o como se fosse uma aluna diante de seu mestre.

—Sim.

Vi suas costas largas passarem pela porta escancarada... Acabei sorrindo... Não sei bem o porquê... de fato, Eu sempre apreciava àqueles momentos simplórios.

Às vezes me pergunto como foi que tudo começou?

 

                                                Capítulo 1

—Cheguei!

Anunciei livrando-me da bolsa, da sandália de salto alto, e do celular ainda pendurado na minha orelha.

—Bem-vinda de volta! – Uma garota bisbilhoteira surpreendeu-me.

—Eu sabia que você ia está acordada. – Peguei uma garrafa de água da geladeira.

—São duas horas da manhã... – Disse verificando as horas no seu relógio de pulso. –Seus encontros estão ficando cada vez mais tardio.

Bebi da água gaseificada. Observei minha melhor amiga cruzar os braços à espera de um único comentário. Minha vida, definitivamente, deixava-a entretida.

—Meus pais ligaram? – Mudei de assunto, Ino entenderia.

—Sua mãe umas duas vezes. Ela viu o noticiário de manhã... Queria ter certeza que você não estava no ônibus que capotou na quarta avenida.

—Uh. – Murmurei desabotoando a blusa.

—Gaara pode acordar a qualquer momento. – Advertiu ciente do meu costume.

—Não combinamos de não trazermos homens para o nosso apartamento?

—Combinamos, mas meu namorado não se desgrudou de mim hoje. É minha folga! Dá um desconto!

—Tá legal! – Abotoei a blusa. –Espero que vocês não tenham transado na minha cama.

—Só um pouquinho.

—Ino!

—Mas, Eu já troquei os lençóis! – Sorriu constrangida. –Quer uma cerveja?

—Não, obrigada. Vou tomar banho e dormir, estou exausta!

—Claro que está. Quem não ficaria levando uma vida tão agitada?

Concordei com ela. Eu tinha que pagar um preço alto por todas as minhas escolhas.

—Será que você pode ir ao banco para mim amanhã?

—Claro que sim. Ganhou mesada do bonitão?

O sorriso descontraído dela causou pressa em mim. –Ele insistiu para que Eu aceitasse. – Olhei para os lados, agoniada. –Aceitei na condição de empréstimo.

—Você ainda fica sem graça, é? Deveria aproveitar. Pessoas como Ele não conhece nosso dia a dia.

Ino estava certa, no entanto, Eu queria preservar o pouco de orgulho que ainda me restava. Eu estava tão mudada que me custava aceitar. Como uma garota simples e objetiva tornou-se parte do lado confuso de Tókio?

—_______________________******_________________________

—Preciso das correspondências do senhor Itachi.

Uma mão pálida se estendeu no meu rosto. Desviando os olhos da tela do computador, observei o olhar superior de Karin Uzumaki, secretária de Itachi Uchiha, futuro sucessor do pai na empresa.

—Não tenho culpa se deixaram as cartas na minha mesa. – Falei entregando todos os envelopes a ruiva.

—Será que não tem? Onde você estava que não viu um erro desses? – Perguntou sarcástica. –Aposto que chegou atrasada de novo. – Ignorei o mesmo debate intrometido. –O senhor Itachi não permitiria tantos atrasos.

—Mas não sou secretária do senhor Itachi, mas de Sasuke.

—Está tão íntima assim dele para chamá-lo com tanta informalidade? – Provocativa, ela desdenhou. –Não fica bem uma secretária se sentir, como posso dizer... se achar no direito de tratar o chefe de igual para igual, ainda mais quando o chefe é um dos donos da empresa.

—Conheço muito bem o meu lugar, Karin. A propósito, o seu lugar está às moscas, né? Quem vai atender o senhor Itachi?

Ao virar-se para trás Karin deparou-se com o chefe, impaciente por vê-la, aparentemente, jogando conversa fora. Imediatamente a mulher correu para o seu posto de cachorrinho treinado.

