Maneiras de dizer eu te amo escrita por Cuddly, Maegor


Capítulo 1
Capítulo 1: Prólogo




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Tudo tem um motivo,inclusive o da Giulia ter nascido tão encrenqueira e explosiva. Talvez eu deva tentar ser mais compreensiva,ela é um tanto quanto sentimental.

Mesmo sendo uma linda dama comportada,ela deu uma voadora em um garoto que... Bem,chamou ela de Peppa Pig. Isso não é nada pessoal. Eu consideraria um apelidinho carinhoso(Já que por algum motivo eu,ela e o garoto que se chama Mark somos amigos de infância. Não diria "amigos" mas sim conhecidos). Não quero nem ver a confusão que ela vai se meter. Estávamos indo em direção à pedagogia escolar. Giulia estava frustrada.

—Deuses,que garoto insuportável! Eu acabo com ele!-Grunhiu cerrando as mãos em punho.

—Não faz isso,resolva com calma. É sempre bom conversar e tentar resolver tudo na paz,a violência não resulta em nada.-Tentei acalmar a ferinha.

—Eu não gosto nenhum pouco que ele faça isso,só me deixa irritada e com vontade de partir pra violência. Pode ser mais compreensiva,por favor?-Levantou uma das sobrancelhas fazendo biquinho.

—Não fique nervosa. Se ele não consegue ser civilizado,não se rebaixe ao nível dele.-Expliquei enquanto Giulia deitou sua cabeça no meu ombro.

—Eu vou tentar. Acho isso tão desnecessário,ele sempre,sempre consegue me deixar nervosa! E eu nunca consigo me controlar. Mark é um perfeito babaca.-Revirou os olhos bufando.

—Sim,isso é desnecessário. Se ele vê que você dá importância,o ruivo irá te provocar mais. É um lance psicológico,não se subestime.-Passei a mão no seu cabelo.

—Você por acaso gosta que o Benjamin fique te chamando de baixinha?-Giulia levantou uma das sobrancelhas e vagarosamente deu um sorriso.

—Cara,ele vive me chamando de Smurf. Acho que nem é surpresa eu ter dado uns tapas nele. Sei lá,não me sinto bem batendo em alguém,mas eu preferiria que ele parasse com isso.

—Angel,você tem 16 anos e tem menos de 1,55 de altura,é óbvio que ele vai te provocar. Isso é da natureza masculina!-Gesticulou com as mãos.

—Eu sei,a natureza masculina é mesmo complicada.-Falei me levantando e ajudando a Giulia a se levantar também.-Vamos,a diretora está esperando.

—Eu juro que vou tentar ser mais compreensiva com ele. Se ele não parar,eu dou uns belos de uns tabefes nele.-Advertiu.

Ouvimos alguns passos. Era Kewin,o galanteador nada-a-ver do colégio. Ele sempre tenta ficar com todas as meninas,mas eu e a Giulia não damos muita moral.

—Oi gatinhas!-Acenou.

—Oi.-Respondemos em coral com pouco interesse. Enquanto ele ia,nós acompanhamos os passos dele pelos olhares.

—Ele chamou a gente de gatinha,você ouviu?-Giulia perguntou com um sorriso incrédulo no rosto.

—Sim,mas eu não sei se devo confiar muito no Kewin.-Afirmei ainda olhando para o último sinal de passos dele.

Giulia fecha a cara e vai na frente. Eu fico pensando: Caraca,ela é mó brava. Acho que se eu não fosse calma,nossa amizade iria por água'baixo. Ela não tem medo em meter porrada em quem merece e eu admito que de vez em quando eu também perco a cabeça. Tenho que aprender algumas coisas com ela como: Não se subestimar. É difícil eu ficar brava,mas raramente deixo o orgulho de lado e sou um pouco rancorosa.

Entramos vagarosamente na sala da diretora. Mark estava com alguns arranhões e roxos pelo rosto,Giulia estava descabelada e eu maliciei ao ver a situação dos dois. Mas se eu comentar alguma coisa,sobra pra mim.

Não concordo com essas atitudes da Giulia,mas como boa amiga eu tenho que apoiá-la.

—De novo vocês duas batendo no Mark?-A diretora perguntou como se ele fosse um santo. Ele olhou pra cá sorrindo descaradamente.

