Tarzan o Rei da Selva escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 2
Jane Porter




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P.O.V. Jane.

Eu vim para a África para estudar os costumes locais, as tribos, a vegetação e os animais, mas como meu pai é um homem muito rico mandou dois seguranças comigo.

—Senhorita Porter, a senhorita não devia estar aqui. Devíamos voltar.

—Eu não vou voltar.

Eu passei, mas eles não. Bateram numa espécie de barreira.

—Que pena, não vão poder passar.

Continuei andando até encontrar um lago.

—Ai, graças á Deus! Estou morrendo de calor.

P.O.V. Tarzan.

Eu estava com raiva da minha mãe, ela não tinha o direito de me esconder isso. E o pior, antes eu achava que era um gorila, mas agora eu não sei o que eu sou.

Estava me balançando furiosamente pelas árvores quando ouvi um canto, mas não era canto de passarinho. Era um que eu nunca tinha ouvido.

Eu me escondi nas árvores pra olhar o que era e eu vi. Outro ser como eu, era ele que cantava. Mas, de repente parou.

—Tem alguém ai? Por favor, ta tudo bem. Eu não vou machucar você.

Eu sai bem, bem devagar.

—Meu Deus! Sabe falar?

P.O.V. Jane.

O homem não respondeu. Ele só ficava me encarando.

—Acho que isso é um não.

Apontei pra mim mesma e disse:

—Jane Porter. Jane. Eu, Jane.

Então ele se manifestou. Apontou pra si mesmo e disse:

—Tarzan. Eu, Tarzan.

—Muito prazer Tarzan.

Eu estendi a minha mão pra ele e ele pegou a minha mão, mas não do jeito convencional. A mão dele era torta, calejada.

Ele ficou examinando a minha mão, então ficou de pé. Acho que é a primeira vez que ele fica de pé, porque ele quase caiu.

—Calma. Segura em mim.

Acho que ele não entendeu. Então, peguei nas mãos dele como se pega as mãos de bebê que está aprendendo a andar.

P.O.V. Tarzan.

Ela segurou nas minhas patas da frente com firmeza, me impedindo de cair e foi me puxando lentamente e logo eu estava andando só com as patas de trás.

Então mostrei a ela a coisa que peguei da construção.

—Uma foto.

Olhei pra ela curioso. Então ela apontou para a imagem.

—Foto.

—Foto.

—Quem são eles?

Eu apontei para o pequeno e disse:

—Tarzan.

—Oh! É você. Esses são seus pais?

—Tarzan.

—Sim. Tarzan e esses? Quem são?

—Outros. Eu igual a eles.

—Espera, você nunca... nunca viu outro ser humano?

Eu não conseguia compreender.

—Tá. Vamos simplificar. Jane, humana. Tarzan, humano. Ser humano.

—Humano.

—Isso! Jane, mulher. Tarzan, homem. Jane, fêmea. Tarzan, macho.

Então era isso que eu era. Humano.

—O que aconteceu com seus pais?

—Tarzan humano.

P.O.V. Jane.

Ele começou a me arrastar.

—Calma! Pra que essa afobação?

Então paramos diante de uma casa da árvore.

—É a sua casa?

Ele subiu num cipó e se balançou até chegar ao topo da casa. Já eu, peguei o elevador.

Era um elevador movido por um sistema de contrapesos e acionado por uma alavanca. Assim que cheguei vi que o lugar estava detonado, a madeira estava podre e as coisas empoeiradas.

Ele começou a pegar coisas e apontar pra elas. Acho que queria saber o nome.

—Vela.

—Vela.

Então algo chamou minha atenção.

—Um grimório?

O grimório estava aberto numa página específica. Era um feitiço de proteção.

—Feitiço de proteção. Você é um bruxo?

Coloquei na primeira folha. Geralmente tem a marca ou nome do bruxo ou bruxa escrito.

—Emily Bolena Clayton.

