27. A Entrevista

Eu só consegui digerir todas aquelas palavras escrita apenas quando li a carta pela terceira vez, e enquanto os meus olhos percorriam linha por linha, algumas lágrimas foram caindo dos meus olhos e o meu coração disparou muito, mais muito forte.

Assim que terminei de ler ela pela terceira vez, fechei a carta e guardei-a na gaveta da cômoda, voltei a me sentar na cama enquanto sentia a minha cabeça ainda girar.

Agora aquela frase que ele havia dito para mim estava fazendo sentido em minha cabeça. Pois agora eu entendia a resposta que ele estava esperando, ele queria saber a minha resposta referente á carta.

Engoli em seco e deitei em minha cama, enquanto pensava, não pude evitar sorrir, Edward sempre sabia o que dizer, e eu sempre fui apaixonada por essa sua sensibilidade, o seu romantismo, eram qualidades difíceis de encontrar em um homem e eram exatamente as qualidades que me fizeram me apaixonar perdidamente por ele.

Realmente eu não saberia o que dizer a ele, sempre tive mais dificuldades em encontrar as palavras certas enquanto ele parecia encontra-las fácil demais, então eu fiquei pensando por um bom tempo, tentando formular frases, palavras que se encaixassem perfeitamente, fechei os olhos, pensei, pensei e pensei, mas não consegui nada.

Eu estava ainda surpresa demais e emocionada demais para conseguir raciocinar. Mas também eu sabia que como sempre quando eu o visse, eu ficaria nervosa demais, e mesmo formulando frases, palavras, na hora eu não iria conseguir solta-las, não do jeito que eu planejasse, eu saberia que eu ia mudar tudo, ia improvisar, e talvez fosse até melhor assim, o melhor era deixar acontecer, esperar ficarmos frente a frente para depois eu deixar soltar o que viesse dentro de mim.

Abri os olhos ainda sentindo o coração disparado num ritmo anormal, eu ainda estava sorrindo e ainda sentia vontade de chorar, confesso que eu ainda estava bastante receosa e bastante confusa, mas entre todas as duvidas e receios uma coisa eu tinha certeza, na verdade no fundo eu sempre tive de que Edward e eu precisávamos nos dar uma nova oportunidade.

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Edward não apareceu no domingo, pelo que eu conhecia ele estava me dando um tempo para pensar, já logo na segunda de manhã, eu fui para minha terapia, Nessie ficou na sala de espera com a secretaria, enquanto eu entrava para conversar com a psicóloga, confesso que o primeiro dia não foi muito bom, eu simplesmente travei e não consegui falar muitas coisas, mas eu estava disposta a marcar mais sessões, esperançosa de que as próximas seriam melhores.

Depois que voltei para casa, tirei a Dora da lavanderia para que Nessie brincasse um pouco com ela, ela ficou na sala de estar com a cachorrinha, enquanto eu fazia uma lasanha para almoçarmos e para os meus pais comessem quando chegassem do trabalho, assim que a coloquei no forno, segui até a sala de estar, vi que Nessie estava trocando de canal e parou no jogo de basquete.

— Olha lá mamãe, papai tá jogando! – ela exclamou.

Meu coração disparou, fui até o sofá e sentei-me nele, esperando Edward aparecer, naquele momento fora impossível não me lembrar do quarto, de como eu ficava ansiosa em vê-lo aparecer na televisão, e estranhamente mesmo agora eu o vendo pessoalmente, eu ainda continuava ansiosa na expectativa de vê-lo no jogo, mesmo que rapidamente.

E quando Edward apareceu, quando a câmera focou em seu rosto, meu coração disparou acelerado e eu sorri, ele estava lindo de uniforme, tão branquinho, com os olhos brilhando e com os traços tão perfeitos, mordi os meus lábios inferiores e naquele momento eu senti aquela vontade imensa de tê-lo pessoalmente na minha frente, para poder tocá-lo, sentir que ele é real.

