Produtos Uchiha escrita por ICLP, Hitari Amai, Evil Queen 42, ExoLina42


Capítulo 40
Uma mulher de ressaca não quer guerra com ninguém


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo!
Que 2019 seja menos eita atrás de eita como foi 2018...

Enjoy ;D



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Boy, minha cabeça tá latejando!

O que foi que aconteceu ontem?

Ai... Jantamos na casa dos meus sogros, deixamos os animais de estimação e meus pais em casa e fomos pra casa da Ino... Eu bebi... Boy, eu bebi!

Pai misericordioso, perdi meu noivo!

Sim, se Sasuke me viu bêbada, é certo que nunca mais vai querer olhar na minha cara. Perdi um homão da porra e uma sogra diva!

Levantei da cama, lavei o rosto, escovei os dentes e voltei para a cama... Não dá para eu sair do quarto agora com essa cara de morta, painho e mainha vão ver, não posso arriscar.

Peguei meu celular a fim de mandar uma mensagem para o Sasuke e perguntar se nós ainda temos alguma coisa, foi quando a porta do quarto abriu e ele apareceu.

― Tá viva, amor? ― Ele riu, então sentou na beirada de minha cama e estendeu uma xícara. ― Beba.

Ai, esse cheiro. Eca!

Mas suspirei aliviada. Sasuke ainda está aqui.

― Isso é café.

― Bem forte, sem açúcar, pra curar essa sua ressaca.

Ressaca é uma forma ingrata do seu corpo te dizer que a noite anterior foi incrível.

― Eu não gosto de café. ― Fiz uma careta.

― Beba como se fosse remédio.

Gente, ele me viu bêbada mesmo? Tão meigo...

Aceitei o café e fiz uma careta no primeiro gole. Ah, negócio ruim!

Coloquei a xícara sobre o criado mudo e levei uma mão até a testa.

― Eu preciso de um comprimido... ― Falei.

― Não de estômago vazio. ― Me alertou.

― Boy, tem uma guerra nuclear acontecendo dentro do meu estômago nesse exato momento, não consigo comer nada!

Sasuke suspirou.

― Eu imaginei que daria nisso...

― Por que você me deixou beber?

― Não deixei, mas... Bem, você não bebeu quase nada. ― Sasuke contou. ― Posso beber mais do que você bebeu ontem que fico de boa, eu não sabia que você era tão fraca. Você embebedou rápido.

Estou com medo, sério. Minha dignidade deve ter ido parar no núcleo terrestre.

― E a vadia da Ino, me deixou beber por quê? ― Resmunguei.

― Ela estava tão bêbada quanto você.

Verdade, já estava meio alterada quando a gente chegou. Só que Ino é o tipo de bêbada que lembra das coisas depois, enquanto que eu não faço nem ideia das merdas que fiz! Mas, se o Sasuke ainda está comigo, então não foi nada grave.

― Eu fiz muita merda, amor? ― Perguntei com um sorriso amarelo, temendo a resposta. Mas é um questionamento necessário.

― Você quer por ordem alfabética, cronológica ou pela gravidade das merdas?

Boy, eu sou horrível!

Minha dignidade cai quando sobe o álcool.

― Alfabética, Sasuke! ― Ironizei, pegando a xícara para tomar mais um gole dessa coisa horrível... Como o Sasuke vive a base de café? ― Avia, jogue logo as merdas no ventilador!

Sasuke suspirou.

― Primeiro você quis tirar a roupa...

― O quê? ― Questionei com a voz esganiçada. ― Eu estava sem sutiã por baixo daquele vestido.

― É, eu sei... ― Assentiu. ― Agradeça a mim por não ter ficado só de calcinha na frente de todo mundo lá.

Por que eu faço essas coisas? Sorte que o Sasuke estava lá para tentar me segurar.

― Quer mais? ― Ele riu.

― Continua, eu aguento. ― Não sei se eu aguento.

― Você quase deixou escapar que achava que eu fosse gay, mas acho que isso foi menos grave do que ter falado sobre a marca roxa que eu deixei na sua bunda. ― Deus, Pai Amado, eu falei isso mesmo na frente dos nossos amigos? ― E que por acaso minha mãe também viu.

― Eu falei isso mesmo? Sobre o roxo e sobre sua mãe ter visto?

― Com todas as letras. ― Ele respirou pesado. Acho que encarnaram muito nele por isso, e é algo que com certeza não será esquecido tão cedo. Naruto e Ino não deixarão passar.

É oficial, sexo agora só depois do casamento!

Boy, a quem eu quero enganar? Sou uma safada...

― Amor, foi mal. ― Pedi com a voz manhosa.

― Quando foi que minha mãe te viu marcada na bunda? ― Ele questionou curioso.

― Ah, eu estava experimentando um biquíni. Boy, eu não sabia onde enfiar a cara, porque ela viu e sacou o que era.

― Nunca mais conseguirei olhar diretamente nos olhos da minha mãe... ― Dramatizou.

― Ora, você não disse que ela sabe que a gente transa? ― Questionei.

― É, mas ela não precisava ver os vestígios disso! ― Rebateu.

― Com certeza ela imaginou coisas... ― Falei pensativa.

― Você não tá ajudando.

― Desculpa...

― Depois você e a Ino falaram... ― Ele parou de falar, ficando pensativo. ― Vem cá, você e a Ino já se pegaram mesmo?

Oi? O negócio chegou nesse nível ontem?

Sim, Ino me contou que uma vez roubou um beijo meu, estávamos bêbadas, eu não me lembro direito. Minha amiga diz que aconteceu, então acredito nela. Ino tem umas curiosidades estranhas e muitas histórias de aventuras sexuais.

― Ela me roubou um beijo uma vez. ― Dei de ombros. ― Mas foi só isso, relaxa. Eu nem lembro como aconteceu, é como se nunca tivesse acontecido.

Temos uma Sakura desesperada aqui. Ok, fingi que isso não me abalou, sou segura com minha sexualidade e Sasuke não precisa se preocupar com isso... Mas, porra, ele não precisava saber disso.

Por que eu não falei que era trollagem? Misericórdia, sou muito lerda mesmo!

― Hum... A Ino falou isso.

Ino fica bêbada e solta a língua, foi falar logo pro meu noivo que já roubou um beijo meu! Se bem que isso é indiferente, mas mesmo assim é estranho o Sasuke saber disso... E como sabemos como é a mente masculina, ele deve ter criado muitas cenas na cabeça.