Fiquei em choque.

—Caramba! Você é o filho dos Clayton. Você é o último de ambas as linhagens.

Então eu vi os corpos.

—Uau!

Vi o sangue seco espirrado na parede e no chão. Capsulas de bala vazias.

—Isso não foi acidente. Foi um ataque. Mas, se Emily fez um feitiço de proteção... como o agressor passou? Á não ser... ela não lançou o feitiço de proteção na casa. Lançou em você.

Eu comecei a fuçar nas coisas e achei dois diários. Peguei algumas das coisas e enfiei na minha mochila.

—Vem. Não pode ficar aqui. Vamos. Vem Tarzan.

Ele pulou pela janela e eu desci pelo elevador.

—Maluco. 

Tive que puxá-lo até o lugar onde os meus seguranças estavam. Dai que eu me lembrei da barreira.

—Feitiço de proteção. A Emily que lançou.

Quando ele viu os meus seguranças se comparou com eles.

—É Tarzan. Eles são humanos também.

—Quem é esse homem senhorita Porter?

—O nome dele é Tarzan.

—Porque ele não está de calças?

—Porque somos os primeiros seres humanos que ele vê na vida. Ele é o herdeiro da família Clayton. O herdeiro de Graystoke.

—Ele é o filho do casal Cleyton?

—Sim. E eu tenho provas.

—Como ele sobreviveu sozinho todo esse tempo?

—Eu não sei. Mas, ele sobreviveu.

—Ótimo. E o que a senhorita pretende fazer?

—Ajudar. Ele não pode ficar aqui, sozinho nesse fim de mundo!

Quando chegamos á cidade todo mundo encarou e ele ficou meio assustado.

—Calma. 

—Talvez tenha sido um erro trazê-lo para a cidade.

—Talvez.

Levei-o até o hotel. E achei melhor subir pela escada.

—Tinha esquecido como é cansativo subir pela escada.

Destranquei a porta com o cartão, entrei e o chamei para entrar. Tive que dar banho nele, ele não sabia nem como ligar o chuveiro. Foi difícil tirar toda a sujeira do cabelo dele. Mas, o que mais me chamou a atenção foram as marcas. O corpo dele era todo cheio de cicatrizes, arranhões, mordidas, ossos que foram quebrados e curaram do jeito errado.

Eu o sequei e cortei seu cabelo, fiz sua barba.

Quando passamos em frente ao espelho ele parou.

—É você Tarzan. 

Ele tocou o espelho.

Tive que vesti-lo, dar comida.

—Eu vou tomar banho. Se precisar de mim, grite.

Entrei no banheiro e no chuveiro, infelizmente esqueci de trancar a porta.

P.O.V. Tarzan.

Ela era diferente de mim em certos aspectos. O corpo dela era diferente.

Ela tinha coisas no peito que pareciam dois melões, a pele dela era clara e não tinha uma marca, era macia, a voz soava mais fina, ela não tinha pelos em nenhum lugar do corpo. Quando ela saiu da máquina de chuva, chuveiro e me viu deu um grito.

—Tarzan! O que tá fazendo aqui dentro?

Jane se cobriu rapidamente.

—Sai!

Ela me mandou embora com a mão. E os outros homens me apontaram coisas.

—A senhorita está bem, senhorita Porter?

—Estou. Baixem as armas.

Ela saiu, pegou coisas e voltou para dentro do quarto menor. Quando saiu estava com outras roupas e carregava coisas.

—Ta com fome? Já está na hora do jantar.

Ela me ensinou a comer com talheres. 

—Vem vamos dormir. Amanhã temos muito o que aprender.

Jane se deitou e eu fiz o mesmo. Senti meu corpo afundar, a coisa era fofa.

—É uma cama.

Ficamos deitados lá, olhando um para o outro.

—Você tem olhos azuis. Lindos. Eles são expressivos, esses olhos podem matar uma pessoa.

 


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