Sempre ao teu lado escrita por J S Dumont


Capítulo 9
Capitulo 9 - De volta ao mundo


Notas iniciais do capítulo

Olá, olha eu aqui, postando mais um capitulo de Sempre ao teu lado, agora voltamos para o POV da Bella, esse e o próximo vai ser na visão dela, espero que gostem e já sabe deixem comentários, já chegamos nos 400 e quero agradecer a todos por isso, estou muito feliz e logo vou responder todos eles. Estou com 65 favoritações, quem ainda não favoritou e tá gostando da fic favorite ai, quem achar também que mereço recomendação me dê a quinta ;) espero que gostem do capitulo e deixem suas opiniões, beijos e até o fds que vem!!! Boa semana a todos...



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9. De volta ao mundo

Isabella Swan

Foi tudo uma grande loucura... Eu estava ciente disso, eu não sabia que um dia eu iria ter essa coragem, eu não sabia que um dia eu iria incluir Nessie em um plano de fuga tão arriscado. Mas foi um alivio ver que tudo no final deu certo. No fundo eu sabia que as chances do plano dar errado eram maiores do que as chances do plano dar certo. E se algo acontecesse com Nessie devido ao plano ser extremamente arriscado, eu iria ter que carregar essa culpa para o resto de minha vida, sim eu sabia disso, assim como eu sabia que não iria suportar caso algo acontecesse com ela, e eu arrisquei, por um lado sinto-me totalmente culpada por ter feito isso, por ter arriscado nossa segurança, mas por outro, eu sabia que se eu não tentasse Nessie também não estaria segura dentro daquele quarto.

Confesso que tudo que fiz foi uma atitude desesperada de uma mãe, porém as horas longe de Nessie fez com o que o choque da realidade caísse em cima de mim feito uma bomba, eu arrisquei a vida dela e eu chorei, chorei intensamente por isso, com medo de nunca mais vê-la de novo e a culpa ser totalmente minha.  E foram assim que resumiram-se as horas mais angustiantes de minha vida.

Mas agora tudo estava valendo a pena e eu não conseguia deixar de sorrir, é como se eu estivesse no lugar de Nessie, como se tudo fosse novo para mim também. A cidade, os carros, a delegacia e agora o hospital. Eu estava conhecendo o mundo novamente, pois foram muitos anos sem viver nele.

Faz trinta e seis horas que estou de volta ao mundo, passei pela delegacia, prestei depoimento e agora estou no hospital, pude rever os meus pais e eu já tinha me esquecido de como é bom abraça-los, e agora estou vendo Nessie dormir como um anjinho, e pela primeira vez em cinco anos ela estava totalmente segura.

Eu observava a cidade pela janela, tudo estava movimentando-se, os carros passando, as pessoas andando pelas calçadas, tudo nunca para. Minha vida também não parou, embora eu estivesse presa o mundo continuou girando, foram seis anos, quase uma década. Sei que quase tudo deve ter mudado, a vida das pessoas muda no decorrer dos anos, então eu não sei mais nada do que aconteceu com minha família, a única coisa que eu sabia enquanto estava em cativeiro é que Edward tornou-se jogador de basquete. Tirando isso, tudo, absolutamente tudo que me contasse ia ser novo para mim.

Foi quando a porta do quarto se abriu e minha mãe entrou. Logo ela sorriu para mim, olhei para ela também com um sorriso no rosto, e então ela se aproximou lentamente.

— Você já tinha perdido as esperanças em me encontrar, não é? – perguntei a ela.

— Não, eu nunca perdi, nem eu e nem seu pai... – ela disse, notei que os olhos dela ainda marejavam, mesmo que passassem as horas minha mãe ainda continuava emocionada em me ver.

— Muitas coisas mudaram nesses seis anos? – perguntei a ela.

— Não, bom, o Tommy morreu... – ela disse.

— Sério? Nossa Nessie vai ficar triste, eu disse para ela que a gente tinha um gato... – eu comentei.

— Mas se ela quiser a gente depois arruma outro... – minha mãe disse sorrindo e eu sorri de volta para ela. – Seu pai continua trabalhando no mesmo banco, eu continuo trabalhando na mesma escola... – minha mãe continuou.

Meu pai é gerente de banco, minha mãe é diretora de uma escola. Eu já imaginava que eles estariam trabalhando no mesmo local, pois quando eu fui sequestrada eles já tinham uma carreira bem sucedida.

