Romântico Anônimo escrita por Only Stark


Capítulo 3
Bônus II - Acampamento de Homens


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura. :p



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POV Alec Volturi

Vinte anos depois

— Eu disse nada de doces, Seth.

— Mas doutor Volturi, eles estavam me chamando! – Meu pequeno paciente de 7 anos exclamou, indignado.

— Pois os ignore quando chamar novamente, sabe que não pode exagerar por causa que em excesso pode dar cáries se não escovar direito. Pode ir agora, sua mãe está lá fora.

— Sim, doutor Volturi, e eu não ganho nenhuma figurinha?

— Pega aqui uma do Homem-Aranha pra você. – Remexi no meu pote de figurinhas para os meninos, achando uma bem legal.

— Valeu. – Pegou da minha mão e saiu correndo pela porta.

Apenas balancei a cabeça lembrando de Lenon, com certeza ele deve querer meu pescoço constantemente por causa dos doces que eu proíbo. Só espero que Alessa seja menos “formiga”. Arrumo minhas coisas indo para casa, Seth era meu último paciente.

Dou um aceno para Gianna, a minha secretária, e corro para o estacionamento. Hoje é véspera do meu aniversário, amanhã eu resolvi me dar o dia de folga.

Eu alugo uma das salas do Grimmald's, um prédio de dez andares que é alugado para médicos.

Faculdade, formatura, trabalho, filhos, tudo passou em um flash. Com muito esforço nós terminamos a faculdade, como eu imaginei, não tínhamos tempo para quase nada, mas demos um jeito e nos formamos com honras e continuamos juntos. No segundo semestre nós começamos a morar juntos, Edward desaprovou a ideia, mas não pôde fazer nada.

Quando terminamos a faculdade nós dois voltamos para Seattle, papai já estava morando junto com Heidi – que depois que o constrangimento passou, se mostrou uma pessoa muito legal – em nossa casa. Como ele trabalha em uma construtora, consegui achar um apartamento bem rápido.

Um ano depois, Renesmee e eu nos casamos na praia de Hamptons, eu nunca fiquei tão nervoso como naquele dia, esperar ela me deixou bem ansioso. E ela estava linda em seu vestido branco soltinho, e seus cabelos balançando com o vento.

Seis anos depois veio ao mundo, Lenon, um pequeno bebê gorducho de cabelos acobreados e olhos azuis que teve o meu coração desde o primeiro momento, hoje com seus nove anos ele é muito mimado pelos avôs babões, que tentam a todo custo fazer ele decidir entre o Time Homem de Ferro e o Time Capitão América, mas na verdade o herói favorito dele é o Thor, então nós nos divertimos muito pelas tentativas de Edward e Aro para conquistá-lo.

Há nove meses veio Alessa, papai diz que ela é eu de saias, ela tem os mesmos cabelos e olhos, além de várias outras características, mas o gênio é todo de Renesmee. Edward disse que tem pena de mim por ter duas Renesmee em casa, mas amo minhas meninas, mesmo às vezes elas sendo difíceis. Tipo, bastante.

Ao chegar em frente ao prédio eu buzino para Alistair, o porteiro. Ele abre o portão, liberando minha entrada. Depois de estacionar sigo para o elevador, onde encontro Nem, ele e a esposa moram quatro andares abaixo do nosso.

— E aí, Alec. Quando rola aquela bolinha?

— Cara, eu nem sei. Pode ser no próximo sábado?

— Claro, os hormônios da Amanda estão uma loucura, mas posso abrir uma brechinha pra passear. Eu posso estar ficando louco, mas é fofo ver ela irritada.

— E eu não sei? Renesmee me enlouqueceu quando estava grávida, mas estava tão fofa.

— Entendo bem, até qualquer hora, tem gente me esperando em casa, se eu sobreviver nos vemos. Tchau.

— Tchau. – Ri das loucuras dele enquanto ele vai para seu apartamento.

O elevador logo para em meu andar.

Ao abrir a porta vejo Lenon e Lorenzo jogando Banco Imobiliário.

