UM Príncipe em Minha Vida escrita por Vivi Alves


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Finalmente... Depois de quase dois dias sem postar, ai vai mais um capitulo. bjs



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Eram quase quatro horas da tarde, Elisa estava sentada na confortável poltrona lendo um romance que encontrara sobre a escrivaninha, quando ouviu baterem na porta.
—Entre! _disse ela distraidamente, sem tirar os olhos do livro, pensando ser Antonio que não vira desde a manhã.
—Com licença senhora! _disse uma voz feminina timidamente.
Elisa levantou os olhos e deparou-se com uma bonita moça que não deveria ter mais que dezesseis anos, os cabelos pretos, longos e lisos, ela estava usando um simples vestido florido, porém a moça era encantadora.
—Desculpe-me se a assustei senhora.
—Oh, não se preocupe, eu estava um pouco distraída. Entre! _disse Elisa.
—Meu nome é Samara, sou irmã de Estevan. O príncipe me designou para ser sua serva pessoal. _explicou a moça.
—Não precisava; irei conversar com Antonio, Samara. Não quero ser um incômodo.
—Incômodo? Será uma honra servi-la, senhora! _respondeu a moça levantando os olhos para Elisa pela primeira vez e sorrindo. _Isso é, se a senhora quiser.
—O prazer será meu Samara, se isso a deixa feliz e não a incomoda.
—Claro que não senhora... O príncipe teve muita sorte, pois a senhora é muito bonita.
—Obrigada Samara! _respondeu Elisa corando com o sincero elogio da menina, bem diferente da fria recepção de Patrício. _Você também é.
—Obrigada senhora! Posso desfazer suas malas? _perguntou Samara se referindo às três grandes malas de Elisa deixadas perto de um dos sofás.
—Não precisa Samara... eu mesma guardarei as roupas. _disse Elisa envergonhada; empolgara-se tanto na leitura do romance que se esquecera de desfazer as malas.
—De forma alguma senhora! O príncipe não quer que a senhora se preocupe com nada enquanto estiver aqui. Ele me demitiria se soubesse que a senhora está fazendo minha obrigação.
—Tudo bem Samara, mas vou te ajudar. Prometo não contar nada a Antonio. Combinado? _perguntou Elisa sorrindo para Samara.
—O que a senhora desejar!
Elisa ajudou Samara a levar as malas para o quarto, logo depois as duas foram guardar as quase cem peças de roupas, além das camisolas, lingeries e sapatos que Rúbia comprara para ela em Londres sem se importar em gastar sem medida o dinheiro de Antonio.
####

Passava já das sete horas da noite, Antonio bebia um vinho enquanto conversava com Jácomo e Pablo sobre a fertilização que se iniciaria na manhã seguinte, porém seu pensamento estava apenas em Elisa e no que ela estaria fazendo que não descia para o jantar, ele a vira apenas pela manhã e isso o deixava um pouco estressado. Fazia meia hora que dissera para Samara chamar Elisa, porém até aquele momento ela não aparecera.
Antonio passara toda a tarde organizando alojamentos para a equipe da Fox que chegara naquela tarde; por sorte sua tia Nancy tinha alguns quartos disponíveis que ela concordara em alugar para Antonio hospedar os vinte homens responsáveis pelas máquinas de fertilização.
A grande sala do palácio estava toda iluminada para o jantar daquela noite; a equipe de Pablo estava deslumbrada com Monsália e com a ótima recepção com que foram recebidos. O rei Alfredo não desceria para o jantar, Rúbia e Pieter ainda não haviam chegado ao palácio, assim como os demais convidados que com certeza só chegariam depois das oito horas da noite.
—Com licença, meu príncipe! _disse Samara se aproximando timidamente de onde Antonio estava com os outros.
—Um minuto, senhores! _pediu Antonio se afastando para falar com a moça. _Onde está Elisa?
—A senhora pediu para o senhor desculpá-la, mas ela não irá descer.
—Elisa não descerá para o jantar? Por quê? _perguntou Antonio tentando manter a voz o mais baixo possível.