Minha mãe então começou a contar como que está a vida dos meus tios, tias, primos, primas. E então eu soube que alguns se casaram, outros tiveram filhos e outros se divorciaram, mas ninguém havia morrido. Ainda bem.

— Ela... É... Ela é filha dele? – minha mãe perguntou, depois de terminar de falar sobre a minha prima Amy, ela acabou de ter um bebe, uma menina chamada Emilly.

Notei que minha mãe estava olhando para Renesmee, ela ainda dormia, tranquilamente.

— Não! – eu respondi, minha mãe deu um suspiro, deve ter sido de alivio e então ela me olhou. – Quando ele me pegou, eu tinha acabado de descobrir que estava gravida, eu tinha ido me encontrar com Edward para contar para ele, só que naquele dia a gente terminou e eu não tive a oportunidade de contar...

— Minha nossa, por que você não me contou isso? – minha mãe perguntou.

— Não deu tempo... – meus olhos então começaram a marejar. – E também, eu estava pensando em tirá-la, acredita? – agora minha voz era de choro. – Parece que tudo isso aconteceu como um castigo, eu quis tirar ela, o destino não permitiu e agora ela me salvou...

— Ah minha filha... – ela disse, abraçando-me, eu abracei-a com força e apoiei minha cabeça em seu ombro. – Você não tem que se culpar por isso, eu imagino como você deveria estar assustada... – minha mãe acrescentou, enquanto me abraçava. Ela me soltou e então me encarou. – Não é fácil para uma adolescente descobrir que está gravida, ainda mais você que tinha tantos planos, mas pense filha, você não tem como saber se isso iria acontecer mesmo, poderiam acontecer tantas coisas em sua vida que talvez você nem tivesse feito o aborto... – minha mãe disse naquele tom compreensivo e calmo dela de sempre e então eu concordei com a cabeça. Minha mãe tinha razão, eu fui sequestrada logo depois que Edward e eu terminamos, era natural eu estar nervosa e também estar passando essas ideias na minha cabeça, mas talvez quando eu estivesse em casa, com a cabeça no travesseiro, mais calma e raciocinando melhor, eu poderia ter mudado de ideia.

— É eu não havia pensado dessa forma... – eu disse num tom de choro.

— Mas ela é linda, sabia? – minha mãe disse, olhando por ela, com um sorriso no rosto.  – Então ela é do seu ex-namorado, o Edward?

— Isso! – eu disse.

Minha mãe se afastou um pouco de mim e foi se aproximando de Renesmee, notei que ela a olhou com atenção, parecia reparar em cada traço dela. Eu me aproximei também e igual minha mãe observei Renesmee. Ela era linda, com certeza vai ser uma mulher linda.

Eu não podia negar que a maioria dos traços dela são parecidos com os de Edward, os cabelos mais claros, a cor dos olhos que são meio esverdeados e que são tão brilhosos que parecem duas perola, eu lembro-me de como eu achava lindo os olhos de Edward, ás vezes eu ficava o admirando e pensando em como eu também queria ter esses olhos que brilham com tanta facilidade. E eu pude continuar admirando-os todos esses anos, só que agora em Renesmee.

— Olhando bem para ela dá para perceber que ela se parece muito o Edward, nossa... – minha mãe disse olhando para mim, parecia impressionada.

— Você fala ainda com ele? – perguntei, olhando para minha mãe também.

Quando Edward e eu éramos namorados, Edward frequentava minha casa com muita frequência e tinha bastante amizade com os meus pais, também já namorávamos alguns anos e meu pai sempre fez questão de conhecer meus amigos e então imagine o meu namorado, Charlie sempre foi muito protetor, pena que a sua proteção não foi suficiente para me livrar do sequestro.

— Com Edward? – minha mãe perguntou, depois discordei com a cabeça.

— Mas que pergunta idiota, é claro que você não fala mais com ele, ele virou astro do basquete, ele não ia mais se lembrar da minha família... – eu falei e depois fui até a minha cama e sentei-me nela.

Minha mãe soltou um suspiro e aproximou-se de mim.

— Como você sabe que ele virou um jogador de basquete? – minha mãe perguntou, se sentando ao meu lado.

— Eu vi na televisão... – eu disse suspirando. – Eu assisti muitos jogos do Edward, o Nick me deixava ter uma TV, era uma das poucas coisas que Nessie e eu tínhamos para fazer...

