DC Multiverse Movies escrita por Andrew Ferris


Capítulo 3
Aliança da esperança


Notas iniciais do capítulo

Está na hora de conhecerem uma importante relação nessa parte da história e outro de seus protagonistas!!!



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Bruce entra na torre da Luthor Corp cercado de fotógrafos e jornalistas, mas ignora seus comentários e perguntas, deixando o alvoroço do pátio para finalmente entrar na empresa. Depois de míseros segundos subindo pelo elevador, levando em consideração o tamanho do prédio, Bruce desce na cobertura e encontra seu determinado e próspero parceiro Lex Luthor, vestindo camisa social azul marinho e com sua velha pose de braços cruzados onipotente, um meio sorriso e os cabelos soltos com alguns fios espalhando-se pela face.
— E olha só quem finalmente deu as caras - Afirma Lex cumprimentando Wayne com a velha cortesia que Bruce havia se acostumado a aturar.
— Esperava vê-lo somente na inauguração Lex, algum problema?
— Bruce Wayne, sempre direto, não? Me acompanhe até o escritório - Os dois andam lado a lado passando por alguns troféus de Luthor até certificações e prêmios de honraria e param em frente à porta, que Lex abre e cede a passagem a Bruce. Quando enfim os dois conseguem se sentar, Lex observa o amigo bilionário com certo receio.
— Então, qual é o assunto tão urgente que pretende discutir comigo?
— Os tempos mudam, Wayne, assim como as pessoas. Imagine que tivemos nossos horizontes ampliados um pelo outro, e pensar que levamos quase vinte anos para nos conhecermos, até chegar nesse patamar o qual nos encontramos. Nesse mesmo dia há dois anos nossa parceria teve início, algo que mudou nosso mundo e o olhar das pessoas sobre ele.
— Não me lembro de nossa parceria ter se iniciado nesse dia - Comenta Bruce perplexo encarando Luthor sem compreender a situação.
— Tem razão Bruce, teria sido formalizada nesse dia, caso Metrópolis não tivesse sido covardemente atacada por kriptonianos em máquinas espaciais gigantescas e terminado destruída por uma batalha avassaladora entre dois alienígenas, sendo um habitante ilegal na Terra - Bruce não diz nada, apenas se lembra da tragédia, as pessoas correndo desesperadas, prédios atingidos por jatos desgovernados, destruição em massa e um raio, um poderoso laser que varreu a torre Wayne, matando cerca de quinhentas pessoas, fora os civis do lado de fora do edifício. Para Bruce era fato, só havia um culpado por tudo que havia atingido a cidade, pela morte de todo um corpo de recursos humanos da empresa e pela morte da coisa mais preciosa para Bruce além de sua compaixão. Algo que o faz perder o controle a ponto de simplesmente abandonar seus devaneios e tornar a ouvir Lex em seu ininterrupto monólogo - Por conseguinte, chegamos ao patamar atual, no qual estou disposto a fazer dessa cidade um lugar melhor, compromisso que compartilhei com você e outros investidores em suas respectivas cidades. Por isso quero que esteja lá.
— Lá? - Questiona Wayne sem ideia do que Luthor diz.
— Sim, no encontro público para resolver a situação do Superman. Ele precisa nos responder de alguma maneira, ou não passaria de um vigilante superpoderoso.
— Porque me quer ali?
— Você melhor que qualquer um representa o que aconteceu naquele dia. O desastre da torre Wayne e tudo o mais, fora que se tornou um herói naquele dia ao salvar aquelas pessoas. Naquele dia se tornou tão grande para Metrópolis quanto eu, e foi assim que soube que nossa aliança deveria continuar pelo bem do nosso país e pela preservação do nosso futuro.
— Então tudo o que quer é que eu vá a esse encontro público - Bruce reflete por alguns instantes - Quando será?
— Em um mês.
— Pode contar comigo - Lex abre o sorriso ao ouvir a resposta.
— Não irá se arrepender senhor Wayne, pode ter certeza.
