DC Multiverse Movies escrita por Andrew Ferris


Capítulo 18
Na mira de uma sombra




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A manhã está prestes a chegar, com o sol no horizonte se revelando timidamente entre as nuvens e os focos de poluição. Ao longe três helicópteros passam pelo Big Bang, observando o estado da cidade antes de descer para o local do incidente.
— Estamos vendo o ponto de desembarque - Constatou um copiloto informando a Flag e seus companheiros, consequentemente aos membros do Esquadrão.
— Ouviram, crianças? Estamos chegando no ponto indicado.
— Não somos surdos, babaca - Avisou Arraia inteiramente entediado.
— Onde será que vão nos meter dessa vez? - Perguntou Crocodilo se dirigindo a Floyd.
— Se eu tivesse ideia teria de contar para termos mais chances, mas acho que não tem jeito. Só vamos descobrir quando chegarmos - Esclareceu Lawton se virando para o painel - Qualquer coisa, podemos contar com Magia para nos safar, certo? - A bruxa permanece em silêncio - Você não é muito de falar.
— Ela deve estar de mal humor por ficar longe do namorado - Brincou Digger com um sorriso convencido - Honestamente, garanto que sou melhor que ele, apesar da Katanna fazer mais o meu tipo.
— Eu nunca me uniria a um tipo como o seu - Afirmou a samurai se irritando com as declarações.
— E qual é a sua, Katanna? - Indagou Arraia sem nada melhor para fazer naquele momento - Por que está aqui entre nós?
— Meu marido. Foi morto pela Yakuza, o que me levou a caçar os responsáveis por todo o globo, mas alguns deles eram importantea demais para ser mortos e como eu estava fora de território japonês terminaram me prendendo por homicídio.
— Então você é boa com espadas.
— Principalmente para cortar outras espadas - Declarou com veemência ao reparar o tom pervertido de Arraia.
— Já que estamos mais ou menos do mesmo lado - Começou Pistoleiro arrastando seu corpo para perto dos demais - Suas habilidades servirão para o que quer que iremos enfrentar, então não se preocupe mais com esses dois babacas.
— Quando eu pegar minha Ceifadora de volta, eles se arrependerão de suas palavras, pois tudo o que dizem, foram ou serão ficará lá para sempre, na companhia das almas de todos que eu matei com ela.
— Como é?
— Se você morrer pela minha espada, sua alma ficará presa dentro dela para sempre. O que não é algo muito recomendável.
— Sinistro - Comentou Digger se virando para a porta da jaula - Vamos nos preparar, sinto que vamos chegar a qualquer momento - Assim que todos são preparados com roupas largas de algodão e plástico refinado e os helicópteros finalmente abrem suas portas, Flag mostra algumas cordas para os prisioneiros.
— Desçam por aqui, dessa vez não teremos como pousar.
— Por que você não vai na frente? - Desafia Pistoleiro com certo receio.
— Porque vocês tem explosivos no pescoço, eu não - Floyd olha para Magia, então sorri disfarçadamente ao notar Rick engolir em seco, se prendendo na corda para descer do helicóptero. Em terra firme, o grupo avalia o território, mas acabam deixando a análise de lado quando seus uniformes começam a rasgar.
— Flag, que diabos está acontecendo aqui?
— Um grupo de demônios está espalhando uma nuvem de detritos químicos que estraçalham qualquer corpo orgânico ou material sensível em contato direto, ou seja, precisam se abrigar antes que terminem de destruir suas roupas e passem a destruir seus corpos de fora para dentro.
— O que ele disse? - Questionou Arraia vendo sua roupa desaparecer aos poucos.
— Corram - Depois de seguir por uma longa praça repleta de uma ventania avermelhada, o grupo consegue entrar em um prédio completamente isolado, onde se trancam e se livram dos trajes especiais.
— Essa coisa estava me matando de calor - Comentou Arlequina recuperando o fôlego enquanto tira o excesso de suor do corpo.
— Se quisermos concluir essa missão, temos de continuar com esses trajes, mesmo que não de imediato - Esclareceu o Pistoleiro procurando algo em meio às vigas da construção.
— O que está fazendo? - Perguntou Arraia seguindo o atirador de elite.
— Isso - Ele volta para junto dos colegas e lhes mostra um mapa do prédio - Se usarmos os esgotos, podemos contornar toda a praça e os prédios adjacentes até o lugar de onde parte a nuvem destruidora. Se essa nuvem continuar se espalhando, muita gente vai morrer.
— Até aí nenhum problema - Declarou Arlequina com indiferença.
