Coração de Carmesim escrita por Narrador sem nome


Capítulo 4
Parte 4 – conde, rato e Jade.




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Jade após alguns treinamentos mentais percebeu que seu conto podia ser modificado mesmo que ela estivesse dentro dele, assim ela chegou a conclusão após inconscientemente desejar mudar a personalidade da princesa e acabar tornando realidade, de uma personalidade boba e vazia veio a tona um personagem determinado e forte que estava a todo custo aprendendo magia para trazer o corpo de seu pai de volta, tal magia ela utilizou para curar o tornozelo dolorido de sua criadora. Sabendo que ela podia modificar o conto a qualquer hora, ela decidiu que o objetivo inicial do coração de carmesim, o exército de elite do reino, iria ser fazer uma busca ao paradeiro de Alan, seu amigo que acabou caindo naquele mundo e a incentivou em entrar na porta.

No entanto seu pedido foi recusado, mesmo assim ela barganhou, no entanto o rei repetiu suas palavras anteriores.

— Não. – Repetiu o rei

— Oras, mas eu exijo, não é um pedido. – Ordenou Jade.

— Com quais poderes tu tens para exigir algo sob o meu reino?

— Esta bem. – Disse Jade ao notar que a exigência não havia funcionado. – Eu lhe peço, por favor.

— Negado, volte a sua vila ou de onde você veio. Não lhe devo nada.

Os guardas a levaram para fora do castelo.

— Espera, mas eu criei você, eu realmente preciso de sua ajuda.

— Desculpa Jade, mas não temos nada haver com seus problemas. – Disse Diana convicta.

Jade foi expulsa do castelo a mercê da angustia de seu peito, ela não tinha certeza de onde Alan estava e as chances de conseguir uma ajuda real foram completamente dilaceradas, logo ela se lembrou da localização do covil dos caçadores e decidiu ir lá por vontade própria.

Diante da floresta uma reunião entre os animais aconteciam, boa parte deles haviam perdido suas moradias no incêndio causado pelo dragão de ouro e eles estavam revoltados com as atitudes dos caçadores e até mesmo do próprio reino que permitiu que aquele lugar fosse engolido pelas chamas, entre eles estava o rato com um cajado e a serpente que havia enroscado á Jade capítulos atrás.

O rato monologava seu discurso de ódio diante de seus companheiros enquanto andava de um lado para o outro.

— Como eles são capazes de fazer essa atrocidade nós iremos tomar a cidade deles.

Todos gritaram entusiasmados.

— Eles pensam que somo insignificantes? Mostraremos a ele que a união faz a força.

Todos gritaram com entusiasmo, mas silenciaram repentinamente ao ver Jade atrás do rato.

— Quem está comigo? – Indagou o rato ao levantar o cajado.

Seu couro foi pego entre os dedos de Jade e logo ele se debateu no ar.

— Ei seu rato, eu preciso de sua ajuda.

— Ora, eu pensei que você tinha ido atrás dos caçadores.

— Eu tentei ir, mas aconteceram alguns imprevistos, e eu realmente preciso de sua ajuda.

— Não dá para pedir para outro animal ou pessoa?

— Bem que eu queria, mas você é o único que conhece o covil dos caçadores.

Os animais que estavam reunidos ao redor do rato ao ouvir a palavra “covil dos caçadores” se esconderam temendo o pior.

— Espera, e aquela história de união faz a força? – Protestou o rato.

— Você vai me levar até o covil, sim ou não?

— Mas é claro que não.

Ela suspirou e depois apertou o rato entre as mãos, assim ela começou a chacoalha-lo.

— Para com isso, eu estou ficando tonto. – Reclamou o rato.

Ela parou de chacoalha-lo.

— Você vai me ajudar?

— Eu já disse que não! – Disse o rato ofegante.

Ela repetiu o mesmo processo até ouvir os primeiros protestos do rato.

— Você vai me ajudar?

— Está bem, está bem, eu levo você até lá, mas vou ir embora quando eu tiver a chance.

— Obrigada. – Disse Jade com um sorriso gentil, assim ela colocou o rato no chão.

— Me siga.

Nas profundezas da floresta a porta de madeira descansava sob a caverna sendo tomada por galhos secos e vinhas que cobriam a maçaneta, ela se aproximou da porta e começou a bater, o rato como prometido aproveitou a chance para fugir o mais rápido possível.

— Parece que ninguém está aqui, ei rato... – Jade se virou e logo percebeu que estava falando sozinha.

A porta se abriu com um rangido, ela encarou para dentro da caverna e apenas viu uma luz fraca tremeluzindo de acordo com os passos que vinham atrás dela, ela ignorou o som e adentrou no covil dos caçadores.

Mesas circulares eram postas em toda a caverna, as canecas de madeira e o bar cheio de bebidas estavam bem iluminados, mas ninguém estava naquele lugar, ela se sentou em uma das cadeiras e se debruçou sob a mesa.

— Se eu me lembrasse do universo que criei talvez eu tivesse alguma pista sobre o paradeiro de Alan. – Pensou Jade.

Enquanto Jade esperava dentro do covil, os caçadores que finalmente conseguiram despistar o dragão de ouro descansavam sob as rochas úmidas do lago.