— Assim espero - A reunião termina e sem demora Bruce trata de voltar a Gotham City. No terminal rodoviário, Bruce presencia um linchamento que ignora à primeira vista antes de seguir pelas escadas até o lado externo do lugar. Alfred estaciona o carro no acostamento, e Bruce entra sem esperar a saída do mordomo.
— Algum problema patrão?
— Não, nenhum Alfred, não precisa se preocupar - Seguido por um suspiro, o mordomo puxa a marcha e logo o carro parte da rodoviária seguindo o trajeto para a mansão Wayne sem que os dois conversem. Bruce observa as ruas e as pessoas nas ruas, desligadas de todo o resto que acontece na cidade, e Bruce sabe que acontece. Ele sente os crimes, dor e sofrimento que se desenrolam enquanto tudo o que ele faz é sentar, observar e torrar seu dinheiro em causas humanitárias vazias que consumiam cada vez mais o seu tempo e recursos.
— Alfred, o que houve?
— Senhor? - Questiona Pennyworth prestando atenção em Bruce.
— O que houve com o tempo em que eu sentia a diferença que fazia para as pessoas ao meu redor? Que eu era um símbolo? Quando as pessoas acreditavam em mim e no mundo pela simples menção ao nome.
— Esse tipo de pergunta só o senhor pode responder, patrão. Todos fazemos nosso melhor para mudar as coisas, mas de vez em quando alguns de nós perdem a esperança e simplesmente não acreditam naquilo que fazem.
— Eu perdi tudo o que tinha, Alfred, e Gotham está melhor é o que dizem - Ele olha para o lado de fora e vê uma pichação escrita "Você abandonou essa cidade" e outra com "Essa cidade pertence a quem tem". Bruce respira fundo e volta a ficar em silêncio para refletir consigo próprio. Longe dali, no interior de uma cúpula no meio do oceano, uma roda de trinta pessoas discute assuntos políticos e sociais.
— Nossas dúvidas seriam facilmente respondidas se vocês tomassem uma atitude sensata - Declarou Hipólita, a rainha das Amazonas, para Arthur Curry, um homem alto de perfil atlético, barba e cabelos longos e vestimenta que o fazia aparentar um monarca, por mais tribal que parecesse.
— Veja bem, Hipólita - Começa Curry se levantando do trono para se mostrar aos presentes - Enfrentamos uma situação delicada demais para encarar de maneira tão ignorante. Eu tenho contato com esse seres e, embora aqueles que conheci tenham seu valor, é fato que esses humanos vem destruindo meu reino e como rei de Atlântida não posso simplesmente fingir que não está acontecendo nada - Nesse momento, Diana se levanta e encara Arthur sem receios.
— Entendo seu ponto de vista, primo, mas não posso permitir que haja de forma precipitada. Sou protetora da Terra há quase cem anos e não deixarei nem que Atlantes muito menos Amazonas começem uma guerra contra os humanos.
— Você viu o quanto fomos ameaçados dois anos atrás, Diana. Fomos atacados e isso acarretou grandes consequências para o meio-ambiente. Agora me diz se eles se importam - Desafiou Arthur cheio de indignação.
— Alguns se importam, eu vi e sei muito bem. Nenhum de vocês passou tempo suficiente na Terra para avaliar a situação de maneira imparcial. Se vocês ao menos pudessem se comunicar com os humanos, dar uma chance à diplomacia como tem feito durante séculos entre vocês mesmos.
— Você fala como uma legítima Amazona - Afirma Arthur se apoiando no próprio tridente.
— Talvez seja porque sou uma Amazona - Esclarece Diana encarando o rei dos mares cheia de revolta - Não sou uma qualquer, sou princesa de Themyscira e filha de Hipólita.
— É o que veremos quando chegar a hora - Afirma Arthur em tom de desafio. A reunião termina e as Amazonas presentes se retiram do salão, e ao ver que não havia nenhum Atlante por perto, Hipólita abraça a filha com força.
— Que saudade, minha pequena não mais pequena - Diana sorri e se desvencilha da mãe.
— Me chamou aqui e eu fiz o que tinha de fazer, representar nosso povo, ideais e a filha da senhora no meio dessa gente, nada além disso.
— Como pode dizer uma coisa dessas?