― Você imaginou a Ino e eu nos pegando, né? ― Acusei. Sasuke ficou até mais branco do que já é. Safado, imaginou sim!

― E-eu?

― Sonso.

― Não dava pra não imaginar...

Meu noivo me imaginando com minha melhor amiga, dá pra piorar? Ai, por que Ino foi abrir o bico e falar pro Sasuke que roubou um beijo meu? Dependendo do nível de álcool que Sasuke ingeriu ― se bem que nem deve depender tanto assim ― ele deve ter imaginado um ménage ou coisa pior... É nisso que dá homem ver pornô.

Eu preciso saber de algum podre do Sasuke pra me sentir melhor. Não é possível que ele nunca tenha aprontado algo assim, que nunca tenha tido uma experiência inusitada ou alguma história da qual se envergonhe.

Missão: Descobrir as merdas que Sasuke fez quando mais novo.

― Não imagine mais. ― Briguei. ― Agora prossiga, o que mais eu fiz?

Sasuke suspirou.

― Você dormiu agarrada com o... Monday. Sei lá o nome do demoniozinho. ― Deu de ombros.

― A Monday. ― Corrigi. ― Monday é fêmea...

― Foda-se... Eu chamei um Uber, te carreguei pra dentro dele, só que você acordou...

― Ai, fiz mais merda? ― Questionei aflita.

― Não, não... ― Disse em tom irônico. ― Só falou pro motorista que eu brochei ontem.

Juro que segurei um riso. É constrangedor, mas o motorista era homem pelo visto, seria muita falta de empatia dele julgar o Sasuke... Todo homem já brochou uma ― ou mais de uma ― vez na vida, super normal. Eu compreendo o Sasuke, deve ter sido difícil para ele se animar sabendo que meus pais estão em casa, né? Mas masculinidade é uma coisa extremamente frágil e homem fala de brochar como se fosse o fim do mundo, sendo que acontece e todo mundo sabe disso.

Se bem que o Sasuke não ficou encanado com isso quando aconteceu, até que levou numa boa. Acho que o problema maior foi eu ter falado demais e exposto uma coisa íntima... Realmente isso é chato, constrangedor.

― Ai... ― Sorri amarelo. ― Boy, foi mal.

― É, agora já foi. ― Deu de ombros. ― Eu até quis subornar o motorista pra ele não abrir o bico, mas ele não aceitou.

Sasuke acha que dinheiro compra tudo, eis o mal do ser humano que já nasce rico.

― Que coisa feia, amor! ― Dei um tapa de leve nele.

― Situações constrangedoras merecem cair no esquecimento.

― Tenho certeza de que o motorista também já brochou em algum momento, ele não vai te julgar.

Sasuke bateu na própria testa.

― Ah, e você convidou o motorista pro nosso casamento.

― Sério?

― Sim... ― Suspirou. ― Só faltou chamar a família dele todinha.

― Ah, se ele for gente boa. ― Dei de ombros. ― Já avaliou? Deu quantas estrelinhas? ― Sasuke riu e revirou os olhos. ― Tem mais coisa na lista de merdas que eu fiz quando estava bêbada?

― Não, no fim você só se vomitou, vomitou no chão, vomitou em mim... E chorou por causa da bagunça.

Um motivo forte o suficiente pra fazer alguém chorar.

Eu me questionei mesmo como foi que voltei da casa da Ino e amanheci de pijama.

― Quem limpou?

― Eu, né? ― Disse irritado. ― Você deu um trabalho da porra, sabia?

Dei um beijinho na bochecha de Sasuke, sei que isso o derrete.

― Desculpa, amor...

― Ah, seus pais comentaram que vão sair hoje...

― Sério? Pra onde nós vamos?

― Nós, não sei, eles querem sair... Já imaginaram que você tá de ressaca.

Painho e mainha não merecem me ver nessas condições. Talvez eles queiram sair já para poupar um desgosto, né?

― Eu preciso comer e limpar esse quarto.

Sasuke me encarou, pareceu ofendido.

― Está limpíssimo!

Que nem a fuça dele, provavelmente.

― Você acha que eu vou acreditar que esse quarto foi bem limpo depois de você ter bebido e estar com sono? Não, senhor!

Sasuke deu de ombros. Com certeza ele fez gambiarra. Sasuke nunca limpou um cômodo na vida, deve mal limpar a caixa de areia do soberano dele.

― Se você estiver no pique pra limpeza. ― Deu de ombros.

― Acha que eu passo uma maquiagem pra descer? ― Indaguei. ― Assim, pra esconder minha cara de quem morreu e esqueceu de cair.

― Não adianta, seus pais não vão acreditar que você tá de boa, amor.

― Boy, meus pais acreditaram na grávida de Taubaté! ― Enfatizei. ― Preciso tomar café da manhã.

― Café da manhã? ― Ele riu. ― Lanche da tarde, né?

Suspirei... Que horas são? Acho que hibernei.

― Acho melhor esperar meus pais saírem, pra não me verem nessa situação decadente... ― Murmurei. Sou uma filha péssima!

― Acho que eles já esperam por isso. ― Sasuke assentiu com a cabeça. ― Você não era gente em Natal, né?

― É, eu nunca prestei. ― Falei normalmente. É a verdade. O que mais Sasuke pode descobrir sobre mim a ponto de se surpreender? ― Eles falaram pra onde vão?

― Disseram que vão pegar um Uber, conhecer a cidade... Devem voltar só à noite.

― Já almoçou?

― Já, só falta você.

Certamente minha mãe fez o almoço... Boy, a comida dela é a melhor coisa da vida.

― Ótimo, vou limpar essa bagunça, tomar um banho e comer.

― Não é melhor comer primeiro?

Sasuke quer apanhar?

― Não vou nem conseguir sentir o sabor da comida se eu souber que tem coisa no meu quarto pra limpar.

― Limpei ontem, amor.

― Vou nem te responder.

Sasuke vem com cada uma...

Limpei meu quarto direitinho, tomei um banho caprichado, vesti um pijama confortável e desci para a cozinha. Painho e mainha já saíram, estamos só Sasuke e eu... e Condessa Cherry, claro.

Agora sim, hora de comer. Meu estômago tá ruim, mas tá roncando. Melhor forma de lidar com isso é comendo! Na verdade, comer é a melhor forma de lidar com tudo, deveríamos comer até alcançarmos a paz mundial.

Mainha fez almôndegas, purê de batata, um arroz temperado e salada... Boy, não precisa mais nada.

