15. Confuso

Mesmo que passasse as horas, a surpresa ainda não diminuía, eu sentia que ainda estava num estado de choque, que fazia com que tudo para mim não parecesse ser real, tudo ainda era tão novo que eu achava que estava apenas sonhando e que aquela garotinha não existia de verdade, ás vezes eu achava que ela foi algo que eu criei em minha cabeça, de tanto querer que Isabella esteja viva, de tanto querer que ela voltasse.

Eu sabia que só o tempo faria esse sentimento estranho passar, eu sabia que pouco a pouco eu iria conseguir acostumar com essa ideia e encarar tudo de uma forma mais fácil, mas enquanto isso não acontecia, lá estava eu dentro do meu carro, sem condições para dirigir, minhas mãos estavam no volante, mas eu não tinha coragem de ligar o carro e sair do lugar, minhas mãos estavam soando muito e ainda algumas lágrimas queriam cair dos meus olhos, eu fiquei um bom tempo parado na frente da casa dos Swans, até aquela confusão diminuir na minha cabeça e eu ter condições o suficiente para pegar o celular e ligar para os meus pais.

 Avisei a eles que eu iria almoçar lá, e pedi para que eles chamassem Emmett e Rosalie e Alice e Jasper também, afinal, se for para contar a noticia, eu preferia que estivessem todos juntos.

Mas assim que cheguei a casa deles, percebi que todos já sabiam algumas coisas por causa de Emmett que fez questão de contar, eles só queriam saber se Renéé confirmou mesmo toda a história, logo que eu disse que sim, vi que minha mãe ficou com os olhos cheios de lágrimas, meu pai ficou boquiaberto e demorou alguns segundos para cair em si e começar a sorrir, Alice, Emmett, Rosalie e Jasper também sorriram e pareciam ter gostado da ideia. É embora fosse uma surpresa um tanto grande, eles pareceram aceitar bem a noticia.

Durante o almoço só falamos sobre esse assunto, tive que contar tudo para eles desde o inicio, desde quando encontrei a minha filha, próximo a um parque, até o momento em que eu fui embora da casa de Renéé.

Depois de almoçarmos, ainda ficamos um tempo sentados a mesa, afinal, era uma conversa um tanto longa, teve um momento em que Rosalie falou que ia ao banheiro, levantou-se e saiu da sala de jantar, mas todos os outros continuaram sentados no mesmo lugar, bastante interessados no assunto, depois de explicar tudo e falar o que Renéé pediu para que eu ficasse afastado de Bella, minha mãe começou a se justificar por não ter me contado que Isabella Swan tinha voltado.

— Edward, desculpa se não ligamos para você quando você estava na França para contar sobre a Isabella, é que nós achávamos que a filha dela era filha do sequestrador... – disse minha mãe Esme, a minha mãe colocou a mão em cima da minha e sorriu levemente para mim. – Não sabíamos que ainda ela era tão importante para você, você não falava sobre ela há anos, e além do mais, como você está noivo, nós não queríamos te incomodar com esse assunto...

— Eu entendo, além do mais, se você tivesse avisado talvez só iria piorar as coisas, eu não ia poder voltar antes do time, e se eu conseguisse voltar, eu nem ia encontrar a Nessie na rua, e ai seria mais difícil de eu descobrir que ela era minha filha, sabe eu acho que as coisas aconteceram como tinha que acontecer mãe, eu descobri tudo no momento certo... – eu disse e percebi que isso a deixou um pouco mais aliviada.

— E como você está se sentindo sabendo que é pai? – Alice me perguntou e sorriu. – Nossa, eu nem acredito que eu tenho uma sobrinha já de cinco anos, deve ser uma gracinha!

— Ela parece muito você quando era criança! – eu falei sorrindo para ela e ela sorriu de volta para mim. – Eu ainda estou surpreso, estou tentando digerir, ás vezes eu acho que é só um sonho e que eu vou acordar a qualquer momento sabe, foi um choque muito grande, há dois dias eu achava que Bella estava morta, ai ela vai aparece e ainda com uma filha minha...