— Edward... – falei num tom baixo, enquanto Nessie se aproximava e se sentava no meu colo.

— Olha lá mamãe, papai acertou a bola na cesta! – ela disse, apontando para televisão.

— É seu pai é um ótimo jogador de basquete! – falei.

— É e é meu pai, ele é um máximo! – ela falou, parecendo toda orgulhosa de Edward ser seu pai. Sorri e dei um demorado beijo no rosto dela, enquanto meus braços entrelaçavam em sua cintura.

— Você gosta muito dele, não é? – perguntei para ela, e ela sorriu para mim.

— Sim muuitão! – ela disse, enfatizando a palavra: “muitão”. – Mas eu gosto muitão de você também mamãe, muito, muito mesmo!

— Eu sei filha, mamãe também te ama muito! – falei, e enquanto voltava a acariciar o cabelo dela, eu voltava a assistir o jogo de basquete.

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Edward como sempre se destacou bastante no jogo e ainda o jogo terminou no mesmo tempo que a lasanha ficou pronta, tirei dois pedaços, um para mim e outro para Nessie, e então começamos a comer, Nessie ficou toda feliz, pois ela adorava lasanha. Ela ate quis insistir em dar um pedaço para Dora e eu tive que explicar várias vezes para ela que cachorros não podiam comer comidas de pessoas, pois fazia mal.

Enquanto eu lavava os pratos, a campainha tocou, e só de ouvir o barulho da campainha o meu coração disparou, pois a primeira pessoa que pensei foi em Edward, mas logo eu lembrei que acabei de assistir um jogo dele e como os jogos são ao vivo, eu sei que ele está muito longe, o jogo acabou há poucos minutos, então concluindo não tem chances dele já ter chegado a minha casa.

Assim que abri a porta e vi de quem se tratava, fiquei boquiaberta, claro a surpresa foi porque eu não esperava vê-la nunca mais.

— Jéssica? – falei.

— É... Oi! – ela disse, desconcertada, eu então dei espaço para que ela entrasse na minha casa, ela entrou e em seguida eu fechei a porta, ela virou-se então para mim, e me encarou seriamente.

— É uma surpresa ter você aqui... – eu disse.

— Eu sei que você deve estar odiando a minha presença, ainda mais porque eu sei que tudo que você passou foi por culpa de um tio meu, desde que tudo isso estourou eu pensei muito e por muito tempo antes de vir até aqui, na verdade, eu queria ter vindo antes, mas fiquei com muita vergonha... – ela falou, notei que os olhos dela começaram a marejar e ela olhou para o chão.

Jéssica não havia mudado muito com os anos, a única diferença era que o cabelo estava maior e um pouco mais claro, mas ela continuava esbelta e bastante bonita, fiquei olhando-a por alguns segundos, imaginando-me o quanto ela deveria estar desconcertada com toda a situação, e principalmente mal, afinal, o monstro que está agora atrás das grades é um parente dela, tem o mesmo sobrenome dela e ainda eles eram bem próximos, pelo menos eram até o dia em que eu fui pega por ele.

— Você não tem culpa Jéssica! – eu falei, e então ela me olhou. – Você foi vitima assim como eu, você não tinha como saber o que ele estava planejando...

— Mas isso não diminui a vergonha que sinto por saber que foi um familiar meu que fez isso com você... Ai, Bella, se eu soubesse, você não teria ficado tanto tempo...

—Esquece isso Jéssica! – eu a cortei e me aproximei dela, peguei as suas duas mãos. – O importante é que você se lembrou de mim, se importou em vir aqui, me ver, você não faz ideia de como isso me deixa feliz... – eu falei, sentindo meus olhos marejarem, eu não imaginava um dia rever Jéssica, ela foi uma pessoa importante para mim no ensino médio, foi minha melhor amiga, aquela confidente que guardava todos os meus segredos, tê-la aqui comigo de novo era extremamente especial, emocionante.

