Sempre ao teu lado escrita por J S Dumont


Capítulo 19
Capitulo 19 - Um momento esperado


Notas iniciais do capítulo

olá gente, voltei e com um novo capitulo de "sempre ao teu lado", bora ver a visão de ed desses ultimos momentos emocionantes? eu espero que gostem, bom, antes quero agradecer as duas novas recomendações que recebi de Ana Carolina e Bella, dedico o capitulo a vocês duas... adorei muito de verdade as recomendações, meu coração encheu de felicidade, sério *-* ainda mais por saber que já estou com 16, quem quiser deixar mais recomendações, me deixaria muito feliz, pode deixar viu, e é isso falamos mais nas notas finais, bjus



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19. Um momento esperado

Edward Cullen

Talvez eu tenha cometido um ato um tanto impulsivo, embora Renéé e meu pai tenham me aconselhado a tomar cuidado com cada passo que eu desse na direção de Bella, eu não consegui me segurar, eu desejava que Bella soubesse que eu me lembrava dela, que eu me preocupava com ela e que eu estava feliz com sua volta, então para isso, depois de quase uma hora eu consegui encontrar as palavras certas para lhe escrever uma mensagem, depois fui a uma floricultura e comprei para ela as suas flores favoritas, eu ainda me recordava dos gostos dela, das flores que ela gostava, dos presentes que ela gostava de ganhar, da sua cor favorita, entre outras e outras coisas, mesmo depois de seis anos eu conseguia me lembrar de tudo que fosse relacionado a ela.

Depois eu pedi para mandarem as flores para o hospital, eu fiquei um bom tempo pensando qual seria a reação dela quando ela as recebesse, eu torcia e muito para que fosse uma reação positiva, mesmo que eu achasse que seria um tanto difícil isso acontecer.

Era difícil para mim não saber o que ela estava pensando sobre mim,  e principalmente era mais difícil ainda não ter notícias dela, as poucas que eu tinha era pelo jornal, eu o assistia toda vez que chegava do trabalho e quando eles paravam de falar dela eu ia e trocava de canal, para procurar outro jornal que falasse do assunto, isso na expectativa de descobrir algo mais, quando descobri pelo jornal que Bella finalmente saiu do hospital, eu comecei a pensar seriamente em procura-la, mas tive que me conter, eu imaginava que ainda ela estava meio fragilizada e eu tinha medo de que minha atitude também incomodasse Renéé.

Desde o dia que Tanya saiu nervosa de minha casa, decidida a me dar um tempo não nos vimos mais, eu ligava para ela e ela ligava para mim, mas eu percebia que nossas conversas não eram mais as mesmas, ficávamos sem assunto, nossas vozes eram frias, e eu não sabia se conseguiríamos voltar como éramos antigamente, só o tempo para dar essa resposta.

Depois de saber que Bella estava em casa, eu comecei a ficar mais ansioso do que de costume, eu queria vê-la mesmo que distante, eu queria saber o que eu sentiria ao vê-la pessoalmente, mesmo que ela não pudesse me ver.

E então acabei tendo uma ideia, logo de manhã eu entrei em meu carro e segui em direção a casa dos Swans, estacionei meu carro um pouco longe para que eles não pudessem me ver caso saíssem de casa, e fiquei ali um bom tempo, apenas olhando para a casa, com o coração disparando, cheio de expectativa de poder vê-la, mesmo que de longe.

Foi quando depois de quase uma hora eu os vi saindo de casa, primeiro Renéé e Charlie, depois ela saiu, vestida num vestido azul, de mãos dadas com Nessie, que usava um belo vestido vermelho, as duas sorriam e conversavam uma com a outra. Naquele mesmo momento o meu coração disparou e eu concentrei os meus olhos em Bella, foi muito rápido, pois logo ela entrou no carro do pai dela e eu não pude mais vê-la, mas o pouco que a vi, foi suficiente para levar meu coração a mil, senti meus olhos marejarem e então eu sorri, ela continuava tão linda como da ultima vez que a vi.

+++

Depois que voltei para casa, eu fiquei algum tempo pensando em Bella e Nessie, a imagem das duas saindo de dentro de casa ficaram se repetindo em minha mente, eu desejei naquele momento estar com elas, acompanhando-as aonde quer que elas fossem, eu queria naquele exato momento ter descido do carro e me aproximado, eu queria ter as abraçado, eu já sentia saudades de Nessie, e também a ansiedade de reencontrar Bella já estava me matando. Eu sabia que ficar apenas olhando-as de longe logo não seria o suficiente, uma hora o impulso falaria mais alto.

