UM Príncipe em Minha Vida escrita por Vivi Alves


Capítulo 8
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo... Vamos lá! bjs



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O domingo passara voando: quando Antonio e Elisa chegaram à delegacia o advogado já os aguardava; depois de batido o alvará de soltura e paga a fiança, o pai de Elisa foi liberado. Clóvis ficou surpreso quando viu Antonio ao lado de Elisa e mais surpreso ficou quando o príncipe se apresentou como noivo dela, deixando Elisa sem palavras diante do pai.
—Elisa não me disse que estava noiva, aliás, nem ao menos que estava namorando! _disse Clóvis entrando no luxuoso carro de Antonio.
—Você não deveria ter escondido algo tão importante de teu pai, meu amor! _disse Antonio piscando para Elisa deixando-a ainda mais irritada.
"Mataria Antonio quando tivesse oportunidade!" _pensou Elisa.
Antonio cativara tanto o pai de Elisa que em menos de cinco minutos estavam conversando como velhos amigos enquanto Clóvis, literalmente o colocava a par de toda a adolescência de Elisa.
—Chega pai! _o interrompeu ela quando o pai começou a falar para Antonio sobre seus raros e desastrosos namoros.
Elisa respirou aliviada quando chegaram ao condomínio onde morava; Antonio despediu-se de ambos e prometeu voltar no dia seguinte de manhã para irem até a nova clínica.
—Ele parece ser um homem correto e bem intencionado. _comentou Clóvis depois que Antonio foi embora. _Mas por que você nunca me falou sobre ele já que estão noivos, filha?
—Não estamos noivos realmente, papai, foi apenas um modo que Antonio encontrou para dizer que estamos juntos. Entende?
—Você não está dormindo com ele, não é, Elisa?
—Claro que não papai! _respondeu Elisa quase gritando ao ouvir a pergunta absurda do pai. _O que te faz pensar isto?
—Não sei Elisa... Esses homens ricos pensam que podem comprar tudo com dinheiro, mas eu sei que mesmo com todos os meus erros e os de sua mãe, você não é assim filha.
—Não se preocupe papai, Antonio nunca me faltou com o devido respeito, ele é um perfeito cavalheiro.
—Isso me tranquiliza. _disse Clóvis a abraçando. _Sei que não sou o melhor pai do mundo, mas te amo muito filhinha e nunca vou permitir que nenhum homem por mais importante e rico que seja te magoe. Entendeu?
—Eu também te amo papai!
—Irei me deitar um pouco. Fico feliz filha que você tenha encontrado alguém que te faça realmente feliz e que vá cuidar de você por mim. _disse ele indo para o quarto.
Depois que o pai foi se deitar Elisa sentou-se no sofá e começou a pensar em tudo que acontecera em sua vida desde o dia anterior: recusara a proposta de Antonio, descobriu que o amava... E agora estava ali, noiva de mentira do único homem por quem se apaixonara de verdade.

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Antonio estava pensativo sentado em uma poltrona no escritório quando Jácomo lá chegou:
—Posso entrar Antonio?
—Claro Jácomo! Você sabe que nem precisa perguntar.
—Lembra-se daquele carro que estava nos seguindo ontem quando chegamos aqui? _perguntou Jácomo.
—Claro que me lembro. Conseguiu descobrir alguma coisa pela placa?
—Como eu já temia, o investigador descobriu que aquela é uma placa clonada, o que não nos leva a lugar algum.
—Jácomo, você acha realmente que isso tem haver com os atentados que sofri em Monsália? _perguntou Antonio.
—Sinceramente, Antonio, penso que sim.
—Mas, por que alguém faria isso Jácomo? Pelo que eu saiba eu não tenho inimigos, não que desejassem minha morte.
—Mas, você possui dinheiro e agora poder, depois que as-sumiu o trono de Monsália, e acredite, poder e dinheiro trazem consigo seus próprios inimigos, filho.