— Boa noite.

— E aí, Alec? – Lorenzo perguntou, em seguida prestando a atenção no jogo.

— Tá bom, e como está a Lola?

— Ela tá bem atarefada com o livro dela, até me expulsou de casa porque ela disse que eu faço muito barulho. – Bufou, parecendo indignado. – Ah, papai e Aro disseram que vem aqui para jantar. – Avisa se virando para mim, enquanto Lenon compra a última construção, ganhando o jogo.

— Oi, papai. Ganhei dele de novo. – O pequeno garoto correu até mim e o peguei no colo.

— Como foi seu dia?

— Entediante, mas o vovô prometeu aventuras. – Exclamou animadamente, enquanto ajeitava seus óculos.

— Hum, okay. Vou ver se acho as mulheres da casa. – Beijo sua bochecha e ele resmunga, reclamando. Rio e solto ele.

Pelo horário Renesmee deve estar dando comida para Ale. Ao chegar na cozinha, Renesmee estava equilibrando um livro em uma mão e uma colher na outra. Ela parecia um pouco atrapalhada, mas conseguia fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

— Então aqui é o esconderijo das duas princesas. – Falo divertido.

— Papa. – Alessa bate palmas animadamente e eu a pego no colo, enchendo seu rosto de beijos.

— Oi, amor. Esse livro é ótimo. De vez em quando algumas frases não fazem sentido, mas isso é meu péssimo italiano. – Renesmee falou rapidamente, enquanto eu me abaixava e a beijava.

— Qual o nome? 

— A Colina*, tem a versão original em inglês, mas quis testar meu italiano. E aposto que sei quem é o assassino. – Falou entusiasmada.

— Vou ler depois, como foi seu dia?

— Estressante. – Bufou. – Jacob ainda está me importunando com aquele papo de querer um jantar. Mas já coloquei aquele estagiário no lugar dele.

Bufo, lembrando do garoto que vive perseguindo Renesmee.

— Eu deveria dizer para papai demiti-lo. Quem mandou eu me casar com a mulher mais gostosa do mundo?

— Para com isso. – Diz, rindo. Ela levanta, pegando Alessa de mim. – Agora vai tomar banho, nossos pais vem mais tarde. – Beijo minhas meninas e saio para tomar banho.

(...)

Logo depois que eu desci o pessoal chegou. Edward, Bella, Lola, papai e Heidi.

Lola disse que estava uma pilha de nervos com seu livro que será lançado em duas semanas e quis espairecer um pouco.

Papai e Edward trouxeram miniaturas do Homem de Ferro e Capitão América para Lenon e Ale, a última jogou os seus contra a parede animadamente.

Depois de jantar, nós nos juntamos na sala até que Edward pediu atenção.

— Então, eu e Aro estávamos conversando e pensamos em fazer um acampamento de homens.

— Por que só de homens? – Heidi perguntou, curiosa.

— Porque isso vai ser uma experiência de homens, aventura na floresta. Homens se virando para sobreviver. Ficaremos ótimos. – Papai respondeu.

— Se não fizerem como aqueles caras de O segredo de Brokeback Mountain podem ir agora.

— Bella! – Gritamos em uníssono.

— O quê? Homem bom como o Edward tá difícil, é um conjunto completo. Desde cozinhar até na cama. – Explicou fazendo pouco caso.

— Mãe, informações demais. – Renesmee fala, parecendo constrangida.

— Ainda bem que o Lenon foi dormir. – Lola comenta.

— Enfim, nós vamos amanhã. Eu, Aro, Lorenzo, Alec e Lenon. – Edward anuncia.

— O bom foi o convite. – Falo sarcasticamente, ganhando uma almofada na cara.

— Voltaremos no domingo pela parte da tarde, tenho certeza que será uma aventura. – Papai falou.

— Poderíamos chamar o Nem. – Comento, lembrando que ele é ótimo de pescaria. – Se tiver algum lago por perto teremos um pescador.

— Nem? Nem é o nome do cara? – Edward pergunta.

