Sempre ao teu lado escrita por J S Dumont


Capítulo 42
Capitulo 42 - Uma vida recuperada


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais ;) AINDA FALTA O EPILOGO!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/740415/chapter/42

 

42. Uma vida recuperada

Nick se matou, ele não conseguiu aguentar um ano preso, ele utilizou uma coisa chamada de “auto-asfixia erótica”, basicamente utilizou o seu lençol para se sufocar para tornar o orgasmo mais intenso. Não fiquei surpresa, afinal, eu sabia que ele era um maníaco. Um completo louco.

Enquanto ouvíamos a matéria, Edward me abraçou e acabei chorando em seus braços, pois eu não queria que ele tivesse morrido antes de pagar pelos menos alguns anos o que fez comigo. Mas já que ele fugiu da justiça do homem, o que me confortava é que eu sabia que ele não iria conseguir fugir da justiça de Deus.

— Eu falei para ele, que ele só sairia do presídio morto, e olha só, isso realmente aconteceu... – Edward comentou, enquanto passava a mão pelo meu cabelo, ele deu um beijo em minha cabeça e então eu soltei um suspiro.

— Aconteceu o que era para acontecer meu amor, mesmo não querendo que ele se matasse, pois eu queria que ele ficasse mais alguns anos preso, ainda assim eu me conformo, pois pelo menos vou ficar em paz, pois sei que agora ele nunca mais poderá machucar ninguém... – falei.

— É, vamos pensar no lado bom de ter acontecido isso, não que devemos ficar feliz com a morte dos outros, mas pelo menos agora você não precisará se preocupar com ele mais e com a morte dele, em breve também os noticiários vão parar de falar tanto disso! – ele falou, me olhando. – Mas, estou com uma duvida, isso por acaso vai mudar a sua intenção de viajar?

— Claro que não meu amor, é nossa lua de mel e também eu sempre quis conhecer Veneza! – falei, Edward sorriu e então nos beijamos levemente. É claro, que eu não ia deixar uma noticia dessas acabar com minha lua de mel.

Então quando deu o horário, saímos do hotel e pegamos o avião para Veneza, devo confessar que fora uma viagem incrível, a melhor que tive até hoje, sei que também vou adorar viajar com Nessie e Edward juntos, será um momento bem especial. Mas, enquanto esse momento não chega, e teremos que esperar um pouco já que iremos começar o período letivo, eu sabia que tinha que aproveitar essa lua de mel, muito, muito mesmo. Pois demoraria alguns meses para podermos viajar em família.

A viagem me fez até esquecer a morte de Nick, andamos de barco, fomos aos pontos turísticos, comemos em belos restaurantes e ainda nos divertíamos até no hotel, ficando a noite toda conversando. Fora tantos anos separados, que acho que teremos assuntos suficientes por um bom tempo.

Quando voltamos estávamos muito cansados, mas ainda levamos Nessie numa sorveteria, já que ela merecia, pois não a levamos em nossa viagem.

Nessie ficou falando sem parar sobre o que fez todos aqueles dias sem nós, meus pais levaram ela para sair, até mesmo a levou num parque. Quando eles iam trabalhar, deixaram-na com os avôs paternos. Que também a levaram para sair, então, isso até mesmo me deixou mais feliz, por saber que Nessie também se divertiu nesses dias sem nós.

A mudança da casa dos meus pais para a casa do Edward foi um momento muito bom, mas ao mesmo tempo bem difícil, eu estava acostumada morar com os meus pais e até meus olhos encheram-se de lágrimas quando tive que me despedir para começar a minha vida de casada.

Já Nessie adorou ir para a casa nova, correu para um lado e para outro com Dora, repetindo milhares e milhares de vezes que a casa era bem grande, e realmente era, a casa de Edward dava duas da dos meus pais, e olha que lá éramos num numero maior de pessoas.

O quarto dela fora todo decorado, as paredes pintadas de rosa, imagens do desenho da Dora espalhado pelo quarto inteiro, e o quarto estava cheio, cheio de brinquedos. Tudo estava perfeito.

— Mamãe, mamãe, esse quarto é bem maior do que na nossa outra casa! – ela falou toda sorridente, assim que entrou em seu quarto.

— Sim! Você gostou meu amor? – perguntei.

— Sim mamãe, ta tudo muito lindo, eu adorei papai, obrigada! – ela falou dando um abraço nele, eu percebi que Edward ficou todo sorridente, assim que ela correu para dentro do quarto e se distraiu com os brinquedos, virei para Edward e o olhei com um leve sorriso nos lábios.

— Tudo está tão lindo! – falei.