—Ela disse que está cansada, meu príncipe e irá comer alguma coisa em seus aposentos mesmo e logo depois irá se deitar. Quer que eu lhe dê algum recado, meu senhor?
—Não se preocupe Samara; eu resolverei isso pessoalmente.
####

Elisa havia acabado de tomar banho e estava sentada em uma cadeira diante do grande espelho da cômoda enquanto terminava de fazer uma trança em seus cabelos. Rúbia estava certa quando dissera que em Monsália o calor era um verdadeiro problema para quem estava acostumado ao clima na maioria das vezes frio de Londres; por isso depois do banho resolveu vestir apenas uma fina camisola branca, pois como não iria descer para o jantar, comeria apenas um sanduíche com suco e já iria deitar e ler um pouco enquanto o sono não chegava. Qualquer coisa seria melhor do que ter que ver, novamente, Kate com sua pose de viúva inconsolável tentando enfeitiçar Antonio com sua beleza, se já não enfeitiçara...
Elisa estava pensando essas coisas quando ouviu uma batida na porta do quarto.
—Entre, Samara! _disse ela sem desviar os olhos do espelho.
—Lamento, mas não é a Samara, querida esposa. _respondeu Antonio sério parando na porta do quarto.
—Antonio? _perguntou Elisa surpresa o olhando.
—Sim, sou eu. Por que você mandou a menina me dizer que não desceria para o jantar?
Elisa iria respondendo, mas se perdeu olhando a perfeição e a beleza de Antonio naquela noite; ele estava simplesmente lindo: vestindo uma calça preta que se ajustava perfeitamente ao seu corpo e uma camisa branca de mangas compridas dobradas até a altura do cotovelo _o príncipe de Monsália estava diante dela em toda sua beleza e irritação também _concluiu Elisa.
—E então Elisa? _insistiu Antonio.
—Ora, Antonio, eu não estou com fome!
—Porém você recusou a um convite meu!
—Não pensei que você levaria para o lado pessoal. _provocou Elisa.
—Gostaria de lembrar-lhe, Elisa, que você é minha esposa e como tal você tem algumas obrigações; uma delas é estar ao meu lado em ocasiões como esta. O que as pessoas vão pensar se souberem que minha esposa se recusa a participar de um jantar ao meu lado no segundo dia de nosso casamento?
—Para você só importa isso não é? O que os outros vão pensar! Ora, Antonio, faça-me o favor! Teu povo está cansado de saber que nosso casamento não passa de uma farsa! _disse Elisa se levantando irritada com a indignação sem fundamento de Antonio.
Elisa esperou a resposta irritada de Antonio, porém ele apenas a olhava intensamente dos pés a cabeça; só então Elisa lembrou-se que estava usando apenas a fina camisola sobre as roupas íntimas.
—Você não deveria ficar vestida assim com as portas de seus aposentos praticamente abertas, Elisa. _disse Antonio se aproximando dela.
—Você mesmo disse que eu não precisaria temer nada enquanto estivesse aqui em Monsália, então pensei que não haveria o porquê de trancar portas. _disse Elisa tentando pegar o roupão que estava sobre a cama, porém Antonio pegou-o antes dela.
—Eu disse Elisa. Porém eu não disse para você ficar provocando o perigo a todo tempo. _respondeu Antonio aspirando o perfume dela que ainda estava no roupão, fazendo o coração de Elisa disparar.
—Não sei a que perigos você se refere... _murmurou Elisa, quando Antonio aproximou-se dela novamente, fazendo-a apoiar suas costas na grande cômoda.
—Vestida apenas com esta camisola em minha frente, por exemplo. _respondeu Antonio roçando os lábios pelo pescoço de Elisa. _Eu não sou de ferro, meu anjo.
Dizendo isso Antonio puxou-a para si e a beijou; um beijo ansioso, faminto, como ele desejara beijá-la desde a noite do casamento. Elisa tentou resistir a princípio, porém desistiu e se rendeu ao que ela também tanto queria, nunca imaginara ser possível amar e querer tanto alguém como amava e desejava o homem que agora, por mais incrível que parecesse, era seu marido.