— Claro, é como eu disse eu queria ter vindo antes, mas fiquei com medo de você não querer me ver, me odiar, me expulsar, não sei... – ela disse, e então eu ri e discordei com a cabeça.

— Parece que você não me conhece, você sabe Jéssica, que eu sou muito justa! – falei e nós duas então trocamos sorrisos uma com a outra, e então nós duas nos abraçamos forte, enquanto a abraçava, não pude evitar de derramar algumas lágrimas, enxuguei-as rapidamente com minha mão, e quanto a soltei, notei que ela também estava emocionada, ao olhar a minha volta também notei que Nessie estava parada perto de nós, nos olhando com um olhar curioso, eu logo sorri.

— Jéssica, essa é a minha filha Renesmee! – eu disse. – Nessie essa é uma amiga da mamãe, a Jéssica!

— Nossa, que menina linda! – Jéssica disse, sorrindo para Nessie, se aproximando dela e pegando em sua mão. – Ela não é filha do...? – ela fez num tom de pergunta.

— Não! – eu disse rapidamente. – Ela é filha do Edward!

— É meu papai é jogador de basquete, sabia? – Nessie falou para ela

— Sim, eu conheço o seu pai, mas eu não o vejo há muito tempo! – ela falou.

— É que ele perde muito tempo jogando a bola na cesta, ai um pouquinho do tempo livre dele é para ficar comigo e com a mamãe... – ela explicou, eu ri e discordei com a cabeça, vi que Dora veio correndo em nossa direção, Nessie se agachou e pegou a cachorrinha nos braços. – Olha, ela é a Dora, é minha!

— Que linda... – disse Jéssica, pegando a Dora nos braços, ela logo tratou de lamber o rosto de Jéssica, é incrível como ela tem essa péssima mania.

— Ela parece um urso não parece? – Nessie perguntou.

— Sim, ela é muito fofa! – Jéssica concordou.

— Foi meu papai que me deu... – disse Nessie toda feliz.

E então juntas fomos para sala de estar.

Jéssica passou á tarde conosco para colocarmos a conversa em dia, e realmente ficamos horas conversando, ela foi me contando que se formou em economia e está trabalhando em uma boa empresa, só que ela está de férias, e ainda tem quinze dias de folga pela frente, ela também tá noiva de Mike Newton, o que me deixou bastante feliz, pois eu o conhecia, ele fora meu amigo também na época de ensino médio, ela então prometeu que um dia traria ele em casa para eu poder revê-lo.

Jéssica também comeu um pedaço da minha lasanha e depois ficamos um tempo na sala, e enquanto Nessie brincava com a Dora e com os seus brinquedos, Jéssica e eu estávamos assistindo televisão e claro, também continuávamos colocando a conversa em dia, ela estava bastante curiosa para saber mais como estava a minha relação com Edward e ia perguntando todos os detalhes, eu fui contando tudo e até acabei me lembrando da nossa época de adolescência, quando ficamos horas falando sobre garotos.

E quando eu terminei de falar para ela sobre o termino de Edward e da Tanya, percebi que Jéssica acabou ficando até mais animada.

— Está na cara que ele terminou com essa modelo porque tem esperanças de voltar com você! – Jéssica falou, parecia bastante segura disso e eu não pude evitar sorrir.

— Você acha? – perguntei.

— Mas é claro, tá tão obvio, e além do mais, vocês era o casal perfeito do ensino médio, até pareciam aqueles casais das novelas... – ela falou. – Sabe eu sempre achei que vocês iam subir no altar!

Aquilo fez meu coração disparar, pode parecer idiota, mas eu até fiquei imaginando a cena, eu vestida de noiva, entrando na igreja e vendo Edward me esperando no altar. Automaticamente, um sorriso surgiu nos meus lábios, sorriso da qual Jéssica correspondeu.