Montei um prato singelo e me sentei pra comer. Sasuke sentou ao meu lado à mesa e arregalou os olhos.

― Vai misturar um cimento depois?

― Tá bêbado, Sasuke?

― Eu vou casar com um pedreiro... ― Sasuke riu, colocando um pouco de suco de laranja num copo para si. ― Por falar em casar, você ainda lembra do que eu falei ontem?

― Seja específico...

Por que Sasuke inventa de puxar conversa enquanto eu estou comendo?

― Você tinha concordado... ― Ele disse sugestivamente, mas estou com muita fome pra raciocinar. ― Enfim, acaba com a sua fome primeiro, depois a gente conversa.

Só tem uma coisa que pode acabar com a minha fome: A morte.

― Avia, Sasuke, não me deixa curiosa.

Finalmente levantei o olhar para encará-lo e ele escondeu o celular rapidamente.

Ah, filho da...

― Você tava fotografando? ― Estreitei os olhos.

― Amor, esse é o maior prato que você já fez na vida. Tá quase escondida atrás da comida, mano, não dá pra deixar passar.

Ele fala do meu “boy”, mas vem com esse “mano” pro meu lado, tal como a Ino... Moro há dois anos aqui, mas eis algo que me irrita às vezes.

― Desembucha logo, Sasuke! ― Briguei. ― E exclui essa foto!

― Deu nem tempo de tirar... ― Ele resmungou. ― Sobre morarmos juntos logo.

― Aqui, né? ― Indaguei.

Eu não me vejo morando naquele cubículo com a Cherry. Na verdade, ela mal cabe lá...

― Sim, amor. ― Assentiu.

Por falar em Cherry, ela está deitada no chão, perto do Sasuke, e ele fazendo carinho nela com os pés. Tão lindos esses momentos pai e filha... Mas o que me preocupa mesmo é o meu filho felino.

― O que a gente vai fazer com o Dobby?

― Ué, ele vai vir pra cá.

Sasuke fala como se fosse simples!

― Boy, não é assim! ― Protestei. ― Ele tem que se acostumar com o novo reino!

Respeitar um gato é o princípio do sentido estético...

― Ele vai se acostumar sim.

Parece que eu conheço o Mr. Black Label melhor do que o Sasuke. Aquele gato é um psicopata, não vai aceitar sem relutar.

― Precisamos adaptá-lo! ― Falei decidida. ― Quero comprar um bolo, vamos sair depois do almoço e já passamos no seu apartamento.

― Quer uma paleta também? ― Ele riu.

Isso, meus amigos, é a forma mais genuína do amor.

― Onw! Já que você insiste.

Sasuke balançou a cabeça em negativo.

― Quem vê esse rostinho de princesa nem imagina que come mais do que pedreiro em jejum.

Mandei um beijinho pra ele. Fofo.

― Ah, amor, lembrei de uma coisa... Tenho algo pra lhe perguntar. ― E isso não tem nada a ver com o fato de que agora ele sabe que a Ino já me roubou um beijo. ― Assim, por acaso você nunca passou dos limites em alguma situação?

Sasuke uniu as sobrancelhas.

― Como assim?

― Tipo, você nunca ficou tão bêbado a ponto de fazer algo que se envergonhe?

― Não.

― Você nunca ficou bêbado? ― Ele não é gente.

― Bêbado sim, mas consciente.

Nossa, ele é muito chato. Quem bebe pra ficar bom?

― Sério que você nunca saiu fazendo merda?

― Não.

Ele não viveu a vida intensamente.

Minha próxima meta agora é embebedar o Sasuke! Ele já viu toda a minha essência, completamente embriagada, agora eu acho que mereço ver esse lado dele. Vou considerar um teste drive pra antes do casamento.

― Acho que está na hora de darmos mais um passo no nosso relacionamento, e estou falando de algo que vai além de compartilhar memes!

― Eu posso jurar que você está falando de sexo. ― Sasuke riu. ― Esse passo a gente já deu com menos de um mês de namoro.

Nossa, verdade, Sasuke e eu mal tínhamos começado a namorar quando transamos pela primeira vez. Somos dois safados.

― Tô falando de você ficar bêbado.

Ele riu mais ainda.

― Não rola. Você não vai me ver dando PT!

Ele tem alguma coisa pra esconder, alguma coisa constrangedora, não é possível que não tenha.

― Sasuke, você vai casar sem nunca ter dado PT na vida! ― Falei indignada. ― Amor, sua vida é incompleta.

Pelo visto a coisa mais constrangedora que ele já fez foi ter usado Crocs.

Por falar nisso, boy, tive um sonho terrível... Pesadelo! Sonhei que Ino tinha dado dois pares de Crocs para o Sasuke. Terrível, eu sei.

― Eu não era de fazer besteira... ― Deu de ombros.

― Nem na época da faculdade? ― Estranho...

― Não. ― Negou com a cabeça. ― Já frequentei festas, sociais, já fui em congressos, mas nunca fiz nada pra me arrepender depois... Nunca fiquei bêbado a ponto de dar PT, e olha que eu bebia bastante.

― Nunca deu nem um selinho em outro rapaz?

― Sakura, me erra! ― Resmungou.

― Nunca saiu pelado em público?

Ele arregalou os olhos.

― Você já fez isso?

― O quê? Claro que não! ― Elevei a voz. ― Responde.

― Nunca saí pelado em público...

― Nunca amanheceu num lugar que você nem conhece? ― Perdi a conta de quantas vezes isso me aconteceu.

― Pode crer que não. Eu sempre acertei o caminho de casa.

― Nunca transou com duas mulheres ao mesmo tempo?

Sasuke soltou um riso anasalado.

― Eu não precisaria estar bêbado pra isso, nem me arrependeria.

Bingo!

― Já, né? ― Provoquei.

― Não afirmei nada. ― Boy, como ele é sonso! ― Você que está supondo.

Eu conheço o Sasuke, essa cara dele... Mas ele não vai falar.

― Dizem que faculdade é um divisor de águas na vida dos universitários...

― É o que dizem, né? ― Ele respondeu.

― Você... ― Estreitei os olhos. ― Você não vai me contar.

Sasuke deu de ombros.

Droga, agora eu estou me corroendo de curiosidade.

Sei que estamos falando de um fetiche que 9 a cada 10 homens têm, mas será que o Sasuke já... Boy, eu não boto as mãos no fogo.

― Eu posso descobrir quem foram as garotas que estudaram com você. Sua mãe com certeza tem seu convite de formatura, né? Álbum de fotos...