Se eu dissesse que não foi meio doloroso ver Edward todos esses anos pela televisão eu estaria mentindo, mas ver a imagem dele era pelo menos um meio de ter alguém do meu passado próximo de mim. Apesar de que eu não precisava nem da TV para me recordar de Edward, tendo Nessie ao meu lado, querendo ou não me fazia sempre lembrar-me dele, pois ela sempre foi um pedacinho de nós dois.

Eu não posso negar que Edward sempre foi á pessoa que eu mais pensei durante esses seis anos, querendo ou não, ele era quem eu me lembrava, ora pela TV, ora por Nessie. E eu sabia que se um dia eu saísse do quarto, ele seria uma das pessoas do meu passado que eu não teria mais a chance de rever.

— Ele continuou falando conosco até se formar no ensino médio... Depois acho que a vida dele ficou agitada, por causa do inicio da carreira e acabamos perdendo o contato! – minha mãe disse e automaticamente meu coração disparou. – Mas ele...

— Não! – eu a interrompi e olhei para ela, minha mãe encarou-me com as sobrancelhas franzidas, agora os meus olhos estavam cheios de lágrimas. – Eu prefiro não falar mais dele mãe... Isso me machuca!

— Eu entendo, então, não falaremos mais... – minha mãe disse, dando-me um abraço, encostei a cabeça no seu ombro e fiquei sentindo como se minha cabeça estivesse girando.

Eu não deveria mais pensar nisso, eu não deveria mais lembrar-me de Edward, já faz seis anos que tudo aconteceu. Para mim pode parecer pouco tempo, devido a minha vida ter ficado parada, mas para ele deve ser muito. Muito tempo mesmo. Ás vezes eu fico pensando como a vida dele deve estar perfeita, ele tem tudo o que ele sempre sonhou em ter, uma carreira de jogador de basquete bem sucedida, dinheiro, fama, reconhecimento. Ás vezes eu fico pensando se em algum momento nesses seis anos ele pensou em mim, talvez sim logo quando eu sumi, mas e nos últimos dois anos? Será que em algum momento nesse meio tempo, ele chegou a se perguntar aonde eu deveria estar? Talvez ele ache que eu estou morta, como a maioria das pessoas deve achar.

Mas logo depois eu tentei tirar esses pensamentos da minha mente. Já faz seis anos, agora Edward nem deve lembrar que um dia eu fiz parte de sua vida e se caso ele se lembre de alguma coisa, ele deve apenas dizer aos outros que um dia eu fui uma namorada de sua época de adolescência e nada mais do que isso.

+++

Meus pais estavam extremamente ansiosos para nos tirar do hospital, eu também estava ansiosa para ir embora daqui, eu queria voltar para a minha casa e poder apresentar o mundo para Nessie, eu queria mostrar tudo a ela, eu queria que ela pudesse conhecer cada pedacinho dele. Eu sei que isso é impossível, mas só de poder vê-la correndo em um parque, escorregando em um escorregador e rindo com outras crianças já seria o suficiente para me deixar satisfeita. Seria o que eu sempre sonhei.

Mas o Dr. Clay convenceu os meus pais de que ainda não era o momento, eu tive que fazer novos exames, agora eles estavam preocupados com meu pulso, e discutindo se seria necessário fazer a cirurgia ou não.

Na hora em que fui banhar Nessie eu vi o quanto ela se incomodou de não ter a banheira no hospital, ela chegou a falar que queria voltar para o quarto para tomar banho, eu a convenci de que era bom também tomar banho no chuveiro, mas ela ficou bastante assustada ao ver a      quantidade de agua caindo e ainda na hora de coloca-la embaixo do chuveiro ela fazia o possível para que a agua não caísse no rosto dela.

— Isso é ruim! – ela disse, enquanto eu a secava com a toalha.

— Você vai se acostumar... – eu falei, sorrindo.

— Eu quero a banheira! – ela falou, e ficou emburrada.

— Aqui não tem banheira Nessie... – eu respondi e então eu a ajudei a vesti-la. Nessie ainda resmungou um pouquinho, enquanto voltávamos para o quarto e ao chegarmos lá tivermos uma surpresa, encontramos a policial Sara, ela assim que nos viu sorriu para mim e estava com um presente na mão.

— Boa tarde! – cumprimentei a policial e ela me deu um abraço, foi ela que me tirou de dentro daquele cativeiro, e sempre me lembrarei dela com carinho.

— Eu trouxe um presente para Renesmee... – ela disse.

— Ah ela vai adorar, pode chama-la de Nessie, é assim que eu a chamo... – eu disse a ela, a policial sorriu para mim e depois se aproximou de Nessie que estava próximo da porta do banheiro e a olhava fixamente. A policial abaixou-se para ficar da altura dela.