— Olhe aqui, eu estava no banheiro, dei uma pesquisada e consegui achar a foto dela aqui na matéria, mas não dá para vê-la direito! – disse Rosalie entrando na sala de jantar, ela estava com seu celular na mão, aproximou-se de Alice e Jasper, que estavam sentados um do lado do outro, Rosalie mostrou a foto do celular, eles aproximaram o rosto para olhar. – Tentei aumentar o zoom o máximo que pude...

— É, não dá para ver muito bem! – concordou Jasper, marido da minha irmã.

— Edward me mostrou uma foto dela no site da internet, mas foi pelo notebook, não estava muito boa, mas foi o suficiente para Edward reconhece-la! – Emmett disse, e em seguida deu longos goles de vinho.

— É essa daqui amor? – perguntou Rosalie levando o celular até Emmett para ele ver.

Emmett observou a foto e discordou com a cabeça.

— Não, essa não dá para ver muito bem o rosto, era uma melhor! – ele disse.

— Ah não precisam ficar tão ansiosos assim, Edward vai trazer a garotinha até aqui para gente conhece-la, não vai? – Carlisle perguntou, olhando para mim.

Eu soltei um longo suspiro.

— Sim, mas vou ter que ver com a Renéé quando! – eu disse.

— É e você tem que falar com a Isabella sobre o sobrenome da Renesmee, ela tem que ter o nosso sobrenome, o Cullen! – disse Carlisle.

— Ah é verdade, eu concordo plenamente! – disse Esme, sorridente.

— É, eu nem tinha pensado ainda nisso, mas vou conversar também com ela sobre esse assunto... – eu concordei, suspirado.

— É, não é querendo trocar de assunto, mas como a Tanya ficou quando soube disso tudo? – Rosalie perguntou, olhando para mim, eu desviei o olhar para o chão, e soltei um novo suspiro.

— Eu ainda vou conversar com ela sobre isso hoje á noite, eu não sei como ela vai reagir... – eu disse, voltando a olhá-la.

— Tanya é uma ótima pessoa, ela vai encarar de boa... – Alice disse, sorrindo para mim e eu sorri de volta para ela, mas saiu forçado.

Tenho que confessar que depois que Rosalie tocou no nome de Tanya eu fiquei muito incomodado, ou melhor, dizendo, eu fiquei preocupado, depois de alguns minutos sai da sala de jantar e segui para a sala de estar, deixando eles ainda conversando, agora eles falavam de outro assunto, mas eu não tinha cabeça para pensar em qualquer outra coisa que não fosse o meu assunto, então com as mãos no bolso da calça eu fui caminhando pela sala de estar, até me aproximar da janela, olhei para o lado de fora enquanto eu continuava pensando em Tanya e sobre a conversa que teríamos hoje á noite, ela seria um tanto difícil, e definitivamente eu não saberia como ela iria reagir quando eu lhe contasse que tenho uma filha, eu tinha medo de ela fazer perguntas que eu não saberia como responder.

— Você está muito ansioso para ver a Isabella? – ouvi a voz do meu pai perguntar, virei rapidamente para trás e o olhei, ele parou bem ao meu lado, ele estava com um semblante sério e estava com uma taça de vinho na mão.

Fiquei ainda alguns segundos em silencio, antes de respondê-lo.

— Sim, mas eu não sei como vai ser, ela está com medo de me reencontrar e eu até a entendo, porque no fundo mesmo eu estando louco para revê-la, eu sinto um pouco de medo desse encontro também... – eu disse, soltando um suspiro.

— Você tem medo de sentir alguma coisa não é? E isso te deixar confuso! – ele falou, e eu não tinha como não concordar.

