Maneiras de dizer eu te amo escrita por Cuddly, Maegor


Capítulo 4
Capítulo 4: Outra menina




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 Eu estava na sala de aula como todos os dias comuns. Mas oque estava me incomodando era o silêncio quase mortal e o clima entre mim e o Benjamin.

No intervalo,fiquei sozinha porque a Giulia não foi para a escola. Eu estava na biblioteca lendo um livro em paz,mas alguém quebra minha paz e era alguém extremamente irritante.

Sinto uma mão encostando meu ombro e vagarosamente eu virei a cabeça para ver de quem se tratava. Tive que olhar para cima pois a pessoa era mais alta que eu esperava. Ou melhor,pensei sim que seria uma pessoa alta,mas imaginei outra.

—Oi,você é líder de torcida,não? Me parece que gosta de ficção. Como é seu nome?-Perguntou tentando me fazer charme. Eu reviro os olhos.

—Angel Smith.-Murmurei.

—Eu sou Kewin Wilson. Prazer em conhecer,você deveria me ligar linda.-Sorriu.

Dei de ombros e continuei folheando o livro.

—Sabe,eu te vi aquele dia no shopping e pensei se você queria sair,dar uma volta ou tomar um sorvete.-Propôs se sentando do meu lado na mesa da biblioteca.

—Bom...-Pensei por um momento. Talvez ele me ajude a esquecer o Benjamin e me fazer sentir melhor em relação a isto.-Está bem,mas tenho que arrumar tempo.

—Está bem!-Fez um charme passando os dedos sobre os cabelos. Minha cara de desinteresse ficou nítida.

Kewin ficou vermelho pelo charme fail dele. Acho que pelos planos dele,era pra mim ter me jogado a seus braços e dizer que ele é meu "Príncipe". Não fiz questão de fazer isso porque não sou qualquer garota,isto é fato.

Basicamente ele quis falar comigo porque me acha linda. Garotos populares são babacas,graças a Freya Benjamin não é popular e nem eu. Espera,o que foi que eu pensei agora? Oh não. Eu tenho que esquecê-lo logo.

—Quantos anos você tem?-Questionou me desviando dos pensamentos.

—Dezesseis.-Respondi curta e grossa.

—Eu também,que coincidência,nós temos a mesma idade.-Falou algo óbvio e desinteressante. Kewin basicamente não sabe conversar.

—Hum. Vai pra aula amanhã?-Indaguei tentando puxar assunto,porém estava focada no livro de ficção.

—Vou sim. Espero que você vá,não aguentaria um segundo sem v...-Eu o interrompi rapidamente antes que ele me desse um daqueles flertes idiotas.

—Ah sim,que bom. Eu também vou pra aula amanhã antes que pergunte.-Falei rápido o olhando por um curto período de tempo,mas voltei a ler meu livro.

—Aquela sua amiga veio hoje?

—Não,por que?-Levantei uma das sobrancelhas,me fazendo despertar curiosidade com a pergunta que ele fez.

—O professor de matemática passou um trabalho em dupla para amanhã. Literalmente terei que fazer esse trabalho sozinho sem reclamar. Eu coloco o nome dela,ela me explicou boa parte dele.

—Bom,ela não veio. Olha a hora!-Exclamei olhando para o relógio e me levanto rapidamente.

O sinal bateu nesse exato momento e eu fui com pressa para a minha sala,que ficava no segundo andar. Subi as escadas com rispidez e velocidade,queria aproveitar o resto de tempo antes da professora chegar na sala.

Abri a porta e haviam alguns alunos lá dentro.

Dei alguns passos e entrei na sala. Meus olhos se voltaram para um canto no qual Benjamin estava com uma garota de cabelos com cor de vinho. Ele olhou pra cá em um pequeno período de segundos e voltou seu foco para o celular,que tocava alguma música enquanto ele e a menina dividiam o mesmo fone de ouvido.