—Sinceramente, Jácomo, já não sei o que pensar.
—Então, não pense, filho. Mas, mudando de assunto: você conseguiu fazer a moça desistir da sua proposta?
—Não; ao contrário iremos nos casar.
—Mas, você me disse hoje de manhã que estava pensando seriamente em fazê-la desistir dessa ideia, pois não daria certo esse casamento entre vocês, Antonio.
—Pensei melhor e vi que esse casamento dará certo com Elisa como daria com qualquer outra mulher Jácomo. _ironizou Antonio.
—Tem certeza que o motivo é apenas este Antonio?
Antonio poderia dar uma enorme lista para Jácomo do porque queria Elisa como esposa: 1°Não conseguia pensar em nenhuma mulher além dela; 2°Mantê-la-ia protegida ao menos durante aqueles três meses; 3° Iria vê-la durante todos os dias, e o mais importante, a teria apenas para ele enquanto ela estivesse em Monsália.
—E então Antonio, qual o real motivo da sua súbita mudança de ideia? _insistiu o ministro que já notara que havia algo mais além do que Antonio admitia existir entre eles.
—É ela quem eu quero Jácomo! _respondeu ele dando o assunto por encerrado. _Já não é um motivo mais que suficiente para se escolher uma esposa?
—Já que pensas assim, meu príncipe...

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Quando Antonio chegou ao apartamento de Elisa no dia seguinte, ela e o pai já o aguardavam para irem até a Clínica; Clóvis não foi contrario a internação, pois concordou que ainda não estava mesmo em condições de se recuperar sozinho. A clínica ficava a quase uma hora de viagem fora de Londres, porém o lugar era impecável e acolhedor. O diretor, amigo de Antonio recebeu Clóvis de braços abertos, ainda mais quando Antonio pagou seis meses de mensalidades adiantados, mesmo contra a vontade de Elisa. Foi com lágrimas nos olhos que Elisa despediu-se do pai.
—Não fique assim; teu pai ficará bem. Heitor e sua equipe são muito profissionais e capacitados. _disse Antonio quando saíram da Clínica.
—Eu sei. Meu pai é um irresponsável, mas eu o amo muito.
—Ele também te ama Elisa. Sabe o que ele me disse? Que eu iria me arrepender se te magoasse.
—O meu pai te disse isso? _perguntou Elisa não acreditando que o pai tivera mesmo coragem de dizer aquilo a Antonio.
—Claro que disse, e ele tem toda razão Elisa, pois ele é pai e é natural que esteja preocupado com o homem que está prestes a lhe roubar sua única filha. _gracejou ele abrindo a porta do carro para ela. _E como eu dei-lhe minha palavra que cuidaria bem de você, vou começar levando-a para almoçar. Vamos?
Elisa entrou no carro sem palavras para responder-lhe... De-finitivamente, se Antonio continuasse manipulando-a com um simples sorriso como sempre fazia com certeza o acompanharia até o fim do mundo se ele pedisse. _pensou Elisa.
Eles foram em silêncio durante todo o trajeto até Londres. Enquanto ouvia a linda música que tocava no player do carro Elisa se lembrou de que desde o dia anterior, desde que concordaram em se casar, Antonio a tratava da forma mais distante possível, evitando tocá-la e dirigindo-lhe a palavra apenas quando necessário. Enquanto viajavam até a Clínica as perguntas e assuntos de Antonio foram dirigidos apenas ao pai de Elisa.
Passado certo tempo Antonio estacionou o carro diante de um magnífico restaurante no coração de Londres.
—Você não está pensando em almoçarmos aqui, não é? _perguntou Elisa quebrando o silêncio.
—Estou sim. Por quê?
—Ora, Antonio... Eu não estou vestida para entrar em um lugar como este.
—Você está linda Elisa! _respondeu Antonio. _Já se olhou no espelho hoje?
Elisa corou com o repentino elogio, porém mesmo assim não demoveu da ideia ainda mais quando viu algumas mulheres elegantemente vestidas entrando no restaurante.