— Eu sei que sentir eu vou sentir algo, provavelmente uma emoção enorme, ela foi muito importante para mim pai e você não faz ideia de como foi difícil quando ela sumiu, eu demorei muito para superar e seguir em frente com a minha vida, ai quando eu começo a achar que eu estava conseguindo, eu vejo que talvez eu esteja enganado, sinceramente eu estou confuso, e eu não sei, eu não sei como vai ser...

— Eu te entendo, mas eu só digo uma coisa, você tem que tomar cuidado filho, não faça nada através do impulso, da emoção do momento, lembre-se que essa mulher deve estar muito fragilizada, ela tentou um suicídio...

— Eu sei... – eu concordei. – Eu já tive essa conversa com a mãe dela!

— Você tem que ver filho... – Carlisle começou, enquanto ia até a poltrona, ele se sentou nela e depois continuou me olhando. – Que isso que está acontecendo é algo muito delicado, eu sei como você sofreu quando ela sumiu, tanto, que quase destruiu a sua carreira, e o que me preocupa é que como o relacionamento de vocês houve muito amor, paixão, é claro que rever ela pode acabar fazendo vocês confundirem as coisas, eu vou ser sincero meu filho, o meu medo é de vocês ficarem presos nas lembranças boas daquela época da adolescência e esquecer que vocês não estão mais naquela fase, vocês cresceram, ficar preso ao passado é perigoso e tem tendência de não dar certo...

Eu franzi as sobrancelhas e me aproximei dele, sentando-me no sofá a frente do dele.

— Eu não entendi...

 - Filho, você não pode esquecer que hoje ela não tem mais dezesseis anos, ela deve ter mudado, lógico, amadurecido e ainda deve estar carregando muitos traumas, muitas marcas pelo que ela sofreu nesses anos todos, então não queira ficar com a expectativa de que você vai encontrar a mesma Isabella que você se apaixonou quando era adolescente, lembre-se que aquilo lá que você viveu foi primeiro amor, foi namoro de ensino médio, agora as coisas são bem mais sérias, você já é um homem, ela já é uma mulher e ainda tem uma criança envolvida, qualquer passo que você der daqui em diante vai interferir na vida dessa criança, e você também não pode se esquecer de que ainda tem uma noiva no meio, são três pessoas que estão envolvidas nessa história, então, antes de você decidir ou terminar com Tanya, ou casar com ela, ou tentar ter um novo relacionamento com essa mulher. esteja seguro de uma coisa tudo tem que ser muito bem pensado...

— Eu sei! – eu concordei, suspirando.

— Quando você revê-la, se você por acaso achar que ainda sente algo por ela, tenha primeiro a certeza absoluta de que sente algo por essa nova Isabella, e não que você está confundindo e ainda está preso a Isabella do passado, analise a Isabella de hoje, vocês precisam vamos dizer, começar do zero, é como se vocês fossem estivessem se conhecendo novamente, pois tenha certeza de uma coisa meu filho as coisas mudam com o passar dos anos, não é porque naquela época dava certo, quer dizer que hoje vai dar, e lembre-se de uma coisa, não é só ela que mudou, você também mudou e ela pode estranhar o Edward de hoje, então é uma decisão muito séria a ser tomada...

  - Você tem razão, eu não vou precipitar nada... – eu disse e soltei um suspiro. – Além do mais, eu nem sei se a Bella iria querer algo comigo de novo, pois é como você disse, assim como ela deve ter mudado, eu também mudei, talvez quando ela conseguir separar o passado com o presente  eu acabe se tornando apenas alguém do seu passado, talvez ela acabe me vendo somente como o pai da filha dela e nada mais do que isso... – eu falei e notei que meu tom de voz mudou, os meus olhos foram para o chão.

— E isso te incomoda? – ele perguntou, eu voltei a olhá-lo.