—Eu tenho tentado ficar longe de você Elisa, não tocá-la, não beijá-la, mas infelizmente eu não sou tão forte assim. _murmurou Antonio com voz rouca, beijando-lhe o ombro, mordiscando lhe a orelha. _Desde que a conheci, eu não consigo parar de pensar em você um minuto sequer, meu anjo.
Ele pensa em mim! _pensou Elisa não cabendo em si de felicidade... Antonio se importava com ela então.
—Fala que pensa em mim também, minha Elisa... _pediu Antonio a beijando novamente.
—Muito. _respondeu Elisa esquecendo todos os temores e correspondendo ao beijo de Antonio.
Após quase três minutos que estavam se beijando, Antonio a tirou do chão sem parar de beijá-la e deitou-a na cama.
—Antonio, não! _disse Elisa se sentando na cama.
—Acalme-se, meu anjo. Não faremos nada que você não queira. _respondeu Antonio beijando o pescoço de Elisa e descendo os lábios pelo decote em V de sua camisola.
Elisa rendeu-se com um gemido, deitando a cabeça nos travesseiros enquanto Antonio quase a levava a loucura beijando seus lábios, ombros, pescoço e a curva entre seus seios exposta pelo decote.
Antonio nunca imaginara em toda sua vida que desejaria uma mulher como estava desejando Elisa; aquela moça era diferente de qualquer mulher que conhecera; os gemidos de Elisa a cada toque seu, estavam a ponto de levá-lo á loucura. Quase perdera todo o controle quando ela desabotoara alguns botões de sua camisa, arrancando dois botões na pressa para morder-lhe o pescoço e seus ombros enquanto ele a beijava; aquela simples carícia de Elisa estava sendo demais até mesmo para ele que era conhecedor das mais variadas artes de sedução feminina. O que aquela moça estava fazendo com ele? _ se perguntava Antonio que sempre se considerara forte o suficiente para esconder os seus mais profundos desejos.
—Eu quero você agora, Elisa. _murmurou ele em seu ouvido, acariciando uma de suas pernas sob a camisola._ Se entrega para mim, meu anjo.
Elisa congelou naquele momento, precisava parar aquilo antes que fossem mais longe do que já tinham ido. Felícia um dia lhe dissera que todo homem tem um limite no qual se ele chegar, não consegue parar, ainda que a mulher implorasse; Elisa esperava que Antonio não tivesse chegado nesse limite.
—Antonio, nós não podemos! _conseguiu dizer Elisa, tentando parar a mão de Antonio que ainda a acariciava, impedindo-a de pensar com clareza.
—Por que não?_ perguntou ele parando de acariciá-la e entrelaçando seus dedos nos de Elisa. _Me dê só um motivo para interromper o que eu mais tenho desejado nos últimos dias.
—O jantar! _lembrou Elisa, se sentando na cama.
—Você não estava tão preocupada com o jantar há alguns minutos atrás. _disse Antonio rindo. _De qualquer forma, prefiro ficar aqui com você.
—Antonio você sabe que não pode deixar os convidados te esperando. _argumentou Elisa.
—É fácil dizer isso, não é mocinha, depois da situação em que você me deixou. _brincou Antonio mostrando a camisa amarrotada e sem os dois botões que Elisa tirara. _Você acha mesmo que eu estou em condições de aparecer no jantar?
—Acho que não. _riu Elisa traçando com o dedo a mancha avermelhada que suas unhas deixaram no pescoço e no ombro de Antonio.
—Decidi: nada de jantar por hoje! _disse Antonio puxando-a para si novamente.
—Estou falando sério Antonio! É melhor você descer.
—Você vem comigo? _perguntou ele beijando-lhe o pescoço novamente.
—Você me quer do seu lado no jantar?
—Te quero de todas as formas possíveis Elisa durante cada minuto do meu dia e especialmente de minhas noites.
—Tudo bem. Então é melhor descermos. _disse Elisa tentando esconder a emoção pelo que ouvira.
—Irei até meu quarto trocar de camisa e encontro você aqui em dez minutos, para descermos para o jantar.
