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I think you'll understand
When I say that somethin'
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Scorpius estava nervoso. Havia planejado todos os detalhes, mas ainda não tinha contado para o melhor amigo, pois sabia que Albus não era lá muito bom de guardar segredo. Certamente o moreno deixaria escapar para Lily, que correria para Dominique e Roxanne, ao passo que James e Fred dariam um jeito de descobrir o que as primas e irmãs falavam tão animadas. Na sequência, tratariam de provocar Hugo que, por morrer de ciúmes da irmã, iria querer tirar satisfações. E pronto: Rose ficaria sabendo em menos de uma hora de toda a surpresa.
Apesar da trabalheira, Scorpius sabia que aquilo tudo valeria à pena. Rose valia à pena, afinal. Por isso, não poupou esforços - muito menos dinheiro - ao reservar um dos restaurantes mais caros de Hogsmeade, solicitar um smoking aceitável para a mãe, comprar uma aliança singela, mas, na opinião dele, muito bonita, comprar um buquê de flores do campo - fugindo do clichê, pois Rose achava rosas óbvias demais - e encomendar cupcakes red velvet - os favoritos da futura namorada - com os dizeres “namora comigo?”. E, para fechar a noite, organizou uma serenata no meio do restaurante com uma das músicas dos Beatles favoritas da ruiva que dizia muito sobre os sentimentos do loiro: I want to hold your hand. Aí sim, o pedido oficial seria feito. Com todas as letras: “Rose, quer namorar comigo?”.
Mas para Scorpius fazer tudo aquilo era extremamente difícil, ainda mais por ser em público. Se tinha uma coisa que Scorpius não era bom, era em se expressar na frente de outras pessoas. Ou qualquer pessoa, na realidade. Seu corpo tremia, as mãos suavam, a voz sumia. Tudo dava absolutamente errado. Toda a vida fora assim.
Só o fato de pedir Rose em namoro já lhe assustava terrivelmente. Foram anos apaixonado por ela. Poderia dizer que fora à primeira vista, na plataforma 9 ¾, mas só se deu conta mesmo quando notou que passava mais tempo olhando pra ela do que anotando a matéria - e que isso começava a refletir negativamente em suas notas -, o que foi lá pro terceiro ano. A aproximação com ela para aulas de reforço - à pedido de Albus, evidentemente, ele jamais seria apto a dar um passo daqueles— só afirmou o sentimento que já estava ali.
Ele era tão ruim em absolutamente tudo relacionado à romances que Rose só descobriu o sentimentos dele por conta de Albus - sim, sempre ele mexendo seus pauzinhos - e isso só no sétimo ano.