Maneiras de dizer eu te amo escrita por Cuddly, Maegor


Capítulo 21
Capítulo 21: Revira volta




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(Ponto de vista)Ashley

Eu fui para a sala de aula com a maioria dos alunos. No intervalo,eu fiz algumas coisas e agora estou com outros cheiros ao invés do meu perfume e do cigarro. Meu cabelo estava bagunçado e eu não parava de rir,afinal o efeito disso é dolorosamente engraçado e me deixa aliviada com a homofobia dos meus pais e faz esquecer o quão merda é minha vida pelo simples fato da garota dos meus sonhos me odiar e ir pra fora do estado.

Eu estava alegre,fui para a sala sorrindo sem sentido e as pessoas começaram a achar estranho. Respiro fundo e tento segurar o riso,que me consumia a cada segundo que ficava mais fraco.

—Você está bem Ashley?-O asiático denominado Jimmy pergunta me observando. Eu olho pra ele e rio.

—Sim estou ótima. Por que a pergunta?-Indaguei sorrindo.

—Está estranha. Parece até que você...-Sua voz perdeu embalo depois de examinar meus olhos e virar um pouco a cabeça para me encarar melhor.

—Isso não é totalmente da sua conta. Eu sou uma má influência em todos os sentidos.-Admiti com um charmoso sorriso lateral.

—Má influência? Mas você é uma boa aluna,de acordo com suas notas do boletim de ocorrência e participa da torcida. Não acha o suficiente?

—Não. Minha inimiga é líder do time de torcida e amiga da garota que eu gosto. E cara,ela é dez mil vezes mais inteligente que eu. Aliás,não acha que está se intrometendo demais?-Levanto uma das sobrancelhas,sentindo o efeito ir embora. Minha cabeça agora ficou mais sensata.

—Garota? Como assim?-Pergunta objetivo.

—Eu não gosto de meninos,Jimmy. Você sabe oque isto significa.-Dei de ombros. Realmente,não ligo para oque ninguém pensa nessa merda.

—É sério? Você não parece...

—Não pareço,mas eu sou.-Finalizei.-Agora dá licença,a aula já vai começar.

O asiático foi para a sua carteira e eu pisquei algumas vezes até recuperar minha consciência. O professor de geografia chegou com uma papelada em mãos. Agora que percebi: Angel Smith Parker não está na sala.

 (Ponto de vista)Angel

Por mais que estivesse com uma imensa vontade de sentir nossos corpos juntos,o espaço do armário não ajudava muito. Então,não deu para fazer muita coisa ao invés de beijos no pescoço e clavícula. Escuto o barulho do sinal e fico em silêncio,Benjamin também se calou.

—Agora eu queria saber como vamos sair daqui,Ben.-Comentei o abraçando e sentindo sua respiração calma.

—Isso vai demorar.-Falou risonho. Ouvimos alguns passos se aproximando e eu bato na porta do armário.

Ele se abre,eu e o alemão caímos. Ele se levanta e me ajuda a levantar simultaneamente.

—Obrigada Mark.-Agradeci amistosa. Ele dá um meio sorriso.

—Disponha. Faço tudo pelos meus amigos. Mas como conseguiram se trancar no armário? E a quanto tempo estão aqui?-Pergunta com a sobrancelha levantada.

—Na verdade eu não sei.-Benjamin deu de ombros. Ele estava segurando minha mão.

—Bom,vocês tiveram sorte de mim estar aqui. Fui sentir sede logo agora e a professora deixou eu vir beber água. De um jeito ou de outro,acho melhor voltarem pra sala antes que seja tarde demais. Até logo!-Se despediu com um sorriso.

Eu e Ben fomos para a sala juntos e eu tive que explicar ao professor o motivo do atraso. É claro que inventei algo,seria constrangedor dizer a ele sobre ter ficado presa no armário com um ficante.

As horas passaram normalmente. Fiquei em casa por 30 minutos estudando,afinal o futuro me aguarda.

Depois,fui ao parque esfriar a cabeça. O dia estava quente,com um sol e céu nítidos sem nuvens brancas enviadas por Skadi. É surpreendente como o clima da Califórnia tem mudado de una tempos pra cá abruptamente.