— É a casa estava com um ar mais masculino, mas agora já a deixei toda organizada, para vocês... Agora sou um homem de família! – ele falou, entrelaçando-me pela cintura e me dando um selinho demorado.

— Não podia estar melhor... – falei para ele, antes de trocarmos sorrisos. Não via a hora de começar a curtir a minha nova casa.

+++

E então, uma semana se passou desde que Nessie e eu começamos a morar com Edward, e realmente a semana não poderia ter sido melhor, era mágico poder acordar todos os dias e ver Edward, tomar café da manhã com ele ao meu lado, e também dormir abraçada com ele todas as noites. Sim, tudo era maravilhoso.

Finalmente o primeiro dia de aula de Nessie havia chegado, como eu imaginava, ela ficou bastante nervosa, e com medo, mas Edward e eu decidimos levá-la juntos, para apoiá-la. Nessie ainda tentou evitar desculpas para não ir, mas consegui convencê-la, de que como toda criança ela precisava disso, precisava ir para escola e precisava conviver diariamente com outras crianças.

— Se eles não gostarem de mim?- Nessie perguntou, segurando a minha mão e a do Edward, enquanto caminhávamos em direção a escola. Paramos em frente a ela, e então soltei a mão de Nessie e me virei em sua direção.

— Eles vão adorar você, é impossível não gostar de você, você é tão esperta! – falei para ela.

— É... Mas tente não responder todas as perguntas do professor, sabe, deixa algumas para outros alunos... – Edward comentou, passando a mão no cabelo, olhei para ele com a testa franzida.

— Ah é? E por que? Está com medo de zombarem de nossa filha chamando-a de nerd? – perguntei.

— O que é nerd? – ela perguntou.

— Sabe-tudo! – ele falou.

— Não entendi... – ela disse, e então eu ri e dei um beijo na testa dela.

— Esquece minha filha, quer saber? Seja você mesma, que tudo vai ser sair muito bem, pode ir lá! – falei. Depois Edward se aproximou e deu um abraço em Nessie, ela nos olhou por alguns segundos, antes de se virar e começar a caminhar em direção a escola, Edward e eu sorrimos, e então ele colocou a mão em meu ombro. - É tão bonitinha, vê-la de mochila e lancheira entrando na escola, é mais um sonho realizado! – comentei.

— Ela vai se sair bem meu amor, eu tenho certeza! – ele disse.

— É, ela puxou a sua simpatia... – falei, olhando para ele.

— E a sua inteligência! – ele falou para mim. – Então, é perfeita, não é?

— Com certeza! – eu disse, nós seguramos a mão um do outro, e começamos a andar em direção ao carro. Logo eu vi um barulho de flash de foto. Fotógrafos. Alias, eu já estava acostumando com isso.

+++

Algumas semanas se passaram e Nessie demonstrou estar indo bem na escola, fez amigos e ficava um bom tempo falando para mim sobre eles, meus pais me visitavam quase todo fim de semana, e quando não apareciam, era eu que ia a casa deles. Mesmo tendo se passado mais de um ano que estou liberta, ainda parecia que não tínhamos recuperado o tempo perdido.

Era sábado e enquanto eu preparava um bolo, e conversava com minha mãe, senti-me levemente enjoada, tive que me sentar na cadeira, para tontura passar, minha mãe se aproximou toda preocupada, e passou a mão em minha cabeça.

— Filha, você comeu hoje? – ela perguntou.

— Sim... – eu falei, numa voz fraca.

— Ai, você está pálida... Com essa correria, ando com medo de você não estar comendo direito, fazer um curso ao mesmo tempo em que está terminando o ensino médio, não sei não, é muita coisa para você! – ela comentou e eu sorri para ela.

— O ensino médio logo vai acabar, não se preocupe, mas eu estou comendo bem, nem sei porque eu enjoei sabe? – falei, me levantando e voltando até a pia. – Além do mais, eu nem costumo muito ficar enjoada, só fiquei mais assim, quando... – falei, até que então me calei, ao me lembrar de quando fiquei grávida de Nessie, e então só ai que me dei conta de que minha menstruação estava atrasada. – Ai meu Deus!

— O que foi? – minha mãe perguntou, olhando para mim.

— Mãe, enjôos, o que isso te lembra? – perguntei, e só então minha mãe caiu em si.

— Mas é claro! – ela falou, e então sorriu para mim. – Ai filha, que bom, seria maravilhoso se você estiver grávida! – ela falou, me dando um abraço.

— É, seria mesmo! – eu concordei, e acho que meus olhos até brilharam, embora Edward e eu não tivéssemos ainda planejando ter um filho, eu ficava animada com a ideia, e imagino que Edward também iria adorar.

