DC Multiverse Movies escrita por Andrew Ferris


Capítulo 22
A primeira impressão


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos à nova fase desta fic, que segue a ordem dos filmes da DC como saíram até hoje, espero que curtam!!!



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Eu poderia começar simplesmente dizendo meu nome e de onde eu venho, mas não acho que isso importa tanto quanto a mudança súbita provocada por uma mera campanha de televisão. Não se tratava de um reality show ou de uma promoção de marcas famosas e sim de um chamado. Uma nota dizia que aqueles que tivessem especiais únicas deveriam se inscrever em um portal disponível na internet e comparecer em um endereço na data descrita. A princípio achei que seria meramente uma oportunidade de emprego, então descobri se tratar de muito mais. Quando me dei conta, estava em uma equipe ao lado de Batman, Superman e Mulher-Maravilha, os três maiores heróis do mundo. Se eu quase perdi o juízo? Digamos que sim. Se isso mudou muito a minha vida? Digamos que o bastante para eu não precisar mais jogar o lixo fora quando voltasse do trabalho. Você não tem ideia de que sou eu, certo? Bem, me acompanhe se puder.

No subúrbio de Central City, mais precisamente no quarto de um adolescente, encontra-se livros empilhados por toda parte, além de desenhos de modelos de uniformes vermelhos com raios, rabiscos de cálculos físicos e um guarda-roupas aberto com dúzias de mudas de roupas jogadas sobre o tapete rasgado. Na cama, o jovem Barry Allen ronca com empenho até uma buzina ressoar em seu ouvido e ele despertar preguiçosamente, caminhando pelos corredores à procura de apoio e de uma razão para permanecer acordado. Ele passa creme dental na escova e a coloca entre os dentes enquanto observa sem ânimo o calendário de junho, o qual todos os dias estão marcados à caneta com a expressão "Nada a fazer", exceto por um lembrete no dia dezessete onde havia um recado chamativo escrito em azul, vermelho e preto embaixo de um morcego pintado por ele próprio com os dizeres "Minha primeira reunião na Liga da justiça". Seus olhos arregalam-se brevemente, então voltam ao normal quando olha para o relógio e percebe ser dezessete de junho.
— Dezessete? - Quando toma conta do fato, Barry olha para o relógio outra vez e corre igual a um raio pela casa ao perceber que faltavam cinco minutos para as dez horas. Todas as louças são guardadas nos móveis, todas as roupas voam para o armário, o cobertor é esticado sobre o colchão e o garoto relaxa um pouco para comer um sanduíche de pasta de amendoim com geleia de uva e tomar um copo de suco de manga. Quatro minutos para as dez horas. Barry liga o chuveiro, esfrega o corpo, enxagua e o seca, vestindo as primeiras roupas que encontra antes de fechar novamente seu guarda-roupas com toda a bagunça, guardando suas coisas na mochila e e saindo de casa sem preocupar-se com o cabelo. Três minutos para as dez horas. Barry corre pela cidade e além dela, se deparando com uma idosa caminhando pela rua quando surge um caminhão em alta velocidade. Allen retrocede seu caminho, estrala o pescoço e as pernas, então retira a senhora do meio da rua, girando no chão antes de se levantar, limpando o pó da roupa antes de perceber mais uma porção de civis sob a mira do caminhão desgovernado. Um bebê e uma mãe, uma jovem, outro idoso e um carteiro. Por fim, Barry tenta abrir a porta do motorista apenas para descobrir que estava emperrada. Ele corre para a outra porta e novamente encontra o mecanismo emperrado. Dois minutos para as dez horas. Barry puxa a porta com tudo usando a força de aceleração, então segura o motorista e o retira do veículo, que capota algumas vezes até explodir no meio do semáforo.