No outro dia a noite, depois de mais um jogo, eu decidi novamente dar uma passada na casa dos Swans, eu tive a ideia de naquele dia bater na porta e dizer que queria ver a Nessie, na expectativa de Bella ouvir a minha voz e por vontade própria descesse e falasse comigo, seria meio difícil disso acontecer, mas eu ainda tinha esperanças.

Porém assim que fui aproximando com o carro, eu parei um pouco distante ao ver que havia alguém do lado de fora da casa deles balançando-se na rede, aproximei-me um pouco mais com o carro e estacionei na frente da casa do vizinho, fiquei algum tempo observando a rede ir para frente e ir para trás, até que em um determinado momento as duas sentaram-se na rede e elas começaram a conversar, quando eu tive a certeza de que eram elas, Nessie e Bella, um sorriso surgiu em meus lábios e novamente senti aquela emoção enorme que fazia eu sentir uma vontade de chorar, Nessie em algum momento sorriu e apontou algo no céu, Bella olhou para onde Nessie apontava e falou algo para ela, meu sorriso se alargou, e novamente eu senti aquela vontade, aquela vontade imensa de estar ali com elas, eu até pensei em abrir a porta do carro e sair, aproximar-se delas, mas logo desisti, fiquei com medo de estragar aquele momento delas, fiquei com medo de assustá-las, e então eu desisti.

Engoli um seco, fiquei observando por mais um tempo, sentindo a emoção tomar conta de mim, Bella parecia ser uma mãe incrível, tratava Nessie com tanto carinho, só de olhá-la eu conseguia me dar conta de que ela continuava sendo aquela garota doce e carinhosa, algumas lágrimas caíram dos meus olhos, enquanto eu ainda observava elas e me lembrava de um momento parecido: Bella e eu, deitados num capô de um carro, observando as estrelas, costumávamos fazer muito isso no ensino médio.

Liguei rapidamente o carro, dei ré, virei-o e comecei a dirigir de volta a minha casa, fiquei observando ainda elas pelo espelho, estavam tão distraídas que nem notaram a minha presença.

Tive dificuldades para dormir naquela noite, fiquei algum tempo em meu quarto bebendo whisky e vendo as poucas fotos que tinha de Bella e eu da nossa época de adolescência, era aquelas mesmas fotos que Tanya encontrou há pouco tempo atrás. Eu dormi na cama coberto com aquelas fotos e acabei sonhando com as recordações boas da época do ensino médio, eu lembrei-me da forma em que eu me sentia seguro com a presença de Bella, de como ela me conhecia, me apoiava e parecia acreditar mais em mim do que eu mesmo acreditava, como eu gostava de estar na presença dela, de como nós gostávamos das mesmas coisas, e de como ela me fazia sentir-me feliz.

 E naquele momento eu sentia o quanto ela estava perto de mim de novo, mas ao mesmo tempo em que ela estava perto, ela também estava longe, muito longe e eu não aguentava mais essa distancia, quando adormeci, adormeci já decidido: eu iria falar com Bella, eu já havia esperado tempo demais, eu não aguentava mais esperar.

+++

Foi na terça-feira de manhã que eu decidi procurar Bella, enquanto eu preparava o meu café da manhã eu vi no jornal que Jeffrey havia sido preso, imaginei o quanto Bella deveria estar aliviada com isso e isso me deixou um tanto feliz, meu coração estava disparando acelerado e uma ansiedade estava tomando conta de mim, eu estava assim desde que tomei a decisão de falar com Bella.

E enquanto eu comia minha omelete, eu ficava imaginando como ela iria reagir quando me visse, eu tentava ser positivo, mas eu sabia que existia a possibilidade das coisas não saírem como eu estava querendo que saísse.

Tudo era muito incerto. Mas com certeza era melhor que isso acontecesse de vez, do que viver nessa tortura da incerteza, e mesmo tendo diversos receios o desejo de vê-la frente a frente, de poder falar com ela, era maior do que qualquer outro medo, e foi naquela manhã que eu arrisquei.

Comecei a dirigir em direção a casa dela, já com as mãos tremulas de tanto nervoso, quando eu estava próximo da casa dos Swans, eu tive a grande surpresa de encontra-las fora de casa, sim, Bella e Nessie estavam andando pela calçada, de mãos dadas, conversando e bastante distraídas. O nervoso aumentou, o meu coração quase que parou e eu então parei o carro rapidamente, próximo a elas, nos próximos minutos eu fiquei relutante, eu ainda estava na duvida se saia do carro e falava com elas ou ficava ali e deixava-as irem embora.

Mas eu não queria novamente fugir, eu não queria continuar perdendo essas oportunidades, se eu não falasse continuaria nessa agonia, nessa tortura, nessa ansiedade. Foi então que o pensamento: foda-se, passou pela minha mente e sai do carro rapidamente.