— Não, o nome dele é Luiz, esse apelido surgiu de algum lugar. – Lorenzo respondeu, nós três já jogamos juntos um dia desses e ficamos meio três mosqueteiros.

— Okay, chamem o Luiz. Quanto mais homens, melhor. – Papai falou.

Eu só tenho muito medo dessa viagem. Muito mesmo.

(...)

Logo às sete da manhã nós nos arrumamos pra sair. Belo aniversário, esse. Pegamos o carro de sete lugares do papai, que disse que comprou especialmente pra sair com todos os seus netos, os de agora e os que virão. Renesmee e eu passamos horas rindo de sua fala. Fechamos a fábrica há tempos.

Luiz aceitou nos acompanhar no acampamento. Claro, depois de eu implorar um pouco.

Pegamos a estrada em direção à um lugar ao norte que é perfeito para acampar. Pouco mais de quatro horas nós chegamos aos campos ensolarados onde uns metros depois tinha um rio.

— Ah, a natureza, ar puro. Vamos ter um pouco de paz. – Edward fala, descendo do carro, respirando fundo e colocando as mãos na cintura, na típica cena de filme.

— Hora de montar a barraca, senhor Natureza. - Zombo, pegando a caixa no porta malas, enquanto os outros saíam e vasculhavam o local.

— Eu monto. – Lenon pediu, com os braços pra cima.

— Nada disso, isso é trabalho para um cara experiente. – Papai fala, dando um tapinha nas costas dele.

Eu lhe dou a caixa e ele se encaminha para um lugar plano. 10 minutos depois temos quatro pedaços de madeira enfiados na terra e um embolorado de lona e cordas.

— Por que diabos não compramos aquela que é só encaixar os diachos dos ferros? – Papai reclamava, enquanto tentava achar cada parte da lona, ignorando Lenon que tentava ajudar.

— Lorenzo, vamos procurar lenha. Quer vir, Luiz? - Pergunto, para começarmos logo a fazer o fogo.

— Vamos. – Luiz respondeu, então nós três seguimos para a floresta que tinha ali. 

Edward disse que aventureiros de verdade não levam pedaços de madeira ou carvão para um acampamento, e sim, saem procurando pela mata. Claro que papai concordou com a ideia maluca.

Saímos catando algumas cenouras de madeira até que Lorenzo para.

— Hey, olha aquilo. – Lorenzo apontou para a casa de abelhas pendurada em uma árvore.

— Wow, vamos dar a volta. – Luiz fala, indo para o lado.

— Dar a volta? Vamos derrubar.

— Lorenzo, eu não acho uma boa. - Falo, enquanto passo a mão livre pelos cabelos, nervosamente.

— Sim, elas vão voar atrás de nós. – Luiz concorda.

— Bah, vocês são uns maricas. Isso só acontece naqueles desenhos. – Fala provocantemente, balançando uma pedra na mão.

Aconteceu rápido demais. Lorenzo jogou a pedra na colmeia, dela saíram muitas, mas muitas abelhas mesmo.

— Corre, cambada! - Grito, lançando as madeiras para trás e correndo para o caminho que viemos, com Lorenzo e Luiz logo atrás.

Uma coisa que aprendi em anos e anos de experiência assistindo desenho é, se me jogar em um rio elas vão embora. Algumas abelhas ainda conseguiram me picar, ao chegar no rio eu me joguei com tudo. Senti alguns movimentos ao meu redor. Prendi a respiração o máximo que deu, então voltei à superfície, respirando com dificuldade, pelo menos as abelhas tinham ido embora. Logo os meninos emergem de volta à superfície.

— Tá vendo, Lorenzo? Eu te falei! – Grito e o afundo de novo no rio.

Logo eu o solto e ele volta.

— Tá, eu sei, foi um erro. – Responde, ofegante.

Então foi a vez de Luiz afundar ele por alguns segundos.

Como não ficamos totalmente ilesos, logo saímos da água para passar a pomada.