O garoto se encontra orgulhoso, mas volta a correr assim que percebe que está sem o uniforme. Um minuto para as dez horas. Barry arranca sua roupa fora e a arremessa no ar sem desacelerar, então sua camiseta quebra uma janela, assustando uma moça que penteia o cabelo enquanto a calça quebra a parede de um quarto, assustando uma mulher que se trocava calmamente antes do súbito ataque sobrenatural. Barry veste seu traje, mas para ao encontrar o monumento de sua equipe, lembrando com tristeza de sua primeira falha quando lembra que tem horário a cumprir. No interior da Sala de justiça, um homem alto com um microfone o intercepta trazendo uma prancheta entre os braços.
— Flash, está atrasado.
— Eu sei, vou encontrá-los logo, logo - Assim o jovem corre até a entrada da sala de reuniões, onde pula silenciosamente para sua cadeira, que se encontrava vazia no final da sala escura, onde um projetor mostra alguns gráficos simples ao qual todos se atentavam. Ao centro da mesa, Batman explica os conceitos apresentados com a típica formalidade de um empresário.
— Assim, podemos concluir que o planejamento diferenciado e a melhor administração de nossa central de atendimento ocasionou a melhora de nosso desempenho e foi responsável por termos esses resultados das pesquisas de satisfação com a Liga tão positivos - O vigilante pausa por um instante antes de mudar de assunto - Flash, se você acha que ninguém percebeu sua entrada, pode parar de se enganar - O Lanterna Verde usa seu anel para acender a luz, então Flash tem de encarar os seis membros atuais da equipe, contando ainda com Superman, Mulher-Maravilha, Aquaman e Ajax, um homem negro de cabelo curto e roupa azulada.
— Desculpem o atraso. Acordei atrasado.
— Até que horas você dorme? - Perguntou Ajax sem compreender ao certo aquela declaração - A inauguração do monumento foi à tarde e você também disse na ocasião que estava dormindo.
— Justo você vem me criticar? Eu estou na Liga há mais tempo do que você - Argumentou o velocista com ironia.
— E ainda assim chegou na hora no dia da primeira reunião - Afirmou Superman unindo as mãos sobre a mesa.
— Eu juro que esperei por isso todos esses dias, não foi de propósito.
— Sabemos que não foi de propósito - Declarou Mulher-Maravilha com uma expressão acolhedora - Mas acontece que o escolhemos para a Liga por acreditarmos em você e nas suas habilidades.
— Exatamente - Completou o vigilante de Gotham com os braços cruzados - Apesar da pouca idade, permitimos sua entrada na Liga por confiarmos que abraçaria a responsabilidade que é estar conosco nesta sala em momentos como esse.
— Acho melhor continuarmos a reunião outra hora - Sugeriu Superman encarando os demais integrantes.
— Se todos estiverem de acordo - Observou Diana com calma, esperando os demais pensarem antes de receber o apoio dos demais antes de dar a reunião por encerrada.
Superman e os outros deixam Batman e Flash sozinhos, então o vigilante se põe a falar assim que o kriptoniano fecha a porta.
— Foi decepcionante inaugurar o monumento à Liga sem você. Os repórteres perguntaram mais de uma vez onde você estava e tudo que pudemos dizer foi que não sabíamos.
— Se ajuda em alguma coisa, eu salvei algumas pessoas pelo caminho - Batman ignora a declaração do colega, então mostra um quadro holográfico, apertando um botão sobre a mesa que apaga todas as luzes, restando apenas os hologramas como foco do cômodo.
— Nosso envolvimento em questões mundiais aumentou cento e oitenta por cento desde nosso primeiro mês de funcionamento, tornando a Liga da justiça a primeira instituição privada a ter alvará de funcionamento em setenta por cento do território mundial. Isso significa que temos permissão para atuar e salvar pessoas em territórios que nem mesmo forças militares de outras nações podem entrar. Sabe o que isso significa?
— Significa que temos mais trabalho pela frente.
— Significa que estamos derrubando barreiras com essa equipe. Aos poucos deixamos de ser um bando de caras fantasiados para nos tornarmos símbolos respeitados mundialmente.
— Por que está me contando tudo isso? - Questionou Flash dando de ombros sem ver o valor de tais explicações.
