Sempre ao teu lado escrita por J S Dumont


Capítulo 7
Capitulo 7 - O mundo do homem da TV


Notas iniciais do capítulo

OLÁ GENTE! Mais um domingo, é dia de que? SEMPRE AO TEU LADO! Mais um capitulo para vocês e o POV do Edward, é esclarecedor assim como foi o POV da Bella, espero que gostem.
Agradeço os comentários e já vou responder eles, peço que continuem comentando para que as att continuem sendo seguidas semanalmente. Chegamos a 300 comentários, muito obrigada pessoal, vocês são os melhores leitoras do mundo s2
Beijos e Beijos e vemos nas notas finais:*



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Capitulo 07:

O Mundo do homem da TV

“Toda vez em que eu me olho no espelho, esta linhas no meu rosto ficam mais claras, o passado se foi, passou como do nascer ao pôr do sol. Não é assim. Todos tem suas dividas em vida pra pagar...”.

Aerosmith Dream On (Sonhe)

Edward Cullen

A pior coisa do que cometer um erro, é você cometer um erro e não poder corrigi-lo. Já faz seis anos que tudo aconteceu, mas eu consigo lembrar-me de tudo como se tivesse sido ontem mesmo.

Há seis anos eu estava no ensino médio, eu tinha aquela vida que qualquer garoto da minha idade daria tudo para ter, eu era popular, eu era o melhor jogador do time de basquete da escola, eu já era rico e ainda eu tinha um namoro perfeito.

Nada parecia que poderia dar errado... Estávamos encaminhando para o ultimo ano do ensino médio, faltava muito, muito pouco para eu me formar, meu pai Carlisle já estava no meu ouvido e toda hora suas palavras ficavam se repetindo na minha cabeça: “Você precisa ser grande, você precisa ser o melhor, sempre o melhor, sempre, sempre, foco, foco, determinação”.

Eu o entendia, eu estava no momento mais importante da minha vida, e meu pai estava me pressionando para que nada pudesse dar errado, e eu me esforçava, me esforçava muito. Eu estava acordando todo dia as cinco horas da manhã para correr com meu pai, fazíamos alguns exercícios físicos antes de ir para a escola, na escola eu tinha ainda que participar dos treinos, em casa novamente treinos, meu pai me ajudava no levantamento de peso, junto com meu irmão Emmett e ainda á noite eu nadava um pouco na piscina e jogava um pouco mais de basquete.

Em algumas semanas eu sentia como se meu corpo fosse quebrar, mas ainda tudo isso não era suficiente para o meu pai. Seu maior medo era aparecer outro jogador no time que conseguisse ser melhor do que eu.

Meu sonho era um dia me tornar um jogador da NBA, e quem sabe chegar perto do meu maior astro Michael Jordan, com certeza não era nada fácil, por isso que eu entendia toda aquela cobrança do meu pai. Se destacar no basquete é difícil. E tenho que admitir que hoje se estou onde eu estou foi graças a ele, tudo o que ele disse, todas suas palavras valeram a pena, ou melhor, quase todas. Só um conselho, um único conselho que eu escutei do meu pai que hoje eu me arrependo amargamente por ter seguido.

Tudo bem que eu era um adolescente, a única coisa que eu tinha certeza em minha vida era que eu queria ser um jogador de basquete bem sucedido. As outras coisas eram ainda incertezas. Tudo ainda estava bastante confuso para mim, inclusive o meu namoro.

Sim, eu tinha uma namorada, ela se chamava Isabella Swan, eu me lembro até hoje que ela tinha o sorriso mais doce que eu já tinha visto na minha vida e o que mais eu gostava nela é que ela conseguia me compreender como ninguém, ela era aquela namorada que sempre sabe falar as coisas certas nos momentos certos, conseguia me acalmar quando eu estava nervoso e me dava segurança quando eu estava inseguro. Ela era perfeita, mas mesmo assim eu cometi um erro com ela.

Namorávamos já alguns anos, tínhamos aquela imagem de: “relacionamento perfeito”, antes dela eu já tinha ficado com algumas garotas, mas nunca tinha levado a serio. Com ela tudo foi diferente, ela foi a única garota que cheguei até pensar em me casar. Mas logo a ideia já me assustava. Eu tinha apenas dezessete anos de idade, eu estava sendo ridículo em pensar em algo do tipo.