— Vocês foram incríveis, venceriam o Bolt, fácil.  – Edward riu, enquanto tirava o que precisaria pra cozinhar de dentro de um isopor.

— Há, seu filho que é encrenqueiro. – Resmungo, pegando toalhas para nós e indo para a direita, onde há banheiros químicos.

— Eu sei, cuidado com os seus filhos. – Responde, enquanto tira uma panela elétrica de uma bolsa.

— Não me diz que fomos picados à toa. Você disse que é um acampamento sem tecnologias! – Lorenzo exclama, indignado. – E onde você vai ligar isso? – Pergunta, intrigado.

— Bem, essa panela é essencial para qualquer situação. E é um novo tipo que funciona com luz solar. Foi um projeto de tecnologia que me custou caro, mas valeu a pena. – Edward respondeu, quase poderia vê-lo acariciando a panela.

— Okay, então. – Falo e vou para o banheiro, preciso de uma ducha, urgente.

(...)

Depois de tomarmos banho, nós passamos pomadas para mordidas de insetos. Eu contei oito picadas espalhadas pelo meu corpo.

Edward fez um risoto de camarão e sentamos em alguns banquinhos portáteis. As nossas três barracas estavam lindamente montadas por Lenon, o que deixou o ego do avô no chão.

— Garoto, como você faz isso?

— Isso são resultados de um bom escoteiro de verão. – Respondeu com orgulho.

Para não perder o espírito de acampamento, voltamos à floresta e aí sim pegamos os gravetos e guardamos ao lado da minha barraca.

Durante a tarde decidimos explorar o território. Ele é quase como um parque, com mato e árvores para todo lado, onde na beira há o rio e alguns banheiros químicos. Durante todo o terreno há uma grande variedade de animais e algumas barracas com guardas para alguma emergência.

Andamos horas e horas pelas matas. Vimos algumas espécies de macacos e uma grande diversidade de pássaros bonitos.

Lorenzo tirou foto de alguns, dizendo que poderia precisar deles para alguma coisa na empresa de marketing onde trabalha. Em algum momento nós começamos uma pescaria esportiva, onde Luiz com certeza foi quem pegou mais peixes.

Chegamos onde montamos acampamento bem no momento do pôr do sol. Então pegamos nossos banquinhos e sentamos para ver o belo espetáculo que é a natureza.

— Bem, isso não foi de um todo ruim. Até que foi uma boa ideia. – Comento, vendo o sol sumindo no horizonte.

— Isso é o que acontece quando Cullen e Volturi se juntam. – Papai falou, batendo na mão de Edward.

— Isso mesmo, Lenon e Alessa estão no mundo para provar isso. - Comento, divertido.

— Alexander! – Edward exclama, indignado. – Eu não preciso lembrar de como eles chegaram ao mundo.

— Papai, como nós chegamos ao mundo? – Lenon pergunta, sua atenção em nós. Engulo em seco, Luiz e Lorenzo soltam risadinhas.

— Tio Lorenzo sabe explicar melhor do que o papai, filho. – Respondo, sorrindo maldosamente, enquanto passo as mãos em seus cabelos. Lorenzo me lança um olhar mortal.

— Me conta, tio Lorenzo, por favor. – Lenon quica na cadeira.

— Bem, quando o papai e a mamãe se amam muito, eles pedem um filhinho pra cegonha. – Lorenzo explica, não muito convincente.

— Tio, cegonhas não carregam bebês. Pode me falar a verdade. – Lenon fala, com os olhos em fenda.

“Esse é o meu garoto.”, rio mentalmente.

— Okay, os bebês nascem de pés de repolho, sei que é algo difícil...

— Tio Luiz, temos uma horta na escola. Nunca vi nenhum bebê nos repolhos.

— Filho, vovô Edward vai contar pra você quando completar seus onze anos. – Interfiro antes que alguém conte logo a verdade.

— O senhor promete, vovô? – Lenon se vira pro avô, que se engasga com suco.

— Er, claro. – Ele me fulmina com o olhar com o olhar e dou de ombros.