— Olá Nessie, se lembra de mim? – ela perguntou, Nessie concordou com a cabeça.

— Você é a policial mulher, a que salvou a mamãe...

— Na verdade você a salvou, por ser uma menina muito inteligente! – ela disse, e eu sorri para Nessie.

— Olha, eu estou com curativo! – ela então mostrou o curativo que o medico colocou depois de tirar sangue dela.

— Doeu? – ela perguntou.

— Sim, os pirulitos não fazem a dor parar... – ela disse.

— Ah, mas você é muito forte e suportou tudinho, não é? – ela perguntou e Nessie concordou com a cabeça.- Eu comprei um presente para você! – ela então entregou o presente embrulhado com o papel vermelho para Nessie.

— Legal! Mas não é o meu aniversário... – Nessie falou, enquanto olhava o embrulho. – Eu só faço aniversário uma vez no ano e fiz há pouco tempo, mamãe fez bolo para mim...

— Imagino que deveria estar muito gostoso! – ela respondeu.

— Sim, mas não tinha velinhas... – Nessie falou e meus olhos marejaram quando me lembrei desse dia, de como Nessie ficou decepcionada pelo bolo dela não ter velas.

— Ah, mas ano que vem quando você fizer seis anos o bolo vai ter velas, tenho certeza! – ela respondeu.

— Vai ter mamãe? – Nessie perguntou olhando para mim, eu sorri e concordei com a cabeça.

— Sim e o bolo vai ser bem maior filha e vai ser da Dora! – eu disse, Nessie sorriu animada.

— Então não vai abrir seu presente? – a policial perguntou.

— Mas eu já disse que não é meu aniversário! – Nessie falou.

— Mesmo assim, ás vezes a gente ganha presente mesmo não sendo nosso aniversario... – eu falei para Nessie. – Ela está de dando presente porque gosta de você filha!

Nessie olhou para a policial, e ela concordou com a cabeça, ainda sorrindo e então Nessie rapidamente começou a desembrulhar o presente. Quando ela viu que era uma boneca ela ficou toda feliz.

— Uma boneca nova, legal, o Nick me deu uma no meu aniversario, mas ela ficou no quarto, eu tinha arrancado á cabeça dela, porque eu estava com raiva dele por ele ser mal... – Nessie falou, enquanto tentava tirar a boneca de dentro da caixa.

— Agora você não precisa mais dela, você já tem uma boneca nova! – a policial Sara respondeu e ajudou Nessie a tirar a boneca de dentro da caixa.

Enquanto Nessie brincava com a boneca, a policial Sara aproximou-se de mim, eu parecia uma boba enquanto observava a felicidade de minha filha, como eu queria ver ela assim, feliz.

— Como você está se sentindo? – Sara perguntou para mim e então eu a olhei.

— Estou sentindo como estivesse em um sonho... – eu falei para ela.

Ela sorriu para mim.

— Essa é a melhor parte de ser policial, poder ver a felicidade de pessoas boas que nem você e sua filha e saber que eu fiz parte disso, que eu pude contribuir...

 - Você deve fazer parte de histórias de muitas pessoas, obrigada... – eu agradeci.

— Eu só fiz o meu trabalho... – ela então sorriu para mim. – E eu adorei conhecer sua filha, ela é muito inteligente!

Realmente Nessie era muito inteligente, e eu tinha muito orgulho dela.

— Ela é, e novamente muito obrigada! – eu agradeci.

E depois que a policial Sara foi embora, Nessie ainda ficou um bom tempo brincando com a boneca, ela penteava o cabelo da boneca com nossa escova de cabelo e assistia Dora, a aventureira na TV do quarto.

O Dr. Clay foi nos visitar durante a tarde e disse que eu não precisaria no momento fazer cirurgia o que me deixou bastante aliviada, mas era necessário eu fazer fisioterapia. E eu iria fazer, queria fazer o possível para não ter que encarar a cirurgia no momento.

Meus pais vieram me visitar durante a noite, e minha mãe tentou conversar com Nessie, Nessie ainda tinha vergonha deles, mas eles conseguiram avançar um pouco mais do que no primeiro dia.

Nessie mostrou a boneca para os dois, e eles falaram que ela teria muitas mais bonecas quando fosse para casa. Depois que eles foram embora, ela ficou perguntando para mim quantas bonecas seriam, eu disse a ela que não fazia ideia.