—Quem sabe outro dia Antonio, hoje não! _disse ela decidida._ Que tal irmos a uma lanchonete?
—Sou vacinado contra lanchonetes Elisa! Mas, tudo bem; te levarei a um lugar menos extravagante.
Elisa era mesmo diferente! _pensou Antonio. Nunca antes vira uma mulher recusar um almoço no mais caro restaurante de Londres. Antonio dirigiu mais alguns minutos e parou o carro diante de uma construção que mais parecia um antigo casarão reformado, mas dava para ver que era um aconchegante restaurante familiar.
—O que acha? _perguntou Antonio.
—Preferiria a lanchonete, mas tudo bem. _respondeu Elisa ignorando o olhar exasperado de Antonio.
O príncipe desceu do carro, abriu a porta para Elisa e conduziu-a até o restaurante. Ao contrário do que se via pela fachada, o restaurante não deixava nada a desejar em luxo e bom gosto; o clima familiar logo deixou Elisa mais a vontade.
—A mesa de sempre senhor? _perguntou o simpático garçom se aproximando deles.
—Gostaria de algo mais reservado hoje Juan. Poderia ser? _perguntou Antonio.
—O senhor é quem manda!
O garçom os conduziu ate uma mesa mais afastada perto de uma das janelas, e saiu para buscar o cardápio do dia.
—Gostou do lugar? _perguntou Antonio.
—Gostei. Não pensei que você frequentasse lugares tão reservados.
—Você ainda irá me conhecer Elisa. _disse Antonio quando o garçom voltou com o cardápio.
—O que vão querer hoje, senhor?
—Qual sua sugestão Juan? _perguntou Antonio.
—Vejamos, senhor... O prato do dia é costelinha ao molho pardo, acompanhada por uma deliciosa salada fria, e como sobremesa uma divina torta de chocolate com frutas roxas.
—O que você acha Elisa? _perguntou-lhe Antonio.
—Pode ser!
—E para beber? _tornou a perguntar ele.
—Suco. _respondeu Elisa novamente.
—Então Juan, traga o prato do dia, vinho para mim e suco para a senhorita.
—Certo senhor!
Em menos de cinco minutos o garçom voltou com mais dois ajudantes trazendo os pedidos. Ao contrário do que Elisa pensara, a costelinha estava deliciosa, ela já estava comendo a segunda porção enquanto Antonio a olhava de modo curioso:
—O que foi? _perguntou ela divertida. _Pensou que eu não saberia comer com garfo e faca, não é?
—Claro que eu não estava pensando isto Elisa! Fiquei apenas surpreso por você não optar apenas pela salada; a maioria das mulheres são muito vaidosas em relação a comidas.
—Felícia costuma dizer a mesma coisa; ela diz que se eu não me preocupar a evitar comidas gordurosas daqui um tempo estarei obesa. _riu Elisa.
—Duvido que isso seja possível. _disse Antonio olhando as curvas perfeitas do corpo de Elisa. _Você é apenas autêntica, gosto disso. Já que estamos falando sobre nossos gostos, acho que devido às situações devo dar-lhe isto..._disse Antonio tirando uma pequena caixinha do bolso de sua jaqueta.
—O que é isso? _perguntou Elisa sentindo seu coração acelerar.
—Elisa quer se casar comigo? _gracejou ele abrindo a pequena caixinha e revelando um lindo anel.
—Esta pergunta é desnecessária e eu não posso aceitar o anel! _disse Elisa aliviada por Antonio não poder ouvir as aceleradas batidas de seu coração.
"Por que ele tinha que fazer aquilo com ela?" _se perguntava Elisa.
—Por favor, Elisa, não é assim que se responde a um pedido de casamento! Além do mais a pergunta é tão necessária quanto o anel, se é para acontecer que aconteça da maneira certa, quero dizer, até onde as aparências permitem. Permita-me?