― Quem disse que eu ficava só com as da minha turma?

“Só”?

― Você era um galinha, né?

Sasuke riu.

― Eu era o que comia quieto... E quem come quieto nunca passa fome, porque pode comer mais de uma vez. ― Ele piscou um olho para mim.

É, Sasuke também não prestava. Só que eu não prestava e não escondia isso, ele era sonso mesmo.

― Você não valia nada. ― Acusei.

― Eu nunca falei que já vali alguma coisa. ― Disse naturalmente. ― Vai comer mais? ― Indagou ao olhar para o meu prato vazio.

― Não. ― Respondi, pegando o celular. ― Quero guardar espaço para o bolo... Acho que vou comprar um de baunilha, tô morrendo de vontade de comer bolo de baunilha.

― Desejo, é?

Ah, inferno!

― Fala de gravidez que eu enfio esse prato no seu rabo! ― Briguei.

Sasuke riu, acho que de nervoso.

Abri a página do Google, tem algo que preciso pesquisar. Não posso fazer nada na doida.

― Então vamos logo comprar esse bolo e buscar o Mr. Black Label... Quero me livrar disso logo, dormir pelo resto do dia.

Ah, sim, ele também está exausto.

― Espera aí. ― Falei, olhando para o celular.

Ignorei as mensagens no WhatsApp... Se tiver mensagens da Ino, ela vai dramatizar depois sobre eu ignorá-la... Aí eu ignoro o drama também.

“Adaptação de gatos em casas novas”, pesquisar.

Abri a primeira página que apareceu... Adaptação de um gato no novo lar. É disso que eu preciso.

― Tá pesquisando o quê, amor? ― Sasuke perguntou.

― Olha aqui, Sasuke, tá dizendo que a adaptação em uma nova casa pode ser traumática pra um animal. ― Falei aflita.

Se o Mr. Black Label já é estando normal, imagina só ele traumatizado! Quero nem imaginar na verdade! Boy... Estremeci só de pensar.

― Você tá pesquisando mesmo isso?

Aqui diz que a adaptação vai depender da personalidade do animal... Acho que o Mr. Black Label vai se converter em um serial killer!

― Ele vai ter que se adaptar a um ambiente desconhecido! ― Enfatizei. ― Aqui diz que gatos são territoriais por natureza... Talvez a missão seja mais difícil do que eu imaginei. ― Suspirei. Sasuke só me observa com uma sobrancelha arqueada. ― O território é um ambiente seguro pra eles, onde eles se sentem à vontade. Perder isso pode ser traumático para um gato, é muito estressante. Não falo que eles amam mais a casa do que o dono?

― Isso é exagero! No mínimo quem escreveu isso nem é veterinário. ― Murmurou. ― Tá olhando onde, WikiHow?

― No tapa que eu vou te dar se você não ficar quieto! ― Briguei.

― Ai, bate, que eu gosto. ― Ele provocou com um sorriso sacana. Meu moreninho delicioso.

― Idiota. ― Não contive um riso. ― Quando um gato é introduzido num novo ambiente, pouco a pouco ele vai delimitando as regiões para realizar suas atividades.

― Marcar território. Todo bicho faz isso, Sakura, diz algo que não é óbvio.

― A melhor forma de fazê-lo se acostumar num ambiente novo é trancar ele num cômodo fechado... Nossa, que cruel! ― Arregalei os olhos. ― Isso vai fazer com que ele se familiarize pouco a pouco com o território...

― Tem que fazer em todos os cômodos? Sua casa é enorme, já vamos estar no segundo filho quando o Mr. Black Label conhecer a casa toda.

Palhaço!

― O gato vai escolher quais partes do território usará diariamente. ― Falei, ignorando o comentário bobo de Sasuke. ― Ele vai marcar território com feromônios, será que isso poderia irritar a Cherry?

― Eles se acostumam um com o outro.

― Ele precisa ter um lugar fixo pra caixa de areia, água e comida, e também uma área de descanso... Amor, você vai ter que trazer essas coisas.

― Não é só trazer o gato?

Depois eu que sou a lerda...

― Ele precisa se adaptar aqui, amorzinho, tem que se sentir em casa.

― Aí eu vou ter que trazer o gato, as vasilhas e a caixa de areia?

― Óbvio! ― Respondi. ― E esses elementos devem ficar separados a uma distância apropriada.

― Claro, não dá pra botar a comida perto da caixa de areia.

― Nós também não podemos pressionar o bichinho. Ele pode demorar mais ou menos uma semana pra ficar mais sociável... Pode se esconder das pessoas também. ― Enumerei. ― É bom colocar aqui um arranhador pra ele.

― Ele tem um, relaxa.

― Depois que ele se familiarizar totalmente com o tal cômodo, aí podemos abrir a porta pra ele explorar o resto da casa... Podemos colocar ele num quarto de visitas. — Sugeri.

― É, pode ser. Mas acho difícil ele ficar preso num único cômodo, ele é acostumado a transitar livremente pela casa.

― Seu apartamento é minúsculo, ele não vai nem sentir a diferença.

Sasuke fechou a cara, mas nem liguei. O apartamento dele é um cu mesmo, não é a cara amarrada dele que vai mudar isso... Cara feia pra mim é fome.

Escovei meus dentes e troquei de roupa. Vesti um short jeans claro meio rasgado, uma blusa branca e calcei sapatilhas cor de rosa. Só vou comprar um bolo e passar no apartamento de Sasuke, pra que me arrumar muito? Apenas coloquei óculos escuros para cobrir minha cara de ressaca, não vou passar make...

Fomos primeiro comprar o bolo.

Boy, eu tinha dito que queria de baunilha, mas agora também quero um de chocolate. Talvez um formigueiro. Céus, por que eu sou assim?

Acabei pegando os três. Mal não vai fazer, também não vai estragar, melhor do que ficar na indecisão.

Fomos então para o apartamento de Sasuke. Entrando na sala, já me deparei com a coisinha pelada sobre o sofá.

― Oi, Dobby... ― Cheguei toda simpática perto dele.

― Isso vai dar uma merda das grandes... ― Ouvi Sasuke murmurar alguma coisa? Vou fingir que não ouvi.

― Vamos conhecer seu novo reino? ― Fui passar a mão na cabeça dele, mas o infame tentou me morder. ― Seboso!

“Você não é digna!”, Foi o que ele quis dizer quando rosnou pra mim com cara de psicopata.

― Amor, não força a amizade.

Suspirei.

Esse gato vai me aceitar, vou vencer nem que seja pelo cansaço.