Com a ansiedade, já na segunda feira eu fui a uma farmácia para comprar um teste de gravidez, cheguei em casa e já fui correndo fazê-lo, assim que fui ver o resultado, notei que minhas mãos até tremeram.

E então meus lábios se entreabriram, e meu coração disparou.

— Aiiii... Eu não acredito! – falei para mim mesma.

***

— Meu amor, eu já cheguei! – ouvi Edward falar, eu estava na sala de estar e logo quando escutei o barulho dele chegando eu corri para o meu quarto. Nessie ainda estava na escola, precisaríamos buscá-la daqui uma hora e meia, e sinceramente eu não via a hora de contar a boa noticia para ela. Já fazia um dia que eu sabia que estava grávida, mas eu fiquei pensando na melhor forma de contar isso para Edward. Até que então, eu tive uma ideia, e estava prestes a colocá-la em pratica. – Amor está tudo bem? – Edward perguntou assim que entrou no nosso quarto, com certeza ele fez essa pergunta porque eu não havia o respondido. Eu estava mexendo no meu guarda-roupa, virei para ele e então eu sorri.

— Sim, está tudo ótimo! – falei, me aproximando e dando-lhe um abraço, ele me deu um beijo de leve nos lábios.

— Você parece... Ahm... Agitada demais, você tem algo para me contar? – ele me perguntou, realmente Edward sempre fora muito observador e ainda me conhecia como ninguém, eu sabia que não iria conseguir esconder por muito tempo dele a minha gravidez.

 - Na verdade sim, eu te comprei um presente! – falei para ele, ele franziu as sobrancelhas e começou a pensar.

— Perai, não é meu aniversario, e não estamos em nenhuma data especial, não é? – ele perguntou e olhou para mim com um olhar preocupado. – Não me diga que eu estou me esquecendo de alguma coisa...

Logo um sorriso surgiu em meus lábios.

— Não, seu bobinho! – eu falei, me virei e voltei ao guarda-roupa e peguei a caixa de presente. – Eu simplesmente quis comprar um presente para o meu marido...

— Nossa, assim você vai mimar demais, deixa eu vê o que é! – ele falou e foi até a cama com a caixa, eu fui me aproximando, para ver a expressão no rosto dele, assim que visse do que se tratava.

Ele abriu a caixa, olhou para dentro, e então franziu a testa.

— Perai, isso é um... – ele começou pegando um sapatinho de bebe da cor branca na mão. Meu sorriso se alargou.

— Sim, é um sapatinho! – falei.

— Mas... Você está... – ele começou, só que não conseguiu nem completar a frase, seu rosto todo ficou vermelho.

— Sim, você vai ser papai de novo, não é ótimo meu amor?! – falei, agarrando-o e dando-lhe um abraço forte

Assim que o soltei vi que ele estava com os olhos marejados, parecia emocionado.

— Sim, é muito bom, não acredito, um bebê, que maravilhoso! – ele falava, com um sorriso no rosto. – Só que teremos agora que nos mudar, não tem quarto sobrando... – ele falou, já começando a pensar no assunto.

— Mas acabei de chegar, a Nessie pode dividir o quarto com ele ou ela... – falei.

— Mas e se for menino? Ela vai se sentir incomodada, ainda mais quando ela ficar mais velha, eu acho melhor a gente pensar em olhar novas casas e...

— Amor... Calma, acabei de descobrir a gravidez, a gente tem um pouco menos de nove meses para pensarmos nisso! – falei.

— Passa rápido, você vai ver! – ele falou, e eu sorri.

— Será? Acho que não... Ainda mais porque vou ficar todos os dias ansiosa para ver o rostinho do nosso bebê... – falei.

— Estou dizendo amor, você vai ver! – ele garantiu.

E realmente, ele estava certo.

Assim que Nessie soube da gravidez ficou toda feliz, saiu contando para todo mundo que ia ganhar um irmãozinho, ela quis ir comigo nas compras das roupinhas e das coisas para o bebê, e todo dia encostava o ouvido na minha barriga para ver se conseguia escutar alguma coisa. Eu sempre achava isso muito engraçado.

Todo mundo ficou contente com a noticia, meus pais e os pais de Edward com certeza foram os que ficaram mais emocionados. A minha barriga começou a crescer muito rápido, e Edward fazia questão de tirar fotos a cada mês, para guardar de recordação, no quarto mês de gestação eu descobri que era um menino, então lá fomos nós procurarmos uma nova casa para morar.

Realmente tudo passava rápido, era como num piscar de olhos, quando vi já estava no sexto mês de gestação, vivia com desejos e Edward sempre saia correndo para comprar o que eu queria comer, e ás vezes eram misturas bem estranhas.

