Já fazia dois dias que estavam naquele lugar. Mickey havia dito que aquele universo era vazio e que não seria alvo de Chernabog, pelo menos não por agora. E também que aquele planeta estava cheio de matéria prima que o navio precisava para ser consertado. O rato dissera ainda que o navio possuía robôs trabalhadores que iriam atrás da matéria prima, sendo assim, Gancho decidiu dar folga para toda a tripulação. Eles estavam a quase 1 mês e meio nessa confusão de luta contra um ser interdimensional super poderoso e tiveram que ver o seu, e diversos outros mundos. A tensão estava palpável e dar uma folga pareceu ser a melhor coisa a se fazer. O local aonde pousaram era no meio de um imenso lago que ficava dentro de uma enorme ilha, com arvores e mais arvores ao redor. A vida animal era diferente da terra, com animais que variavam desde uma mistura de vaca com ovelha, à crocodilos com placas nas costas igual a de um Estegossauro.

Mas gancho não estava interessado naquelas coisas. O planeta em si era lindo, mas James Hook estava mais intrigado com o mundo, ou melhor dizendo, com os universos de possibilidades que se abrirá para ele. Viajar entre dimensões...aquilo parecia impossível para ele a apenas 1 mês atrás. Mickey havia explicado o básico sobre como eles viajavam. Estavam pulando entre os diversos universos, e podiam aparecer em qualquer ponto na história do universo selecionado. Mas em seu interior ele queria mais. Queria entender o porquê de aquilo ser daquele jeito. Estava cansado de estar sempre atrás do rato humanoide em questão de conhecimento sobre seu navio. Seu próprio navio.

Intrigado e em busca de respostas, James se retirou para os aposentos do capitão pegando o elevador que ficava logo abaixo do local do timão. Apertou o andar desejado e o elevador começou seu movimento. Ao abrir a porta, o capitão constatou mais uma vez o que ele já havia visto. O navio era imensamente maior por dentro do que por fora. Já perguntará ao Jolly Roger o porquê disso, e ele responderá que o interior do navio não estava fisicamente ali, mas sim era uma dimensão totalmente diferente criada apenas para servir como andares no navio. Mas hoje aquela explicação simples não o satisfaria. Ele queria mais. Ele seguiu pelo longo corredor de paredes cinzas com portas brancas e luzes tanto no chão quanto no teto até a porta negra com uma caveira na frente. Os aposentos do capitão. Sua antiga porta havia sido mantida, mas a sala que estava atrás dela não. A pequena sala de madeira podre e com pregos quase soltos foi substituída por uma sala no formato de um quadrado com 6 metros quadrados. No centro da mesma estava uma mesa de vidro com LEDs nas bordas que estavam mudando de cor a cada segundo, variando por todo o espectro de luz visível num loop infinito. A cadeira era uma de couro, grande e com um aspecto bem moderno, com detalhes em metal cromado nos braços da mesma que pareciam ser flechas e pistolas antigas. No chão todo era coberto de vidro temperado, e logo abaixo dele, estava uma espada imensa. A espada tinha quase 3 metros de comprimento desde a ponta da lamina até o limite do cabo. (Essa é a lamina = https://youtu.be/vef62MzS6as?t=1404). Enquanto caminhava até sua cadeira, James teve um pequeno flashback de quando encontrou o Jolly Roger. Era só um monte de lixo encalhado num amontoado de pedras, castigado pelas ondas dia e noite. James o retirou de lá puxando o mesmo com a ajuda de seu primeiro imediato Stix e com alguns membros da tripulação. Eles já haviam passado uns bons bocados juntos...e agora o mesmo Jolly Roger tinha se revelado ser um navio Tecno-magico.

—-Minha antiga cabine...bem...não é mais antiga—disse James se sentando na cadeira. Assim que ele se ajeitou, uma tela de holográfica apareceu na sua frente, com diversos números, gráficos e outros dados igualmente esquisitos para James. E ao ver esses dados, James teve certeza de que não poderia mais ser apenas um pirata comum. Jolly Roger agora era praticamente um novo navio, e ele como seu capitão, deveria saber como ele funciona—Jolly

—-Sim Capitão—disse a voz metálica do Navio vindo dos alto-falantes.

—-Me ensine

—-O que deseja aprender Capitão?

