Coração de Carmesim escrita por Narrador sem nome


Capítulo 2
Parte 2 – Coração de Carmesim.




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Ambos olhavam para a porta no meio da sala do escritório se perguntou como e porque de que aquela porta estava ali, a porta era emoldurada com folhas de papeis nas portas e um batente dourado, embaixo deste batente uma escrita de latim semelhante ao que estava redigido no lápis.

— Certo, como e por quê? – Indagou Alan.

— Me pergunto a mesma coisa. – Disse Jade andando em volta da porta – Isso não faz nenhum sentido.

Alan também andou em volta da porta, com uma mão no queixo ele imaginou todas as possibilidades para que aquela porta existir.

— Talvez alguém tenha entregado uma porta por engano nesse endereço, o sindico tem uma chave reserva deste lugar.

— Pode até ser, mas se fosse verdade o porteiro iria me avisar antes.

Ambos pararam para pensar em alguma hipótese, até o Alan notar as palavras em latim.

— O que está escrito?

— Eu vou saber. Clavem est ingenio.

Alan se aproximou e girou a maçaneta, ela se escancarou e um universo foi apresentado a ele, um corredor enorme cheio de portas de diferentes cores e tamanhos, ele sem entender fechou a porta com tudo.

— Mas o que foi isso? – Indagou Jade completamente assustada.

— Alguma miragem, talvez. – Disse Alan que estava de costas para a porta.

Jade rodou pela sala novamente, e notou que o outro lado era fino demais para ocupar todo aquele espaço, ela então decidiu abrir a porta por de trás de Alan, ele sentiu a madeira sair de suas costas e caiu para trás, estranhamente ele não atravessou o outro lado da porta onde Jade estava e um grito ecoou por toda a sala e ela a fechou.

— Alan? – Gritou Jade.

Ela correu para o outro lado e abriu a porta, viu um universo completamente diferente, a deixou escancarada e correu para o outro lado da sala, estranhamente atrás da porta continuava fechado enquanto o da frente estava escancarado, isso deu um nó em sua cabeça.

Ela correu para o lado da porta escancarada e gritou.

— Alan?

Nenhuma resposta a não ser o eco de sua própria voz. Ela sentiu-se culpada por ter deixado Alan cair naquele mundo e decide por si só investigar, pulando para o universo, a porta atrás dela se fecha e desaparece como um passe de mágica, ela se desmaterializa e se torna novamente o lápis com as escritas em latim de chave da imaginação.

Na floresta, uns grupos de animais curiosos cercavam um evento que para eles eram novidades, sobre as folhas, Jade descansava calmamente enquanto toupeiras, lagartos, lobos e outros animais vigiavam seu sono.

— Quem é essa aí? – perguntou uma tartaruga que estava sobre ela.

— Uma humana talvez. – Comentou uma lebre.

— Eu a vi cair no céu às copas das árvores a protegeu de uma queda terrível. – Comentou um urso.

Ela bocejou e virou de lado, derrubando a tartaruga.

— Só mais cinco minutinhos. – Disse Jade de maneira sonolenta.

— Só mais cinco minutinhos? O que é isso? – Indagou a tartaruga que reunia forças para ficar apoiado nas patas.

— Talvez algum grito de guerra, os humanos sempre fazem isso por essas redondezas. – Comentou a lebre.

— Ela só está falando dormindo, não tem nada de grito de guerra. – Disse cobra completamente sensata.

Jade logo se lembrou de Alan caindo no universo criado por uma porta esquisita, desesperada ela desperta por um pulo, soltando um grito agudo, a maioria dos animais em sua volta correram para se esconder, e Jade se ajeitava no gramado.

— Que susto, eu tive um sonho maluco.

Ela encarou a serpente que estava enrolada sobre seu pulso a encarando assustadoramente. Jade saltou e jogou a serpente no chão que se rastejou para o arbusto mais próximo.

— Sai daqui serpente asquerosa.

— Serpente asquerosa? – Protestou a cobra. – Isso foi muito ofensivo.

— Me desculpe. – Disse Jade entristecida. – Me desculpe? Porque estou me desculpando para uma cobra, quer dizer, deste quando cobras falam? Onde estou? Que lugar é esse? Só pode ser um sonho.

— Acalme-se menina.

Um rato com óculos e cajado se apresentou acima dos galhos de árvores, ela o olhou e depois desmaiou.