Quando o sol sumiu de vez, nós já estávamos com a fogueira acesa. Tínhamos vários saquinhos de marshmallow espalhados entre nós, que sentamos ao redor da fogueira.

— Gostaria de dizer nesse momento clichê, que não está tão ruim como pensei que seria. – Lorenzo comenta, espetando marshmallows e colocando no fogo.

— Eu também, pensei que seria uma catástrofe. – Luiz fala, enquanto ri.

— Bem, meu aniversário foi rodeado de homens, não posso dizer que foi um sonho realizado. - Falo, divertido e todos riem.

— Olha pelo lado bom, amanhã haverá um jantar de comemoração em casa. – Edward fala, com a boca cheia.

— É, alguém quer brincar de capturar a bandeira? – Pergunto.

— Vamos. – Lenon pula animado e os outros apenas acenaram, comendo seus marshmallows.

(...)

— Bem, o campo está dividido e as bandeiras em seus lugares. E os times? – Lorenzo pergunta.

— Edward e Aro escolhem. – Luiz sugeriu.

Eles ficaram de frente e tiraram ímpar/par pra ver quem começava, e Edward ganhou.

— Escolho Lorenzo.

— Alec.

— Luiz.

— Sobrou Lenon.

— O gosto de ser o último é amargo, o mundo dá voltas. – Lenon reclama.

— Vamos lá, cada um em seus cantos. Já! – Luiz fala e começamos a puxar os adversários para nosso campo. Lenon apenas dava algumas voltas tentando achar um jeito de passar.

Luiz também estava vendo algum modo de entrar no nosso campo sem ser congelado. Eu fiz muita força pra puxar Lorenzo, que também tentava me puxar. Luiz conseguiu entrar no nosso campo pelo canto e Lenon conseguiu pegar ele.

— Há, segura essa, estátua. – Zombou e entrou no time de Edward.

Lorenzo me soltou para impedir Lenon e eu entrei pela lateral. Lorenzo parou, indeciso. Então Lenon entrou na área da bandeira e voltou para o nosso campo, nos fazendo ganhar.

— Nossa, isso foi rápido. – Papai falou, jogado no chão, ofegante. Edward estava na mesma situação.

— Eu quero revanche! – Lorenzo falou, indignado.

— Pode vir quente que eu estou fervendo. Vejam o que deixaram por último. – Lenon balançou a bandeira freneticamente, nos fazendo rir.

— Em cinco minutos vamos de novo. – Edward falou, se sentando.

Bem, que venham os jogos.

(...)

Ao todo jogamos quinze partidas, nosso time ganhou dez. Papai e Edward ficaram acabados, apenas tomamos banho, jantamos e entramos em nossas respectivas barracas. Edward e papai em uma, Lenon e eu em outra, Luiz e Lorenzo na última. Iríamos ficar em barracas diferentes, mas preferimos nos distribuir em duplas para diminuir o volume do porta malas.

Estava viajando em um sonho onde eu e Renesmee passeávamos por uma praia de mãos dadas, observando o sol lá em cima e sentindo o cheiro da brisa marinha, de repente ela abriu a boca e saiu um som de esquilo. Logo ela pulou em cima de mim e começou a me morder, ainda fazendo som de esquilo. Levantei em um rompante e haviam  uns quinze esquilos na nossa barraca e gritei de susto, espantando Lenon, ouvi alguns gritos das outras barracas e comecei a sair correndo com Lenon em meu encalço, um esquilo ficou pendurado em minha camisa e eu tentei o tirar desesperadamente, ele rosnou e sumiu pela floresta, como os outros.

Vi que os das outras barracas também saíam, e os caras apareceram de suas barracas, bagunçados e assustados.

— Acho que a natureza não gosta muito de nós. – Edward comenta. 

— O senhor acha? – Lorenzo pergunta, sarcasticamente.

— Tenho certeza, melhor a gente começar a levantar acampamento. – Papai falou, olhando um relógio.

— Ninguém me avisou que tínhamos despertadores naturais, esse pacote de acampamento é incrível. – Lenon fala sarcasticamente, indo para a barraca e voltando com sua toalha.