— Se chama explicação, mamãe. É uma coisa que a senhora me deve, ou será que depois de cem anos a senhora resolveu simplesmente ignorar minha existência?
— De maneira alguma, minha filha, mas tantas coisas aconteceram e essa invasão...todas essas coisas me fizeram pensar na missão das Amazonas e em como deveríamos restabelecer nosso contato com eles. Não podia deixar que isso se desse por um sentimento tão egoísta quanto o meu amor por você.
— É a senhora mesmo dizendo isso? - Questiona Diana espantada com a declaração da mãe.
— Eu concordo que nos desvirtuamos de nosso propósito nos últimos tempos, mas estou determinada em encontrar uma solução, principalmente com essa história de kriptoniano.
— Então estamos unidas novamente? - As duas se abraçam mais uma vez antes de chegarem no hall de entrada.
— Mãe - Chama Diana se lembrando de um detalhe.
— Qual é o problema, filha?
— Eu posso ver Themyscira antes de voltar à Londres?
— À vontade. Themyscira sempre foi e sempre será seu lar - As duas entram no veículo de transporte subaquático, que não demora a partir, deixando para trás a velha Atlântida e voltando à superfície rumo a Themyscira. Lex Luthor entra na sala cheia de homens e mulheres em grossos ternos, sendo que um deles tinha uma bandeira americana à frente da mesa. Todos se entreolham antes de cessar os murmúrios e prestar atenção no presidente.
— Boa tarde - Declara o presidente Charlie se levantando para encarar os presentes - Como sabem, muitas pessoas por todo o país estão preocupadas com a questão do Superman, inclusive se tornou algo tão sério que passamos a discutir o assunto em sessões especiais de debates no Congresso Nacional, mas a questão se intensificou de um jeito que nos fez perder as rédeas. Aqui estão alguns dos principais representantes de suas respectivas cidades prontos para discutir sua posição em frente ao assunto, mas devemos fazer disso mais do que é, portanto passo a palavra para nosso colega de Metrópolis, grande aliado político, um dos homens mais ricos e influentes do planeta, além de investidor ativo de programas beneficientes não apenas nos Estados Unidos como ao redor do mundo, Alexander Luthor.
— Obrigado, senhor presidente - Luthor encara os presentes com um olhar rígido e uma postura onipotente antes de se levantar e jogar algumas pastas sobre as mesas - Acredito que a maioria aqui tenha ao menos concluído o colegial e tenha acompanhado os noticiários e avanços científicos dos últimos tempos, pois dentre eles está minha tese que resultou em um doutorado no fim de dois mil e três. O código genético de nossos corpos é algo previsto como certo, e tal é assim e não pode mudar de maneira alguma pois isso nos faria deixar de ser humanos. No entanto, minha tese supõe que essas mudanças façam desses seres algo que chamei radicalmente de metahumano -Todos se entreolham um pouco confusos, o que faz Lex suspirar alto, demonstrando impaciência - Ignorância à parte, é fato que esses seres existem e a primeira prova real foi o Superman. Vimos do que ele é capaz, a pergunta que faço aos senhores é, pretendem esperar sentados aguardando o próximo deles atacar ou tomarão uma atitude enquanto podem? Já se perguntaram o que será deste país, desse planeta, quando pessoas mais fortes que o Superman derem as caras? - Luthor pega sua taça e a toma tranquilamente voltando a se sentar enquanto os presentes conversam a respeito do que ele falou - O que tenho a acrescentar é que dois seres peculiares de tal natureza estão do nosso lado, assim como seus respectivos povos.
— Mais alienígenas? - Questiona um general cheio de revolta.
— Não senhor, falo de metahumanos.
— E toda essa gente vai estar nesse encontro que está patrocinando, senhor Luthor?