— Ótimo, não é o segundo que não consegue aceitar os fatos.

Quando Jade estava completamente sóbria, ela finalmente ligou os pontos graças a explicação do rato falante no qual ela não podia aceitar o fato de que ele falava.

— Então, de alguma forma eu caí do céu e não faço ideia de onde estou, seria engraçado se não fosse assustador.

— Você não é a primeira.

Quando o rato disse isso, novos pontos ligaram em sua cabeça.

— É mesmo, por acaso o senhor não viu um moço de terno e gravata cair por aqui.

— Sim, mas ele foi levado pelos caçadores.

— Caçadores?

— Não me diga que nunca ouviu falar deles?

— Não, é que esse nome não me é familiar, eu imaginei um grupo de crocodilos que caçavam humanos pelas redondezas, e eles andavam sob duas patas, pela minha cabeça a ideia era genial.

— Pois são eles que eu estou falando.

Ela demorou em processar toda aquela informação, quando finalmente caiu a ficha ela exclamou.

— Como é?

— Ora, os caçadores, dizem que eles fazem roupas com o couro humano.

— Onde eles foram?

— Acredite. Você não quer cruzar o caminho deles.

Jade pegou o rato e começou a chacoalhar até ele falar.

— Onde eles foram?

— Está bem. – O rato apontou com o cajado a direção norte. – Por ali.

— Ótimo. Obrigada Joaquim. – Ela deu um selinho na bochecha do rato e correu em direção norte atrás dos caçadores.

— Joaquim? Como ela sabia meu nome? Eu nem sequer disse a ela.

Não fazia nem um dia que ela havia criado o rascunho para o coração de carmesim, mas ela logo notou que estava no próprio universo, as ideias continuavam frescas em sua mente e ela pode traçar um atalho até o esconderijo dos caçadores, ao passar por entre as folhas baixas ela finalmente encontrou um local aberto e viu um grande castelo imponente sob o horizonte.

— Essa não, eu errei o caminho. – Disse Jade encarando a paisagem.

Uma espada espetou seu ombro e quando se virou, viu um cavaleiro com armadura vermelha e com uma capa negra sob os ombros, nessa capa havia um coração com uma espada cravada nela, seu rosto era coberto pelo capacete.

— Identifique-se intrusa!

O cavaleiro ao seu lado se espantou com a aparência de Jade.

— Senhor, é a princesa do reino de Fahor.

— Fahor? É um nome ridículo, se eu sair dessa eu irei mudar esse nome no rascunho.

O cavaleiro tirou o capacete, os cachos dourados caíram sob seus olhos.

— Me desculpe princesa, o capacete limita um pouco a visão e não identifiquei você, aliás, o que está fazendo aqui?

— Princesa? – Indagou Jade, quando finalmente se lembrou. – É mesmo, como não tinha ideia da aparência da princesa, eu utilizei minha aparência...

Um dos que estava atrás deles começou a badalar o sino.

— Caçadores! – Gritou o cavaleiro enquanto tocava o sino. – Os caçadores estão próximos.

— Essa não. – O cavaleiro virou seu cavalo para o lado oposto e começou a galopar, Jade aproveitou essa chance para fugir.

Ao descer a ribanceira, ela conseguiu ver a luta dos cavaleiros de armadura vermelha contra os caçadores, crocodilos completamente antropomórficos. Entretida com a confusão não prestou atenção onde pisava e acabou rolando pelo gramado até finalmente encontrar terra firme dentro de uma floresta.

Ela se levantou completamente dolorida e seguiu viagem, sentiu uma fisgada no pé e percebeu que havia torcido o tornozelo, mesmo mancando ela seguiu em frente e quando não aguentou mais a dor se apoiou em uma das árvores, ela olhou a sua volta e viu uma mulher com a mesma aparência dela, colhendo rosas, ela se aproximou, não aguentando mais andar acabou caindo no chão, levantando as rosas e assustando a moça a sua frente.

— Moça você está bem?

A mulher foi auxiliar ela e se assustou ao ver que ela era parecida.

— Você é igual a mim, mas como isso é possível? – Indagou a moça. – É como se eu olhasse para o espelho.

— Você é a princesa Diana, certo?

Ela assentiu confusa.

— Por favor, me ajuda a encontrar Alan.


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