— Sinceramente sim, na verdade quando eu vi a Isabella na entrevista eu vi que ela continua sendo aquela garota forte, inteligente, determinada, não é que eu queira fantasiar e achar que tudo pode ser a mesma coisa, eu sei que não é pai, eu sei que teremos que começar tudo do zero caso ainda exista a possibilidade de termos um novo relacionamento, mas sabe eu tenho medo, tenho medo de ver que ainda existe algo adormecido dentro de mim e que desperte quando eu voltar a vê-la, tenho medo de ver que ainda a amo, de ver que ainda sinto o mesmo e com ela não ser a mesma coisa, tenho medo de quando ela conseguir separar o passado do presente, nela acabar não despertando nada, dela se dar conta de que os sentimentos por mim acabaram, de ela sim ter amado só aquele Edward da adolescência que não existe mais... – eu disse e depois olhei para o chão. – Pois existe essa possibilidade...

— Sim, é claro que existe, tudo é muito incerto meu filho, e você tem que estar preparado para tudo, mas pode ter a certeza de uma coisa, essa garotinha vai ser sua filha independente se a mãe dela ficar com você ou não, mas agora a Isabella, já é outra coisa meu filho, não é certeza que por ela ter voltado para casa, ela vai voltar para você! – meu pai disse e então terminou de beber o vinho.

— eu sei pai, e também sei que não posso tomar nenhuma decisão por impulso, tudo tem que ser muito pensado, a ultima coisa que quero é que Bella sofra mais do que já sofreu, então não quero arriscar ou fazer algo sem ter a certeza absoluta de que dará certo, e também agora não posso falar nada e nem criar nenhuma expectativa, pois eu ainda não a vi, então eu não sei o que sentiremos quando tivermos frente a frente um do outro! – eu falei e então meu pai sorriu e concordou com a cabeça.

Nós continuaremos com a conversa, mas desistimos quando o restante da família venho para sala de estar, soltei um suspiro e parei os meus olhos nos meus pés, desistindo de continuar com o assunto.

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Quando anoiteceu o nervosismo começou a aumentar, eu fiquei andando para um lado e para o outro na sala de estar da minha casa, ainda com uma confusão interna imensa, eu não sabia o que iria falar para Tanya, porque nem eu mesmo entendia o que eu estava sentindo, eu sabia que aquele momento não era o melhor para termos uma conversa, afinal, eu ainda não tinha visto a Bella e não saberia como seria quando nos encontrássemos, mas eu sabia que não era por isso que eu poderia adiar essa conversa com Tanya, eu sabia que não teria como fugir do assunto, eu precisava pelo menos contar para ela que tenho uma filha.

Ela tocou a campainha da minha casa a sete horas da noite em ponto, eu respirei fundo antes de abrir a porta e assim que me deparei com ela eu vi que o semblante dela estava sério, assim que ela entrou, eu já tive certeza do que se tratava de Isabella Swan.

 - Você viu as noticias? – ela perguntou, virando-se para mim, ainda me encarando seriamente, eu suspirei e fui caminhando até o sofá, sentei-me nele e fiquei observando Tanya que continuava de pé e me olhava, mais séria do que antes.

— Sim, depois do nosso ultimo encontro! – respondi.

— Eu soube também depois, na verdade eu já tinha ouvido as minhas amigas do trabalho falar de uma mulher que tinha saído de um cativeiro depois de seis longos anos, mas você sabe que eu nunca fui ligada a jornal! – Tanya falou, soltando um longo suspiro, depois sentou no sofá a frente do meu. – Ainda mais essas coisas, ai me dão uma aflição, eu cheguei a ver mais não prestei muita atenção sabe? Ai eu nem a reconheci, até que eu estava navegando na internet e acabei em um site vendo a noticia, tinha uma foto dela mais arrumada, maquiada e tals, foi então que eu prestei atenção e aquela foto consegui ligar com aquela Isabella da foto que eu vi, e quando prestei atenção no sobrenome  ai tive a certeza absoluta porque eu me lembrei que era o sobrenome da sua ex, foi uma surpresa... E ela não é?