— Bella! – eu a chamei, a vi parar de andar no mesmo momento em que escutou minha voz, ela virou lentamente em minha direção, fechei a porta do carro, e a olhei com um sorriso no rosto, Bella olhava para mim, com os olhos arregalados e com os lábios entreabertos.

— PAPAI! – Nessie gritou e soltou-se de Bella, vindo correndo em minha direção, ela me abraçou e eu a correspondi, pegando-a no colo, vi que a pequena sorria para mim e seus braços foram colocados em volta do meu pescoço.

Voltei a olhar para Bella e vi que ela continuava calada, e com a mesma expressão de susto no rosto, só que agora os seus olhos começaram a marejar, enquanto continuava olhando-me fixamente.

— Iai filha, como você está? – eu perguntei, olhando para Nessie por alguns segundos e depois voltei a olhar para Bella, a emoção de estar frente a frente a ela era tanta, que eu estava sentindo vontade de chorar.

— Estou bem papai, nós vamos ao parque, quer ir com a gente? – ela perguntou para mim.

Eu já ia respondê-la, já ia dizer que eu ia, afinal, era uma forma de falar com Bella, mas logo Bella me interrompeu, e pela primeira vez a ouvi falar:

— Nessie não, ele não pode! – ela disse.

Meu coração deu pulos, e um choque de realidade foi caindo em cima de mim como uma bomba, claro, Bella estava irritada comigo, eu já sabia que existiria essa possibilidade, rapidamente coloquei Nessie no chão, peguei sua mãozinha pequena dela e voltei a olhar para Bella.

— Bella... – eu disse tentando aproximar-me dela, mas ela recuou para trás como se estivesse com medo de mim, naquele momento a minha vontade de chorar apenas aumentou, ainda mais por eu estar sentindo um forte desejo de abraça-la e saber que ela não iria permitir, vi que uma lágrima caiu dos olhos dela, tentei novamente uma aproximação, mas ela novamente recuou, então respirei fundo e decidi falar com ela, tentar dizer tudo o que eu tinha vontade de falar para ela e ainda não tive a possibilidade. – Eu nem acredito que eu estou te vendo, eu esperei tanto por esse momento, eu não acreditava mais que isso fosse acontecer... – eu disse, torcendo que ela percebesse que todas as minhas palavras eram extremamente verdadeiras. – Desde que eu soube que você estava viva eu já queria te ver, mas, a sua mãe me pediu para que eu te desse uns dias a você, pois você ainda estava muito abalada... – eu falei, enquanto percebia que minha respiração acelerava-se enquanto começava a reparar nela, ela estava linda, agora a vendo de perto, eu conseguia perceber como ela ainda era parecida com a Bella de adolescência, alguns traços permaneceram, embora seu corpo estivesse evoluído bem mais, e claro, estava bem mais bonito. – Eu estou feliz em te ver, assim, bem! – eu sorri, sentindo que não conseguia segurar mais as lágrimas, as primeiras começaram a descer, a emoção era imensa, era impossível olhar para ela e não se lembrar de tudo que vivemos,  o meu corpo já até doía de vontade de abraça-la.

Vi que ela olhou para os lados, passou a mão em sua cabeça e logo depois puxou Nessie, obrigando-a a se soltar de mim.

— Eu preciso ir... – foi a única coisa que ela disse, demorou algum tempo para conseguir digerir aquilo, e quando, finalmente digeri, aquilo foi como levar um balde de água fria.

— Não mamãe! – ouvi Nessie falar. – Ele vai ao parque com a gente!

— Ele não pode filha... – ela disse, olhando para ela.

— Se quiser eu posso... – eu falei rapidamente e rapidamente ela também me olhou.

— Edward, não, eu não quero que tirem fotos de nós dois, você esqueceu quem você é? Agora que estão se esquecendo de mim, eu não quero voltar a ficar exposta de novo! – ela falou, o que me fez encher de expectativas desse ser o real motivo dela estar parecendo querer fugir de mim.

— Tá, então, vamos até a sua casa, ou qualquer outro lugar, se você quiser a gente vai de carro! – eu pedi. – A gente precisa conversar!

— Não, agora não! – ela disse, dando alguns passos para trás.

— Mamãe, vamos, mamãe! – Nessie começou a puxar Bella, querendo leva-la em direção ao carro de Edward, ela fechou os olhos por alguns segundos, e vi algumas lágrimas caírem dos olhos dela, aquilo me fez sentir um aperto no coração, pois eu sabia que eu era o culpado por aquelas lágrimas.

 Ela abriu novamente os olhos e me encarou com um olhar estranho, que misturava surpresa, tristeza, medo. Só sei que aquele olhar fez eu sentir um embrulho estranho no estomago.