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Assim que Jéssica foi embora, eu comecei a ficar ansiosa enquanto pensava em Edward e naquela carta, para tentar pensar em outra coisa que não fosse os últimos acontecimentos, cheguei a ligar o notebook e comecei a escrever as primeiras páginas da minha história, comecei fazendo um resumo sobre a minha infância, adolescência, e quando cheguei a começar escrever sobre Edward, meu coração começou a disparar.

Quando os meus pais chegaram, guardei o notebook, e Nessie e eu, jantamos com os meus pais, começamos a conversar e meus pais falaram um pouco sobre o trabalho e foi bom porque eu pude me distrair um pouco, depois do jantar Nessie e eu levamos a Dora para a lavanderia, e em seguida Nessie disse que iria brincar em seu quarto, fui então para a sala de estar, liguei a televisão e comecei a procurar algum programa de fofocas para assistir, confesso que desde que os programas começaram a falar sobre a separação de Edward e Tanya, e também sobre Edward ter sido visto com uma menina que poderia ser a filha dele, eu comecei a assistir esses tipos de programas com mais frequência, na expectativa de descobrir alguma novidade.

Enquanto trocava de canal eu lembrei-me de que no período noturno, tinha um programa famoso que falava sobre os famosos, e ás vezes eles faziam até entrevistas, logo fui mudando de canal até chegar ao programa, enquanto fazia isso notei a aproximação do meu pai.

Ele suspirou e se sentou ao meu lado.

— Filha, eu me esqueci de perguntar, como foi com a psicóloga? - meu pai perguntou.

Deixei no canal do programa que eu estava procurando e coloquei o controle no sofá, em seguida olhei para o meu pai.

— Eu travei, não foi tão bom como eu queria que tivesse sido... – respondi a ele.

— É natural, é difícil conseguir se abrir na primeira sessão, imagino que deva dar vergonha, não é?

— É embora seja um psicólogo, ainda é um estranho, não é a mesma coisa de conversar com um amigo, ou com os pais, eu não sei, não me senti tão segura com ela... – falei, dando de ombros, em seguida suspirei. – Mas espero que com o passar das sessões, tudo fique mais fácil, se não vou trocar de psicóloga...

— Sim filha, mas com certeza vai melhorar, eles devem... – meu pai falava, mas calou-se quando nós ouvimos a apresentadora da televisão falar o nome de “Edward”, desviamos o olhar rapidamente para a televisão, e então vimos Edward.

— Um nome reconhecido internacionalmente, significativo tanto para adultos como para crianças, é um nome de proporção tão grande, que deixou de personificar uma mera identidade, ele é jovem, mas já se tornou um fenômeno, reconhecido tanto nos vilarejos de terceiro mundo como nos grandes centros financeiros, ele já assinou seu nome no cenário esportivo, estamos falando do fantástico Edward Cullen! – o repórter falava ao mesmo tempo em que aparecia varias cenas de Edward Cullen jogando basquete. – Um homem inteligente, de personalidade e com uma habilidade extraordinária, conhecido por ser sempre muito atencioso com a imprensa e com os seus fãs, não demorou muito para que Edward Cullen se tornasse um dos queridinhos no mundo do esporte, com o seu enorme talento ele teve uma incrível temporada, onde graças a sua pontuação contribuiu para a vitória de Toronto Raptors na NBA esse ano, e ainda há pouco tempo Edward tornou-se o maior pontuador da Toronto Raptors e ainda foi indicado como o atleta masculino do ano...

As fotos de Edward pararam de aparecer, para focarem novamente na apresentadora que estava em pé e com microfone na mão.

— Então, vamos receber agora o fenômeno Edward Cullen! – a apresentadora falou, e então a plateia levantou-se e começou a bater palmas e dar gritos, enquanto Edward entrou de roupa formal, sorrindo e acenando para a plateia, ele cumprimentou a apresentadora, e os dois sentaram-se no sofá, que havia próximo á apresentadora.