— É sim... – eu disse, e então ouvi Tanya soltar um longo suspiro e olhar para o chão.

— Eu sei que você deve estar odiando isso... – eu falei.

— E você amando, não é? – ela disse, olhando para mim, encarei-a também. – O seu amor da adolescência está de volta, acabou seu tormento!

— As coisas não são tão simples Tanya!

— Eu já até imaginei porque você quis me ver só hoje a noite, com certeza você já deve ter a procurado, foi lá no hospital ver ela? Por que eu vi no jornal que ela tentou um suicídio!

— Lógico que não Tanya, você por acaso acha que vai ser assim? Acha que por ela ter voltado, eu ia atrás dela, e nós dois íamos voltar a namorar, casar, como se tivéssemos terminado ontem mesmo? Foram seis anos!

— É, e se você não se recorda, ela foi meu fantasma desde o inicio do nosso relacionamento, aliais faz pouco tempo que brigamos por causa dela, eu sei Edward que você ainda gosta dela, já era difícil para mim achando que ela estava morta, imagina agora com ela vivinha da silva, eu sei que uma hora você vai procura-la, vai querer vê-la e relembrar os velhos tempos! – Tanya suspirou e discordou com a cabeça, depois se levantou, cruzou os braços e evitou me olhar.

— Você tá querendo terminar é isso? Você não acha que tá precipitando as coisas? Eu ainda nem vi ela! – eu disse, ela então me olhou.

— Eu não estou terminando com você, mas eu não quero que você vá atrás dela Edward, acho que também nem tem o porquê, vocês terminaram há seis anos, ela foi sua namorada quando você era adolescente, não faz sentido procura-la, tudo bem que você sofreu e monte de coisa mais, só que nós estamos noivos, para que colocar ela na nossa vida? Além do mais um encontro só vai fazer ela sofrer, porque se ela ainda gosta de você, ela vai sofrer quando te ver... – disse Tanya, eu engoli um seco.

— Tanya... – eu comecei, soltando um longo suspiro. – Vai ser impossível não procura-la, ela tem uma filha minha... – eu disse e a voz quase não saiu, Tanya me olhou boquiaberta.

— Aquela menina lá é sua? – ela perguntou completamente espantada, depois ela passou a mão no cabelo e discordou com a cabeça. – Como você sabe? Ela pode ser filha daquele homem imundo...

— Não, ela não é, Renéé me confirmou que é minha filha! – eu disse.

— Ah então você já a procurou, procurou ela antes de vim falar comigo! – Tanya acusou, e agora ela estava mais nervosa do que antes, uma lágrima caiu dos olhos dela e ela a limpou rapidamente e desviou o olhar.

— É claro que não, eu sabia que a Isabella estava no hospital, eu vi no jornal, eu fui á casa dos Swans  por causa da menina, eu já desconfiava que ela era a minha filha, porque assim que voltei da França eu encontrei ela próximo a um parque quando eu estava indo comprar o teu presente, ela falou comigo e me chamou de papai e falou algumas coisas que naquela não fez sentido, eu não entendi direito eu achei que ela estava confusa, não dei tanta atenção a isso, sei lá, só sei que quando vi a noticia e vi a menina na TV eu vi que era ela, a menina que vi na rua, comecei a pensar e percebi que ela é muito parecida comigo, principalmente com Alice quando era criança, ai fui na casa da Renéé confirmar a história, e ela me confirmou, então Tanya ela é minha filha!

Algumas lágrimas caíram dos olhos de Tanya, ela desviou o olhar, e encarou o chão.

— Agora tudo complicou Edward! – ela disse.

— Tanya... Eu sinto muito, mas, acho que não devemos precipitar as coisas, nem tomar nenhuma decisão agora, eu nem a vi, eu nem sei como vai ser... – eu disse e Tanya voltou a olhar para mim.