Mesmo com barrigão eu ainda senti muitas tonturas e dores nas costas, Edward começou a ficar mais tempo do meu lado e sempre quando podia saia cedo do trabalho para ficar comigo, pois sempre ficava com medo de eu passar mal e estar sozinha em casa.

Somente no sexto mês começamos a discutir o nome que daríamos para o bebê, Nessie também participou da escolha e em uma semana acabamos decidindo por Anthony, e então logo Edward tratou de escrever o nome Anthony em minha barriga para tirar fotos e colocar na internet. Já no outro dia era o assunto mais falado nos programas de fofocas da televisão.

— Somos muito sortudos, não? – Edward perguntou, ajeitando o travesseiro na cama e depois me segurando para ajudar eu me deitar.

— Claro, temos uma nova casa, linda... Uma filha linda e inteligente, nós nos amamos muito, e somos muito, muito felizes... – falei, deitando na cama com dificuldade, minha barriga não parava de crescer, e ás vezes eu sentia falta de ar, dependendo da posição em que eu ficava.

— Falei que você ia gostar da ideia de trocar de casa! – ele falou.

Na verdade eu gostava da casa de Edward, mas essa nós três pudemos escolher, sim, Nessie também ajudou na escolha, agora ela tem um quarto maior do que o anterior, a sala de estar da nova casa também era maior e tinha dois quartos a mais, sim escolhemos uma casa com um quarto para Nessie, outro para Anthony e mais um quarto, para caso tenhamos um terceiro filho.

Agora eu já estava com quase nove meses de gestação, e cada dia ficava mais ansiosa, alias, tudo já estava pronto para chegada de Anthony.

Edward como sempre fora um amor por todos esses meses, ele me acompanhou em cada etapa da gravidez, se animava a cada chute do bebê e sempre me ajudava e me mimava muito, ele fez questão de ir a cada ultrassom, alias no ultimo até mesmo levamos meus pais e os pais de Edward, no penúltimo ultrassom levamos Rosalie e Emmett e Alice e Jasper. Alice também está grávida de quatro meses e acabou de descobrir que será mais uma menina. É, mais um neto para Carlisle e Esme, que já demonstraram ser avôs bastante corujas.

Embora as dores nas costas, a falta de ar e o tamanho da barriga, o período todo da gravidez fora muito bom. Edward e eu aproveitamos cada momento, escolhendo roupas, arrumando o quarto do bebê do nosso jeito e decidimos tudo, tudo mesmo juntos. O que tornou o período ainda mais maravilhoso ainda. Já que não tivemos a chance de fazer isso com Nessie.

— Sim, adorei a casa, ainda mais porque tem a cara de todos nós! – falei, Edward logo deitou do meu lado.

— É, isso é, tem a janela enorme que você queria na sala de estar... – ele disse.

— Sim, para vermos as estrelas, maravilhoso, não? – eu disse, até que então senti uma forte contração, e no mesmo momento gemi, Edward me olhou com as sobrancelhas franzidas.

— Amor, está tudo bem? – ele perguntou.

— Eu acho que senti uma contração... – falei, suspirando e logo gemi de dor de novo. Droga! Mais uma contração.

— Mamãe, mamãe... Eu quero leite! – ouvi a voz de Nessie nos interromper, então olhei para a porta, avistando ela.

— A mãe já vai! – falei.

— Como? Você está ai com dor, não tem como você ir... – ele falou.

— A mãe está dodói? – Nessie perguntou se aproximando da cama.

— Só uma contração, é normal, relaxem pelas minhas contas ainda falta alguns dias para Anthony nascer... – falei, fazendo esforço para me sentar na cama.

— Amor, não, não faça esse esforço, por favor! – Edward pediu, preocupado, até mesmo se levantou da cama.

— Amor, não se preocupe! – falei, e então com dificuldade me levantei. – Você nunca ouviu falar que gravidez não é doença e... – eu me calei, assim que senti um liquido escorrer por minhas pernas.

— MÃE! Você fez xixi no chão, por que não foi ao banheiro? – Nessie disse impressionada.

Olhei para Edward com os olhos arregalados, e pela expressão de Edward, ele também pareceu ter ficado apavorado.

— AI MEU DEUS! O bebê vai nascer... – ele falou.

— É meu irmãozinho, ele vai vim? Ele vai vim? – Nessie disse toda animada. – Ele vai sair da barriga dela? Quem vai cortar barriga? Por onde ele vai sair...

— Calma meu amor... Já vamos para o hospital e ele vai tirar o bebê... – eu falei, entre outro gemido de dor.

— É, é melhor eu pegar a bolsa do bebê... – Edward disse se aproximando do guarda roupa. – Não, é melhor primeiro eu ligar para sua mãe, não, perai, eu tenho que achar a chave do carro, droga, eu não sei onde a coloquei!