— Precisamos atravessar o esgoto e saber exatamente o que fazer quando chegarmos, pois estes trajes não são invencíveis. Se demorarmos alguns segundos a mais, todos morreremos.
— Agora tem problema, gênia? - Perguntou Arraia cruzando os braços concentrado - Já falou com seu contato?
— Já, mas ele não disse nada necessariamente útil - Assim que termina de falar, Flag se comunica com Lawton, que atende a ligação ás pressas - O que houve?
— Acabamos de obter detalhes da missão. O que está gerando essa nuvem é um tipo de explosão semelhante a que vocês enfrentaram em Paris, mas essa tem um objetivo menos específico, transportando detritos químicos de algum lugar da Inglaterra para o ponto onde estão.
— "Onde estão"? Por acaso vocês não estão sobrevoando o lugar?
— O portal foi criado por um demônio no interior do edifício. Se matarem o demônio que o criou, vocês conseguirão cumprir a tarefa.
— Não precisa de todos nós, a Magia consegue muito bem fazer isso sozinha.
— Magia é um suporte à equipe. Ela é um demônio de outra dimensão, acha que ela tentaria matar um dos seus? - Depois de refletir um pouco, Floyd desliga a chamada e depois de observar a bruxa por alguns instantes, se volta para o restante da equipe.
— O que ele disse?
Em fila indiana, outra vez com seus uniformes, os criminosos atravessam os túneis de esgoto com seus equipamentos apostos, prontos para qualquer eventualidade.
— Isso é deprimente. Espero que nos compensem por essa sacanagem - Declarou Crocodilo, que sofria menos que os demais por conta de seu sangue frio.
— Nossa recompensa será não ter as cabeças explodidas - Afirmou Arraia indignado, com duas pistolas à frente do corpo.
— Você está correto, Arraia - Comentou Flag surgindo no comunicador geral.
— O que você quer? - Questionou Arlequina bocejando de tanto tédio.
— Avisar que os demônios espalharam algumas criaturas por toda a área contaminada e aumentaram a intensidade da poeira, que está começando a enferrujar estruturas de metais.
— Era só o que faltava - Disse Harkness com um punhado de bumerangues nas costas.
— Obrigado por nos avisar - Reapondeu o Pistoleiro erguendo o braço para que todos parassem - Se não conseguirmos, tomara que Magia dê conta do recado - No interior do helicóptero, Flag soca o painel onde se encontra, praguejando contra aquela situação em que se encontra quando recebe uma nova chamada.
— Algum problema coronel? Um oficial me disse que você não estava disposto a deixar nossas cobaias atuarem para aquilo que foram designadas.
— Amanda, acho que essa história está indo longe demais. A onda de poeira está vindo de Orleans, o mesmo lugar onde temos de concluir a missão.
— Mas eles não sabem, e é isso que importa - Lembrou Amanda com frieza - Enquanto eles não souberem da verdade, não temos com o que nos preocupar. Entretanto, quero que fique de olho na Arlequina.
— Como assim? Quer que eu observe aquele louca degenerada?
— Digamos que um dos nossos veículos aéreos foi roubado da base de onde vocês partiram - Todos no helicóptero param suas funções para prestar atenção na conversa quando Rick se vira em tom de censura, fazendo com que todos voltassem a se concentrar, mesmo que parcialmente em seu trabalho.
— Sabe onde eles estão?
— O veículo sofreu um acidente, caindo perto de Londres, mas não tenho dúvidas de que os encontrarão em breve.
— Entendo. Me mantenha informado e verei o que consigo fazer com o pessoal à disposição - Nos esgotos, todos estão parados observando a escuridão contínua à frente, quando Digger ri em tom de deboche.
— Que ridículo. Devem estar com medo de alguns ratos - De repente, um demônio laranja de três cabeças cruza a esquina e dispara em direção a eles, que usam tudo o que tem contra a criatura à medida que se afastam de sua rota. O monstro não cai, obrigando o grupo a correr para longe, com Arlequina soltando explosivos ao longo do caminho com a intenção de atrasar o oponente. Depois de se esconderem atrás de uma coluna, Pistoleiro faz uma contagem rápida e solta um praguejo.
— Cadê a Magia? - Para espanto geral, a bruxa estava no meio do corredor olhando para a enorme criatura, que não a ataca, ficando parada enquanto o tempo passa.
— Ele não está avançando - Observou Crocodilo ajustando seu traje esquisito.
— Então devemos aproveitar - Declarou Arraia Negra com audácia, subindo uma escada no final do túnel - Onde essa escada nos levará?
— De acordo com o mapa, a um prédio de distância do nosso objetivo.