Eu estava com um short jeans,um tênis e uma camiseta branca folgada. Usava como acessório um colar com uma pedrinha e meu cabelo estava meio preso.

Fui a lanchonete tomar um sorvete de chocolate para me refrescar nesse dia incomum.

(Ponto de vista)Ashley

O dia estava ensolarado. Coloquei um vestido da altura dos joelhos rodado azul claro para sair e passei um batom vermelho. Prendo meus cabelos em um coque despojado e vou para a sala vestir minhas sapatilhas.

—Aonde vai?-Papai pergunta me observando.

—Vou tomar um sorvete. Está muito calor.-Afirmo terminando de vestir o sapato.

—Consigo ver sua coluna vertebral. Está muito magra.-Implicou. Eu neguei com a cabeça.

—É impressão sua. Eu não sou magra desse jeito.-Contrariei.

—Mas deveria. A filha mais velha dos Smith é. Sabe como eles têm dado problemas,imagina competindo com você nisso e até nesse sentido você perde?

Papai me comparando com a Angel. Eu mereço.

—Bom,ela é ocupada. Sempre está no treino de torcida porque é líder,sem falar nas aulas de ginástica olímpica e karatê.-Dei de ombros.-Estou indo. Tchau.

Eu saí rápido para me poupar de mais uma daquelas comparações ridículas.

Angel: O modelo de filha perfeito que meus pais querem que eu siga. Inteligente,boazinha e delicada como uma flor do deserto. Simplesmente estúpido.

Fiquei no parque observando os skatistas. Respiro fundo: Nenhum me interessa.

Se eu tentar,talvez consiga ficar com algum deles.

Um deles estava se aproximando. Era um garoto de cabelos e olhos castanho,baixo e aparentemente tímido.

—Meu amigo pediu seu número.-Fala rapidamente.

—Quem é o seu amigo?-Pergunto procurando. Ele aponta para um garoto alto consumido pelo albinismo.

Okay Ashley. Vamos lá.

—Está bem. Meu número...-Falei anotando e dei para ele entregar ao amigo. O albino tinha seu charme,mas não me senti atraída.

Fui para a lanchonete. Vi Angel tomando sorvete enquanto olhava o celular serenamente. Eu estou frustrada. Estou com raiva dos meus pais por quererem que eu seja igual as modelos de Paris,estou frustrada por eles quererem que eu seja como a sociedade quer que eu seja. E vou descontar essa raiva no real motivo deles me imporem a tantos padrões de beleza: Angel Smith Parker. O exemplo que eu me recuso a seguir.

—Angel? Você por aqui?

(Ponto de vista)Angel

Minha atenção é roubada por uma silhueta em minha frente. Ashley estava em minha frente,me encarando com o semblante sério e os olhos turquesas um pouco distantes.

—Sim,estou por aqui.-Dei de ombros.

—Você voltou com o Benjamin?-Pergunta baixo. Eu assenti com a cabeça.

—Sim. Algum problema?-Pergunto pouco amistosa. Ela ergue o queixo.

—Sim. Você sabe oque eu penso sobre isso,não sabe?-Relembra Ashley se apoiando na mesa com as mãos.

—Você não pode interferir nisso. Agora me dá licença.-Me levantei e fui em direção do banheiro. Quando fui lavar as mãos,me olhei no espelho e no fundo desfocado,Ashley estava em pé com os braços cruzados me encarando.

—Qual é seu problema?-Questionei encarando o espelho. Ela ri cinicamente.

—Eu não gosto de você por simplesmente estragar minha vida!-Gritou se aproximando. Ela pegou meu ombro e num movimento ríspido,fez eu me virar para olhar em seus olhos.

—Por que eu estrago sua vida?-Perguntei assustada. Em um milésimo de segundo,ela dá um tapa ágil em meu rosto sem mais nem menos.

Eu acabei dando outro e comecei a bater na garota de cabelos escuros,o mesmo ela fazia comigo enquanto eu puxava seu cabelo e dava-lhe chutes e outros movimentos pouco delicados.

Uma garota de cabelos violeta nos viu e arregalou os olhos. Ela correu para apartar a briga e conseguiu,pois se eu ou a Ashley atacarmos uma estranha,seria o fim da linha.

—Me desculpem. Mas terei que chamar a polícia.


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Notas finais do capítulo

Boa leitura!



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