— Amor... Se acalme! – eu disse, vendo o quanto Edward está desesperado. – AIII! – gemi de novo, ao sentir uma nova contração. – Só seja rápido, porque eu quero que Anthony nasça no hospital! – falei, sentando na cama, pois não estava aguentando, pois doía muito.

— Claro, eu, eu vou me apressar... – ele gaguejou.

Edward realmente começou a agir mais rápido, ele pegou a bolsa do bebê e a bolsa com as coisas que eu levaria para maternidade, no mesmo momento que procurava as chaves do carro ele ligou para minha mãe e me ajudou a entrar no carro, então ele decidiu passar rápido pela casa dos meus pais, para deixar Nessie, ela reclamou, pois queria ver o nascimento do irmãozinho, mas meus pais prometeram levar ela assim que o bebê nascesse para vê-lo.

Edward assistiu o nascimento de Anthony, ficou segurando a minha mão por todo momento e nem se importou com os apertões que dei nela devido a dor do parto. Sim, mas um filho que nasceu num parto normal, mas dessa vez da forma que eu queria, no hospital, e com o pai do meu filho, o amor da minha vida, ao meu lado. Como ele promete quase todos os dias estar sempre.

O parto doeu mais do que da Nessie, também Anthony era grande, quando ouvi o barulho do choro, eu não evitei as lágrimas, comecei a chorar de emoção, olhei para Edward e vi que ele também estava com os olhos marejando assim que o médico deu o bebê para Edward segurar, ele todo sorridente se aproximou de mim, para que eu o visse, ele era lindo, branquinho, de cabelos pretinhos e também grande e bem gordinho, eu logo acariciei o seu rostinho e dei um beijo em sua testa, mesmo com os resíduos do parto.

— Olha amor, nosso bebê, é lindo, se parece com você... – ele disse, todo emocionado, percebi que o rosto dele estava todo vermelho, ele estava prestes a chorar.

— Não, ele é um garotão, igualzinho a você... – falei. Edward me olhou, e continuou sorrindo.

E então ele não quis por nenhum momento, desde que Anthony nasceu até eu ir para o quarto, sair do meu lado.

+++

Realmente Anthony tinha um pouco de mim e um pouco de Edward, seus olhos eram também brilhosos que o nem o do pai, e Edward dizia que o formato de seu rosto lembrava o meu.

Depois que fui para o quarto, Edward continuou prestativo como sempre, me ajudou a tomar banho, a me vestir, e fazia questão de me segurar, do banheiro até a cama. Toda vez que as enfermeiras traziam Anthony, ele ficava ali segurando-o e balançando, com olhar bobo no rosto.

Nessie também se alegrou bastante assim que o viu, ficava toda animada em volta do berço, falando com ele como se ele pudesse respondê-la, só que ele passava a maior parte do tempo dormindo feito um anjinho e eu sabia que ela ficava ansiosa, na espera dele acordar.

— Quando ele vai poder brincar comigo? – ela perguntou, toda ansiosa.

— IIh filha, vai demorar um pouquinho... Ele é pequeno, você vai ter que esperar ele crescer um pouco! – Edward falou, se aproximando dela e também olhando Anthony no berço.

— Ele só dorme... – ela resmungou.

— Calma meu amor, dizem que o bebê demora para perceber que não está mais na barriga... – eu expliquei para ela.

— Ai ele é tão lindinho, parece um anjo enquanto dorme! – exclamou minha mãe também em volta do berço, junto de meu pai. Ela sorria toda abobalhada. Eu achava isso ótimo, pois eu sabia que ela sentiu falta de fazer parte da vida de Nessie quando ela nasceu.

— Sim, lembra muito a Bella quando bebê... – comentou agora meu pai, ele olhou para mim e sorriu. Sorri de volta para ele.

Sim, Anthony era meio diferente de Nessie quando era bebê, isso porque Anthony tem mais traços meus do que Nessie, o que Edward achava ótimo.

Também recebi visitas dos pais de Edward, da Rosalie e do Emmett acompanhado de Amy, que alias saiu loirinha de olhos azuis, uma graça, também tem a quem puxar, Alice e Jasper também vieram nos visitar e pude notar o quanto a barriga de Alice cresceu nas ultimas semanas.

Também recebi visitas de Sara, de Jéssica e de Mike e também de Jane e Jacob, que alias, assumiram o namoro. Todos trouxeram presentes, lindas roupinhas, que já fui guardando na bolsa com muito carinho, eu já estava ansiosa para ver Anthony vestido com cada uma delas.