Quando Elisa se deu por si Antonio já havia colocado o lindo anel de brilhantes em seu dedo. Elisa pensava consigo mesma que para ele aquilo não deveria passar de uma parte do acordo, porém para ela era o momento mais mágico de toda sua vida.
—Posso te perguntar uma coisa? _perguntou Elisa para tentar disfarçar a emoção que estava sentindo.
—Claro!
—Por que você disse ao meu pai ontem que já estávamos noivos?
—O que você queria que eu dissesse Elisa?
—Não sei, qualquer coisa, que éramos amigos por exemplo.
—O que houve de errado em dizer que estávamos noivos? Teu pai disse alguma coisa?
—Claro que disse..._respondeu Elisa corando. _Ele perguntou se estávamos dormindo juntos!
—E você disse que estávamos? _perguntou Antonio rindo.
—Claro que não!
—Ora Elisa, devido a tudo que aconteceu, teu pai pensaria que estávamos dormindo juntos não importa o que eu dissesse. Ao menos ele saberá que temos um compromisso.
—Mas, nós nunca dormimos juntos! _disse Elisa irritada.
—O problema é esse? Poderemos mudar essa situação se te fizer se sentir melhor. _provocou Antonio diante do olhar irritado de Elisa.
Elisa iria respondendo quando um casal se aproximou da mesa onde eles estavam: a mulher era loira e não deveria ter mais que trinta anos com um corpo escultural e um rosto perfeito e bem maquiado, o homem aparentava ter o dobro da idade dela e pelo que Elisa percebeu parecia idolatrá-la.
—Ora quem vejo aqui? Príncipe Antonio Braga de Castelamontes! _disse ela deliciada.
—Elga! Otávio! Que prazer revê-los! _cumprimentou-os Antonio se levantando.
—O prazer é todo meu querido! _respondeu Elga quando Antonio educadamente beijou a mão que ela lhe estendeu.
Elisa sentiu-se insignificante diante da exuberante mulher. Mas o que ela esperava? Que Antonio deixaria de admirar uma linda mulher como Elga apenas por que lhe dera um anel e lhe fizera uma bizarra proposta de casamento? Elisa desejou jogar aquele anel sobre a mesa e pedir para Antonio esquecê-la, mas com certeza os amigos dele, inclusive, a exuberante e oferecida mulher a chamariam de adolescente apaixonada.
—Te liguei tantas vezes esses dias Antonio. Por que você não me atendeu?
—Desculpe-me Elga, mas estive muito ocupado durante esses últimos dias. Era algum assunto importante?
—Otávio quer me dar um carro de presente de aniversário e eu quero que você me indique um dos seus, querido.
—Pieter está tomando conta dos negócios no momento Elga, ele ficará imensamente feliz em recebê-los.
—Mas Antonio, eu gostaria de tratar pessoalmente com você como sempre fizemos. Você sabe que nem mesmo Otávio conhece meus gostos tanto quanto você, querido.
Aquilo foi a gota d’água para Elisa que se levantou para ir embora quando Elga a notou:
—Não vi que estava acompanhado Antonio.
—Eu iria apresentá-las Elga. Esta é Elisa, a razão de toda minha ocupação no momento. _disse Antonio puxando Elisa para si.
—Sua nova namoradinha? _perguntou a mulher olhando Elisa com desdém.
—Minha noiva. Iremos nos casar!
—Você está brincando comigo não é? _perguntou Elga quase gritando.
Elisa se perguntou se o marido dela não se importava com aquela cena por que ela sim estava incomodada.
—De maneira alguma, Elga. Há alguns minutos Elisa concedeu-me a honra de aceitar ao meu pedido de casamento.
Então a mulher olhou para a mão de Elisa e viu o lindo anel que brilhava em seu dedo, ficando tão vermelha quanto o seu chamativo vestido.
—Então parabéns! Desejo-lhe sorte mocinha! _ironizou ela. _Vamos embora Otávio querido?