Eu sabia que ela queria ser uma advogada, ela só não tinha certeza para qual faculdade ela iria, me dava medo á ideia de que assim que nos formássemos no ensino médio tivéssemos que nos separar, nos queríamos coisas completamente diferentes, ela iria para alguma faculdade talvez fora da cidade onde provavelmente não seria o meu destino, e eu continuaria me dedicando ao basquete. E só de pensar nisso eu sentia um buraco em meu estomago, era o vazio, sim, pois eu sabia que ela iria me fazer falta, muita falta.

Mas mesmo assim eu tentava não pensar no assunto, afinal, é como minha irmã Alice sempre dizia: “quando se ama, superamos qualquer coisa”, e distancia deve estar incluso na lista de superações, de inicio eu pensei assim, mas depois de um tempo comecei a mudar de ideia.

Não posso negar que meu pai contribuiu nessa minha decisão, um dia ele se sentou comigo na mesa da cozinha e começou a fazer aquele discurso de “como uma mulher pode atrapalhar a vida de um atleta que está começando ainda a carreira”. Algumas coisas naquele momento eu até cheguei a concordar com ele, mas hoje seis anos depois, vejo que eu não precisava ter exagerado tanto. Não precisava ter feito aquilo. Eu me arrependi confesso, mas não me arrependi apenas seis anos depois, eu já me arrependi dez minutos depois, mas, já era tarde demais.

A vida muda como num piscar de olhos, em um momento você está com a pessoa na sua frente, falando com ela, ás vezes até coisas que nunca deveria falar, mas, ainda assim acreditando que se algo desse errado você poderia corrigir quando quisesse. É eu acreditava fielmente nisso. Mas não foi assim com Isabella. Em um momento ela estava ali na minha frente, e em um piscar de olhos, ela já não estava mais.

Foi dia cinco de novembro que tudo mudou.

Eu tinha mandado uma mensagem para ela marcando de se encontrarmos em uma lanchonete que frequentávamos com frequência, confesso que desde o primeiro momento que sentei na mesa fui dominado por imenso nervoso, assim que ela chegou, notei que ela também parecia estar nervosa, e eu ainda mais, pois eu já sabia o motivo daquele encontro: Seria o nosso fim. 

Eu fui um completo estupido naquele dia, eu logo percebi que ela também tinha algo para falar, mas eu nem a esperei, eu queria falar logo antes que eu desistisse e eu estava com medo de desistir no mesmo tempo que eu também estava com medo de terminar. Sim, eu estava confuso, eu amava aquela garota, mas me assustava a ideia de continuar o relacionamento com ela, ainda mais agora, tão perto de nos formarmos.

Eu a conhecia muito bem, assim como também ela me conhecia, tínhamos aquele relacionamento intenso, onde um conseguia se comunicar com o outro apenas pelo olhar, e pelo olhar dela eu sabia que ela não estava bem e o certo era eu ter perguntando: O que aconteceu? Você está bem? Mas não, eu fiquei com medo. Fui um estupido em já ir direto ao ponto, e começar o discurso, ou melhor, uma explicação meio que esfarrapada do termino de nosso relacionamento.

Tudo bem, eu fui sincero referente os motivos, mas terminar um relacionamento sempre será difícil, mesmo procurando as palavras certas, mesmo se eu a encontrasse de qualquer forma iria doer, tanto nela como em mim. Eu tentei, juro que tentei falar da forma mais delicada o possível e quando terminei todo o meu discurso eu esperei, achei que ela iria retrucar, eu achei que ela iria falar alguma coisa, na verdade eu fui idiota o suficiente em pensar que ela iria dizer: “Não!”. Que era iria dar alguma justificativa, dizer as mesmas palavras de Alice: Nós nos amamos e o amor supera tudo, blá, blá, blá.

Na hora eu não sabia se eu queria que ela falasse algo. Eu tinha medo do que eu iria escutar dela, era uma mistura estranha de sentimentos, no mesmo momento em que eu queria que ela falasse e insistisse para que continuássemos o namoro, no mesmo tempo eu não queria. Hoje depois de muito pensar eu percebi que eu queria que ela falasse porque no fundo eu não estava seguro de que eu estava fazendo o certo em terminar com ela. Tanto, que me arrependi poucos minutos depois.

Provavelmente se ela tivesse ficado alguns minutos a mais, se ela tivesse falado qualquer coisa, eu iria voltar atrás, eu iria desistir. Porque eu não estava seguro, eu não estava nenhum pouco seguro.