####


Quando Antonio e Elisa chegaram à grande sala do palácio, todos os convidados para o jantar já estavam lá; por sorte Rúbia, Jácomo e Pieter eram ótimos anfitriões e estavam mantendo os convidados entretidos para que a ausência do soberano de Monsália e de sua recente esposa inglesa não se tornasse o falatório do momento. Apenas Kate deixou claro que notou a ausência deles, lançando um furioso olhar em Elisa.
—O príncipe Antonio Braga de Castelamontes e sua esposa Elisa Ribello de Castelamontes! _anunciou Jácomo, quando eles chegaram ao salão.
Elisa desejou que a terra a engolisse quando todos os olhares se dirigiram para ela, estudando-a, observando-a.
—Não se preocupe meu anjo, pois você está deslumbrante! _murmurou Antonio em seu ouvido, notando seu constrangimento._ Você irá se acostumar, além do mais eu estou do seu lado. Venha, vou lhe apresentar aos nobres de Monsália e suas esposas.
—Tudo bem! _respondeu Elisa, querendo dizer a Antonio que nunca fora boa com olhares convertidos sobre ela.
Elisa notou que passado o primeiro momento de curiosidade, a maioria dos nobres de Monsália agiam como se ela nem existisse, dando atenção apenas a Antonio. Joseph, um dos ministros de 2ª ordem fora mais frio com Elisa do que o próprio Patrício, já sua esposa tentou ser gentil com Elisa, mesmo sob o olhar desaprovador do ancião, e para maior irritação do ministro, Antonio tratava-a com a maior atenção do mundo, apresentando-a a todos como o mais dedicado dos esposos. Já Benício o outro 2° ministro a tratara da forma mais educada e calorosa possível.
—O que está achando?_ perguntou Antonio a Elisa quando terminaram os cumprimentos.
—Menos assustador do que eu esperava. _gracejou ela. _Apenas acho que aquele ministro não gostou muito de mim.
—Joseph? Não se preocupe com ele. Como eu lhe disse Elisa, não precisa temer ou abaixar a cabeça diante de ninguém; você é minha esposa e terão que aceitar isso querendo ou não.
—Não se preocupe, eu não irei voltar correndo para Londres. _brincou ela sorrindo.
—Assim espero. Porém você não precisaria ter tido o desprazer de conhecer Joseph hoje se tivesse aceitado minha proposta de não descermos para o jantar; tenho certeza de que poderia estar lhe proporcionando momentos bem mais agradáveis e prazerosos que estes. _murmurou ele em seu ouvido, rindo ao vê-la estremecer levemente._ Estou ansioso para que este jantar termine logo, meu anjo.
De que ele seria capaz de proporcionar-lhe momentos inesquecíveis, disso não tinha dúvidas, pensou Elisa se lembrando da última hora que passara nos braços de Antonio e de cada sensação nova e maravilhosa que sentira.
—Pensei que teria que mandar Jácomo e toda a guarda real ir buscá-los. _brincou Rúbia em voz baixa se aproximando deles.
—Sabia que você está encantadora esta noite irmãzinha? _perguntou Antonio tentando mudar de assunto.
—Não tente me enganar, Antonio, pois não vai conseguir. _devolveu ela sorrindo. _Mas, tudo bem. Agora, empreste-me Elisa, por um momento, pois Hanna está louca para conhecê-la; você já monopolizou Elisa demais por hoje.
—Não esqueça o que me prometeu Elisa. _disse Antonio em seu ouvido antes de deixá-la na companhia de Rúbia e ir conversar com alguns convidados.
Elisa corou novamente, lembrando-se da tal promessa, enquanto seguia Rúbia: Antonio a convidara para assistirem a um documentário sobre Monsália nos aposentos dele depois do jantar, Elisa tentou recusar; mas como dizer não com Antonio beijando-a todas as vezes que ela iria responder? Ele prometera que não iria acontecer nada demais, ou melhor, não iria acontecer nada que ela não quisesse. Se lembrando do que acontecera em seu quarto, Elisa se perguntou se seria confiável confiar no autocontrole dela; a resposta com certeza seria não, pensou ela, se lembrando do momento em que ela praticamente atacara Antonio quando ele a beijara.