—Claro, querida! _respondeu o homem enquanto a acompanhava para fora do restaurante.
—Que bom que se foram! _disse Antonio se sentando novamente._ Você iria mesmo embora e me deixaria sozinho com aqueles dois?
—Não queria te atrapalhar com seus amigos. _disse Elisa magoada ainda pelo que a mulher dera a entender sobre ela e Antonio no passado.
—Eles não são meus amigos Elisa, conhecidos de algum tempo, mas não amigos. _disse Antonio não querendo falar sobre o seu passado com Elisa; ela sim era o seu presente, o único que ele queria viver naquele momento.
Nesse momento o celular de Antonio tocou, ele atendeu, falou alguns minutos e encerrou a ligação:
—Teremos que ir embora Elisa. Jácomo disse que o representante da Fox está me aguardando na sede da empresa; te deixarei em casa e irei para lá.
—Tudo bem; já terminei. _disse Elisa aliviada por irem embora antes que ela perguntasse o que Elga queria dizer com o comentário de que ele a conhecia melhor do que o próprio marido e Antonio descobrisse que ela estava morrendo de ciúmes.
Antonio pediu a conta e os dois saíram do restaurante; estavam entrando no carro quando Elisa ouviu alguém a chamando, ela olhou para trás e viu Felícia; ligara para a amiga no dia anterior para contar que Antonio conseguira a liberdade de seu pai e ainda conseguira uma vaga para ele em uma das melhores clínicas de Londres, o que não contara a amiga é que aceitara se casar com o perfeito e cobiçado príncipe em um acordo absurdo. Felícia estava acompanhada por um rapaz alto com cara de bebê, Elisa logo reconheceu o irmão mais velho e único de Felícia, com quem tivera um rápido e desastroso namoro e a quem não via há quase três anos.
—Oi amiga! _disse Felícia a abraçando.
—Oi Felícia! Iria te ligar logo que chegasse em casa. _respondeu Elisa notando o olhar "eu quero que você me conte tudo" que a amiga lhe lançou ao vê-la ao lado de Antonio.
—Bom dia, príncipe Antonio!
—Bom dia senhorita! _respondeu Antonio apoiando as costas em seu carro e estudando o irmão de Felícia que não tirava os olhos de Elisa.
—Se lembra do meu irmão Francis, Elisa? _perguntou Felícia.
—Claro; oi Francis! _cumprimentou Elisa.
—Quanto tempo Elisa! Você não é mais aquela menininha de quem eu me lembrava! Que linda mulher você se tornou!_ disse Francis a abraçando e segurando-a mais que o suficiente.
Elisa sentiu-se incomodada com aquilo e soltou-se do abraço sufocante de Francis.
—Felícia te ligarei quando chegar em casa; Antonio está com pressa, pois ele me deixará em casa e logo depois irá resolver alguns assuntos dele.
—Poderemos te deixar em casa Elisa. _sugeriu Francis. _Estamos indo para aquele bairro mesmo.
—Não se preocupe, amigo; Elisa já está acompanhada. _disse Antonio, passando um dos braços pela cintura de Elisa e puxando-a delicadamente para perto dele. _Vamos Elisa?
—Claro! _disse Elisa corando com o gesto inesperado de Antonio. _Até mais Felícia! Tchau Francis!
—Até mais amiga! _respondeu Felícia piscando para Elisa.
Antonio dirigiu em silêncio até o condomínio onde Elisa morava. Quando ele parou o carro em frente ao pequeno prédio, ele olhou para Elisa pela primeira vez desde que se separaram de Felícia e seu irmão.
—Posso te perguntar uma coisa?
—Claro! _respondeu Elisa percebendo que Antonio estava a ponto de explodir.
—Além de receber visitas em sua casa apenas de camisola e se jogar nos braços de seus amigos em plena luz do dia, você possui alguma outra extravagância a qual eu terei que me acostumar?
—O que você está insinuando? _perguntou ela confusa e ofendida.