— Bella, por favor... – eu pedi tentando aproximar-me novamente dela, e rapidamente ela recuou, puxando Nessie com ela, eu a entendia, mas isso não impedia que eu me sentisse mal por isso, eu tive a impressão de que ela estava me vendo como um monstro e estava querendo fugir de mim o mais rápido possível.

— Eu não posso, eu não consigo, agora não dá Edward! – ela disse, virando-se e puxando Nessie, meu coração se apertou, enquanto a via ir embora, arrastando Nessie consigo, enquanto ela gritava:

— Não mãe, não mãe, o papai, o papai!

Eu queria correr, tentar impedir que elas fossem embora, insistir, falar alguma coisa, mas eu não fui, eu não consegui, continuei parado no mesmo lugar, observando elas irem embora, vi que em um momento Bella olhou para mim, foi um olhar rápido, notei que ela ainda estava chorando.

E cada passo que elas davam para longe de mim, eu sentia meu coração doer mais, tanto, que por um momento achei que ele fosse se quebrar.

+++

Eu fiquei algum tempo dentro do carro, me recuperando daquele encontro que não havia sido muito bom, embora eu já esperasse que o momento fosse ser difícil, eu ainda tinha esperanças de que Bella me encarasse de uma maneira positiva, mas as coisas não haviam sido como eu esperava, mas é como meu pai mesmo falou, eu tinha que ir preparado para tudo, existia a possibilidade de eu ser recebido com abraços ou também de ser recebido com rejeição.

Infelizmente aconteceu a segunda opção, mas eu decidi não desistir, eu estava seguro de que precisava falar com Bella, e era isso mesmo que eu iria fazer.

Sim, a partir do momento em que eu decidi procurar Bella, eu fui já decidido fazer de tudo para mostrar a ela que ela continuava sendo importante para mim, eu queria mostrar para ela que eu estava decidido assumir Nessie, e ser um pai que ela não teve até hoje, nem que para isso eu precisasse ficar plantado em frente á casa dela dia e noite. Até ela decidir ter uma conversa comigo, pelo menos uma.

Depois de ficar dentro do carro uns dez minutos, eu fui até a casa dos Swans, estacionei em frente a casa deles, desci do carro e fui até a porta, respirei fundo antes de bater, e assim que ela se abriu, deparei-me com Renéé.

Ela ficou um tanto surpresa em me ver, mas ainda assim me lançou um sorriso, que eu julguei um tanto nervoso.

— Edward, que surpresa! você venho ver a Nessie? – ela perguntou, dando espaço para que eu entrasse na casa dela, eu entrei, virei na direção dela e a observei fechar a porta rapidamente.

— Bom, sim eu quero ver ela também, mas eu hoje vim mais pela Bella! – eu falei, e vi que ela abriu a boca, percebi que a peguei de surpresa. – Eu sei que você imaginava que o tempo que eu daria para Bella seria maior...

— É, só faz poucos dias que ela saiu do hospital!

— Eu sei, mas eu não consigo, eu tentei Renéé, eu juro, mas a ansiedade, a agonia me deixa louco, eu fico pensando nisso o dia inteiro e... – eu suspirei e passei a mão no cabelo, Renéé me olhou com as sobrancelhas franzidas. – E saber que ela está perto, mas ao mesmo tempo tão longe, me tortura demais, tá você vai dizer que eu estou sendo egoísta...

— Você ainda está apaixonado por ela Edward? – ela me perguntou interrompendo-me, eu olhei para ela e vi que agora ela sorria, só por vê-la sorrir me deixou mais aliviado, pelo menos ela não estava com raiva de mim.

— Eu... Eu não sei, mas eu quero estar perto dela, eu quero ficar do lado da Bella, da Nessie, quando as vejo juntas, eu sinto o desejo de fazer parte daquilo!  - eu assumi.

— Você já as viu? – ela perguntou, agora mais surpresa do que antes, uma lágrima caiu dos meus olhos e eu concordei com a cabeça.

— Ai meu Deus! Vem, vem aqui, me conta tudo! – ela me disse, puxando-me pelo braço e levando-me até a sala de estar dela. – Sente-se Edward! – ela pediu. – Eu vou te trazer um café, espera só um momento!

O tempo em que ela demorou em trazer uma xícara de café me pareceu séculos, minha cabeça girava e girava, e a cena do meu reencontro com Bella ficou repetindo-se em minha mente, repetindo-se e repetindo-se.

Ela entrou rapidamente na sala, e entregou-me a xícara de café, eu agradeci, enquanto pegava a xícara da mão dela e dava os primeiros goles, ela sentou-se no sofá a frente do meu e olhou-me curiosa.

— Como e quando aconteceu esse encontro? – ela perguntou.