— Não exatamente, apenas os representantes deles - As pessoas na reunião voltam a conversar, mas desta vez mais alto que antes, o que Lex ignora tomando o restante de sua bebida ao perceber que lhe falta ar. A noite chega. Bruce Wayne se senta no sofá e cochila um pouco antes de despertar assustado. Ele aproveita o despertar para ligar a televisão, colocando diretamente em um noticiário noturno onde passam diversas imagens da destruição de Metrópolis e do combate entre dois alienígenas que terminou devastando a cidade. Os braços e pernas de Bruce tremem, depois vem o suor e fortes dores por todo o corpo. Um repórter finalmente aparece.
"Temos a confirmação de que uma ex-jornalista do Planeta Diário morreu na queda do edifício da Wayne Enterprises, que deixou mais de quinhentos mortos". Bruce perde o controle e se levanta, até que o jornalista diz um nome, um único nome, e tudo ao redor de Bruce desmorona. Seus objetos de valor inestimável, quadros, esculturas e estátuas, fotografias, mobília, até que o teto racha diversas vezes e os escombros da Mansão Wayne o atolam sem deixar nada em pé. Em meio às dores e ao desespero de conseguir respirar, Wayne encontra uma fresta pelo qual enxerga o batsinal quebrado, o comissário Gordon morto, assim como sua filha, lembrando a Bruce todas as vidas que viu se esvaziarem. Seus pais, Jason... tudo que ele era estava se desconstruindo assim como o prédio em cima dele, sem deixar vestígio ou mínimo sinal de que as coisas pudessem melhorar. Bruce Wayne havia feito seu melhor, mas nem isso era o bastante para vencer a corrupção do homem. Ele tenta se levantar em vão, mas subitamente os escombros ao seu redor são retirados e ele se vê libertado. Uma lágrima escorre de seus olhos antes que ele perceba a situação ao redor. Tudo em Gotham queimava e fedia. Corpos empilhados, naves cortando o céu escuro e prédios sendo demolidos. Ele caminha lentamente, assistindo a cena terrível que se desenrola diante dos seus olhos e tudo que ele pode fazer é observar.
"Se tivesse feito o que era necessário", diz uma voz na consciência de Bruce, pouco antes dele ser erguido do chão e posteriormente segurado pelo colarinho. Antes que possa ver quem o levantou, Bruce é atingido por uma forte onda de calor e luz vermelha que queima sua pele, músculos e ossos sem deixar vestígios além de um forte cheiro de queimado. Bruce acorda assustado e observa os arredores. A mansão estava inteira, assim como mobília e objetos inestimáveis. A televisão está intacta e desligada e Gotham ainda vive, ou melhor, sobrevive. A perturbação que acabara de sentir não o permite voltar a dormir e Bruce simplesmente pega seu casaco de lã e abandona a mansão para passear pelas ruas da cidade. Vendedores, prostitutas, homens suspeitos trocando objetos mais suspeitos ainda, crianças pedindo esmola, um idoso apanhando. Essas foram apenas algumas coisas que Bruce viu e o deixaram tão perplexo quanto irritado. Seu ódio caminha pelas veias como estimulante venenoso e o impede de sair dali, mas não sem avançar nos três jovens que espancavam o idoso. Ele empurra o primeiro, acerta um soco no segundo, então é atingido por algo duro, caindo sem resistência no chão. Os jovens o agridem sem pensar duas vezes, dando chutes em suas costas e rosto. Uma viatura passa, os policiais olham para a situação e passam reto, então os jovens batem com mais força ainda em Wayne, deixando muitas contusões em seus músculos frontais. Assim que o trio pega o dinheiro do idoso deixa aquela rua, então Bruce é socorrido pelo mesmo idoso, que lhe dá um pouco de água, sorrindo apesar do dente quebrado.
— Foi corajoso, meu jovem, mas os tempos mudaram. Hoje em dia o certo não é o mais apropriado se você dá valor à própria vida - Em um momento de puro instinto, Bruce se levanta indignado, pega a garrafa de vidro usada para atacá-lo e puxa o pedaço que está cravado no couro cabeludo.
— Quem disse que dou?


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Notas finais do capítulo

Bruce largou o manto e o capuz, mas aos poucos seus fantasmas retornam para atormentá-lo...



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