Elisa saiu de seus devaneios quando chegaram perto do piano onde Hanna brincava com sua babá; Elisa ficou encantada com a linda e esperta menina, que muito se parecia com Rúbia, com exceção dos cabelos loiros; a pequena Hanna também encantou-se com Elisa, já chamando-a de tia.
Elisa estava ouvindo a menina tocar piano, quando Kate acompanhada de sua mãe se aproximou de onde elas estavam:
—Boa noite, Elisa! _cumprimentou ela forçando um sorriso.
—Boa noite, Kate! Boa noite, senhora Nancy! _respondeu Elisa.
—Boa noite, querida! _respondeu Nancy. _Você está encantadora!
—Obrigada!
—Onde está Antonio? _perguntou Kate.
—Cumprimentando os convidados, eu creio. _respondeu Elisa, desejando que Antonio ou Rúbia estivessem ao lado dela naquele momento.
—Ah, claro! Antonio é um ótimo anfitrião. Já para você deve ser um desconforto estar no meio de uma sociedade tão diferente da qual você é acostumada; não é Elisa? _ perguntou Kate com um sorriso irônico.
—Ao contrário, estou amando Monsália.
—Entendo. Para alguém que viveu na obscuridade a vida toda, subir na vida de uma hora para outra deve ser algo extraordinário. _terminou Kate rindo.
Naquele momento Elisa descobriu que Kate a odiava e faria de tudo para tornar sua vida ali insuportável... Mas por quê?
—Kate, que modos são esses? _repreendeu-a Nancy.
—Elisa sabe que estou brincando, mamãe. Não é prima Elisa?
—Claro! Além do mais, não nascer em uma realeza não é motivo de vergonha para ninguém. _respondeu Elisa enfrentando o olhar de Kate.
Nesse momento, Patrício foi anunciar que o jantar seria servido naquele momento.
—Boa noite tia Nancy! Boa noite Kate! _cumprimentou Antonio se aproximando de onde elas estavam.
—Boa noite, meu príncipe! _respondeu Kate. _Como sempre, a recepção está perfeita. Vamos, mamãe?
—Claro. Nos vemos à mesa, filho. _respondeu Nancy se afas-tando com Kate.
—Está tudo bem com você Elisa? _perguntou Antonio notando o semblante entristecido de Elisa. _Kate te aborreceu?
—Claro que não. _mentiu ela forçando um sorriso. _Apenas estou um pouco perdida no meio de tudo isso.
—Você irá se acostumar. A propósito você está sendo o centro das atenções.
—Não sei por que diz isso.
—Como não Elisa? Você está simplesmente linda. Acredito que a maioria dos homens aqui presentes invejam minha grande sorte.
—Por favor, Antonio, não diga isso. _respondeu ela corando, já nem se lembrando das palavras de Kate. _Acho melhor irmos jantar.
—Tudo bem, vamos. Concede-me a honra?_ perguntou ele sorrindo e oferecendo-lhe o braço.
—Claro!
Ao todo estavam reunidas umas quarenta pessoas para o jantar incluindo o pessoal de Pablo. O jantar transcorreu animado com a motivação de todos com a fertilização que se iniciaria no dia seguinte. Kate não mais a incomodara.
Logo após o jantar, todos se levantaram e se dirigiram novamente para o salão e alguns se decidiram ir passear no jardim do palácio para aproveitarem a noite. Antonio estava sentado em um dos sofás com Elisa ao seu lado, enquanto acertava os últimos detalhes para o dia seguinte com Pablo, quando Kate se aproximou de onde eles estavam.
—Mamãe gostaria de falar com você Antonio. _disse ela.
—Tem que ser agora Kate? _perguntou Antonio.
—Sim. São alguns assuntos que não deu para tratarmos quando você esteve em nossa casa hoje à tarde.
“Antonio havia ido à casa de Kate naquele dia?” _se perguntou Elisa. Ele dissera que passaria quase todo o dia com seu pai... “Antonio mentira para ver Kate?” Elisa não queria acreditar naquilo.