― Vai levar ele pelado assim? ― Questionei, unindo as sobrancelhas.

― Ele é pelado.

Mereço...

― Coloca uma roupinha nele.

― Amor, pelo amor de Deus, eu tô vendo a hora de todo mundo derreter por causa desse calor!

Entendo bem, as quatro estações bem definidas no Nordeste são: Verão, calor, quentura e mormaço. Vocês do Sudeste não sabem o que é calor, porra!

― Você vem falar de calor pra mim? ― Questionei indignada. ― O lugar de onde eu venho parece ter convênio com o inferno e você vem me falar de calor? Eu nasci na Cidade do Sol, boy!

― Sakura, me poupe... Essa época do ano é quente, eu vou vestir o Mr. Black Label pra quê?

― Pra ficar bonitinho.

― Não, tá calor, vai incomodar ele.

Sasuke compra roupinhas lindas e estilosas pra essa bola de pele, mas só veste a criatura numa época do ano... Mereço!

Qual é a graça de ter um gato que não tem pelos se não for pra botar roupinha?

― Você também tá com calor, anda pelado por aí?

― Nesse calor, bem que eu queria.

Deus que me livre disso! O tanquinho e o bilotinho do Sasuke me pertencem, eu arrancaria os olhos de qualquer mulher que olhasse pra eles! Quero nem pensar nisso.

― Tá, mas anda? ― Arqueei uma sobrancelha.

― Você tá me comparando com um gato?

― Amor, veste ele logo pra nós irmos. ― Insisti.

Sasuke suspirou e foi até seu quarto.

A parte boa de estar com uma pessoa que evita conflitos é justamente essa. Sasuke quase sempre acaba fazendo o que eu quero só pra não discutir. Mas às vezes a gente discute e se entende na cama depois, acontece.

Sasuke voltou com uma roupinha cinza com estampas do Batman, por acaso a que o Mr. Black Label mais usa. A roupinha de unicórnio que eu dei de presente, nunca nem vi o peladinho usando.

Sasuke sentou no sofá, perto do gatinho, a fim de vesti-lo.

― Boy... ― Falei surpresa enquanto Sasuke enfiava as patas do gato nos buracos da roupa. ― Sasuke, esse gato tá obeso.

Ele vira de barriga pra cima e a banha fica toda esparramada. Também, só come e dorme.

― É, ele tá gordinho... ― Assentiu. ― Pega a caixa de transporte, por favor.

Fui pegar a tal caixa, quando voltei para a sala Sasuke já estava de pé e com o gato no colo.

Mr. Black Label me olhou com ainda mais cara de ranço quando viu que estou segurando algo que lhe pertence.

“Já não basta querer roubar meu humano?”, Foi o questionamento que ele fez quando me olhou daquela forma que quase pode ver minha alma.

Esse gato é sinistro.

Pelo menos o Mr. Black Label não tentou me agredir e nem nada do tipo quando Sasuke foi colocá-lo na caixa. Menos mal, talvez esteja aprendendo a ser tolerante.

― Vamos? ― Sasuke chamou, pegando a caixa de minha mão.

― Vá pegar as vasilhas do Dobby... E o banheiro dele.

― Sakura... ― Ele falou com desânimo. ― Ele vai só conhecer sua casa, a gente não está indo definitivamente.

Hum... É, pelo que eu li, faz certo sentido. A adaptação definitiva, mais radical, vai ser quando Sasuke se mudar de vez. Por enquanto o gatinho só vai conhecer seu novo reino.

Decidi deixar pra depois a missão de levar os pertences do Mr. Black Label pra minha casa.

Sasuke pareceu inseguro quando chegamos. Como se estivesse com medo por alguma coisa... Como se a Condessa fosse comê-lo.

Entramos na sala e, mesmo relutante, Sasuke abriu a caixa de transporte após colocá-la no chão, mas o gato não quis sair.

― Boy, acho que ele tá com medo.

― Até na casa dos meus pais ele fica um pouco arisco de vez em quando.

Cherry não estranha nada, é uma lady.

― Amor, tira ele daí.

― Melhor esperar ele sair sozinho.

― Não, Sasuke... ― Me abaixei e puxei o Mr. Black Label pra fora da caixa rapidamente. ― Ele não vai sair nunca.

― Quem falou sobre não pressionar o bicho?

Fechei a caixa de transporte pra evitar que ele se escondesse de novo.

― Não tô pressionando, tô incentivando. É diferente.

O gato cheirou a portinha de sua caixa de transporte e viu que estava fechada. Ficou parado por uns instantes, olhando ao redor, então correu para a árvore de natal.

Gato do inferno!

Ele escalou a árvore de natal pra se esconder, mas à medida que chegava no topo a árvore ia tombando para o lado... Boy, agora eu tenho uma árvore de Natal com escoliose!

― Sasuke! ― Berrei.

Sério que o Sasuke não vai fazer nada?

A árvore foi tombando até cair por completo no meio da sala... Algumas bolinhas saíram rolando, a estrela quebrou, o pisca-pisca saiu da tomada e o seboso continuou enfiado no meio dos galhos.

Acho que eu estou tremendo... Boy, que bagunça!

― Sasuke, eu vou matar seu gato! ― Falei pausadamente.

Sasuke está se segurando pra não rir, mas está nervoso também.

― Será que ele machucou?

― Ele que se foda, Sasuke, olha a situação da minha sala!

Se qualquer espírito natalino restou, ele acabou de morrer!

Chery apareceu e, certamente guiada pelo cheiro do Mr. Black Label, caminhou para perto da árvore caída, farejando no meio dos galhos.

Minha bebê uivou quando uma patinha pelada quase foi de encontro ao seu rosto.

Boy, esse caningado tá agredindo a minha filha?

Antes que alguém pudesse pensar em tomar alguma atitude, o gato saiu correndo de dentro da árvore e se escondeu atrás do sofá. Condessa, claro, correu atrás dele e tentou pegá-lo.

― Sakura, controla a Condessa! ― Sasuke falou desesperado. ― Ela vai mastigar meu gato!

― Você tá preocupado com isso, Sasuke? Eu tô preocupada com meu sofá!

Cherry latiu mais ainda e o Mr. Black Label começou a miar feito um doido quando ela tentou agarrá-lo com a boca.

Sasuke e eu corremos para acudir, mas meu noivo acidentalmente pisou numa das bolinhas que caiu da árvore de natal, caindo lindamente no chão.