— Bom dia, meus amigos. – Falo e também vou pegar a minha. Vejo os pacotinhos de chocolate de Lenon, isso que deve ter atraído os esquilos para a barraca.

Quando volto para o lado de fora o pessoal estava sentado, ainda meio desorientados.

— Nossa, como ficam sexys pela manhã. – Brinco com eles.

— O último  homem que me disse isso está embaixo da terra. – Lorenzo fala.

— Quê? – Luiz pergunta, se espantando.

— Ele trabalha no esgoto. – Lorenzo explica, enquanto rimos.

Nós tomamos banho e eu ajudei a fazer o café. Assim que nós terminamos, ficamos um tempinho apenas contemplando a natureza. Começamos a levantar o acampamento, guardamos as coisas, desarmamos as barracas e tudo ficou em seu devido lugar. Hoje irei dirigir, então nós partimos com promessas de uma volta.

Sobrevivemos, mas acho que ainda temo uma possível volta.

(...)

Depois do longo caminho da viagem nós chegamos na casa de Edward, nem tiramos nada do carro, só nossos próprios corpos mortos.

— Oi, como foi o acampamento, rapazes? – Bella nos cumprimentou, vindo da cozinha e beijando Edward.

— Nunca mais eu chego perto de mato. – Lorenzo resmungou, se jogando no sofá mais próximo, nós imitamos seu gesto.

— Vovó! – Lenon se joga em cima da avó, que aperta suas bochechas.

— Oi, querido. Que bom que o acampamento foi bom. – Ela dá uma risadinha. – Estamos na cozinha, e Renesmee tem novidades.

— Há, você fala como se ela fosse dizer que nós vamos ter mais filhos. – Dou uma risada e ela me dá um olhar estranho e entra na cozinha, com Lenon em seu encalço.

Isso não pode ser possível.

— Só eu percebi isso? – Edward pergunta, confuso. Negamos, mas logo nos aconchegamos melhor nos sofás.

Logo duas meninas apareceram correndo, parando ao nos ver. Uma tem o cabelo e os olhos na cor castanho claro, a outra com cabelos e olhos castanho escuro, o estilo do cabelo e o tamanho são iguais, parecem ter uns cinco anos.

— Quem são vocês? – Papai perguntou gentilmente e elas se olharam, corando um pouco, saindo correndo para a cozinha.

— Não são parentes de vocês? – Luiz perguntou, meio perdido.

— Não conheço. Vou perguntar. – Falo e me levanto, juro que ouvi um osso estalar.

— Isso é velhice, filho. – Papai fala divertido, apenas o ignoro.

Chegando na cozinha as meninas estão sentadas em banquinhos perto do balcão, ao lado de Lenon e Amanda.

Renesmee e Heidi tomam conta das panelas, enquanto Lola e Bella cortavam legumes e escutavam Lenon contar animadamente sobre o acampamento. Elas estavam morrendo de rir.

— Bom saber que estão gostando, vocês partiram meu coração. - Comento, divertido.

— Alec! – Renesmee exclama alegre, enquanto corre e me beija. Escutamos soar alguns “Eca's” pela cozinha.

Rio e nos separamos, lanço um olhar confuso para as meninas e Renesmee percebe.

— Alec, vamos até a biblioteca. Podem assumir meu lugar? – Pergunta pras meninas na cozinha e elas acenam. Amanda revira os olhos e fala:

— Eu não, vocês não deixam eu chegar perto das panelas. Estou grávida de gêmeos, não doente.

Rio de sua fala e isso parece irritá-la mais, então puxo Nessie para a biblioteca. Na sala os homens me lançam olhares confusos e apenas dou de ombros.

Ao entrarmos, Renesmee tranca a porta e suspira.

— Você está confuso, sim? – Pergunta, me abraçando. Passo meus braços em sua volta.

— Sim, quem são elas?