— Agora pouco, eu estava vindo para cá, e encontrei-a andando na calçada com Nessie, eu desci do carro e a chamei... – eu disse, depois coloquei a xícara de café na mesa de centro e olhei para o chão. – Ela não reagiu muito bem, eu tentei me aproximar e ela recuou e... – eu voltei a olhá-la. – E agiu como se eu fosse um monstro, fugiu de mim como se eu fosse fazer mal a ela! – eu disse, frustrado, passando a mão pelo cabelo. – Ela saiu arrastando Nessie, foi embora, fugiu de mim!

— Edward... – Renéé falou, levantando-se e aproximando-se de mim, ela sentou ao meu lado e colocou a mão no meu ombro. – Não fica assim, é que para ela foi uma surpresa te encontrar assim, ela não esperava, mas acredite ela vai acostumar com a ideia, ela só está com medo Edward! – ela disse, e eu voltei a olhá-la.

— Me perdoe por ter sido fraco, por ter a procurado, me perdoe... – eu disse, ela sorriu e concordou com a cabeça.

— Tudo bem Edward, acredito que ela já está forte o suficiente para enfrentar esse momento... – ela disse sorrindo para mim, seu sorriso era tão seguro que fora impossível eu não sorrir de volta para ela.

Foi quando escutamos um barulho de abrir de porta, eu fiquei alguns segundos segurando a respiração, já imaginando quem deveria ter acabado de chegar. Bella... Nessie... Só de imaginar que era elas o meu coração disparou acelerado,  olhei para Renéé, e percebi pelo seu semblante que ela também parecia estar nervosa.

— Papai! – ouvi Nessie gritar, entrando na sala, ela venho até mim e me abraçou, eu sorri enquanto correspondia o seu abraço, meus olhos lagrimejaram, enquanto apertava aquela garotinha. – Você voltou!

— É, eu estou aqui de novo... – eu disse, enquanto soltava ela e via ela sentar ao meu lado.

— Achei que você não ia sair mais da TV! – ela disse.

— Por que? – eu perguntei, sem entender.

— Você ficou triste, porque mamãe não quis que você fosse ao parquinho com a gente, seus olhos tinham ficado todo molhado... – ela falou, e então eu sorri..

— Já passou, olha não estou mais triste, e eu vou te contar um segredo! – eu falei e aproximei meu rosto com dela, ela parecia estar bastante curiosa. – Os papais não abandonam seus filhos, então eu sempre vou vir aqui te ver, eu prometo... – eu disse, apertando de leve o nariz de Nessie, ela deu risada e eu também sorri, era lindo a risada dela, ela era perfeita, foi quando ao olhar a minha volta, eu a avistei, eu avistei Bella parada na porta da sala de estar, e eu tive a impressão de que ela estava sorrindo, mas quando percebeu que eu a vi, seu sorriso sumiu rapidamente, naquele mesmo momento o meu coração disparou ainda mais forte, eu sorri para ela, imaginando que ela entraria na sala e quem sabe desejasse falar comigo, mas não, ela não sorriu de volta, ela apenas deu alguns passos para trás e saiu, sim, afastou-se sumindo de minha visão. Eu fechei os olhos e soltei um suspiro.

— Papai tá tudo bem? – Nessie perguntou para mim, e então eu a olhei.

— Sim, está tudo ótimo... – eu falei, dando um beijo demorado na testa dela.

— Você promete que não vai ficar com raiva da mamãe? – ela perguntou para mim, olhei-a com as sobrancelhas franzidas.

— Por que eu ficaria com raiva da sua mãe? – eu perguntei.

— Porque ela não quis que você fosse ao parque com a gente, porque ela foi embora! – ela disse.

— Nessie, eu não estou com raiva dela, eu nunca conseguiria sentir raiva da sua mãe... – eu falei para Nessie, ela sorriu para mim, eu olhei para Renéé e vi que ela também sorria.

— Obrigada papai! – ela agradeceu e me deu um abraço, eu a correspondi e depois olhei para Renéé.

— Será que ela vai querer falar comigo? Eu... é, eu não tive a chance de falar com ela! – eu disse.

— Posso tentar convencê-la!

— É, eu vou ficar aqui o tempo que for necessário, ou voltarei quantas vezes precisar até convencê-la a falar comigo... – eu disse e o sorriso de Renéé se alargou.

— Tem coisas que não mudaram em você! – ela falou, eu sorri para Renéé e voltei a olhar para Nessie, começando um assunto com ela.

— E ai bonequinha, como foi lá no parque?