Boy, foi uma queda feia, ele caiu para trás. Não bateu a cabeça e nem as costas, mas caiu sentado, de bunda no chão!

Será possível que eu vou ficar viúva antes de casar?

E agora, acudo o Sasuke, o gato ou meu sofá?

― Caralho... ― Sasuke falou com a voz arrastada, levando uma mão até a lombar.

Três dias sem sentar direito, aposto.

― Ai, amor... ― Penalizada, fui ajudar o Sasuke a se levantar enquanto Cherry late com o maldito gato que virará espetinho se arranhar meu sofá. ― Juro que pego um gelo pra você depois, dou até beijinho pra sarar, mas me ajuda a salvar meu sofá!

― Seu sofá? Eu quero salvar meu gato da sua cachorra!

Boy, dependendo da situação, ele vai ter que salvar o gato é de mim!

Quem foi que teve a ideia de trazer esse demônio pelado pra cá?

Segurei Cherry pela coleira e a puxei para trás, Sasuke então tentou pegar o maldito gato, mas ele o arranhou e saiu correndo feito um desesperado.

E agora, Senhor? Mando Cherry trazer o irmãozinho? Sasuke acha que ela vai comê-lo, vai botar um ovo se eu mandar a Cherry fazer isso...

Mas, se eu não mandar, vai dar um puta trabalhão para encontrá-lo.

― Procura o Dobby, bebê... ― Soltei a Cherry e ela saiu correndo.

Corri atrás dela, que foi para a cozinha.

Ai, meu Senhor!

Ouvi o barulho de algo caindo e vidro quebrando antes de chegar lá.

Puta que pariu!

Antes que eu conseguisse chegar lá para ver a desgraça, o gato passou por entre minhas pernas, quase me derrubando e Cherry passou correndo atrás.

Olho a desgraça ou sigo meus filhos?

Eles... Desceram... A escada...

Minha adega!

Ouvi algumas garrafas quebrando e o gato voltou com tudo.

Cherry subiu depois, sacudindo o pelo e respingando vinho para os lados... Ela tomou banho ontem, desgraça!

Ainda bem que não melou nenhum tecido... Mas saiu melando o chão com vinho.

O gato subiu as escadas... Todas os quartos estavam fechados, agora a Cherry pega, não é possível!

― Sakura, se sua cachorra comer meu gato, eu a mato! ― Sasuke se aproximou.

― Sasuke... A Cherry não vai comer seu gato! ― Reclamei.

― Acho bom!

Revirei os olhos. Como se a Cherry fosse capaz de fazer mal a alguém...

Não ouvi nada quebrando lá em cima... Amém!

Mas também não ouço nenhum dos nossos filhos...

― Meu gato! ― Sasuke começou a subir apressado.

Tadinho, está todo troncho pela queda. Eu riria se não estivesse muito nervosa com esse caos em minha casa.

Quando chegamos ao hall dos quartos, vimos a Cherry abraçada com o gato, que está com uma puta cara de ranço. Ela o lambeu e Sasuke estremeceu.

― Viu? Ela não vai comê-lo... ― Ri.

Peguei o celular para gravar uma live.

― Bebê, conseguiu pegar o irmãozinho? ― Me abaixei e alisei a Cherry que uivou feliz. ― Minha casa está um caos... Estamos tentando adaptar o Mr. Black Label em minha casa. ― Mudei para a câmera frontal, mostrando o Sasuke atrás de mim. ― Sasuke e eu estamos noivos e vamos morar juntos em breve...

― Se a Cherry não comer o irmãozinho antes... ― Meu noivo acenou.

Voltei para a câmera traseira, filmando nossos filhos.

― Vocês acham que essa bebê é capaz de fazer alguma coisa? ― Perguntei retórica. Algumas pessoas que estavam acompanhando a live mandavam emojis de coração. ― Não, né, mamãe? ― Fiz vozinha infantil. Foquei o vídeo no Mr. Black Label, que estava meio desconfiado. ― Olha o bilotinho mais fofo do mundo! ― Sorri.

― Sakura! ― Sasuke reclamou.

― Oi, amor? Tem algo para falar? ― Virei a câmera para ele.

― Sua sala tá uma bagunça... ― Deu de ombros.

Ele tinha que estragar esse momento?

― Esse gatinho lindo... ― Voltei a filmar o Mr. Black Label, que olhou meio assustado para a câmera. ― Destruiu a minha decoração de Natal... e mais algumas coisinhas... Mas a gente se ama.

― Até parece... ― Sasuke murmurou.

― Ele é um filho rebelde, amor... ― Falei sorrindo.

Mr. Black Label começou a se contorcer no abraço da Cherry. Não demorou para conseguir se soltar e saltar sobre mim. Ai, droga!

Não estava preparada para isso... Como a Cherry está perseguindo o irmãozinho, ela pulou em mim. Meu celular foi parar perto da escada e a Cherry chutou quando passou, derrubando o aparelho pela escada.

Adeus, celular!

― Eita, porra... ― Sasuke olhou para baixo. ― Parece que não quebrou... Os produtos Uchiha são de qualidade! ― Ele sorriu orgulhoso.

Já eu fuzilei o meu futuro marido com o olhar.

― Vai atrás deles! ― Reclamei

Sasuke desceu a escada o mais rápido que ele estava conseguindo.

Me levantei e desci a escada, pegando meu celular no meio do caminho. Ainda está gravando. A galera está mandando risadas.

― E isso, galera, é a adaptação do nosso filho felino em minha casa... ― Falei, terminando de descer... ― Amor? ― Gritei.

― No lavabo! ― Ele respondeu rindo.

Quem deixou o lavabo aberto?

Filmei a bagunça na sala, enquanto passava por ela.

― Imagens de dor e sofrimento, olhem por sua conta em risco... ― Falei.

Cheguei ao lavabo e o Mr. Black Label estava deitado na pia, enquanto Cherry cheirava algo no chão.

Sasuke estava sentado no vaso, com a tampa fechada, rindo e alisando a Cherry.

― Ele... ele fez c...c... no... ch... ― Ele falou entre risos, quase sem fôlego.

Entendi nada... Nunca vi o Sasuke numa crise de risos. Comecei a rir também. É engraçado, ele está até chorando de tanto rir.

― Boy, que aven... ― Parei de falar e de rir quando vi do que o Sasuke está rindo.

Respirei fundo e massageei minhas têmporas com minha mão livre.

Como não percebi o cheiro antes?

Cherry sentou ao meu lado, abanando o rabo e me encarando, tão inocente, minha filha.