— Edward Cullen obrigada por nos conceder essa entrevista, sabemos que você acabou de sair de um jogo importante, e venho direto para cá, deve ter sido bem cansativo... – ela falou.

— Sim, mas é uma honra estar aqui, sentado no seu sofá! – ele disse de uma maneira simpática e o sorriso da apresentadora se alargou.

— Bom, muito obrigada, então iniciando a nossa entrevista, vamos começar pela sua juventude, quando você decidiu tornar-se um jogador de basquete, você por acaso acreditava que em pouco tempo iria tão longe? – ela perguntou.

— Não e sim, eu sonhava em chegar aqui, como qualquer pessoa que decide ser um atleta, claro que sempre queremos buscar ser no mínimo um jogador de destaque, mas eu sempre tive a consciência de que o basquete não é um caminho fácil, pois necessita-se de talento e também de sorte e claro dedicação extrema, além de ser um caminho difícil e também doloroso... – ele deu aquele sorriso dele que eu amo tanto e apresentadora riu levemente. – Mas embora eu sonhasse como eu mesmo disse, eu estava ciente dos riscos, de que eu poderia chegar onde estou ou não...

— E uma vez você disse que esse desejo de se tornar jogador de basquete foi no ensino médio? – ela perguntou.

— Sim eu jogava na escola e também treinava com o meu pai, ele foi quem mais me incentivou, ele sempre dizia você tem talento, mas talento não basta, precisa treinar, treinar e treinar, e foi o que eu fazia, treinava bastante e também me esforçava muito nos exercícios físicos, naquela época eu confesso que ás vezes eu até ficava irritado com ele, mas hoje em dia eu sou obrigado a agradecê-lo! – ele falou, e até me lembrei dessa época que Edward reclamava de seu pai.

— E às vezes você por acaso pensava em desistir? – ela perguntou, Edward ficou calado alguns segundos, parecia pensar na pergunta dela.

— Sim! – enfim respondeu. – Algumas vezes eu ficava receoso, quando vinham as dores, o cansaço, então eu pensava: será que não estou perdendo meu tempo? Eu sabia que existem milhares de pessoas talentosas no mundo, e que não conseguiram chegar longe devido á dificuldade, devido ser uma carreira competitiva, é como eu disse, talento é essencial, mas também é necessário um pouco de sorte, vamos dizer que é um conjunto todo, então hoje vejo que ser persistente é essencial... – Edward suspirou antes de continuar. – Mas quando você é adolescente, e ainda tudo é novo para você, é fácil você desistir e querer sei lá procurar um caminho mais fácil, se isso não aconteceu comigo é graças as pessoas que estavam a minha volta naquela época, todos sempre me apoiaram muito, e quando eu penso nisso, nas pessoas maravilhosas que me acompanharam em toda minha vida, eu digo a mim mesmo, fui um homem de sorte... – ele falou e não pude evitar de sorrir, pensando se eu estaria incluída nessas pessoas que ele estava falando.

— Então para você tua família foi essencial para você crescer como atleta? – ela perguntou.

— Sim, tanto minha família, como outras pessoas que conviveram e ainda convivem comigo, eu tive a sorte de sempre ter apoio de todos, tanto que até hoje eu sempre me lembro das palavras de uma pessoa que fez parte desse processo todo, ela sempre dizia para mim: se você não acreditar primeiro em seu próprio potencial, ninguém vai acreditar em você, você precisa de confiança em si mesmo em primeiro lugar, pois com confiança você sempre fará tudo melhor e o resto o destino dá um jeito, e com certeza essas palavras me acompanharam por toda minha vida, foi algo que deu realmente certo na pratica, porque quando comecei a ser mais confiante foi quando as coisas finalmente deslancharam... - eu então meu sorriso se alargou e senti até mesmo meus olhos lagrimejarem, pois eu sabia que havia sido eu que havia falado essas palavras para Edward. - Então o apoio é fundamental, se você não tiver alguém que lhe dê a mão nos momentos de desanimo, tudo se torna-se mais complicado... – ele acrescentou. – Mas também devo confessar que tem momentos que o apoio nos deixa, com medo...