— Eu sei o que você está querendo dizer... – ela falou. – Por que você está dizendo que não devemos tomar nenhuma decisão agora? Por que existe a possibilidade não é? Existe a possibilidade de você me trocar por ela! – ela disse aumentando o tom de voz, eu abri e fechei a boca varias vezes mais não consegui dizer nada, ela havia me pegado de surpresa. – Só que como você não falou com ela, não tem a certeza se ela vai te querer então você quer me deixar para segundo plano, quer continuar comigo caso ela não te queira, não é isso Edward? – ela perguntou, eu discordei com a cabeça.

— Não, eu não quis dizer isso, não queira colocar palavras na minha boca! – eu falei, levantando-me do sofá, ela e eu nos encaramos com olhares muitos sérios.

— Sempre foi assim Edward, sempre fui o segundo plano para você, mas eu não vou ficar aceitando isso, eu não vou permitir que você fique me deixando como segunda opção, caso a primeira não te aceite!

— Eu não estou te vendo assim Tanya, sério, eu, eu... – comecei a gaguejar, e então algumas lágrimas caíram dos meus olhos e voltei a me sentar no sofá, abaixei a cabeça e evitei olhar para ela novamente. – Tanya, não me obrigue a te dar nenhuma explicação agora, ou te dar alguma resposta, porque sinceramente eu não sei o que falar e nem sei o que te responder, você não consegue pensar como está sendo difícil para mim? Eu acabei de descobrir que tenho uma filha... Até três dias atrás eu achava que a Isabella estava morta! – e então voltei a olhá-la. – Foi um choque para mim, eu não estou querendo dizer que temos que terminar nosso noivado ou algo assim, eu só estou dizendo que isso não é uma decisão que se tome no calor do momento, estamos falando de algo muito sério e não estou falando isso porque eu estou te deixando para segundo plano, mas sim porque esse momento não é momento de tomar uma decisão, eu descobri tudo isso há pouco tempo, eu nem digeri ainda a noticia, então como você quer discutir nosso noivado agora? Não têm como Tanya, eu sinto muito! Mas eu não tenho cabeça para isso, só me dê um tempo, alguns dias...

Ela estava com rosto todo vermelho, enquanto continuava me encarando fixamente, ela soltou um suspiro, colocou as duas mãos na cintura e então concordou com a cabeça.

— Certo, estamos todos nervosos, você tem razão, eu vou embora, vou tomar um banho de agua fria e vou tentar digerir essa ideia, quando tivermos menos nervosos nós conversamos de novo... – ela falou.

— Obrigado! – agradeci, enquanto olhava-a fixamente.

Ela me olhou por alguns segundos, soltou um suspiro e então se virou, saiu rapidamente da minha casa, fechando a porta com força sem nem se despedir, e em nenhum momento ela voltou a olhar para trás.

Respirei fundo e voltei a olhar para o chão, minha cabeça estava doendo muito e a única coisa que eu queria era tentar dormir, embora eu tivesse a certeza de que seria quase impossível, soltei um longo suspiro e levantei-me do sofá, fui até a cozinha, tomei um remédio para dor de cabeça e em seguida fui para o meu quarto, joguei-me em minha cama e parei o olhar no teto, fiquei um bom tempo pensando e me perguntando: como será que Bella está agora? Será que ela havia melhorado? Será que ela está pensando em mim nesse momento? Se tiver, no que será que ela está pensando? Talvez ela esteja confusa tanto quanto eu...

Depois de um bom tempo eu sentei-me, parei o olhar numa escrivaninha que havia no meu quarto, ao lado da minha cama e depois de alguns segundos eu levantei-me, fui até ela, sentei-me, abri a primeira gaveta e tirei um bloco de papel que havia ali dentro já um bom tempo e que eu nunca havia utilizado até agora.

Peguei também um estojo, o abri e retirei um lápis e uma borracha e então comecei a pensar, pensei acho que por cerca de cinco minutos, até que então as primeiras palavras começaram a se formar em meu cérebro e então eu comecei a escrevê-las.

Continua...