—Tudo bem. Você vem comigo Elisa? _perguntou Antonio.
—Não. _respondeu ela. _Quero dizer, ainda estou um pouco cansada, prefiro esperá-lo aqui.
—Não se preocupe, príncipe Antonio, posso fazer companhia para Elisa. _se ofereceu Pablo.
Deixar Elisa na companhia do galanteador Pablo seria a última coisa na qual Antonio pensaria.
—Kate, diga à sua mãe que falarei com ela amanhã de manhã. _disse ele.
—Pode ir falar com sua tia, Antonio; ficarei bem com o senhor Pablo. _respondeu Elisa magoada demais para se importar se Antonio aprovava ou não a companhia.
Antonio resolveu engolir a irritação e acompanhar Kate até a varanda onde estava sua tia.
—Monsália é um lugar apaixonante e maravilhoso, não é? _perguntou Pablo depois que Antonio saiu.
Elisa notou que o rapaz estava muito à vontade, com certeza, era o excesso de vinho.
—Sim; não há como não se apaixonar por este lugar, senhor Pablo.
—Falando em se apaixonar... O que está achando da vida de casada?
—Ótima. Por que a pergunta? _perguntou Elisa.
—Perdoe minha intromissão; apenas acho que vocês se casaram muito rápido; entende?
—E há alguma coisa errada em se casar rápido, senhor?_ perguntou Elisa já começando a se irritar com Pablo.
—Não quando existe amor...
—E o que o senhor está querendo dizer exatamente com isto?
—Ora, não me leve a mal; quero que saiba que a considero uma mulher muito bonita...
—Dispenso os elogios, senhor Pablo! _respondeu Elisa, pensando que com certeza ele havia excedido no vinho.
—Perdoe-me, apenas acho que o príncipe Antonio pode estar apenas usando-a, se me entende.
—Meu esposo não iria gostar de ouvir isto, senhor. _disse Elisa não querendo ouvir as palavras de Pablo.
—Desculpe-me, senhora; digo isto baseado em alguns comentários que ouvi.
—Quais comentários foram estes?
—Ora, vou dizer por que você ouvirá de qualquer maneira. Me falaram que o casamento de vocês foi apenas para que Monsália conseguisse a aliança conosco, ao que eu não acreditei é claro. Além do mais fiquei sabendo que teu esposo sempre foi apaixonado pela prima, essa moça que veio chamá-lo, eles eram prometidos desde criança, porém ela deixou-o para se casar com o irmão do príncipe que era então o futuro rei. Por esse motivo, os dois irmãos não se falavam, assim foi, até que a morte do antigo príncipe regente acabou com a competição, deixando o caminho livre. _terminou Pablo.
—Não fique repetindo essas historinhas por aí, senhor Pablo, Antonio com certeza não gostará de ouvi-las. _disse Elisa sentindo seu coração em pedaços.
Antonio apaixonado por Kate? Inimigo de seu próprio irmão por causa dela? _ Elisa não poderia, não queria acreditar naquilo.
—Por favor, se meu esposo perguntar por mim, diga que já me recolhi. _disse Elisa subindo as escadas sem querer olhar para Pablo novamente; suas revelações embriagadas acabaram com sua noite.
Quando Elisa chegou a seus aposentos Samara estava pre-parando um chá para quando ela chegasse.
—Já de volta, senhora? Como foi o jantar? _perguntou a moça.
—Ótimo! _mentiu Elisa.
—Preparei um chá para a senhora, é ótimo tomar um antes de dormir. A senhora ainda precisará de mim?
—Obrigada querida! _disse Elisa pegando a chávena. _Pode ir descansar. Antes de ir Samara, você me responderia uma pergunta?
—Claro, senhora. Quantas desejar.
—É verdade que Antonio e Kate já tiveram alguma coisa antes dela ficar noiva do príncipe Enrico?
—Quem lhe disse isso, senhora?
—Não importa. É verdade Samara?