— Essa foi a pauta da reunião, estava apenas te atualizando a respeito dos nossos assuntos, mas vejo que não está interessado - Batman suspira indignado, virando as costas para Barry e assim se concentrando em uma tela de computador - Pode ir para a faculdade. Nos vemos outra hora.
— Pode deixar - Afirmou o herói dirigindo-se à saída decepcionado consigo mesmo.
— E vá para a faculdade, eu saberei se não tiver ido - Assim, Flash deixa Batman na sala enquanto parte torre afora para encontrar seu amigo de longa data, o Lanterna Verde, que espera impaciente do lado de fora do prédio.
— Finalmente - Exclamou o piloto com os braços cruzados.
— Eu tinha que dar atenção ao morcegão - Esclareceu o jovem aparentando estar bem.
— Como foi o sermão?
— Na verdade ele não passou sermão.
— Ás vezes acho que o Batman tem uma preferência por você. Não o vi dar uma bronca sequer desde que chegou e olha que você dá mais mancada que tudo - Observou Jordan com indignação.
— Talvez o Batman me respeite por enxergar meu valor.
— Valor? Não seja ingênuo, Barry. Te colocaram na equipe apenas para ter seus poderes no time - Declarou Hal com seriedade, o que levou Barry a perder a paciência.
— Se continuar, eu irei embora.
— Vai, não muda a verdade - Allen balança a cabeça revoltado, então corre para longe do amigo com o espírito amargurado. Não queria aceitar as palavras de Hal, quanto menos as do Batman. A quem ele daria ouvidos nesse caso?
Na sala de reuniões da Liga, Superman ressurge agora com trajes comuns, óculos de grau e uma caderneta pequena com uma caneta exposta no bolso do paletó.
— Pegou leve com ele, de novo Bruce - Observou Kent com decepção - Até o Hal acha que você está pegando leve.
— Não posso correr riscos com ele - Afirmou Bruce, que desliga as câmeras da sala com um simples comando do computador antes de retirar sua máscara.
— Você já corre - Contrapôs Diana entrando na sala com uma roupa formal igual a de Clark - Concordamos em trazer Barry para a equipe para não deixá-lo solto por aí. Conhecemos bem os números dele desde que entrou na Liga - Uma série de vídeos na tela do computador mostram ações da equipe por todo o mundo e os vexames causados pelo Flash, como lutas que terminam em mais destruição do que o necessário e falta de atenção durante resgates.
— Não precisava ter tocado nesse assunto, não quero deixá-lo para baixo. Ele está se esforçando para ser como nós, precisamos apenas dar-lhe mais tempo.
— Nem parece o Bruce de sempre - Afirmou Kent com desconfiança - O que está planejando dessa vez?
— Um passo em falso pode transformar o Flash em nosso pior inimigo e não quero que isso aconteça - Diana suspira indignada.
— De novo esse papo?
— Bruce - Chamou Clark, mas o bilionário estava preocupado em mexer com os sistemas de seu computador, o que força o kriptoniano a fritar a tela com sua visão de calor sem pensar duas vezes.
— Sabe quanto custou esse microbook? - Perguntou Wayne com revolta, espantando-se ao virar e perceber o quão perto Clark estava.
— Olha, você pensava o mesmo de mim e agora trabalhamos juntos, não se trata de ter poder, mas dessa paranoia sem limites que faz você querer controlar tudo - Exclamou Kent se afastando do amigo.
— Se vamos ser uma equipe, precisamos ser transparentes - Reforçou Prince com astúcia, o que leva o bilionário a ficar pensativo enquanto seus colegas preparam-se para deixar a sala - Pensa a respeito, depois fala o que achou.
— O que vai fazer agora?
— Trabalhar. Algumas pessoas não conseguem toda a riqueza do mundo de graça - Bruce sorri sem graça enquanto Diana fecha a porta do escritório, deixando novamente o morcego sozinho na imensa sala.


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Notas finais do capítulo

O que acharam deste começo? Como Flash vai reagir às opiniões de sua equipe? O que esperar da Liga recém-formada?



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