+++

 Eu fiquei um bom tempo conversando com Nessie, ela me contou que Bella e ela foram a sorveteria, mas ela não achou muito legal porque ela estava triste por estar com medo de eu não querer voltar mais, ou de eu tentar ir para o céu, conversei com ela e a fiz entender que eu nunca sumiria, e que eu sempre faria o possível para vê-la, para estar perto dela, e isso a deixou mais feliz, ela sorria para mim, seu sorriso era tão contagiante que era impossível não sorrir para ela também.

Depois de algum tempo Renéé disse para Nessie que estava na hora de subir, ela não queria, ela disse que queria continuar conversando comigo, Renéé então falou que eu precisava conversar com a mãe dela, e isso já convenceu Nessie, tanto que ela veio até mim e me deu um abraço, depois saiu da sala rapidamente.

— Eu vou falar com ela! – Renéé disse para mim, em seguida saiu da sala.

 Eu permaneci sentado, com os olhos grudados no chão, o meu coração continuava disparando acelerado, minha cabeça estava girando, enquanto eu esperava, ou melhor, acreditava que Bella fosse entrar na sala de estar a qualquer momento, a cada minuto que passava mais o nervosismo aumentava, a ansiedade aumentava, tanto, mais tanto que  chegou ao ponto de ficar insuportável, tentei me acalmar e comecei a pensar no que falaria para ela, sempre tive todas as palavras em meu cérebro nesses anos todos, mas tentei repeti-las em meu cérebro, como se fosse o treino para o grande momento, o momento em que finalmente eu pudesse pedir perdão a ela, o momento em que eu pudesse dizer tudo o que eu senti esses anos todos, e ainda, o que eu mais desejava, o que mais desejava loucamente era poder ter a chance de dar um abraço nela, tanto, mais tanto, que só de imaginar aquele corpo pequeno grudado ao meu, só de imaginar nosso calor se unindo, o meu corpo ardia.

Peguei o café que Renéé tinha me servido e voltei a beber, foi quando ouvi barulhos de passos, levantei rapidamente a cabeça e a avistei, meu coração disparou acelerado no mesmo momento eu sorri, coloquei a xícara novamente na mesa de centro e levantei-me do sofá, enquanto ainda a olhava.

Bella parecia receosa e ao mesmo tempo nervosa, ainda parecia atenta a cada movimento meu.

— Er... Desculpa-me por ter ido embora daquela forma... – ela falou, eu tentei aproximar-me nela, mas novamente a vi recuar, então decidi desistir de aproximar-me, sorri para ela, pela forma que ela falava pelo menos parecia não estar com ódio de mim, o que já era um bom começo.

— Sem problemas! Eu te entendo, você deve estar chateada comigo... – eu disse, passando a mão no cabelo e desviando o olhar para o chão.

— Eu não tenho motivo para estar chateada com você... – ela disse então voltei a olhá-la, vi que ela olhava para o chão, ou para qualquer lugar, parecendo evitar me olhar.

— Nossa ultima conversa, sem ser esse ultimo encontro, não foi muito boa...

— Isso faz muito tempo Edward, nós éramos adolescentes... Eu confesso que no começo eu fiquei brava é logico, mas assim que foi passando os anos eu comecei a entender o porque você agiu daquela forma, além do mais, aquilo acabou se tornando pequeno com tudo que aconteceu, pois não faria diferença alguma, você terminando ou não comigo o meu destino seria acabar naquele quarto...

— Por muitos anos eu fiquei pensando no que poderia ter acontecido, se eu fui o culpado, se você me odiava... E se um dia eu teria a chance de poder pedir desculpas a você... – eu disse, enquanto voltava a sentir uma imensa vontade de chorar, era difícil se lembrar do passado e não se emocionar.

Ela então me olhou, os olhos dela estavam levemente vermelhos, acho que ela também estava querendo chorar, ela deve também está se recordando do passado.

— Você não tem porque me pedir desculpas...

— Sim eu tenho, pois você ia me contar naquele dia que estava gravida, não ia? – eu perguntei, meu coração disparou ao pensar em Nessie.

— Sim eu ia... Mas eu estava pensando em abortar! – ela falou, colocando a mão em sua boca, e então algumas lágrimas caíram de seus olhos. – Quem sabe isso não tenha sido um castigo por eu ter pensado em algo tão terrível, não é? Se não tivesse acontecido isso, provavelmente a Nessie não existiria, teríamos tirado ela, porque naquela época temos que admitir que éramos egoístas, não iriamos querer nada atrapalhando nosso futuro, e você sabe a única coisa que pensávamos é você em ser jogador de basquete e eu em ser uma advogada... – eu não aguentei em vê-la daquela forma, aproximei-me dela e coloquei minha mão em seu ombro, achei que ela ia desvencilhar, mas para meu alivio ela não se afastou.

