Coração de Carmesim escrita por Narrador sem nome


Capítulo 3
Parte 3 – Teste de admissão.




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Uma grande festa era promovida pelos cavaleiros intitulados como corações de carmesim após afugentar os caçadores que tentaram tomar seus terrenos, quando o cavaleiro de cabelos dourados notou que a princesa não estava no mesmo lugar.

Ele cavalgou ao redor do precipício e não conseguiu achá-la, até que um arauto o lhe avisou.

— A princesa voltou para o castelo. – Avisou o arauto.

— Ótimo, vamos retornar pessoal!

Jade sentia dificuldade em andar, a cada passo seu pé sofria uma fisgada de dor, quando estava próxima ao castelo ela acaba sentando no chão.

— Não dá mais, eu não consigo andar.

A princesa Diana olhou em sua volta como se estivesse procurando algo, quando finalmente focou em uma planta rudimentar, ela retirou uma folha e colocou-a no tornozelo de Jade.

— Agora só torcer para melhorar.

— Por acaso você tem alguma noção do que está fazendo?

A princesa a encarou de maneira avoada.

— Não faço a menor ideia.

Jade sentiu-se constrangida com as respostas e logo disse para si mesmo que se ela conseguir sair daquele mundo, a primeira coisa que ela irá fazer é mudar a personalidade da princesa.

— Mesmo assim, eu não consigo mais andar.

A princesa suspirou e a ajudou a levantar, Jade colocou o braço ao redor das costas de Diana e continuou a andar mesmo mancando. O castelo era imenso, ocupando vários hectares, as paredes eram brancas com desenhos em dourados, além de uma sala realmente imensa por dentro do castelo, o rei logo se mostrou e Jade se surpreendeu ao vê-lo, pois era idêntico ao que ela imaginou. Toda a história até agora era idêntico ao que ela imaginou.

O rei era um urso de óculos com um livro na mão, ele tinha sido interrompido em sua leitura semanal e parecia ter cara de poucos amigos.

— Ouça Diana, nunca mais ouse sumir de minha vista ou dos meus subalternos.

— Mas pai.

— Sem mais, aliás, quem é essa menina?

— Ela é parecida comigo, veja... – Disse Diana empurrando a Jade.

—É realmente estranho ela parecer com você, aliás, até a roupa dela é esquisita.

— Você é o rei de Fahor.

— O único.

— Vocês precisam ajudar meu amigo, ele foi pego por caçadores, eu estava indo atrás deles, mas me perdi...

O olho do rei esbugalhou.

— Receio que ele esteja morto agora.

— Não diga isso. Por minha culpa ele foi pego, preciso tirar ele daqui.

A princesa colocou a mão no ombro de Jade.

— Eu realmente sinto muito. – Lamentou Diana.

Enquanto isso, no covil dos caçadores, uma grande festa acontecia, os crocodilos e até mesmos alguns humanos cantavam e dançavam ao som dos instrumentos, Alan não entendia aquele tipo de comemoração até que um dos caçadores colocou uma manopla de ferro na mão dele, assim os caçadores o vestiram ao ritmo da música dançante, enquanto recitavam canções de guerras, quando a música finalmente acabou, Alan percebeu que estava usando agora uma armadura de prata.

— Agora você está preparado. – Disse um crocodilo.

— Você é idêntico ao nosso chefe, e aposto que tem os mesmos ideais que eles, logo se juntem a nós.

Alan não conseguia entender tudo que estava havendo, ele ainda queria entender como ele foi parar naquele lugar, e como os crocodilos se comportavam como humanos.

— Eu não estou entendendo.

— Você só tem que passar pelo teste dele. – Disse um dos caras com uma garrafa na mão.

De repente a porta do covil se abriu, o chefe se apresentou e Alan se espantou ao vê-lo, o chefe era idêntico ao Alan.

— Incrível. – Disse o chefe espantado.

— Viu só? Ele é a sua cara.

— Espero que você tenha a metade de minhas habilidades para este teste.

Todos do covil riam impulsivamente, Alan sem entender logo se pronunciou.

— Me desculpe, mas que tipo de teste?

O crocodilo antropomórfico ao seu lado lhe respondeu.

— Ora, um teste de admissão para o grupo dos caçadores.

Um rapaz ao lado esquerdo logo completou.

— Esse teste o tornará parte de nossa trupe.

O líder logo interrompeu a conversa fiada.

— Chega de papo furado, vamos ao teste.

Alan e mais uma trupe de caçadores seguiram até a colina mais alta na floresta mais escura, as árvores a sua volta estavam secas e mortas e o chão era coberto pelas folhas amareladas do outono, Ele sentia dificuldade em se movimentar por conta da armadura reluzente, os caçadores cantarolavam enquanto se aprofundavam na escuridão.