—-Ensine tudo que puder. Suas funções, como você funciona, sobre o multiverso e etc. Ensine-me velho amigo

—-Com prazer senhor

...

Malévola ainda estava no seu quarto. Não comia direito a 2 semanas, apenas o fazendo quando Ganho a obrigava a se alimentar. Em seu interior havia apenas o vazio deixado por Diaval. O humanoide havia divido a mesma cama que ela por apenas 2 anos, mas a conexão entre os dois era muito forte. Tanto que em seus últimos momentos, Diaval devolverá as asas de Malévola, ao custo de sua própria vida. Presa em sua própria mente, vagando no limbo de suas memorias e totalmente fora da realidade, o único ser que parecia trazer ela de volta a mesma era a pequena Aurora. Aquele amontoado de carne com olhos que era como Malévola descrevia Aurora. Por mais que tentasse culpar a pequena princesa, não conseguia. Era necessário apenas um sorriso de Aurora para Malévola sorrir também. Ali nascia uma relação tão forte quanto Diaval e Malévola...mas com um jeito um tanto diferente.

CIDADE DE NOVA DUBAI- UNIVERSO DE PLANETA DO TESOURO

Enquanto esperava o elevador orbital chegar até a cidade Helios, O Almirante James Hawking olhava para o planeta terra do vidro do elevador orbital. Enquanto o mesmo cortava as nuvens, ele se lembrava de como tudo isso tinha começado. Por alguns segundos desejou que Silver ainda estivesse vivo. Aquele louco poderia ter todos os defeitos, mas ele sabia que James era alguém que poderia contar para qualquer coisa. Okay, para quase qualquer coisa. Mas então veio a guerra. A união estável entre as espécies quase foi extinta, mas graças ao seu navio, o encouraçado Mufasa, ele evitou que o pior acontecesse...mas não pode evitar a destruição quase completa do planeta natal de seu amigo Doppler. Aquilo já havia anos, mas a culpa ainda existia em seu coração. E ainda mais agora que o mesmo havia sido perdido no tempo. James ainda esperava um dia rever seu navio, ou quem sabe o pequeno rato humanoide chamado Mickey e seus amigos que o ajudaram nas batalhas. Magia ainda era algo bem raro naquele local, mas ela existia. Era usada principalmente para alimentar os motores das naves. Mas o fora isso, raramente magia era utilizada pelas raças. Esse não era o Caso de Jim. Ele era um exímio mago, treinado por Mickey, Donald e Pateta. Utilizar magia em seu dia a dia já estava extremamente natural para ele.

...

—-Jim!—gritou um garoto que deveria ter seus 17 anos no máximo

—-Jim?

—-Desculpe...Almirante Hawking

—-Agora sim—disse Jim enquanto saia do elevador—lembre-se, aqui eu sou seu superior. Se te pegam me chamando de Jim, eles vão acabar com você Lorenzo

—-Desculpe. É que eu queria lhe mostrar o que eu já sei fazer—disse o Jovem se afastando um pouco do Almirante. Ele respirou fundo e estendeu o braço direito para frente de seu corpo, com a mão aberta. Após alguns segundos, diversas micro-esferas começaram a aparecer na palma do mão do mesmo. Com o passar dos segundos, as esferas começaram a girar ao redor uma das outras, se comprimindo e condensando em uma única esfera de 5cm de diâmetro que girava em alta velocidade, sugando um pouco do ar ao seu redor, fazendo a mesma ganhar um anel ao seu redor

—-tada!!!—disse o Jovem

—-Nada mal, mas lembre-se: A mana não é energia. Ela é matéria, então você esta fazendo muito esforço pra nada. Dobre a matéria, e não a energia que ela produz. Dobre a mana primeiro, depois sim, dobre sua energia, que no caso é a magia

—-Sim senhor Almirante

—-Agora vamos. Hoje é o seu dia de graduação na academia

—-Eu sei...me pergunto se o papai estará contente com minha escolha

—-Claro que esta. Doppler pode ser um historiador, mas ele sempre me apoiou e aposto que também apoiou você

—-É...você tem razão

—-Cheguei tarde demais?—disse um homem de aparência já madura. Deveria ter seus 48 anos, diferente 38 anos e 17 dos humanos

—-Major Thatch

—-Almirante Hawking

—-O que traz aqui Senhor Thatch? Não deveria estar em Atlantis com sua esposa?