— É um começo - Quando todos sobem, Pistoleiro fecha a entrada e todos o encaram com desconfiança, até Magia aparecer repentinamente em seu meio.
— Ela se teletransporta? Irado - Confessou Capitão Bumerangue indo observar a janela, cuja estrutura começava a estilhaçar - Gente, o que Flag disse é verdade, a nuvem destruidora está começando a quebrar os vidros.
— Se afaste da parede. Nossa resposta precisa ser clara - Avisou Pistoleiro colocando o mapa em cima de uma mesa de escritório - Arlequina enche o andar com explosivos. Por ser rápida consegue fazer isso em tempo recorde enquanto Arraia, Harkness e Katanna distraem o demônio abismal - Os três concordam com meneios - Crocodilo, Magia e eu garantimos que nenhuma dessas coisas vai entrar no edifício, então precisamos ser breves. Quando terminarmos essa missão vamos mandar um recado pro Flag e seus parceiros covardes que nos abandonaram aqui.
— Ele fez o que? - Perguntou Arraia tomado por uma fúria arrebatadora.
— Espero que seja motivação suficiente para matar aquele demônio miserável.
— Mais que suficiente - Ao chegarem no prédio, Pistoleiro e Crocodilo ficam em suas posições enquanto Magia sequer sai do lugar. Arlequina fica de prontidão enquanto Katanna, Arraia e Digger partem para o ataque, certos de que a vitória os aguardava.
Em um bairro comercial de Londres, vendedores de todos os tipos abrem suas lojas enquanto os fregueses começam a surgir. No alto de uma loja, Batman observa um comércio em particular, onde um homem com roupas roxas e tiara dourada ajusta uma cortina antes de entrar em seu estabelecimento. Ao entrar na loja, o Morcego passeia olhando sutilmente os objetos peculiares nas paredes, bem como frascos e livros que lhe causam arrepios com um mero olhar. Ele passa desapercebido por um espelho quando um detalhe chama sua atenção. Olhando mais atentamente para seu reflexo, Bruce se vê sem o traje de Batman, usando um terno e com uma expressão abatida, com retratos ao fundo de seus pais mortos. Aos poucos sua expressão jovem vai se alterando e envelhecendo e alduns dos quadros são substituídos por fotos dele com Ellis Turler. Sua aparência envelhece mais ainda e alguns retratos desaparecem, com um ou ourro sendo trocado por imagens de Alfred cuidando dele ainda criança. Novamente sua expressão se deteriora e tudo ao seu redor parece vazio, não há quadros, mas suas mãos estão voltadas para baixo. Ao se aproximar para ver quem ele segura, Bruce sente um calor repentino tomar seu corpo, então uma luz vermelha tranforma tudo que há na imagem em pó, seguido de uma forte tortura mental que afeta a mente do vigilante.
— Vejo que encontrou o Espelho da Verdade - Comentou o dono da loja aparecendo do outro lado do corredor quando o morcego ergue um batarangue em resposta a um reflexo - Não se preocupe, não é contra minha política experimentar um produto da loja.
— Você é Felix Fausto - Afirmou Batman guardando sua arma.
— E você é o Vigilante de Gotham.
— O que foi isso que eu vi?
— Normalmente esse espelho mostra as verdades relacionadas à pessoa que o olha. Passado, presente...
— Futuro?
— Depende. Nós traçamos nosso futuro. Se o fato de você vir o que está ali pode afetar o que está por acontecer, é outro assunto. Tudo é incerto.
— Me diz você pelo que viu.
— Apenas quem está perante o Espelho pode ver seu conteúdo - Explicou o bruxo arrumando uma série de canetas - Em que posso ajudá-lo?
— Preciso resolver alguns problemas, incluindo alguns fugitivos que foram presos pelo Departamento de polícia de Gorham City. Preciso da sua ajuda para lidar com um problema com demônios em Orleans.
— Demônios na Inglaterra? Essa é nova.
— Consegui informações previlegiadas que indicam a formação de um plano cujo objetivo é libertar um demônio muito poderoso.
— Explicaria a bagunça por aqui.
— Eles criaram uma distração em Paris para afastar quem quer que seja do verdadeiro plano, se chegarmos antes podemos impedir o que está por vir.
— Não está achando que vou sair daqui para me aventurar com você?
— Na verdade estou sim, principalmente se você não quiser a Mulher-Maravilha bisbilhotando seua trabalhos como ocultista.
— Fez o dever de casa, Batman, não posso negar. Como pretende ir para o outro lado de Londres.
— Não iremos para o incidente em Londres, iremos para Orleans, onde realmente vai acontecer o problema.


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