— Ainda não acredito que aquele dragão conseguiu sair daquela caverna. – Disse um dos caçadores.

— Obviamente o idiota do novato deve ter apagado as runas de barreira da caverna, ele apenas precisava ser mais discreto ao se aproximar do dragão e cortar uma escama. – Completou outro caçador.

— Obviamente ele era o traidor, aposto que ele trabalhava para o Conde da costa antes de nos encontrar. – Disse o líder deles.

— Na verdade nós é que o encontramos desmaiado na floresta. – Corrigiu o crocodilo antropomórfico.

— Não podemos deixar isso barato, vamos atrás dele. – Disse o líder dos caçadores.

A vila da Costa era um vilarejo esquecido pelo reino e Alan percebeu isso muito bem ao ver as casas completamente abandonadas além de ter um cenário mórbido a sua frente, os aldeões o observavam pelas frestas da janela temendo o pior.

Ele caminhou por toda a cidade, ele viu o medo estampado nos rostos dos cidadãos, os cavalos exaltarem ao sentir a sua presença, algo não estava certo.

Uma voz estridente chamou sua atenção, o velho careca de turbante e quimono chamou sua atenção.

— Estou surpreso com sua visita Honavan.

— Honavan? Meu nome não é Honavan.

O velho conde gargalhou secamente.

— Por acaso bateste a cabeça em algum lugar? Não se lembra de nem de seu próprio nome?

— Mas eu já disse que...

— Cale-se. – Disse o conde Costa ao interrompê-lo. – Pague pelos seus pecados.

Com seu cajado ele disparou um feitiço ao dizer algumas palavras em um dialeto desconhecido, a rajada de energia apenas levantou poeira, deixando Alan ileso, mesmo sem se machucar ele ficou surpreso com aquele ataque.

— Não pode ser. – Disse o conde espantado.

Novamente ele rogou uma maldição, mas sem efeito contra Alan.

— Que bruxaria é essa? – Indagou o conde espantado.

— Eu é que pergunto! – Exclamou Alan perplexo.

O conde desabou no chão sentindo a fadiga de usar tantos feitiços de uma vez e utilizando o cajado como apoio, Alan sem entender o encarava, os cidadãos começavam a sair das casas e ele percebeu que eles eram anões.

— Uma cidade de anões! – Exclamou Alan surpreso.

De repente a população um a um começou a voltar à estatura normal, o rosto de satisfação e felicidade deles demonstrava agradecimento.

— Nunca imaginei que existiria alguém imune ao meu feitiço. – Lamentou o conde.

Alan ao perceber que o bruxo era inofensivo decidiu ajudá-lo a levantar, ao dar a mão a ele à escama de ouro acabou caindo do bolso da camiseta que tilintou sob o chão seco, a expressão do conde de surpresa se desfigurou em puro ódio, ele pegou a escama com tanto ódio que sua mão não parava de tremer.

— Um truque!

Fumaça saia de sua roupa e logo se tornou uma névoa densa, seus olhos brilhavam ferozmente e uma névoa negra era expelida pelos seus lábios, Alan se assustou ao ver aquele rosto deformado pela pura ira.

— Um maldito truque! – Rosnou o conde Costa.

Sua estatura foi aumentando até se tornar um monstro de dois metros, as presas assustadoras surgiam de sua boca, junto com seis chifres que rasgavam seu turbante.

— Imperdoável! – A voz modificou para um som pesado e metálico, Alan já estava atordoado de medo.

— Ninguém engana o conde costa. – rosnou aquele monstro realmente assustador.

Os cidadãos logo correram para suas casas com o pavor estampado em seus rostos, Alan permaneceu sentado no chão completamente atônito, as nuvens se agruparam ao redor do conde.

Ele recitou um feitiço enquanto uma chuva de raios caia sob o vilarejo, atingindo casas, árvores e o chão seco daquela região.

— Imperdoável!

Uma massa negra se formava ao redor do cajado do conde, ele girou a arma em trezentos e sessenta graus e logo apontou contra Alan.

Uma descarga de energia rasgou o ar e atingiu ele em cheio, o disparo ainda correu por todo o chão formando um sinal de cruz para quem olhasse por cima, mastigando todo o caminho por entre as casas, as pessoas se escondiam debaixo de mesas e cadeiras tapando os ouvidos e gritando o mais alto que suas cordas vocais pudessem aguentar.

O conde voltou a estatura normal e o céu fechado voltou a abrir, a névoa dissipou e um ar triunfante permeava seu rosto, ele logo se surpreendeu ao ver um escudo chamuscado nas mãos de Alan.

Ele havia defendido o ataque do Conde com o escudo, refletindo o disparo e atingindo o atacante em cheio, praticamente o “feitiço virou contra o feiticeiro”.

Conde sentiu a roupa chamuscada e ele então começou a encolher até se tornar tão pequeno quanto uma formiga.

— Miserável, eu ei de me vingar. – Sua voz tornou-se tão fina e pequena quanto o seu tamanho.

Os cidadãos ao saírem da casa perceberam que Alan havia derrotado o conde, com uma expressão de alivio e felicidade no rosto eles correram até o novo herói do vilarejo...

Apesar de que Alan estava desmaiado por causa do susto.


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