O Mr. Black Label fez cocô no chão do lavabo.

― Acho que ele já está marcando território... ― Sasuke falou, tentando se recuperar da crise de riso e limpando uma lágrima.

― É... Podia ter só esfregado a cabeça, mas não... ― Estreitei os olhos. Dei zoom no cocô e depois filmei o gato. ― O que tem a dizer sobre isso, Mr. Black Label? ― Dei zoom nele.

Ele está com cara de quem não fez nada, apenas miou, bem pleno.

― Tchau, pessoal... ― Franzi o cenho quando vi todo mundo rindo. Ora, esse sofrimento todo e eles rindo. ― Ai, gente, tenham mais empatia... Não riam da desgraça alheia... ― Comecei a rir também. ― Enfim, tchau... Tenho uma casa para limpar. ― Encerrei a live e olhei para o Sasuke. ― Você tira o cocô...

― Sim, senhora... ― Ele levantou. ― Me dá uma sacola...

― Cherry, segura seu irmãozinho... ― Ordenei.

Cherry se apoiou na pia e ficou dando lambeijos no gatinho, que ficou brincando com o focinho da minha bebê.

Fofos!

Sasuke e eu passamos pela cozinha para irmos à área de serviço, onde fica a despensa. O gato tinha derrubado a cafeteira, quebrou o vidro do depósito de água dela, menos mal...

― A cafeteira... ― Sasuke falou penalizado.

― Dos males o menor... ― Sorri.

― Ainda bem que o seu café é melhor que o dessas cápsulas... ― Ele deu de ombros.

Revirei os olhos e fui para a despensa, pegar um saquinho de lixo. Entreguei ao Sasuke e ele foi para o lavabo.

Peguei o material de limpeza e fui dar uma geral na casa. Primeiro a cozinha, depois ajeitei a sala e depois fui limpar o lavabo.

Cherry pegou o Mr. Black Label na boca e o levou para a sala... Se o Sasuke vir, vai desmaiar. Ele deve ter ido jogar o cocô lá fora.

Voltei minha atenção ao lavabo... O gato fez xixi na pia, misericórdia!

Limpei tudo. Está ótimo.

Passei pela sala e vi que o Sasuke estava deitado de bruços no tapete felpudo da sala, a Cherry deitada ao lado dele e o Mr. Black Label no sofá.

Guardei o material todo e peguei uma compressa de gelo, voltando para a sala.

― Tira a camisa, amor... ― Pedi.

Ele tirou sem falar nada e deitou de novo, como estava.

Botei a compressa na lombar do Sasuke e ele fez uma carinha de alívio.

― Idoso... ― Ri.

― 26 com coluna de 96, não é fácil... ― Ele riu. ― Me dá uma nova pra ver se eu não fico um nojo...

Sasuke sempre foi rico, tem algumas frescuras, mas ele se dá bem com as pessoas, ele não é um nojo, é simpático... Um pouco calado, mas simpático...

Me sentei em cima das coxas dele e comecei a massagear as costas do meu moreninho.

― Eu te amo... ― Me inclinei, beijando o pescoço dele.

― Você dizendo isso sem eu falar nada antes? O mundo vai acabar antes do nosso casamento. ― Ele sorriu.

― Idiota! ― Apertei mais na coluna dele.

― Ai! ― Ele resmungou. ― Eu também te amo, mesmo você sendo bruta assim...

Ele virou de barriga para cima... Ai, Senhor, esse tanquinho!

Me ajeitei no colo dele... Sem segundas intenções, né, o coitado tá com dor e eu ainda estou com dor de cabeça.

― E aquele beijo que você falou? ― Ele sorriu sacana.

― Na sua bundinha? Mais tarde... ― Sorri maliciosa.

― O que é isso? ― Ouvi meu pai gritar.

Pulei de cima do Sasuke para ficar em pé e o Mr. Black Label passou correndo. Deve ter se assustado também, tomara que não quebre mais nada... Cherry foi atrás dele. Acho que minha bebê nunca fez tanto exercício como hoje...

Estávamos tão entretidos um com o outro que não ouvimos meus pais entrarem.

― Que história é essa de beijo no traseiro, Sakura? ― Meu pai nos olhou.

― A gente estava brincando... ― Ri de nervoso.

― Isso é canto para fazer saliência? ― Minha mãe nos olhou.

― A gente não estava fazendo nada... ― Franzi o cenho.

Meus pais nos olharam de cima a baixo.

Eu estou parecendo uma louca, depois de correr pela casa e ainda limpá-la... E, bem, o Sasuke está nas mesmas condições e ainda está sem camisa. É, dá para pensar outra coisa mesmo.

Sem falar na posição que a gente estava, né?

― Você já foi de mentir melhor, Sakura... ― Minha mãe me encarou.

Precisava falar que eu era de mentir? Não que adiantasse, né, mainha me conhece melhor que eu mesma.

― Eu estava fazendo massagem nele... Ele caiu de bunda no chão... ― Falei.

― Está doendo um pouco... ― Sasuke falou enquanto vestia a camisa.

― Onw, querido, deita aqui, eu faço massagem em você... A Sakura não leva jeito. ― Mainha começou a puxar o Sasuke para o sofá. Só o que faltava, minha própria mãe querendo tirar casquinha do meu noivo. ― Minha filhinha é mais bruta que muito macho por aí, vai é terminar de quebrar suas costas...

Torci a boca... Vai me difamar mais do que eu já me difamo...

Sasuke sorriu e deitou... Minha mãe foi mesmo fazer massagem nele.

― Fofinha, tem uns dez quartos aqui, podiam ter ido para um... ― Painho me abraçou e deu um beijinho em minha testa.

Exagerado, tem só quatro... Fora a dependência de empregada aqui embaixo.

A Cherry voltou para a sala com o gato em suas costas, sendo feita de cavalinho de novo... Bom, eles já voltaram e eu não ouvi nada quebrando, então deve estar tudo em paz, né?

― A gente não ia transar... Sério, eu só estava fazendo massagem. ― Corei.

― Já está melhor da ressaca? ― Mainha perguntou.

Corei mais ainda.

― Eu bebi bem pouquinho... Não fiquei bêbada, nem de ressaca. ― Menti.

É, eu consigo mentir para todo mundo, mas quando se trata dos meus pais, Ino e Sasuke, não rola...

― Tão pouco que chegou chorando ontem... ― Minha mãe resmungou.

― A senhora ouviu? ― Perguntei meio aperreada.

Eu nem lembro o que fiz e meus pais ainda ouviram.