— Elas são Anne e Anny, as encontramos em um banco no shopping ontem, elas estavam com mochilas nas costas esperando a mãe delas. Na mochila tinham duas mudas de roupas para cada e uma carta da mãe dizendo que elas a fazem lembrar de um passado que não quer, e também que não pode mais. Como um ser humano pode fazer isso? – Perguntou extremante triste, enquanto eu passava a mão por suas bochechas que escorriam lágrimas, assim como nas minhas. A dor de duas criancinhas abandonadas me atingiram em cheio. – Elas estavam convictas de que a mãe estava voltando, ninguém tinha reparado nelas, eu me sentei com elas e esperei, quando eu vi que não apareceu ninguém eu resolvi procurar nas mochilas delas e achei a carta. Fomos olhar as filmagens da câmera de segurança e a mulher que deixou elas usava capuz, não foi possível identificá-la. Amanhã vamos levá-las na delegacia, eu as trouxe porque eu estava te esperando pra te pedir uma coisa.

— Eu imagino o que seja. – Respondo e minha voz sai rouca pelo choro. – Você as quer? – Pergunto e ela assente.

— Elas não iam à escola, pelo o que disseram ficavam em casa para limpar tudo. Elas disseram que a mãe aparecia cheia de garrafas em casa e se trancava no quarto. Que tipo de mãe é essa? – Pergunta, me abraçando mais forte.

— Você quer as duas? – Pergunto apenas para confirmar.

— Claro! Que pergunta, elas são gêmeas, sempre estiveram lá uma pela outra, não posso fazer a maldade de separá-las. A ideia delas ficarem sozinhas em um orfanato me destrói de mil formas diferentes. Por mais que tenhamos dois, não posso fazer isso.

— Bem, acho que precisaremos abrir uma creche apenas para nossa família, nesse caso. - Brinco, para tirar um pouco a tensão da conversa. A mulher que teve elas não deve ter um coração, se eu pudesse procurar ela, eu o faria, iria até o inferno apenas pra colocá-la em uma cela.

— Elas são uns amores. O processo vai ser cansativo, Heidi estava me contando, mas não quero deixá-las sozinha.

— Okay, agora eu quero conhecê-las. E como você conseguiu trazê-las?

— Eu tenho meus meios. - Piscou, divertida. Acho que isso quer dizer que houve imploração. – Considere isso o meu presente de aniversário.

— Ah, eu pensei que me daria outra coisa. – Falo, parecendo chateado, puxando-a para mais perto e a beijando, ela riu um pouco.

— Eu posso dar um jeito. – Sussurra perto de mim. A agarro novamente e somos interrompidos por batidas na porta.

— Hey, casal. Tem crianças procurando vocês, então se não for pedir demais, parem de fabricar o quinto. – Lola fala do outro lado da porta. 

— Tá, vai fazer o seu e me deixa. – Renesmee responde.

Saímos do escritório e ao passar pela sala, chamamos as meninas para o jardim que mamãe tem nos fundos da casa.

— Então, meninas. Esse é o tio Alec que eu falei pra vocês. – Renesmee fala e eu me abaixo ficando da mesma altura delas.

— Fico imensamente feliz em conhecer essas belas donzelas. É um prazer. – Falo charmosamente, enquanto beijo as mãos delas. – Quem é quem?

— Eu sou Anny. – A menina de olhos castanho escuro responde.

— E eu sou a Anne. – A de olhos castanho claro fala.

— Bem, vocês querem ficar com a tia Ness e o tio Alec? - Pergunto, Renesmee me falou que já havia explicado boa parte do que aconteceu, mas não quis criar esperanças nelas. Mesmo que tivesse certeza que eu ia querer adotá-las também.

Elas se olharam e parecia que estavam tendo uma conversa mental, até que assentiram uma para a outra e se viraram para nós.

— Queremos! – Responderam em uníssono e pularam em cima de mim, me desequilibrei e caímos no chão. Renesmee se ajoelhou ao nosso lado e nós a atacamos também, ficamos planejando o que faríamos e decidimos falar para os outros.