—-Sabe como é né? Sou descedente da família Thatch, logo, me chamaram assim que viram aquilo. Imagino que é por isso que esta aqui também, não é Almirante?

—-Acertou na mosca

—-O que é...aquilo?—perguntou o garoto que mais parecia com medo que qualquer outra coisa

—-É Secreto. Você saberá um dia—respondeu o Major Thatch—Vamos? Afinal, temos muito o que discutir Almirante

—-Sim. Lorenzo

—-Eu já sei. Vou atrás da minha unidade

—-Excelente

—-Permissão para me retirar senhor—disse o garoto fazendo a posição de sentido

—-Permissão concedida—disse James e logo Lorenzo se pois a andar para longe

—-Agora que ele se foi—começou o Major—Acha mesmo que ele pode estar a caminho daqui?

—-Sim. Nada impede de ele estar. Afinal, estamos falando de Chernabog. E você lembra do que o Mickey disse sobre ele

—-Tsc, eu pensei que aquele rato estava apenas tentando nos assustar...

—-Pelo visto não, por isso que dobramos a segurança

—-Ele não vai atacar outro planeta se não a terra. Mas ele destruirá  universo inteiro assim que terminar com ela

—-Como podemos matar alguém tão poderoso Almirante? Isso é impossível

—-Eu também acho, mas não podemos recuar, afinal, temos pessoas para proteger

—-Queria ter a mesma confiança que você Almirante

—-Hey, não sou eu que venho de uma família lendária sabia?—disse Jim arrancando um sorriso de timidez do Major

—-É...Os Thatch tem uma longa história com magia...mas contra um demônio...nunca lutamos contra nada assim

—-Tsc, vamos parar de enrolar aqui e vamos para o encouraçado Lockheart. A reunião será la

—-Como assim la? Esta falando que vamos ter uma reunião na arma suprema da frota?

—-Isso mesmo—disse Jim com um sorriso travesso no rosto

NOVA ORLEANS – UNIVERSO 325(A PRINCESA E O SAPO)

—-Então...temos um trato senhor?

—-Eu não me lembro de ter concordado em me unir a você Facilier

—-Ah mas por que não? Você pode ser todo poderoso, mas eu tenho os meios de achar o que você deseja. Eu poderia diminuir sua busca de milênios para apenas alguns anos

—-Eu sou imortal seu infeliz. Estava vivo bem antes de você sequer pensar em respirar

—-Sim...mas pense comigo...um ser tão poderoso como você...ainda assim gasta tanta força apenas para mudar de universo...isso seria tão mais fácil se fizesse isso com um corpo menor não acha?

—-De fato meu imenso corpo acumula muita massa e...

—-E pronto. Tudo que tem que fazer é assinar este contrato

—-Esse contrato...ele é de

—-Sim sim, digamos que eu tenho...amigos do outro lado que conseguiram isso para mim

—-Um mero mortal enganou Rumpelstiltskin...HA! Aquele amontoado de merda

—-Então...temos um acordo?

—-Deverás Facilier...Temos um acordo

E então, estava feito. Doutor Facilier estava em seu quarto em Nova Orleans quando a voz parou de falar. Um silencio tomou conta do local, mas o mesmo logo foi cortado por uma fenda que se abriu logo a sua frente. Da mesma, um forte vento soprou, sugando tudo do quarto para dentro da mesma. O doutor teve que se segurar à sua cama para não ser sugado. Mas o pavor inicial sumiu para dar lugar a uma sensação de prazer imenso. Seus olhos puderam ver da fenda, os olhos do demônio interdimensional. E então, o doutor sorriu. Um sorriso que iria assustar o mundo.

PLANETA DESCONHECIDO – UNIVERSO VAZIO

—-O que deseja compreender ainda capitão?