Ele tinha várias dúvidas pairando em sua mente, se perguntavam como e quando ele havia parado naquele lugar e logo chegou a conclusão de que tudo aquilo era um sonho e que ele iria despertar a qualquer momento, seus pensamentos foram interrompidos quando ele finalmente chegou a frente de uma grua tenebrosa e úmida.

— Finalmente chegamos... – Disse o líder.

— Chegamos? Aonde?

A trupe riu do despreparo de Alan.

— A colina dos dragões, onde você pensa que está? – Comentou um dos caçadores que lhe deu tapa nas costas.

— Para entrar na trupe dos caçadores você tem que entrar nessa caverna e conseguir pegar uma escama de dragão.

Alan comentou.

— É brincadeira não é?

Todos da trupe mostraram a escama de dragão dos seus colares a ele.

— Não estamos brincando, e obviamente não poderemos deixar você sair daqui até que consiga...

O líder lhe deu uma espada e um escudo, e todos da trupe lhe desejaram boa sorte, Alan encarou novamente a grua e a grua lhe encarou de volta com um olhar frio e melancólico, assim ele deu seus primeiros passos à escuridão.

Dentro da caverna era tão escuro que ele não conseguia enxergar um palmo de sua visão, andando com todo cuidado ele sentiu o relevo do terreno e as paredes pareciam pinicar suas mãos nuas, ele forçou os olhos inutilmente até ver uma pequena labareda se formar no fim do corredor.

— Olá!

Sua voz ecoou por toda gruda, um terremoto alertou o seu chamado e de repente ele foi surpreendido por um ar quente que lhe atingiu no rosto, o cheio de enxofre impregnou o local o obrigando a tapar o nariz. Dois olhos brilharam na escuridão o que fez sentir um arrepio desconfortante na espinha, os olhos se ergueram e uma labareda esboçou no teto dando lhe iluminação suficiente para poder enxergar, um dragão com escamas douradas e olhos intimidadores se apresentou a sua frente.

— Olá! – Sua voz sumiu à medida que seu medo aumentava...

O dragão bufou uma segunda vez e cuspiu fogo, Alan perspicaz utilizou o escudo a sua frente e torceu para que tal equipamento não derretesse, as chamas cobriram a sua volta e desviavam no momento que atingia tal escudo. O dragão respirou fundo e estava preparado para cuspir novamente outra quantidade de chamas, Alan aproveitou essa chance para correr o mais rápido que podia. Percebendo que seu fogo não o alcançaria, o dragão decidiu se movimentar. Um pouco desorientado ele começava a se bater entre as paredes provocando desabamento e deixando cair um pedaço de suas escamas de ouro até que as rochas prenderam sua cauda, furioso ele cuspiu as chamas mais uma vez.

Alan viu as chamas se aproximar rapidamente, ele apressou o passo até cair dentro de um buraco que tinha sido camuflado pela escuridão, dentro do buraco ele viu as chamas percorrerem todo o corredor até sumir por completo.

O dragão se debatia até conseguir soltar sua cauda das rochas, ele voou para fora da gruda onde encontrou a trupe de caçadores assustados com sua presença.

Os caçadores assustados atiraram flechas e espadas contra o monstro imponente. O dragão cuspiu suas chamas uma segunda vez e elas acabaram atingindo as árvores secas provocando um incêndio iminente, tal incêndio chamou atenção da cavalaria real que passou as informações para um pardal de mensagens.

Alan conseguiu finalmente sair da grua depois de algumas horas e em suas mãos ele tinha a escama de dragão que supostamente deve ter caído da criatura, e logo viu a floresta tomada pelas chamas.

O reforço finalmente havia chegado, junto com princesa Diana e Jade que estava impressionada com a mudança da atitude de seu personagem.

— O que aconteceu? – Indagou a princesa determinada.

— Alguém irritou o dragão de ouro, acredito que isso seja obra dos caçadores. – Explicou um dos cavaleiros.

— Espera um pouco, se for verdade é provável que o Alan esteja dentro dessa floresta em chamas. – Avisou Jade.

— Mesmo assim é muito perigoso, um grupo foi ao rio mais próximo conseguir água, mas pela situação da floresta vai ser impossível apagar o fogo.

Jade determinada decide entrar na floresta em chamas, mesmo mancando, mas é impedido por um dos cavaleiros.

— Não posso permitir que entre, senhorita.

— Mas e se Alan estiver aí dentro.

O cavaleiro assentiu negativamente, ela encarou a floresta consumida pelas chamas com um olhar aflito e rogou para que ele estivesse seguro.

Enquanto isso do outro lado da floresta, Alan decidiu caminhar para longe daquele lugar esperando encontrar alguém que ele conhecesse até que uma cidade ao norte lhe chamou a atenção.

Após caminhar tanto tempo ele chegou em um vilarejo esquecido pelo reino, a vila da costa.


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