Quando chegamos em casa, foi maravilhoso, pois Anthony era um bebê muito calmo, não dava um pingo de trabalho, dormia muito, o que irritava Nessie, pois era muito difícil ver os olhinhos dele abertos, mas mesmo assim ela logo tratou de pegar Dora, para mostrar Anthony para ela.

— Olha lá Dora, é meu irmãozinho, ele ta dormindo, mas meus pais disseram que logo ele vai brincar com a gente! – Nessie explicou para a cadelinha, enquanto a levantava próximo do berço, eu sorri para Nessie achando-a uma graça. Naquele momento já percebi que ela seria uma ótima irmã.

+++

— Como você está se sentindo em ser pai de novo? – fora a primeira coisa que perguntei a Edward, assim que nos deitamos. Eu já havia dado de mamar, Edward e eu banhamos o bebê juntos, quer dizer eu deixei Edward banhá-lo e fiquei só observando e o orientando, afinal, eu ainda me lembrava de como banhava um bebê, já que tinha ganhado experiência com a Nessie, mas para Edward tudo aquilo era novo, e em todo momento ele ficou morrendo de medo, pois Anthony é tão pequeno.

Edward suspirou e virou seu corpo em minha direção, agora Anthony estava dormindo, eu puis o celular para despertar para me lembrar o horário de dar novamente de mamar e eu também estava atenta a babá eletrônica.

 - É maravilhoso, quero aproveitar cada momento, cada detalhe, vou pedir férias do trabalho... Para ficar mais tempo com vocês! – ele falou, todo sorridente.

— Seria ótimo, ficarmos aqui todos juntos, como uma bela família que somos... – falei, acariciando o rosto de Edward, ele pegou a minha mão e deu um demorado beijo nela, e então me olhou, com os olhos todo brilhantes.

— Você me faz muito feliz, sabia? – ele falou para mim, sorrindo dei um beijo de leve nos lábios dele.

— Não tanto, quanto você me faz feliz, Edward! – falei, suspirando.

Trocamos sorrisos apaixonados, e agora nos beijamos de uma forma mais profunda, realmente a cada dia eu me sentia mais feliz e realizada, agora em todos os aspectos, em todos os sentidos de minha vida. E isso era mais uma prova para mim de que Deus existe, e de que estava me recompensando por quase uma década de sofrimento, tristeza e dor. 

+++

Quase depois de um ano da morte de Nick, finalmente a sua casa dele iria ser demolida. Aquela altura, a polícia já havia terminado de investigar a casa, e por sorte não encontraram nenhum cadáver. Toda hora falavam da demolição na televisão, e ainda ficavam relembrando e relembrando o caso, que já havia passado de dois anos.

— Você quer mesmo ir? – Edward perguntou para mim, aproximando-se enquanto eu assistia o noticiário na televisão.

— Com certeza! – eu respondi, sorrindo para ele.

Eu quis ir á demolição, pelo mesmo motivo da qual eu quis ir para o julgamento, eu via isso como mais uma maneira de me curar. A demolição estava marcada para as 8h30min, mas eu cheguei ao local mais cedo, apenas deixei Nessie na escola e Anthony na casa dos meus pais, e junto de Edward fomos até lá e distribuímos balões amarelos entre as centenas de pessoas presentes em torno da avenida, da qual ficava a casa de Nick.

Por que eu decidi distribuir balões? Pois eu sabia que a maioria das mulheres e dos homens que estavam ali, eram mães ou pais procurando seus filhos desaparecidos, esposas procurando os seus maridos, maridos procurando as suas esposas, ou melhor, dizendo, pessoas procurando por alguém especial. E eu queria que cada uma dessas pessoas nunca desistissem de procurar seus entes queridos, se eu voltei depois de quase uma década, essas pessoas ainda poderiam voltar.

E era essa frase que Edward e eu falávamos para essas pessoas: “Nunca desista!”.

Enquanto aquela casa era derrubada, as pessoas soltaram os seus balões amarelos ao mesmo tempo, permitindo que eles flutuassem no céu, fora uma visão linda, abraçada a Edward eu fiquei observando esses balões flutuarem, e sorri, pois naquele momento eu me senti bem, eu senti que a ultima recordação que poderia ter de Nick já estava sendo destruída.

Antes de eu ser cercada por repórteres que já estavam chegando ao local, Edward e eu preferimos ir embora. E enquanto eu estava no carro, fiquei ali pensando, em todos os anos desperdiçados naquela casa. Fora então que senti Edward tocar a minha mão, e então olhei para ele e sorri. Pois logo um novo pensamento me consolou: Mesmo eu tendo perdido quase uma década, nesses dois anos que eu estou em liberdade, fora tão bom que fora suficiente para recuperar todos aqueles anos perdidos.