—Não estou insinuando nada Elisa! Apenas quero que você diga à Felícia que da próxima vez que aquele irmão dela ousar te abraçar daquela forma em minha frente eu não me responsabilizarei pelo que poderá acontecer com ele!
—Não acredito que você esteja com ciúmes do Francis!
—É claro que eu não estou com ciúmes de ninguém Elisa! _explodiu Antonio. _ Apenas quero lembrar-lhe que você é minha noiva agora e daqui a alguns dias será minha esposa, ainda que seja apenas no papel espero que você se comporte como tal!
—O que você está querendo dizer realmente com isso Antonio? _perguntou ela indignada querendo dizer a ele que ao menos ele nunca teria que ouvir de Francis ou de qualquer outro homem o que ela teve de ouvir da boca da vulgar Elga em relação a ele.
—Ora Elisa, sei que vocês ingleses são bastante liberais em relação a algumas coisas, porém espero contar com sua honestidade e fidelidade ao nosso acordo durante os próximos três meses.
—Era apenas isso? _perguntou Elisa abrindo a porta do carro.
—Sim. _respondeu Antonio.
—Então, não se preocupe príncipe Antonio, pois não irei manchar seu bom nome com nenhuma de minhas devassidões inglesas. _terminou Elisa batendo a porta do carro e entrando no condomínio sem olhar para trás.
Elisa mal entrou em seu apartamento e já deitou-se na cama abraçando-se ao grande urso branco de pelúcia e deixando algumas lágrimas rolarem soltas pelo seu rosto. Quem Antonio pensava que ela era? _se perguntava Elisa. Como ele podia pensar que ela teria coragem ao menos de pensar em alguém estando ao lado dele? E o que Elga dissera? Ele não percebera que a magoara também? Elisa chorou tanto que acabou dormindo abraçada ao urso.
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Antonio terminou de tomar banho e sentou-se diante do notebook na escrivaninha de seu quarto para responder ao e-mail de Rúbia; a irmã estava ansiosa para saber notícias, já que Antonio não ligara para ela desde que Elisa aceitara sua proposta de casamento. Antonio respondeu ao e-mail pondo-a a par de toda a situação e depois de enviá-lo, deitou-se na enorme cama sem apetite para descer para o jantar. Ele passara o dia completamente estressado consigo mesmo, sabia que magoara a Elisa, porém não era essa sua intenção; mas aquele irmão de Felícia conseguira tirá-lo do sério. Quem ele pensava que era para abraçar Elisa daquela forma? Elisa... Aquela moça estava mexendo completamente com seu autocontrole; não deveria ter falado daquela forma com ela; Elisa não tinha culpa se ele quase ficara louco de raiva apenas por ver outro homem que não fosse ele tocando-a, coisa que ele nunca poderia fazer. O melhor a fazer seria desculpar-se com ela _decidiu Antonio pegando o celular e discando o telefone do apartamento de Elisa.
—Alô! _atendeu ela com voz sonolenta.
—Boa noite Elisa! Te acordei?
—Não. Ainda estou lavando a louça do jantar... O que você deseja?
Antonio pensou em responder: "Desejo você!", mas se controlou; pelo tom de voz ela ainda deveria estar magoada com ele.
—Você ainda está magoada comigo?
—Importa? _perguntou ela.
—Para mim, é claro, que importa Elisa. Perdoe-me; eu não deveria ter falado daquela forma com você.
—Tudo bem. Além do mais Francis foi um idiota. _disse ela se lembrando da conversa que tivera com Felícia naquela tarde, onde a moça reprovava o comportamento do irmão.
—Nesse ponto concordamos! _riu Antonio feliz por voltar a se entender bem com Elisa. _Então nos veremos amanhã. Tudo bem?
—Claro. Tenha uma boa noite, então!
—Boa noite Elisa!

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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam desse capítulo? Espero que tenham gostado, pois foi um dos que eu mais amei escrever. Ate o próximo capítulo. Bjs!



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