— Não pense assim Bella, o importante é que isso não aconteceu e a vida está dando uma oportunidade nova para nós dois! –eu falei, ela me olhou rapidamente, franzindo as sobrancelhas e em seguida enxugou rapidamente as lágrimas que caiam dos seus olhos.

— Como? – ela perguntou

— É você está viva, você está aqui, é jovem, tem tantas coisas para viver, a Nessie é uma criança incrível... – eu dizia.

— Ela é mesmo... – ela concordou sorrindo, e sorrimos um para o outro, meu coração voltou disparar..

— Ela vai dar muita alegria para nós, claro, se você me der a chance de fazer parte da vida dela, eu quero dar meu nome a ela, quero ser o pai dela, quero que ela viva tudo que não pode viver nesse cinco anos... – eu disse e vi que mais lágrimas caíram dos olhos dela, ela virou-se e se afastou.

— Eu não posso proibir Nessie de ficar perto de você, ela gosta muito de você e você é o pai dela, tem esse direito, não posso ser egoísta, não posso privá-la de ter um pai, ainda mais sabendo que você quer ser um pai para ela! Mas eu peço, por favor, pelo menos por enquanto, mantenha-se longe de mim!

Ouvir aquilo de Bella foi como uma facada no estomago, depois de vê-la novamente, a ultima coisa que eu queria era ficar longe dela.

— Como, mas por quê?  - eu perguntei, confuso, sem saber direito o que dizer ou como agir.

— Ainda está sendo difícil para eu superar tudo o que me aconteceu e ficar presa a um passado não vai me ajudar a seguir em frente, eu sei que a Nessie vai ser sempre uma ligação entre a gente, mas pelo menos por enquanto até eu superar e digerir tudo que está me acontecendo eu prefiro manter-me distante, você poderá ver Nessie quando quiser, minha mãe cuidará disso, quando você quiser vê-la pode vir aqui falar com ela, se quiser marcar passeios minha mãe pode até te acompanhar se você achar melhor, e quando você vir aqui, ela chamará a Nessie para te ver... – ela desabafou, se eu queria pedir para ela não fazer isso, mas eu não consegui e também eu não podia, pois eu a entendia, entendia muito bem o lado dela, entendia também o quanto estávamos confusos e a tendência em meio a essa confusão, é só nos machucarmos mais.

— Bella... – eu chamei, tentando formular alguma coisa para falar.

— Edward, só me dê um tempo! – ela me interrompeu e virou para me olhar, senti os meus olhos encherem-se de lágrimas, enquanto eu relembrava das vezes que a vi de longe, das vezes em que eu quis aproximar-me delas e fazer parte daquilo e não pude, as coisas continuariam assim, eu somente iria desejar estar com elas, mas não iria poder estar, eu poderia ver a Nessie, mas não acompanhada dela, ela continuaria longe de mim, e no fundo, eu não queria, iria doer, eu sabia que iria doer, mas eu também sabia que eu querer não bastaria, ela era a que mais sofreu, ela é a prioridade, eu precisava pensar nela e coloca-las antes de mim, as minhas vontades teria que permanecer em segundo plano.

E então eu falei, mesmo não querendo:

— Tudo bem Bella eu te entendo, eu vou ter toda paciência do mundo e esperar, para quando você querer ter essa conversa novamente... – eu falei. – Só me diga uma coisa, você ficou com raiva por eu ter te mandado as rosas? – eu perguntei, e então ela sorriu, o que me fez suspirar aliviado, aquilo só podia dizer que ela havia gostado das rosas.

— Não, eu fiquei surpresa em saber que você ainda se lembrava das minhas flores favoritas! – ela falou.

— Eu me lembro de todos os seus gostos Bella, acho que nunca vou esquecer... – eu disse e era a mais pura absoluta verdade. – Er, eu posso só pedir uma única coisa? – eu perguntei, com coração disparando, foi um gesto impulsivo, mas eu sabia que não iria conseguir ir embora antes de pelo menos tentar aquilo.

— O que? – ela perguntou, numa voz fraca.

— Me dá um abraço! – eu pedi, não conseguindo conter as lágrimas de um dos meus olhos, permitindo que ela rolasse por minha face, Bella ficou calada por alguns segundos apenas me olhando, até que então jogou-se de repente em meus braços e me apertou num forte abraço, ao sentir nossos corpos colando-se, foi como sentir uma forte corrente elétrica, eu fechei os olhos fortemente, correspondi seu abraço e me permiti derramar mais lágrimas, eu nunca tinha esquecido do calor do corpo dela, do quanto eu amava abraça-la, do quanto eu me sentia bem em sentir nossas peles se tocando, ter aquilo de novo parecia um sonho, e o mais incrível de tudo, é que o abraço dela é tão bom como há seis anos atrás.