— Como assim?

— Bom teve momentos que fiquei meio receoso, pois esse sonho não era só meu, ele também era da minha família, amigos, de pessoas que conviviam comigo, então eu pensava, se eu não chego lá? Não será só eu que vou ficar desapontado, outras pessoas também se decepcionarão, e isso me deixou muito, mais muito assustado...

— Mas você conseguiu superar esse momento? – ela perguntou.

— Só a medida em que fui ficando mais velho... – ele afirmou.

— Edward até agora você pode afirmar que a vitória de Toronto Raptors na NBA foi o momento mais emocionante de sua carreira? – a entrevistadora perguntou.

— Todo mundo pensa que é, já que é quando você se consagra como um jogador de basquete, e sim, foi algo crucial para minha carreira e claro foi muito emocionante, mas posso dizer que tem outro momento que posso afirmar que foi muito emocionante também, isso já faz mais tempo, foi no começo da minha carreira, no meu ultimo ano da escola eu fiz a cesta que deu a vitória ao campeonato universitário para minha equipe, esse momento foi demais, pois foi ai que eu comecei a existir como jogador e foi quando comecei a aparecer de verdade!

— E é verdade que além de jogador você está querendo se tornar empresário e criar sua própria linha de roupas e de acessórios? – ela perguntou.

— É algo que estou ainda pensando, a mídia aumenta, mas ainda não foi nada decidido, só existe a ideia... – ele respondeu.

— Edward como você se sente em ser uma inspiração a muitos jovens, que um dia querem ser parecidos com você? – ela perguntou.

— Eu sinto-me honrado em pensar que muitos admiram o que eu faço, é bom você ser reconhecido no que você faz, eu mesmo quando era jovem também me inspirei em uma estrela do basquete, que foi o Michael Jordan, um dia eu pensei se eu um dia conseguir ser a metade do que ele é na historia do basquete eu ficarei satisfeito, então, ele foi bastante importante no meu desenvolvimento como jogador, eu sempre queria imitá-lo... – Edward então riu, eu ri também, pois me lembrei da nossa adolescência quando Edward ficava horas falando sobre Michael Jordan.

— E você acha que conseguiu? – ela perguntou.

— Estou longe de ser um Michael Jordan, mas sinto-me feliz com o que eu já conquistei! – ele respondeu.

— Você é jovem, então, ainda tem muitos anos pela frente, sua carreira está apenas no inicio, então, você já está fazendo planos para o futuro? – ela perguntou.

— Não costumo fazer planos, eu apenas penso, darei o melhor de mim e o que vier é lucro... – ele disse e então riu, junto da entrevistadora. – No momento estou pensando e fazendo planos mais na minha vida pessoal, no Edward fora das quadras, tem um momento, que temos que ver que somos mais do que jogadores, existem outras necessidades e que precisam ser supridas...

— Então, era algo que já iriamos começar a falar, mudando um pouco de assunto, esses últimos dias o seu nome foi muito falado nas revistas, nos programas, mas o assunto não era sobre o seu desempenho nas quadras, e sim sobre sua vida pessoal... – ela falou e percebi que Edward suspirou. – Todo mundo ficou surpreso com o termino do seu relacionamento com Tanya Denali, afinal, vocês tinham acabado de se tornarem noivos, começaram primeiro a falar que vocês entraram numa crise, seria verdade?

— Sim! – ele concordou, nesse momento meu coração já havia começado a disparar.