—Senhorita Muff,me desculpa mesmo por fazer isso. A culpa é toda minha,fui eu quem disse pra ela fazer isso.-Assumi,mesmo que nem 1% da culpa fosse minha.

Mark não recuou.

—É mentira diretora,a Angel nem fez nada disso! Foi a Giulia!-Me defendeu e eu franzi o rosto.

—Você não estava lá!-Retruquei e a diretora cortou a discussão.

—Gente!-Gritou e todo mundo focou os olhos na senhorita de cabelos grisalhos.-Angel,não deve mentir assim. Se está metida nisso,creio que irá se manifestar agora.-Afirmou agora mais calma.

—Sim fui eu.-Menti.

—Está bem. As duas irão levar advertência.-Levantou e foi pegar os papeis no armário.

—Mas diretora...!-Eu disse com as mãos juntas,implorando pra ela não nos dar advertência e torcendo pra que ela compreenda.

—Bom,a não ser que as duas prefiram pedir desculpas,terão que assinar. E não adianta ser só você,Angel.

—Desc...-Comecei mas Giulia me interrompeu.

—Nem pense nisso Angel!-Olhou pra cá com um olhar fuzilante. Calma Angel,muita calma nessa hora. Eu peguei a caneta e fui assinar.

A diretora estava olhando para a Giulia esperando ela pedir desculpas.

—Não vai pedir desculpas?-Levantou uma das sobrancelhas.

—Nem morta,baby.-Afirmou com um olhar desafiador que seria capaz de colocar medo até nos maiores gigantes de gelo.

Depois de mim assinar,Giulia faz o mesmo. A diretora pede nossos cadernos e cola um bilhete neles:

Senhores pais e responsáveis...

Seu filho(a) está agredindo um colega fisicamente,resultando em possíveis danos psicológicos.

Favor conversar com seu filho(a) e tentar melhorar seu comportamento.

Atenciosamente:Equipe pedagógica.

Cada vez que eu olhar para o Mark,vou lembrar disso. Mesmo uma garota calma como eu,ele não deveria ter feito isso. Bom,calma não,mas madura. Eu já disse,tem vezes que eu também passo dos limites! Quem nunca?

Nós vamos para o corredor. Eu me encosto na parede e Giulia se senta no chão.

—O Mark ainda me paga. Isso não vai ficar assim.-Giulia rangeu os dentes e cerrou os punhos.

—Tente ignorar ele,assim ele pára.-Aconselhei.

—Angel,os meus pais vão me encher o saco e o meu mestre de capoeira não vai gostar nada disso. Eu já tentei falar pra eles,mas eles queriam falar com os pais do Mark. E pelo Mark ser um Cooper,eu acho que isso daria sérios danos a empresa da mamãe. Afinal,você usa suas habilidades de karatê,não usa?

—Sim,eu uso mas...

Dei uma pausa pois escutei alguns passos lá atrás. Era apenas um estudante qualquer indo pegar água,simplesmente.

—Por que olhou para trás?-Giulia questionou antes de olhar também.

—Nada não. Mas como eu estava dizendo-Respirei fundo e parei os passos-Eu não sei se está funcionando,o Benjamin nunca pára de me provocar. Isso está ficando quase desorientador. Eu não gosto de violência,mas as vezes é necessário.-Falei dando alguns passos indo em direção da sala. Giulia levantou-se e foi para a sala dela.

Chegando na sala,eu fico um pouco atenta a tudo. Vou vagarosamente para o meu lugar e verifico tudo em minha volta para ver se o alemão estava por perto.

Mas adivinha... Alguém tapa meus olhos com as mãos.

—Adivinha quem é!-Ouvi a voz empolgada dele.

Não respondi. Apenas tirei suas mãos dos meus olhos.

—Tudo bem,smurf?-Perguntou com o rosto a poucos centímetros do meu,quase me beijando. Eu fiquei inerte por alguns segundos sentindo sua respiração e toda a turma fez "Huuuuum". Eu me irritei e franzi o rosto.

—Não.-Me virei para frente de novo e abaixei a cabeça,me sentindo corar involuntariamente. O professor chegou e eu prestei atenção na aula.


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Notas finais do capítulo

Boa leitura!



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