—Sakura!

—Estou indo! – Eu também não era tão diferente dela quando o meu chefe resolvia se manifestar. –Com licença. – Entrei na sala. –Bom dia, senhor Naruto.

—Senhor Naruto? – Ele riu alto. –Eu já disse que pode me chamar só de Naruto.

—Desculpe, é que...

—Onde está a pasta com documentos que lhe entreguei ontem?

Fui interrompida pela pergunta direta de Sasuke Uchiha.

—O senhor pediu para Eu arquivar todos os documentos.

—Conseguiu fazer isso em duas horas? – Ele não escondeu está levemente surpreso.

—Sim. Tive um tempinho extra depois do almoço. – Expliquei desnecessariamente.

—Excelente. – Disse em seu tom costumeiro, mas Eu sabia que ele havia me elogiado.

—Com licença. – Sem mais pergunta, resolvi deixá-los sozinhos.

—Estou organizando uma reuniãozinha no meu AP, Sakura. – Disse o loiro de olhos marcantes, impedindo minha saída. –Eu adoraria que você fosse... dessa vez.

Aquele homem de atitudes persistentes vivia me colocando em situações complicadas. Sempre que nos encontrávamos, uma investida acontecia. Parecia que ele nunca se cansaria de meus recuos.

—Agradeço muito o convite, mas... – Meu chefe também estava interessado em mais uma desculpa minha. –Não me leve a mal, mas, provavelmente, ficarei meio sem graça entre seus amigos por não conhecê-los.

—Relaxa! Meus amigos são muito enturmados, você não terá tempo para se sentir um peixinho fora d’água. – Ele anotou algo numa folha de papel. –Se mudar de idéia, aqui está meu telefone.

Recebi o papel dobrado, encabulada devido o momento desapropriado para ser paquerada.

—Vou indo. Sasuke, não se esquece de passar lá em casa amanhã.

—Tudo bem, não vou esquecer. Espero que seu apartamento esteja habitável.

—É brincadeira dele, Sakura, meu apartamento é impecável. – Esclareceu beijando minha mão.

Quando o furacão de nome Naruto se foi, peguei-me rindo distraída.

—Não foi uma brincadeira, o apartamento dele é completamente bagunçado.

—Ah! Eu não me importaria muito, afinal meu apartamento também conhece uma boa bagunça, graças a minha amiga e o namorado dela. – Comentei coçando a nuca.

—Naruto está te encurralando cada vez mais. Acho que um dia você terá que aceitar o convite dele.

—Eu adoraria, mas não acho que temos muito haver. – Ele sentou-se à mesa, olhando-me atentamente. –Acredito que uma pessoa como o seu amigo não gostaria de se ver envolvido na minha vida, uma vez conhecendo-a.

O telefone tocou, desviando os olhos negros dos meus, meu chefe atendeu a ligação.

—Oi, Mari. Como acordou hoje?

Fiquei a observá-lo. O movimento da mão salientou o brilho da aliança no dedo dele, lembrando-me categoricamente que aquele homem já tinha uma esposa para amar.
Fechei a porta devagar, mergulhada numa súbita depressão. Ultimamente Eu estava tão compenetrada em meus problemas pessoais que não mais sorria. A vida estava ficando cada vez mais difícil, ou será que era Eu a complicá-la?

—__________________*****_____________________

—Oi, mãe. Estou te ouvindo agora.

Procurei um lugar que desse para ouvi-la bem.

—Fiquei preocupada com o noticiário das seis da manhã.

—Raramente ando de ônibus. O metrô é mais viável para mim.

—Graças a Deus! As flores já começaram a desabrochar. Acho que a primavera será bem quente esse ano.

—Eu adoraria está em Konoha, mas... – Prendi o cabelo no alto da cabeça. –Estou trabalhando muito, quase não paro.

—Está se alimentando bem?

—Claro. – Olhei-me no espelho. –Olha, agora estou indo para a academia, depois a gente se fala, ok?