— Um pouco antes de começar a circular a noticia do termino de vocês, alguns fotógrafos tiraram foto de você no zoológico acompanhado por uma criança, onde começaram a especular que poderia ser sua filha, você até o momento não confirmou e nem desmentiu a história, e então todos querem saber, essa menina é a sua filha?

Edward ficou em silencio por alguns segundos antes de responder, meu coração já estava acelerando tanto que parecia que até ia parar de bater.

— Sim, ela é minha filha, se eu nunca falei dela para ninguém, é porque eu não sabia que tinha uma filha, eu soube há pouco tempo, ela é filha de uma pessoa com quem eu me envolvi quando era adolescente, ainda no ensino médio e então ela engravidou, mas eu não fiquei sabendo, pois antes dela me contar, ela foi sequestrada e só conseguiu sair do cativeiro há pouco tempo... – ele explicou.

— Então você confirma os boatos de que essa menina seria a Renesmee, filha de Isabella Swan? Aliais quem não lembra, esse caso repercutiu em todo país por semanas, ficou muito conhecido pelo fato de que a garotinha se fingiu de morta para conseguir fugir do cativeiro e pedir ajuda para salvar a sua mãe...

— Sim a Renesmee é uma criança muito inteligente! – ele disse todo sorridente, eu não pude evitar sorrir também, em ver pela expressão no rosto dele, que ele parecia muito orgulhoso.

— Bom, quem não viu ainda essa foto que está dando o que falar, temos ela aqui... – a apresentadora falou, então eles sairam de cena para aparecer a foto de Nessie e Edward no zoológico, ela sentada no ombro dele, enquanto eles estavam na frente da jaula dos macacos, Edward apontava em direção a jaula e ambos sorriam. Meus olhos marejaram, aquela foto era tão linda, estava pensando em salvá-la em meu notebook. Ouvi o barulho da plateia, que pareciam comovidas, pelo som que eles faziam eles pareciam achar “fofo” aquela foto.

Depois Edward e a entrevistadora voltaram em cena.

 – Ela é especial, quando saiu do cativeiro não conhecia o mundo, mas ela é tão inteligente que já se adaptou muito rápido, é incrível como as crianças conseguem aprender e conhecer tão rápido as coisas... – ele falou.

— Sim todos ficaram encantados com essa menina, é e também nos lembramos que na época em que Isabella Swan deu uma entrevista a televisão, ela não quis confirmar se o sequestrador, o Jeffrey era o pai da garotinha, ela somente enfatizou que Renesmee era apenas filha dela! – a entrevistadora lembrou.

— Sim, porque nós não tínhamos conversado ainda, eu estava viajando na época em que esse caso começou a repercutir no país inteiro, eu só soube que Isabella Swan estava viva e que tinha voltado apenas no dia da entrevista... – ele explicou.

— E esse foi o motivo em que você e Tanya Denali romperam o relacionamento? – ela perguntou.

Meu coração disparou mais, fiquei com a boca aberta, enquanto olhava Edward pela televisão, ele ainda ficou quieto bastante tempo até enfim responder.

— O que posso dizer é que o que aconteceu mudou extremamente minha vida, tudo aconteceu muito rápido e não tínhamos como continuar, definitivamente não dava mais para eu continuar um relacionamento nesse momento... – ele falou. – Foi algo decidido por nós dois, vimos que se casássemos não iria funcionar! Mas Tanya é uma mulher maravilhosa e desejo muito que ela seja feliz e também estou torcendo muito por ela e pela carreira dela...

— E como você está se sentindo agora sabendo que é pai? – ela perguntou. Edward novamente sorriu e eu sorri junto com ele.

— Foi um choque, mas é maravilhoso, Renesmee me conquistou rapidamente, não só pelo fato de ser minha filha, mas, também por ser uma criança incrível, eu tenho muito orgulho dela, por tudo que ela viveu e pelo que ela já fez por ela mesma e pela mãe dela, que alias soube muito bem cuidar dela nesses anos todos, admiro tanto a Renesmee como a Isabella, que é uma mulher extraordinária, uma guerreira, na verdade eu só tenho maravilhas para falar delas... – ele respondeu, e no mesmo momento uma lágrima caiu dos meus olhos, e sorri mais abertamente.