Me aproximei vagarosamente e me sentei em uma das cadeiras que estava perto de ambos. Fiquei olhando por algum motivo.

—Benjamin,eu posso falar com você? Tudo bem se está bravo,mas eu queria muito. Não é nada pessoal...-Sussurrei para o loiro um pouco tímida e melancólica com uma mistura de desapontamento.

Ele novamente voltou os olhos pra cá. Levantou uma das sobrancelhas e eu dei conta do recado: Ele está bravo e por isso voltou seu foco para o dispositivo pela segunda vez.

—Ben,quem é essa?-A garota questionou colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto me olhava com os olhos de uma cor verde-água.

—Angel Smith. E você é...?-Tentei soar o mais natural possível. O alemão olha para mim e bufa,pude ver irritação pelo tom em que seus olhos estavam.

—Quer nos deixar sozinhos por favor? Caso não esteja vendo,estamos ouvindo música. Aliás,nós estamos ficando.-Esclareceu tudo de uma vez,foi como uma facada.

—Mas... Eu só queria conversar,é pedir demais? E eu só perguntei,o que tem demais nisso?-Cruzei os braços e senti meus olhos pesarem e ficarem úmidos.

—Pare. Não faça isso. Não quero briga e muito menos me envolver com você,você sabe muito bem o motivo.-Declarou.

—Está bem. Espero que vocês se acertem.-Foi a última coisa que eu falei antes de ir em meu determinado lugar e segurar o choro até não poder mais. Por sorte e talvez persistência,eu consegui não chorar.

Abro meu caderno na matéria diária e tento me distrair e esquecer que eu tinha acabado de passar uma das coisas mais constrangedoras da minha vida até agora. 

...

As duas últimas aulas passaram lentamente,por mais que fosse fácil passar pelas matérias,ver Benjamin era mais doloroso que qualquer outra coisa capaz de machucar alguém. Fui para casa e abracei minha mãe. Ela estranhou um pouco minha ação,mas não desconfiou que eu estava mal por motivo algum.

Mais tarde,depois de terminar as tarefas e afazeres de casa e da escola,arrumei tempo para ir ao parque. Mandei um whatts para o Kewin e marcamos em sair 17:50 e às 19:00 eu teria que estar em casa.

Tomei um banho rápido e vesti uma roupa casualmente satisfatória.

Andei até o parque,que não fica muito longe da minha casa. Avistei Kewin me esperando sentado em um dos bancos perto da sorveteria. Antes de ir,respirei fundo e pensei: Será que eu tenho que confiar no Kewin? Ele parece meio sádico. Me aproximei e dei um "oi". Ele se levantou,me cumprimentou e fomos até a sorveteria.

...

—Eu acho interessante aquele efeito borboleta. Você faz uma pequena ação e ela é capaz de causar uma catástrofe,sendo que você não pode sequer evitar. Acho que as pessoas deveriam considerar mais aquela frase "pequenas ações e grandes mudanças".

—Eu concordo...-Falei pensativa.-Você faz algo pensando que não vai prejudicar em nada,mas quando vê... Puff! Já está tudo um estrago.

—Isso é evidente. Mas você já conversou com a Giulia? Ela vem amanhã?

—Isso eu não posso responder. As aulas começaram a pouco tempo e nas férias ela pegou um resfriado na Itália no mês passado e até agora ainda não está 100% curada. Coisa da família da Giulia.-Dei de ombros.

—E ela tá bem? Ouvi dizer que os italianos não são muito resistentes à doenças assim.-Afirmou em tom de falso interesse.

—Não sei. Pelo que eu conheço a Giulia ela já deve estar até fazendo atletismo na praça. Tenho certeza que ela não se importa em estar doente. Mas mesmo assim eu acho que não deveria pisar na bola com ela. Eu deveria ter ido hoje visitar.-Falei em um tom de voz desapontada comigo mesma.

—Bom,você veio. Isso que importa pra mim. Eu tenho certeza que a Giulia vai entender.-Sorriu tentando fazer charme de novo. Mas,como na primeira vez,fail.