—Academia? Você nunca se interessou por exercício pesado.

—Mas agora me interesso. – Se ela soubesse que passei a me interessar por um monte de coisa... –Ligo amanhã. Beijo! Beijo!

Depois de ouvir sua despedida, desliguei o celular ansiosamente. As conversas com meus pais costumavam ser longas e cheias de risos, mas elas se tornaram sufocantes e curtas para mim. Falar da minha vida para eles estava se tornando um martírio. Passei a mentir para eles freqüentemente.

—________________****_____________________

—Você deveria ter aceitado o convite desse tal de Naruto. – Insistiu Ino.

—Isso nunca vai acontecer. – Acelerei a esteira. –Não sou a garota certa para namorar um cara como Naruto.

—Espero que isso não seja uma desculpa esfarrapada para se achar comprometida. – Ela também acompanhou o meu ritmo. –Seu boy te deu carta branca, não é? Você está se policiando por quê? – Interrogou seriamente.

—O que você quer dizer com ‘carta branca’?

—Quer dizer que você tem alguém, mas continua solteira.

—Não vou sair com outra pessoa enquanto Eu estiver com Ele. Isso não faz o meu tipo.

Ino lançou-me um olhar debochado. –Seu tipo é se apaixonar. – Acusou. –Você está apaixonada por Ele. Aposto minha vida nisso.

Minha reação foi de riso, depois de encará-la em estado de choque.

—Não! Não! Não sou idiota a ponto de me apaixonar por um cara que nunca terei.

—Você também disse que nunca se envolveria com ele e olha só no que deu! – Persistiu nos argumentos infalíveis. –Amiga, ainda dá tempo de cair fora.

Fingi ignorar seu conselho retomando o exercício disciplinarmente. Eu havia me viciado naquele jogo de proibições, era como se a qualquer momento Eu pudesse parar, mas nunca conseguiria. Será que Eu estava mesmo apaixonada?

—Gaara e Eu vamos ao karaokê hoje. Você quer vir com a gente?

—Não vai dar, tenho que terminar de fazer umas planilhas importantíssimas. Mas estou livre na sexta.

—Desde que você começou a sair com ele não há dia livre na sua agenda. O sexo deve ser ótimo senão você não dispensaria o karaokê.

—E quem disse que vou me encontrar hoje com ele?

—Seu bom humor. Normalmente você fica inegociável quando não o vê com freqüência. Por falar nisso, não é estranho ele querer vê-la tão cedo?

Ele disse que tem uma coisa importante para falar.

—Uh. – Ino se viu intrigada. –E você não está com medo do que pode ser?

—Claro que não. – Falei espontaneamente. No meu íntimo, várias perguntas se formaram.

—______________*****_______________

Todas as vezes que Eu entrava no sofisticado apartamento de dois quartos sentia-me uma verdadeira invasora, embora aquele lugar tivesse sido destinado as minhas longas visitas. Eu ainda conseguia me perguntar o que Eu fazia ali todas às vezes depois de meu telefone tocar? Por que Eu estava sempre presa ali, à espera dele?

Amor

Olhem para si mesmos, crianças, com sua música antiga

Atravessando satélites enquanto viajam

Vocês são parte do passado, mas agora são o futuro

Sinais se cruzando podem ficar confusos

Lá de cima, alto o bastante para sentir medo de olhar para baixo, encarei a cidade cujo as luzes jamais se apagavam. Lá pelas tantas da noite, Eu via uma Tókio embalada ao ritmo do drama anônimo. Todos pareciam cansados, mas suas vidas não paravam.

É o suficiente para te deixar louco, louco, louco

Às vezes, é o suficiente para te deixar louco

Você se prepara, se arruma todo

Para ir a lugar nenhum em particular

De volta ao trabalho ou à cafeteria

Não importa, pois é suficiente

Ser jovem e apaixonado (ah, ah)

Ser jovem e apaixonado (ah, ah)

Bebi mais um pouco do Wísque cuja cor, em volta aos cubos de gelo, dava visão de algo extremamente requintado. Talvez a ocasião ficasse melhor com um bom champanhe, no entanto, Eu não fazia idéia se estaríamos ali para blindar. 