— E então pela forma que você está falando, não sei se estou interpretando errado, mas vou ter que perguntar, existe a possibilidade de você voltar a ter um relacionamento com Isabella Swan? – ela perguntou, agora eu já sentia um frio na barriga e meu coração parecia que ia explodir com essa nova pergunta.

Edward ainda ficou em silencio por alguns segundos, parecia estar pensando no que iria responder.

— Bom, não é algo que depende só de mim, então é delicada essa pergunta, mas se dependesse só da minha resposta, com certeza sim... – ele enfim respondeu, deixando-me boquiaberta.

+++

— Ele praticamente se declarou para você! – minha mãe exclamou, assim que lhe mostrei a carta e falei sobre a entrevista, ela estava tão sorridente como eu. – Eu sabia que esse momento ia chegar!

Ela sentou na cama ao meu lado, eu olhei para ela com um leve sorriso nos lábios e depois olhei para carta que Edward havia escrito que estava nas mãos de minha mãe.

— Eu não canso de ler essa carta, eu acho que já li ela umas cinco vezes... – falei e então eu suspirei. - Ai quando será que Edward vai aparecer? Acho que a gente tem tanto para conversar...

— Bom, hoje vimos que ele teve um dia cheio, ele teve o jogo e agora essa entrevista a noite, mas quem sabe amanhã, não é? – ela perguntou, e então sorri, confesso que eu estava ansiosa para rever Edward novamente.

Eu estava tão ansiosa que naquela noite eu demorei para dormir, primeiro fiquei com a Nessie no quarto dela até ela pegar num sono, nós cantamos um pouco, conversamos, e quando ela dormiu eu fui para o meu quarto, lá, fiquei revirando para um lado para o outro na cama, enquanto lembrava da época em que eu namorava o Edward, fiquei sorrindo um bom tempo.

No outro dia, após o café da manhã pedi para que Nessie ficasse brincando no quarto com a Dora, enquanto eu fazia uma faxina na casa, limpei ela inteira e quando terminei eu estava totalmente exausta, sentei um pouco no sofá para descansar as pernas, e depois quando me recuperei fui fazer a janta, já que no almoço Nessie e eu comemos a sobras da lasanha.

Quando os meus pais chegaram á comida já estava pronta, servi eles, e depois sentei com Nessie para comermos, Nessie estava bastante distraída com um tablet que era do meu pai e ele deu para ela brincar, ela havia assistido alguns vídeos durante a tarde e agora estava querendo contar para nós o que havia assistido.

— A menina mora na floresta, porque ela não tem pai, ela dorme dentro de um poço, e ela gosta de deixar o cabelo todo na frente do rosto, não sei como ela consegue enxergar... – Nessie contava.

— Eu não gosto que você fique assistindo esses vídeos, você depois vai ter pesadelos Nessie! – eu a repreendi.

— Por que? Ela é má? – ela perguntou, eu suspirei e abanei a cabeça, decidindo trocar de assunto para que ela esquecesse isso.

Depois do jantar, eu me levantei da mesa decidida a levar Dora para lavanderia, chamei Nessie para me acompanhar, colocamos ela lá e assim que eu estava fechando a porta ouvimos a campainha tocar, logo Nessie saiu correndo gritando:  “papai, papai”, sem ao menos ter certeza se era Edward ou não.

Sai andando atrás dela, dizendo:

— Nessie espera, você não sabe se é o... – mas eu me calei, quando a vi abrir a porta e me deparei logo com ele.

Um sorriso surgiu em meus lábios, ao mesmo tempo em que um sorriso surgiu nos lábios dele.

— Edward... – falei.

Continua...