Ao chegar na sala, me deparo com uma cena intrigante. Papai tocava um violão e Edward cantava Living La Vida Loca e as crianças dançavam. Todos os outros estavam sentados nos sofás.

— O que vocês acham de Creche Cullen Volturi Salles** Royal***? – Pergunto divertido, os homens pareciam informados das gêmeas a acenaram positivamente.

— Eu acho uma boa. – Luiz fala, enquanto ri.

— Eu vou ser o professor, tenho muito conhecimento para partilhar. – Lorenzo se pronuncia.

— Há, o conhecimento de quanto é um mais um e nada mais. – Lola zomba, dando um selinho nele, que rola os olhos.

— Quero ver quando vierem os filhos de vocês. Precisamos comprar uma mansão, Bella, para sempre reunir nossos netos. – Edward falou.

— Ainda vai demorar um pouco, temos algumas coisas pra fazer antes de pensarmos em filhos. – Lola responde.

— Ah, falando nisso, Alec é o mais ferrado. – Amanda comenta. – Tem três meninas para vigiar.

Claro que a ação seguinte foi todos rirem, eles me amam, chega a ser assombroso.

— Sabe que te apoiaremos, cara. – Luiz se levantou e batemos um high-five. – Ah, eu e Amanda decidimos o nome dos gêmeos.

— Fala logo, estou morta de curiosa. – Bella fala, praticamente saltitando.

— Bem, serão Calleb e Michelle. Depois de pensarmos bastante decidimos escolher esses. – Anuncia.

— Eu acho que ficaria melhor se o menino tivesse o meu nome, mas tudo bem. – Edward fala, nos fazendo rir.

— Não sei vocês, mas estou morrendo de fome, esse almoço de aniversário sai ou não? – Papai pergunta.

— Está pronto. Estávamos só esperando o aniversariante, quero que vejam o bolo! – Bella corre para a cozinha e a última parte de me dá medo.

 

Mas essa é a nossa família, uma bem grande, por sinal. Luiz e Amanda simplesmente já fazem parte da nossa árvore familiar, assim como Anny e Anne. Somos unidos e nos amamos, lutamos um pelos outros e sempre será assim. Mesmo que a gente precise de uns vinte papéis quarenta quilos para desenhar nossa árvore biológica.


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Notas finais do capítulo

*A Colina é o livro que Edward Cullen de Dez Anos escreve na fanfic Dez Anos, a versão italiana é citada na short-fic Barcelona segue links: 
https://fanfiction.com.br/historia/709045/Dez_Anos/
https://fanfiction.com.br/historia/740193/Barcelona/

**Salles é o sobrenome do Luiz e da Amanda

*Royal é o sobrenome da Lola

Alguém percebeu? Panelinha apareceu em peso. :p

Até eu entrei na onda. Haha.

Estou agendando esse capítulo dia 12, quero ver se esse negócio de agendar funciona, se der certo ele vai ser postado às 00:00 do dia 19.
E deu tudo errado. Kkkkkkk. O programador não tem 00:00 e ouvi relatos de que umas fics deram pane depois de programar capítulo. Kkkkkkk. Ainda partilhamos o dia 12, amores.
Dedico Lorenzo para Lola Royal que faz aniversário “hoje”. Haha. Felicidades e muitos anos de vida, espero que goste dele. Na verdade nem sei se lerá, mas o que vale é a intenção, Lola. :p Espero que ainda venham muitas fics por aí e que continue nos fazendo sofrer. o/❤

Agora voltando, espero que tenham gostado, desculpem a demora. Mas olha o tamanho disso! Tem o quase o quádruplo do capítulo principal. Kkkkkkkk

Digam o que acharam naquela caixinha ali embaixo. :p

Bjs

PS: Quanto às minhas outras fics, meu perfil será/é atualizado constantemente com informações sobre elas, podem olhar lá.

PS2: Talvez quando finalizar minhas fics em andamento eu faça uma one ou short do casal Beward de RA, vocês leriam? Haha. Seria como se conheceram e tals. Mas é um talvez, leram? Haha.



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