Só que o problema é que ela não falou, de inicio ela ficou em silencio e depois de alguns minutos falou a seguinte frase: “Você tem razão, uma hora o nosso caso iria chegar ao fim, não é? Boa sorte, Edward!”.

Eu fiquei com a cabeça abaixada, sentia uma imensa vontade de chorar, ao ouvir aquelas palavras eu não consegui dizer nada, talvez ela também estivesse insegura sobre nosso relacionamento, talvez ela também achasse que não teríamos futuro e o que nos restaria mais para frente é o termino dele.

Talvez ela concordasse com tudo, pelo menos foi o que saiu da boca dela. E eu ainda achei que ela diria mais alguma coisa, mas ela não disse, ela só se levantou e foi embora. É simplesmente ela foi embora.

E eu fiquei ali sentado na mesa pensando na idiotice que havia feito. Eu fui impulsivo, simplesmente a decisão de termino surgiu na minha mente, fiquei com isso martelando na minha cabeça e fui e fiz, fui completamente racional, fui totalmente insensível, não segui os meus sentimentos, mas sim a minha razão e foi á coisa mais idiota que já fiz na minha vida.

Eu só precisei ficar alguns minutos pensando para o desespero começar a tomar conta de mim, fiquei um tempo ali, sentado no mesmo lugar, com os braços apoiados na mesa e de cabeça baixa, enquanto passava-se milhares de coisas em minha cabeça, ela seguindo a vida dela, talvez arrumando outro cara no ultimo ano, indo para o baile de formatura com ele e eu tendo que engolir isso, eu a vendo nos corredores e não podendo nem mesmo lhe dar um abraço, eu não podendo ligar para ela quando estou de saco cheio de tanto treino, eu não podendo falar com ela nos momentos em que eu fico inseguro com algum jogo, tudo, tudo foi passando na minha cabeça rapidamente. Como eu não pensei em nada disso? Como eu não imaginei como a minha vida sem ela?

Eu só vi a parte de ela e eu nos separarmos depois do ensino médio, eu só vi a parte em que nosso namoro poderia em algum momento me tirar o foco dos treinos, dos jogos, ela poderia me desconcentrar, ela poderia mexer com meu emocional. E acredite isso chegou mesmo a acontecer, mas não pelos motivos que achei que aconteceria.

Logo depois que me arrependi fui atrás dela, fui até a casa dela, na ideia de conversarmos e não apenas eu falar e ela ouvir e concordar, eu queria que ela falasse, queria que tivéssemos o que chamam de “DR” e quem sabe entrássemos no consenso e conseguíssemos continuar nossa relação, na verdade eu estava torcendo para isso.

Mas logo Renéé, mãe de Bella me disse que ela ainda não havia chegado, comecei a pensar em como ela deveria estar mal, ela estava mal, aquilo só foi um fingimento, Bella é orgulhosa e ás vezes tanto ao ponto de camuflar seus sentimentos, tentei ligar para ela, mas o celular deu apenas caixa postal, comecei então a ficar preocupado e andei pelas ruas a procura dela, liguei para Jéssica sua melhor amiga, liguei para Ângela sua outra melhor amiga e nada, sem sinal dela.

No outro dia, não era apenas só eu que estava preocupado, os pais dela também estavam. Bella desapareceu, eu fiquei me perguntando se eu fui culpado disso tudo e até hoje eu continuo me fazendo essa mesma pergunta, sim, até hoje porque faz seis anos que ela simplesmente sumiu e eu fui a ultima pessoa a vê-la.

Os detetives não conseguiram encontra-la, não havia nenhuma pista, o celular dela foi rastreado e foi encontrado jogado numa estrada afastada, apenas com as digitais dela, algumas pessoas chegaram a vê-la saindo da lanchonete, mas não viram nada de suspeito, nada que indicasse que algo estaria acontecendo.

Não havia câmeras na onde ela sumiu, ninguém viu nada, ela simplesmente sumiu e não deixou nenhum vestígio. Não adiantou os cartazes, não adiantou a divulgação do desaparecimento dela nos jornais, na televisão, fizemos de tudo para encontrá-la, pressionamos os detetives, fizemos vigília, cultos dedicados a ela e eu orei, como orei pedindo ela de volta. Mas nada, nada que fizemos adiantou, Bella não apareceu.