—Senhora, acredite, eu não sei ao certo se já houve alguma coisa entre eles no passado, mas posso descobrir se a senhora deseja. O que sei é que nosso príncipe nunca demonstrou nenhum interesse na senhorita Kate desde que voltou para Monsália.
—Esqueça o que lhe perguntei Samara, por favor.
—Claro. Tenha uma boa noite senhora!
—Boa noite Samara! _disse Elisa trancando a porta depois que a moça saiu.
Depois que tomou o chá de um só gole para se acalmar, Elisa sentiu raiva de si mesma ao se lembrar do que quase acontecera entre ela e Antonio e dos momentos que viveram. Sem saber o que realmente acontecera no passado, ela se perguntava: Como poderia amar a um homem que desejara a noiva do próprio irmão? Esperava isso de Kate, mas de seu amado Antonio não... Ela confiara nele, estava disposta a qualquer coisa para provar seu amor a ele. E agora descobrira uma coisa daquelas?
Elisa estava pensando essas coisas quando ouviu uma batida na porta, ela pensou que talvez Samara esquecera alguma coisa; porém ao abrir a porta deparou-se com Antonio sorrindo para ela.
—Pablo disse que você não estava se sentindo bem. _disse ele preocupado.
—E não estou mesmo. _respondeu Elisa se afastando para que ele entrasse, e tentando manter a distância para não se render á forte atração que sentia por ele.
—O que você está sentindo? _perguntou Antonio se aproximando dela e acariciando seu rosto.
—Nada demais, eu creio que deve ser a mudança de clima. _respondeu ela sentindo o coração acelerar contra a sua vontade.
—Talvez eu possa te ajudar a relaxar. _disse Antonio a beijando.
Elisa apenas fechou os olhos resistindo ao desejo de corresponder ao beijo que Antonio lhe dava. Não seria mais uma aventura na vasta lista do príncipe de Monsália.
—O que está acontecendo, Elisa? _perguntou Antonio a soltando, notando a repentina frieza de Elisa em relação a ele.
—Não está acontecendo nada, Antonio.
—Como nada Elisa? Você não estava assim agora há pouco. Pablo lhe disse ou fez alguma coisa que não deveria?
—Não Antonio; Pablo não me disse nada demais. Olhe, o problema é que eu pensei bem e vi que o que aconteceu entre nós aqui foi um grande erro.
—Um erro? _perguntou Antonio dando um meio sorriso. _ E você percebeu isto só agora, depois de tudo o que aconteceu aqui entre nós dois há quase duas horas atrás? Fale a verdade Elisa... O que está acontecendo realmente?
—A verdade Antonio, é que eu não quero que nos envolvemos mais que o necessário. _mentiu ela. _Eu tenho uma vida fora daqui que pretendo retomá-la dentro de três meses; é por isso que eu digo que não deve haver mais nada entre nós. Eu não quero ter vínculos com Monsália.
—Tudo bem, Elisa. Apenas me responda uma coisa: Por que aquilo tudo quando estivemos juntos aqui? _perguntou Antonio. _ Ah, já sei... Com certeza você fez aquilo para poder ter alguma coisa para contar às suas amiguinhas quando voltar a Londres, ou estou enganado? Será interessante dizer a elas que conseguiu deixar o soberano de Monsália completamente louco na cama, não é?
—Não admito que você fale assim comigo Antonio! Eu não sou esse tipo de mulher que você deve estar pensando. _disse Elisa sentindo os olhos rasos d'água pelas palavras de Antonio.
—Esqueça o que eu deva estar pensando Elisa, pois você não gostará de saber. _disse Antonio afastando o pensamento de jogá-la na grande cama e fazê-la entender que independente do que Pablo lhe dissera, ela pertencia sim, a ele. _Mas, tudo bem, não se preocupe porque eu não vou obrigá-la a ficar comigo e nem irei me humilhar para que você faça isso. Tenha uma boa noite!
Dizendo isso Antonio saiu dos aposentos de Elisa antes que fizesse alguma coisa da qual se arrependeria depois.
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Notas finais do capítulo

Tenso... O que estão achando?Bjs. Ate o proximo capítulo.



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