—-Mostre-me novamente o conceito de magia

—-Como desejar. Magia é o nome dado a energia produzida pelos átomos de mana. Mana por sua vez é um tipo de matéria que existe por todo o multiverso e apenas pode ser vista a olho nu quando encontrada em quantidades exorbitantes. Nessas situações ela possuía a coloração azul. Mana existe desde o inicio do multiverso e as mesmas podem transmitir todas as formas de energias conhecidas até agora, além da magia. Elas podem atingir 99,9% velocidade da luz mesmo sendo objetos de que possuem massa e podem atravessar corpos sólidos através do tunelamento quântico

—-Isso eu já entendi Jolly—disse Ganho—eu perguntei sobre a Magia

—-Okay. Quando magos utilizam magia, eles estão na verdade moldando e dobrando mana ao seu redor. O estado natural do Mana é sólido, mas ele não possui muita densidade, o que faz dele ser extremamente leve. Magos, bruxas e afins conseguem dobrar a mesma pois eles possuem Mana dentro deles. Gostaria de saber como um bebe adquiri mana dentro do seu corpo?

—-Eu passo. Continue

—-Okay. Uma vez dentro, toda a vez que esse inidividuo entra em contato com a Mana, seu corpo absorve a mesma e começa a produzir ainda mais. E então, chega os feitiços. O mais simples de todos é o de melhorias corporais. Um Mago de combate pode melhorar partes do seu corpo, reforçando ossos, cartilagens ou até mesmo os olhos com Mana, o que funcionara como um turbo para seu sistema, além de uma armadura natural contra danos que antes do feitiço, seriam letais. Já feitiços que influenciem o meio externo, eles ocorrem conforme todos os fenômenos químicos e físicos. Para criar relâmpagos, Magos friccionam o Mana no ar dobrando o mesmo e acelerando uns contra os outros, criando as descargas elétricas. Para fogo, eles aceleram Mana até o mesmo pegar fogo e então disparam o amontoado de Mana flamejante e assim por diante. Por isso que todo o ser usuário de Magia é necessariamente um cientista ou um cientista em potencial

—-Okay. Então...apenas alguns podem usar magia certo?

—-Ao contrario capitão Gancho. Todo o ser vivo pode usar magia. Mas a executar magia é extremamente mais fácil para aqueles que nasceram com o Mana em seus corpos desde pequenos.

—-Entendo

—-Algo mais senhor?

—-Por agora não. Emita um comunicado para todos voltarem para o navio. Estaremos saindo em 6 horas. E chame aquele rato e aquela vadia aqui para a minha sala. Temos negócios a fazer

—-Sim senhor—respondeu a voz que vinha diretamente de seu monitor holográfico. Assim que terminou, as imagens em 3D que estavam em cima da mesa foram desaparecendo uma a uma até sobrar apenas a tela holográfica

—-Por que estou com a sensação de que isso será uma longa...longa viagem?—disse Gancho enquanto se recostava em sua cadeira

NOVA ORLEANS – UNIVERSO 328(A PRINCESA E O SAPO)

Facilier andava calmamente e sem muitas preocupações na cabeça pelas ruas da tão adorável e radiante Nova Orleans. Sua mulher tinha acabado de dar luz ao seu mais novo filho e Sombra estava quieto ultimamente, não pedindo para o mesmo realizar nenhum ritual macabro que ele sempre odiou. Tudo estava perfeito na vida do médico com doutorado em neurocirurgia, até que o mesmo dobrou a rua. Era já meia noite e o mesmo voltava a pé do hospital para casa afim de economizar na passagem, mas o que viu a seguir o paralisou. Bem na sua frente algo como como um rasgo no continuo espaço-tempo estava se abrindo. A rua estava deserta e ninguém viria ajuda-lo. Pensou em fugir, mas logo descobriu que estava paralisado de medo. A fenda aumentou até ter 2 metros de altura e 50 cm de largura. Suas cores eram de um vermelho intenso com as bordas escuras como os discos de vinil. Também não era uma estrutura sólida, pois suas dimensões oscilavam bruscamente, como se estivesse dançando no ar. Sombra logo se formou embaixo de seus pés, pronto para protege-lo, mas o que saiu da fenda chocou ambos os seres ali parados

—-Olá caro amigo—disse o desconhecido que tinha acabado de sair da fenda com seus olhos fechados

—-Quem...quem é você?—perguntou o Doutor

—-Hora...não é obvio Facilier? Eu sou você—respondeu o homem que assim que abriu os olhos, revelou que os mesmo possuíam a íris de uma cor vermelho fogo, e também uma áurea da mesma cor da fenda começou a emanar do homem—Vamos acabar logo com isso...afinal, não tenho o dia todo