Graças a Edward, Nessie, meus pais e todos os demais amigos e familiares, e agora também a Anthony, eu tenho uma nova vida. Eles são maravilhosos, eles me consolaram, na verdade eles me consolam até hoje.

E hoje eu vejo que as coisas mais banais me deixam feliz, sempre as coisas simples mexeram comigo, mas hoje eu consigo dar ainda mais valor a elas. Eu acordo e faço o meu café da manhã, adoro cantarolar enquanto Anthony dorme em meus braços, ando pela minha nova casa que apelidei de “casa da esperança” enquanto observo cada detalhe dela com um sorriso bobo no rosto, arrumo Nessie para a escola e adoro fazer trancinhas em seu cabelo e amo vê-la entrar correndo na sua escola, pois sei que ela é feliz ali. A noite eu gosto de ficar por horas assistindo televisão com Edward, a gente conversa, conversa muito, sempre temos assunto e eu gosto de enquanto converso com ele ficar admirando aquele sorriso lindo e os seus olhos brilhantes, assim como gosto de observar Nessie e Anthony dormirem e também adoro ver o dia amanhecer, pela ampla janela de nossa sala de estar.

Sim, posso dizer que tenho uma vida recuperada, nunca irei esquecer o que passei, mas posso dizer que superei. Ás vezes me perguntam ate hoje se ainda eu odeio Jeffrey, acredito que o mundo espera que eu o odeie pelo resto de minha vida, e não vou mentir: Sim já o odiei, e por muito tempo, toda vez que eu pensava naqueles anos todos perdidos, eu ficava furiosa. Mas agora eu fui aprendendo a cada dia, semana, ano, me libertar de tudo isso. Pois como uma vez eu disse, decidi olhar para frente, pois sei que se eu ficar olhando para trás somente irei machucar a mim mesma. Somente eu irei me ferir de novo e de novo, afinal, não ganharei nada ficando a vida inteira guardando o ressentimento e amargura. Se eu não o perdoar, será como se ele tivesse me aprisionado duas vezes: primeiro enquanto me fez de prisioneira em sua casa, e agora, mesmo depois de ir embora, e eu sei que serei injusta comigo mesma.

Hoje, depois de tanto refletir e depois de tantas orações e meditações, eu consegui ver que se estou aqui, agora, é por um propósito. Acredito que Deus me trouxe de volta, para poder falar, para poder dar esperança, para poder contar a minha história. Pois sei que através dela, eu posso ajudar os outros que estão ou estiveram numa situação como a minha. E hoje, quando me sinto mal ou perdida, é nesse propósito que eu me agarro: poder gritar por muitos que estão presos em algum lugar nesse mundo, e que algum dia eu acredito que poderão ver a luz, que hoje finalmente eu consigo ver.

Continua...

***

...Quero abençoar outras pessoas da mesma forma em que fui abençoada. Sempre que digo isso algumas pessoas parecem surpresas por eu ver a vida como uma benção, depois de todas as coisas terríveis que passei. Mas a benção é que eu sai viva de tudo aquilo. Ainda estou aqui, ainda estou respirando todo dia. E ainda, sou capaz de fazer alguma coisa pelos outros. Não existe benção maior do que essa.

Michelle Knight (Vitima do Sequestro de Cleveland, 11 anos mantida em cativeiro por Ariel Castro, liberta no dia 6 de maio de 2013).