No outro dia os meus pais voltaram cedo ao hospital, disseram que hoje nós poderíamos ir embora, ao ouvir isso eu senti um frio na barriga, finalmente eu poderia voltar para minha casa e ser finalmente livre para fazer o que eu quiser.

Os funcionários que cuidaram da gente durante todos esses dias fizeram questão de se despedir de nós, abracei primeiro o Dr. Clay que pediu para que eu voltasse no próximo mês para repetir alguns exames, a doutora Kendrick despediu-se de nós com um forte abraço, e notei que ela ficou emocionada:

— Deus abençoe você e essa sua doçura de filha que é uma santa, eu rezo para que vocês possam ser felizes e que descubram todas as belezas que este mundo tem a oferecer, que todos os seus sonhos se realizem e que o seu caminho na vida seja coberto de felicidade e de ouro. Aquele acusado, ele já roubou seis anos da sua vida, não desperdice mais nem mais um minuto, curta cada dia, cada segundo, na verdade eu sei que você vai fazer isso...

Meus olhos lagrimejaram, e eu me segurei para não soltar as lágrimas, eu concordei com a cabeça e dei mais um abraço nela.

— Obrigada! – agradeci, senti a mão da minha mãe em meu ombro, e voltei á realidade, eu estou indo embora. Eu estou indo para casa.

Minha mãe entregou para mim dois óculos escuros, que seria um para mim e outro para Nessie, o médico disse que era importante usarmos até nós acostumarmos com a luz do sol. Fomos obrigados também a colocarmos a mascara, teríamos que usá-la no mínimo por uma semana quando saíssemos de dentro de casa.

Enquanto saiamos do hospital e seguíamos em direção do carro, novamente fomos cercados por vários jornalistas e tivemos que correr. Ainda bem que eu tinha decidido levar Nessie no colo, o que facilitou o nosso caminho até o carro, ela se agarrou em meu pescoço e permaneceu com os olhos fechados.

É terrível ver tantas câmeras em volta de nós, eu ouvi minha mãe e meu pai gritarem com os jornalistas antes de entrarem no carro e assim que meu pai começou a dirigir ele começou a resmungar. Eu sentei no banco de trás, e não tirei Nessie de meu colo, ela ainda continuava agarrada em meu pescoço e estava todo o tempo em silencio.

— Logo eles vão parar, pois todas as noticias ficam velhas... – eu disse aos meus pais que ainda resmungavam, dizendo o quanto os jornalistas são inconvenientes.

— É amor, daqui algumas semanas eles se esquecerão de nossa família, bom, eu espero... – minha mãe disse. E é, era o que eu também esperava, poder ter uma vida calma e o máximo possível normal de agora em diante.

Nessie logo começou a se mexer em meu colo, para conseguir olhar pela janela, eu sorri para ela quando vi o seu interesse em ver a cidade, logo ela saiu de meu colo e se aproximou da janela do carro para olhar melhor a paisagem. Tudo era ainda novo para ela, e eu tive a impressão de que tudo estava sendo novo para mim também.

Eu poderia já ter visto tudo isso, mas era estranho voltar a rever, varias vezes quando eu estava em cativeiro, eu ficava pensando em tudo que havia visto aqui fora e com o passar do tempo as minhas esperanças de rever tudo isso de novo ia sumindo pouco a pouco, eu não posso negar que ás vezes eu achava que nunca mais ia respirar o ar livre de novo, que eu nunca mais iria rever os prédios, carros, arvores, pessoas. Eu pensava que nunca mais ia ser livre.

Quando Nessie e eu estávamos no hospital e chegamos a comer panquecas eu já tinha me esquecido do sabor dela, assim como eu tinha me esquecido de como era gostoso o abraço dos meus pais e como era bom sentir o calor do sol. Eu me esqueci de muitas coisas, teria que senti-las tudo de novo. Mas iria valer a pena, eu queria aproveitar todos esses momentos, pois era como um sonho, um sonho que nunca mais quero acordar.

Peguei a mãozinha pequena de Nessie, ela estava gelada e é tão macia, ela não desgrudava os olhos da janela e parecia impressionada com cada coisa que via. Eu não via a hora de chegarmos em casa. É, depois de cinco anos finalmente minha filha iria poder ter uma casa. Finalmente eu poderia ser livre.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Bom, sei que todos estão ansiosos com o reencontro de Bella com Edward, mas aguentem mais um tempinho... Ainda tem fortes emoções para acontecer ;)