—Por que?-Perguntei desinteressada com a sobrancelha levantada.

—Porque eu estava esperando pra te dar um beijo,sabia?

—Não estou no clima.-Bocejei.-Já está tarde,acho que eu tenho que ir.-Afirmei me levantando com pressa,eu queria ir embora o mais rápido possível

Porém,ele segurou meu braço e não me deixou prosseguir. Ele apertou com força e eu direcionei minha mão para o bolso da minha calça,que tinha um spray de pimenta.

—É só um beijo,nada demais.-Falou segurando meus dois pulsos e me beijou sem minha permissão.

Eu não gostei disso,na verdade preferiria que ele respeitasse que eu não queria que ele me beijasse. E o pior é que ele estava me mordendo! Oque é isso autora?!

Nunca confie no Kewin.

Eu pisei forte em seu pé e o empurrei,corri e chamei um Uber para ir pra casa. Meu coração estava sedentário pois eu me assustei com a atitude do jogador.

...

Voltei pra casa mais cedo do que eu poderia imaginar. Mamãe estava mexendo na papelada e papai ainda não tinha chegado do trabalho.

—Oi mãe. Tudo bem?-Indaguei jogando minha bolsa no sofá e fazendo o mesmo comigo em seguida.

—Oi meu amor. Tudo. Só estou desenhando algumas peças para a rainha.-Explicou em uma rabiscada e outra. Ela é personal style.

—Sente falta da Inglaterra?-Perguntei olhando para ela.

—Não. Como foi o passeio?-Ela mudou de assunto de forma abrupta.

—Foi bom... Eu acho.-Pensei,com o dedo indicador sobre os lábios.-Mãe,eu posso ir posar na casa da Giulia hoje?-Mudei novamente de assunto.

—Os pais dela deixaram?-Estreitou os olhos.

—Sim,eu falei para eles que essa semana eu iria posar lá.-Falei dando um meio-sorriso e piscando os olhos.

—Tudo bem,se eles não se incomodarem... Aí eu aviso seu pai.-Confirmou.

—Ótimo! Obrigada mãe,te amo!-Dei um abraço nela posteriormente e fui para meu quarto ajeitar as coisas.

...

 

—Foi pura sorte a mamãe ter deixado. Eu estava com medo dela ficar brava e me proibir de posar aqui justamente por ser de última hora.-Reclamei enquanto terminava de pentear meus cabelos loiros. Eu estava sentada na poltrona do Angry birds.—Por que não foi pra aula?

—Não me senti bem,aquele resfriado está mais forte que eu! E você,tem novidades?-Perguntou voltando a mexer no PC.

—Tenho sim,hoje eu saí com o Kewin.-Bufei e apoiei meu rosto com a mão esquerda.

—Jura? Não ...-Disse incrédula.

—Eu não mentiria pra você. Ele não sabe conversar e é altamente entediante.-Olhei para cima em sinal de chateamento.

—Mas vocês se beijaram logo de cara ou não foi dessa vez?-Questionou objetivamente.

—Sim. Mas ele me obrigou,sem falar que beija muito mal.-Esbravejei.

—Droga. Eu jurava que ele sabia beijar!-Grunhiu.-De um jeito ou de outro,não deveria cair aos encantos do Kewin. Ouvi dizer que ele pega geral no colégio.

—Mas quem disse que eu caí? Foi justamente o contrário. Por mim o beijo nem teria rolado.

O silêncio reina por alguns segundos. Mas ela joga uma almofada em mim para quebrar a tensão e nós começamos a brincar de guerra de travesseiros. Eu não contei tudo,ou se não iria ficar aos prantos chorando com o rosto escondido e abaixado enquanto ela acariciaria meu cabelo loiro.

Eu estou com um mau pressentimento. Alguma coisa irá acontecer.


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Notas finais do capítulo

Boa leitura!



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