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoas esse é o ultimo cap. De sempre ao teu lado, ainda tenho epilogo, e falarei mais quando postar ele, mas, quero falar já algumas coisas, principalmente do quanto “Sempre ao teu lado” foi importante para mim, e já digo que eu espero do fundo do coração ter passado um pouco dessa importância para vocês.
Quem me conhece sabe, o quanto sou chata, perfeccionista e exigente comigo mesma, são poucos trabalhos que faço que no final, tenho orgulho do que fiz, porque sempre acho que posso mais, que posso fazer melhor, então, uma coisa posso garantir a vocês, quem quiser continuar acompanhando meu trabalho, pode acompanhar tendo a certeza que sou comprometida com que faço, sempre concluo tudo que começo e sempre dou satisfações das minhas histórias, não porque sou melhor do que outros autores, ou algo assim. Não, NUNCA, existem outros autores maravilhosos, que eu admiro muito e que vale a pena ser lidos SIM, até faço propaganda da Sill Cullen por ai, por exemplo, que é uma ótima autora e suas fics são as poucas que me marcaram de verdade, mas uma coisa que sempre o que aconselho aos meus leitores é que leiam algo de qualidade, não aceitem qualquer coisa, não apenas na leitura, mas em tudo em sua vida, ser CRITICO é TUDO! E tempo é precioso, use para algo bom. É só um conselho.
Mas o que quero falar é que não cobro somente o que escrevo, mas também pelo que leio, pelo que assisto, pelo que vejo, escuto, falo, posso não ter ficado satisfeita o suficiente com muitos trabalhos meus, SIM até critico alguns que se fosse hoje eu nunca teria escrito ou postado, mas “Sempre ao teu lado” foi um tema que SIM EU me orgulhei em escrever. Pois hoje, na nova fase que estou, espiritualmente falando, eu não quero escrever algo que só sirva de distração para quem lê, de hobby, posso escrever uma ou outra história ai, somente por escrever, mas essa não foi uma fic que escrevi somente por escrever, essa eu escrevi sim com um propósito, para as pessoas refletirem, ela veio da minha alma e é isso que vale a pena. É isso que fez eu continuar aqui escrevendo. Pois essa é aquele tipo de história que acho que vale a pena ser contada.
Pois de cinco livros que adorei ler, sim, só foram cinco livros que me deixaram satisfeita de verdade por ler, pois esses me trouxe mais do que simples prazer pela leitura, me trouxe reflexão, me fez uma pessoa melhor, e um dos livros que marcou minha vida profundamente foi Libertada de Michelle Knight, pois ele atingiu o fundo do meu coração, e é isso que me faz amar a escrita, pois através da escrita somos capazes de ler aquilo que mexe com você, é bom ler por hobby, mas não existe nada mais importante do que você ler algo que muda sua forma de pensar, que te faz refletir e Libertada foi um desses livros, e me sinto profundamente orgulhosa de poder espelhar um pouco a minha personagem em Michelle Knight uma mulher que admiro por sua força, coragem, determinação, uma mulher de fé, que agüentou 11 anos de cativeiro, que foi maltratada, espancada, obrigada a sofrer abortos, ficou meses sem tomar banho, sem escovar os dentes, sem lavar um cabelo, dias amarrada numa garagem, com um capacete na cabeça, fora estuprada todos os dias, e agüentou tudo, devido a sua fé, acreditando que um dia iria rever o seu filho, e hoje, depois de 11 anos de cativeiro, ela conseguiu superar toda essa dor e é feliz.
E o que aprendi com tudo isso? Que vale a pena valorizar o que você tem, não chorar pela vida que leva, mas sim levantar a cabeça e olhar para frente e procurar fé e força mesmo achando que ela não existe. Pois nós mulheres somos fortes, guerreiras e conseguimos SIM tudo que queremos, basta só ter fé.
Por isso hoje de tarde falei de fics que dão vergonha de serem lidas em meu grupo, por romantizar abusos físicos, psicológicos, traições. Pois não somos obrigadas a isso, muitas mulheres morreram pelos direitos que temos hoje, muitas mulheres passaram por abusos físicos, psicológicos, estupros, mulheres reais, e isso em minha opinião não deve ser romantizado, porque nenhuma mulher merece passar por isso, nenhuma, e todos os dias mulheres são silenciadas, por homens que vê mulheres como objetos, como posses, eles são loucos e NUNCA deveriam ser colocados em histórias como protagonistas. Sinto muito para quem gosta, mas essa é a minha opinião, principalmente depois de conhecer a história de Michelle Knight que foi vitima de um desses homens que a viu como objeto. E NENHUMA MULHER merece passar por isso.
Michelle Knight tinha direito de odiar a todos, ela podia viver amargurada odiando o mundo e Ariel Castro por tudo que ela passou. Mas ela preferiu seguir em frente, mostrando, que ainda quando nada parece que tem jeito, tem uma hora que Deus olha para você e te dá uma chance de recomeçar. Ela é um caso real, uma vida real, uma mulher real e não apenas uma personagem criada, ela é uma das sobreviventes da maldade humana. E teve uma história para contar.
E é isso que quero passar para vocês, que acompanham minhas fics, minhas histórias, Deus me deu o dom de escrever, de usar as palavras para passar alguma mensagem, muitos anos escrevi sem propósito algum, apenas por mero divertimento, mas dessa vez quis usar isso para algo maior, alguns pode não ter entendido essa mensagem, mas eu quero através de “Sempre ao teu lado” passar essa mensagem a vocês, nunca desistam de nada. Nunca perca a fé, uma parte de Isabella Swan foi inspirada em Michelle Knight que é uma de muitas mulheres que deveriam ser mais usadas em histórias, mostrando que todos podem se superar.
E se hoje estou aqui ainda escrevendo para um ou outro que está lendo essa mensagem ou que acompanha minha fic, quero dizer, obrigada, por ter lido “Sempre ao teu lado”, e espero muito, muito mesmo que vocês tirem algo de bom nisso tudo! E o mais importante, tenham fé, pois uma coisa posso dar a certeza Deus estão com todos vocês ;)