—Narradora- 

Cecília passou horas ao lado de madame Catarina, elas fizeram uma viagem extremamente longa, pois passaram na casa de três nobres e de Lorde Grayal, um grande amigo da duquesa. Dentro daquela aconchegante carruagem, ela pensou em muitas coisas enquanto ouvia a senhora falar e olhava para a janela. 

—Cecí? 

—Sim madame. - disse voltando o olhar para ela. 

—Você está muito distante, onde foi parar a sua mente?  

—Estou ansiosa para ver minha prima, a muito tempo não nos vemos. 

—Sim, é verdade! Estou tão perdida em meus próprios pensamento que me esqueci, envia-lhe uma mensagem quando chegarmos, diga para nos visitar na manhã seguinte e peça para ela vir, e trazer suas obras para que possa aprecia-las um pouco mais, e depois dou-lhe o dia para passar com ela. 

—Obrigada madame! Mas a senhora não precisará de mim? Passar apenas a manhã com Dália. 

—Querida, fique tranquila, só pretendo descansar e apreciar a casa e paisagem, mas me parece ter mais alguma coisa te preocupando o que é? 

—Bom... Meu pai está doente, e os médicos de minha vila são sabem o que ele tem, e por tanto não sabem como trata-lo. 

—E porque você não me disse isso antes, eu conheço grandes médicos que podem cuidar de seu pai. 

—Madame, não temos como pagar tais médicos... 

—E eu falei algo sobre vocês pagarem? 

—Duquesa eu não posso aceitar, e com certeza meu pai também não o faria. 

—E você e seu pai sempre rejeitam presentes? 

—Claro que não madame! 

—Então está decidido, por ser uma excelente dama de companhia, dou-lhe de presente o tratamento de seu pai e não quero ouvir mais nenhuma argumentação.  

A moça assentiu com a cabeça, e esboçou um leve sorriso. 

Não demorou muito para chegarem a casa do primeiro nobre, o Conde de Albertingo, madame Catarina foi muito bem recebida pela condessa, a qual preparou para elas os melhore quartos da casa.  

O jantar foi maravilhoso, e Cecília foi convidada a se unir a mesa com os demais, já que a madame a tratava como indispensável para qualquer tipo de atividade. 

Durante a refeição a moça ficou em silêncio apenas observando os anfitriões que comiam muito e falavam pouco mas quando começavam um assunto se dedicavam muito a Ele dando todas as informações que tinham sobre ele como quando falaram sobre a mesa de Carvalho onde comia contaram toda a história desde como a árvore foi escolhida cortada e levada até o carpinteiro o qual ele chamaram de artista e quanto tempo levou para fazê-la e quantos tipos de técnicas diferentes ele usou e quase fizeram os empregados retirarem a mesa e a toalha para⁠⁠⁠ eles mostrarem mas Madame Catarina sugeriu que a mesa fosse apreciada a luz da manhã. 

Na manhã seguinte elas partiram após apreciar a mesa de jantar que realmente era uma obra de arte com detalhes incrivelmente precisos. 

O Duque de Vermoso foi o segundo anfitrião, um homem grande e extremamente rosado, com uma barba gigante trançada, que lembrava Cecília do povo do Norte a quem a maioria chamava de Bárbaros. 

Aquela aparência não era à toa ele viveu entre aquele povo por muito tempo e aprendeu muitas técnicas de batalhas com ele inclusive mostrou esse cabo de várias das armas e condecorações de guerra que possuía foi uma ótima noite ele contou e até interpretou em alguns momentos suas histórias de batalhas as boas as ruins as alegres e triste fazendo algumas lágrimas rolarem dos três rostos. 

Elas voltaram a carruagem e o Duque se despediu da Ana Madame um lindo broche de Rosa muito bem trabalhado com rubis para Cecília de um colar de prata fina com uma única Esmeralda adornada também com prata ele disse que a companhia delas foi para ele como rejuvenescer e que pediu para que passassem alguns dias do verão em sua casa. 

A terceira visita não foi planejada quando elas contornavam Lago Brumer a carruagem atolou na lama e elas precisarão descer, e foram até a casa da marquesa de Lou que era apenas alguns minutos a pé. 

A madame era prima de terceiro grau por parte do pai da marquesa, contudo elas não se davam muito bem, porém para a sorte delas a mãe da marquesa, que ainda vivia mesmo sem o título, amava Madame Catarina e fez de tudo para que ela ficasse à vontade enquanto seus servos ajudavam o coqueiro a resolver o problema da carruagem. 

Durante a tarde e o resto da noite a Marquesa alfinetou a prima de várias formas diferentes, falou sobre as roupas, o cabelo, os gostos, a carruagem, o cocheiro, sobre Cecília e até mesmo sobre a morte dos filhos e do marido, aquilo aos poucos foi deixando Madame Catarina extremamente aborrecida ao ponto de Cecília ver o ódio em seus olhos. Isso até o momento que não se conteve começou a responder a cada uma de suas provocações:  

—Qual é o problema Lúcia o vermelho dos meus vestidos lhe dói os olhos? Os meus penteados são muito complicados para seu intelecto? Ou será inveja? Deve ser de fato! Até porque tu nunca terás uma carruagem como a minha, nem servos tão bons quanto os meus, nem uma dama de companhia tão linda e maravilhosa como a minha! E mais, nenhum homem jamais a amará, pois, a amargura de seu interior já está transbordando de dentro de ti, e começando a aparecer em suas feições -  levantou-se e fez sinal para Cecília e virando-se para mãe da marquesa continuou-  Fico extremamente grata pelo jantar e pela hospitalidade, peço perdão por te fazer passar por esse momento e por ter te respeitar a sua presença, mas não posso continuar no mesmo ambiente que esta víbora, passar bem. 

Caminharam em silêncio até a carruagem, e esperaram lá até tudo estar pronto. Após terminarem a curva pelo lago e o castelo estar distante, novamente a duquesa voltou a falar, e as duas conversaram durante todo a madrugada até chegarem a casa de Lorde Grayal. 

Ele que já estava ficando preocupado com a demora das duas, as acomodou rapidamente, disse para que dormissem e que conversariam pela manhã.