Olhem para si, crianças, vocês sabem que são os melhores

O mundo é de vocês, não podem negar

Já viu tanto, você pode até ficar triste

Mas isso não quer dizer que você deve abusar disso

O som da porta se abrindo aguçou meus sentidos. Eu havia bebido demais para está tão feliz a ponto de dançar? Não. O motivo não era previsível assim. Quando ele entrara, livrando-se do paletó como todo homem cansado, fui a ele com uma postura incontestável. Era ali que Eu me dava conta de que não me importava de não ser a mocinha que meus pais prepararam para a vida.

Você se prepara, se arruma todo

Para ir a lugar nenhum em particular

De volta ao trabalho ou à cafeteria

Não importa, pois é suficiente

Ser jovem e apaixonado (ah, ah)

Ser jovem e apaixonado (ah, ah)


—Fiz um jantarzinho para nós.

—Obrigado. Estou faminto. – Disse tomando o copo de minha mão. –Desde quando você toma Wísque? – Perguntou dividindo a bebida comigo.

—Desde que conheci você. Aliás, Eu não fazia muitas coisas antes de conhecer você.

Beijamo-nos apaixonadamente.

E é o suficiente para me deixar louca, louca, louca

É o suficiente para me deixar louca, louca, louca


—Por que tanta urgência em falar comigo? – Indaguei certamente preocupada.

—Eu só queria te ver. – Beijou meus lábios com posse. –Quando estamos perto ficamos ainda mais afastados.

—É. – O abracei fortemente. –Fiquei pensando no que houve hoje na empresa. – Olhamo-nos intimamente. –Você realmente não parece se importar se Eu sair com alguém. – Minha expressão tornou-se séria, depois descontraída. –Não que isso me deixe irritada, mas... é que você foi completamente convincente.

—Não me lembro de ter dito algo a fim de convencer você ou o Naruto.

—Não. Refiro-me a sua postura. – Expliquei tentando restabelecer o clima entre nós.

—Eu realmente não me importaria se você saísse com o Naruto, se fosse para ele parar de insistir.

—Bem, parece-me que ele insiste por que estou solteira.

Minha cintura foi abraçada. –Posso contar a ele que estamos juntos.

—Não é uma boa idéia. Não quero me tornar assunto entre vocês.

—Naruto é muito confiável, ele jamais nos prejudicaria.

Eu me preparo, me arrumo toda

Para ir a lugar nenhum em particular

Não importa se não sou suficiente

Para o futuro ou as coisas que estão por vir

Pois sou jovem e apaixonada (ah, ah)

Sou jovem e apaixonada (ah, ah)

Abraçamos aquela noite como se fosse um dia normal. Cada segundo de nosso relacionamento era vivido intensamente. Éramos o típico casal convencional, só que sem o rótulo certinho.

—Seu irmão é tão legal... O que será que ele diria se soubesse sobre nós?

Ele matutou a pergunta. –Itachi me apoiaria, com certeza.

—Um homem que apóia outro no adultério não me parece ser um cara legal.

Ele envolveu-me em seus braços. –Todos na minha família sabem por que Eu me casei. Até mesmo minha mãe, que venera o casamento, não daria importância a minha infidelidade. Ela sabe que nunca amei a Mari.

Ao ouvi-lo, Eu me enchia de confiança. –Sasuke... – Acariciei seu rosto. –Seja amável quando pedir o divórcio.

Hmm (ah, ah)

Hmm (ah, ah)

Hmm

Não se preocupe, baby

Hmm (ah, ah)

Hmm (ah, ah)

Hmm

Não se preocupe, baby

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amantes da Paixão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.