Por muito tempo eu mantive as esperanças de que a encontraria, por muitos meses cheguei a sonhar com Bella quase todas as noites, sonhei em que eu falava para ela outras palavras, não essas palavras estupidas que eu disse e que nunca pude me corrigir, mas sempre eu me dava conta de que era tarde demais, eu falei, sim eu falei e agora já era, eram as ultimas palavras que ela guardou de mim. Se ela morreu, morreu achando que eu não a amava de verdade, se ela ainda está viva em algum lugar deve estar me odiando achando que sou um cretino, isso se caso ela ainda se lembre de mim.

 Eu me lembro em como eu fiquei péssimo nos primeiros meses, tanto, que eu decaí muito nos treinos e quase meu pai me matou por isso, a minha atitude só confirmou aquele discurso dele: “Eu não disse que as mulheres são problemas para os atletas”. Mas eu estava ciente de que fui eu que armei aquele maldito problema, se eu não tivesse terminado com ela, talvez hoje ela estivesse do meu lado, e não sumida em algum lugar, ou o mais provável, morta.

  Cheguei a ir péssimo em um campeonato e por pouco isso não destruiu a minha carreira, foi difícil eu seguir adiante, foi difícil eu aprender a viver dia após dia sem a presença dela. Eu sentia falta de tudo, das suas ligações, das suas palavras, dos seus abraços, dos seus beijos, de dormir com ela e de acordar com ela e fui me dando conta de que a amava mais do que eu achava, mas eu me dei conta tarde demais.

Logo comecei a ver essa tragédia como um tipo de punição, eu quis tirá-la da minha vida, mesmo por poucos minutos e acabei sendo obrigado a ficar sem ela para sempre, mesmo contra minha própria vontade, mesmo eu querendo voltar atrás.

Realmente se existe algo pior do que errar, é não poder corrigir esse erro. Em um momento da minha vida eu quis tanto corrigir isso, que eu daria tudo até mesmo a minha carreira de jogador apenas para tê-la de volta, mas eu sabia que isso estava fora do meu alcance, foi difícil eu perceber, mas era algo que não dependia de mim, eu não tinha como trazer Isabella de volta, a única coisa que me restava era esperar.

E esperei o terceiro ano inteiro do ensino médio, ainda esperançoso de que uma hora surgiria uma pista ou se tivesse muita sorte ela seria encontrada, mas nada. Nenhuma pista.

Bella desapareceu e ninguém viu nada. E com os anos minha esperança foi diminuindo, consegui me tornar um jogador de basquete, eu consegui ganhar prestigio e ainda mais dinheiro, mais não consegui Isabella de volta, a falta dela continuou doendo e dói até hoje, pois não é apenas a falta, mas também é não saber se fui o culpado disso ou não. E o não saber machuca, tortura, mais do que qualquer outra coisa.

Depois que as esperanças de encontrá-la sumiram, eu comecei a tentar encontrar Bella em outras mulheres, procurei me relacionar com algumas que fossem parecidas fisicamente com ela, ou com uma personalidade que me fizesse lembrar ela, mas as pequenas coisas que elas não faziam e que Bella fazia já era motivo para o relacionamento não continuar. Ainda demorou alguns anos para eu me dar conta de que era estupido procura-la em outra pessoa, ela era única, cada pessoa é única, nunca, na minha vida encontrarei alguém igual ela. Eu tinha que aceitar que havia acabado, que talvez ela tivesse morrido e que minha vida continuava, não era justo ficar procurando alguém parecido com ela, eu tive que respirar fundo e seguir em frente.

Até hoje, seis anos depois, ás vezes me pego vendo uma foto minha e de Isabella, e ainda surge um sorriso em meus lábios enquanto eu me lembro de momentos bons que passei ao lado dela. Tem vezes que eu a procuro nos rostos de pessoas nas ruas, ou penso que vou encontra-la ao virar uma esquina, ou em uma praça, ou em qualquer lugar que eu for. E eu acho que vou continuar fazendo isso sempre.

Não posso negar que ainda sinto falta dela e sempre vou sentir. Vi que a perda não é algo que conseguimos superar, mas aprendemos a conviver e foi o que fiz. Aprendi a conviver sem ela, e guarda-la como algo bom que passou em minha vida, que marcou minha adolescência, mas que infelizmente se foi.

“Metade da minha vida está em páginas escritas de livros, vivendo e aprendendo dos tolos e dos sábios, você sabe que é verdade, tudo o que você faz, volta para você... Sonhe, Sonhe, Sonhe até que se realize...”.

Aerosmith – Dream On (Sonhe)

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: O que acharam da visão do Edward? COMENTEM, RECOMENDEM, FAVORITEM!