Eu não queria mais soltá-la, mas eu precisei, olhei para ela e então senti aquela dor da despedida, a dor de não saber quando eu teria a oportunidade de sentir um abraço dela de novo.

— Nos vemos em breve? – eu perguntei para ela.

Ela respirou fundo, antes de me responder.

— Quem sabe! – ela disse, antes de sair rapidamente da sala de estar, eu fiquei ainda alguns segundos em pé, com os pensamentos distantes.

 E a cada passo que ela dava para longe de mim, mas sozinho eu me sentia.

+++

Eu cheguei em casa, ainda mais confuso do que antes, eu fui até meu armário e peguei um vinho, e enchi uma taça, sentei no balcão da cozinha e enquanto bebia eu pensava no que aconteceu, eu queria conversar com alguém sobre isso e a única pessoa que surgiu em minha mente foi Emmett, liguei para ele e pedi para ele vir a minha casa, demorou mais ou menos vinte minutos para ele chegar.

Enquanto eu abria a porta para ele, eu ainda estava com uma nova taça de vinho na mão, ele logo me olhou com um olhar preocupado, fui até o sofá e sentei nele, ele trancou a porta de minha casa, antes de se aproximar de mim.

— Nossa, o encontro com a Isabella, foi muito ruim? – ele perguntou, eu tinha contado por cima que finalmente eu tinha conseguido falar com ela.

— De primeiro momento sim... – eu falei, enquanto o observava se aproximar e sentar no sofá a minha frente. – Eu a vi na rua com a Nessie, e ela simplesmente fugiu, não quis conversar comigo, mas ai eu continuei insistindo e fui até a casa dela, e esperei ela voltar, a mãe dela foi conversar com ela e ai então ela aceitou falar comigo... – dei longos goles de vinho, antes de continuar. – Você não faz ideia Emmett como fiquei com medo de me aproximar e deixar ela pior, eu não quero prejudicar ela, não quero mesmo...

— Mas ela ficou muito abalada? – ele perguntou.

— De inicio parecia assustada, mas na segunda vez que ela falou comigo, ela parecia emocionada, assim como eu... – eu respondi, Emmett sorriu.

— E o que você sentiu quando falou com ela? – ele perguntou.

Eu fiquei alguns segundos calado, pensando na pergunta de Emmett, um sorriso surgiu em meus lábios quando lembrei do abraço que dei nela, como aquele contato foi incrível.

— Foi uma mistura de sentimentos, que nem sei como explicar ou definir, eu só sei que foi intenso demais Emmett, não parecia que ela e eu não víamos há seis anos, parecia que havia sido ontem mesmo o nosso ultimo encontro, pois tudo estava tão vivo e forte, pena que... – eu desviei o olhar para o chão e soltei um suspiro. – Não vamos nos ver por algum tempo!

— E por que? – ele perguntou e então eu voltei a olhá-lo.

— Ela pediu, ela está confusa e acha que se continuarmos nos vendo vai apenas piorar essa confusão toda, mas sinceramente Emmett, eu acho que se não nos vermos continuaremos confusos, afinal, como saberemos o que sentimos um pelo outro, se não nos reaproximarmos? – eu perguntei para Emmett, ele concordou com a cabeça.

— É isso eu concordo com você, e ainda é melhor vocês descobrirem agora se vocês ainda se amam, do que depois, quando for tarde demais!

— Tarde demais? – eu perguntei.

— É, você está noivo Edward, e ela pode algum momento refazer a vida também... – ele disse, dando de ombros, eu coloquei a minha taça de vinho na mesa de centro e soltei um suspiro.

— Eu vou ter que respeitar esse tempo dela, pelo menos esperar algumas semanas e ai eu posso tentar de novo falar com ela não é? Quem sabe, tentar devagar essa reaproximação... – eu disse.

— Eu te conheço Edward e tenho certeza, que você vai arrumar um jeito de se aproximar de alguma forma que não a assuste ou que a deixe nervosa... – ele falou, e então eu concordei com a cabeça e sorri levemente.

— Mas enquanto isso, eu tenho a Nessie para me preocupar, eu estou devendo uma coisa para ela, e amanhã mesmo quero resolver isso...

Emmett franziu as sobrancelhas, meio confuso.

— Ah é? O que? – ele perguntou, meu sorriso se alargou.

E então comecei a contar a ele o que eu prometi a ela.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Gentee proximo capitulo trocaremos de visão novamente, espero que tenham gostado desse capitulo, e agora as postagens voltaram a ser no minimo semanal tá bom, quero agradecer a paciencia de todos, e espero receber comentário de todos vocês, vocês sabem o quanto eles são importantes para mim não sabem? hehe, beijooos! e boa semana a todos *-*