― E você sempre acorda cedo... Só acorda tarde quando tá de ressaca... ― Meu pai riu.

― Ora, eu estava em uma festinha... ― Dei de ombros.

― O mais grave foi que o Sasuke teve que fazer café para você... ― Minha mãe começou a rir. ― Um amor de sua parte, querido.

― Tenho que cuidar... Mesmo que seja dando café... ― Sasuke respondeu sorrindo.

― E a sua cara ainda tá destruída... Você não tem jeito. ― Meu pai balançou a cabeça em negação.

― E a Ino te entregou, perguntando se você estava viva, porque não respondia... ― Mainha gargalhou.

Aquela Porca!

Como diabos ela conseguiu o número dos meus pais?

― Ainda nem falei com ela hoje...

― A garota toda fofa, se preocupando, e você não responde... Eu não te criei assim! ― Minha mãe brigou.

― Boy, no máximo ela mandou um meme... ― Revirei os olhos.

Abri a conversa com Ino, para dar satisfação. 24 mensagens, misericórdia... Ela não tem o que fazer?

Primeiro ela mandou as fotos que ela tirou do celular dela, às 9 da madrugada... Quem acorda nesse horário depois de uma farra? Logo em seguida ela mandou algumas mensagens.

“Bom dia, bebê!”

“Tá viva?”

“Eu falei pro Sasuke que eu te beijei.”

“Fala pra ele que é trollagem, você nem lembra mesmo.”

Tarde demais para eu ler isso...

 “Mas foi ótimo, quase viro bi.”

Ela ama me provocar sobre isso... Juro que não lembro, mas sei que a Ino não está mentindo quando diz que aconteceu.

Uma hora e quarenta e dois minutos depois, ela continuou as mensagens.

“Sakura?”

“Ai, meu Deus, eu sabia que não deveria ter dito onde tava o leite condensado.”

“Achei que você ia fazer brigadeiro.”

Três chamadas perdidas.

“Bebê, em minha defesa, eu estava preocupada, acabei ligando para sua mãe, foi mal.”

Quase uma hora depois ela mandou mais coisa.

“Já está viva?”

Oito minutos depois ela mandou um “Misericórdia.”

A última já foi depois que fiz a live da minha casa destruída.

“Agora eu acho que você morreu, com essa bagunça.”

O que eu respondo?

“Tô viva.”

Mandei e dei de ombros.

Ela respondeu na mesma hora com uma mãozinha mostrando o dedo do meio.

“Toda fofa”, minha mãe disse... Pensa numa pessoa que não é fofa, essa pessoa é a Ino.

― Ah... Sasuke e eu vamos morar juntos. ― Comentei. ― Decidimos ontem.

― Antes ou depois de beberem? ― Mainha olhou para mim.

― Antes. ― Revirei os olhos. ― Não dá nem pra conversar comigo bêbada, avalie tomar uma decisão... Lembrando sempre que eu bebi pouquinho, não fiquei bêbada.

― Tá certo... ― Ela falou irônica. ― Vão morar aqui? Por isso o gato tá aqui?

― É... ― Respondi e olhei para nossos filhos brincando no chão. ― Ele tem que se adaptar.

― Se adaptar com seu TOC vai ser complicado. ― Painho riu.

Por que insistem em dizer que tenho TOC? Ora, eu sou organizada, só isso...

― Bem, eu vou preparar alguma coisa pro jantar. ― Mainha falou, parando de massagear o Sasuke.

Melhor notícia do dia, vamos ter comida daqui a pouco.

― E eu vou tomar um banho. ― Painho disse enquanto caminhava em direção às escadas, mas parou com o pé no primeiro degrau e olhou por cima do ombro. ― Vocês dois... ― Encarou Sasuke e eu. ― Juízo.

Ora, juízo é o que nós dois mais temos. Pra dar e vender!

Sasuke se levantou do sofá e esticou a coluna.

Será que ele já vai embora?

― Fica pro jantar, amor. ― Pedi.

Se ele for jantar no apartamento dele, tenho certeza de que vai pedir pizza, ou então hambúrguer com batata frita, talvez um pastel... enfim, alguma coisa gordurosa e pouco nutritiva. Comida de verdade que é bom, vai passar nem perto.

― Vou subir. ― Disse, pegando o Mr. Black Label. ― Eu preciso mesmo deitar.

Tadinho, a queda dele foi feia.

Ai, céus, será que está tudo normal com Sasuke? Não seria o caso de levá-lo ao hospital, fazer um raio-x... Tomografia... Ressonância magnética? Ah, sei lá qual exame, qualquer coisa que diga se meu noivo tá inteiro. Se bem que ele não aguentaria ficar em pé se tivesse, sei lá, trincado um osso.

É, Sasuke vai ficar bem. Logo já está pronto para outra.

Fomos para o meu quarto, então Sasuke deitou de bruços em minha cama. Por que eu acho que ele vai dormir assim por uns dias?

Mr. Black Label ficou desconfiado, perto de seu humano, enquanto que Cherry ficou super comportada no chão.

― Boy, agora que notei. ― Parei de frente para o meu closet e abri a porta. ― Preciso abrir espaço aqui.

― Abrir espaço? Tipo, vai reformar?

― Talvez futuramente. Mas você vai precisar de espaço pra colocar suas roupas, então vou ter que reorganizar tudo.

Sasuke suspirou exausto. Acho que ele não gosta muito de arrumação.

― Posso deixar minhas coisas num quarto de hóspedes. ― Sugeriu.

― Não, senhor! Não vamos viver juntos pra você guardar suas coisas em outro quarto! ― Bufei. ― Preciso ajeitar o closet, ajeitar o banheiro... Precisa estar tudo em ordem.

― Vamos fazer isso quando eu me mudar.

― Quando você pretende vir pra cá?

― Antes do réveillon.

Ótimo. Vamos entrar o ano morando juntos.

Ano novo, vida nova.

― Por falar nisso, onde vamos passar a virada? ― Já tenho que pensar em onde irei comer.

― Amor, baseado nesse natal, quero passar a virada de ano na cama, embrulhado, confortável, seguro, de preferência dormindo.

Nossa, que espírito de idoso.

― Eu estava pensando em passar com o pessoal...

― Traumatizei! ― Ele brincou. ― Você vai ficar só no suquinho e no refrigerante, né? Por favor.

Nem superei essa ressaca ainda, ele acha que eu estou pronta pra outra assim? Bem, na verdade eu estou, mas também me preocupo com a minha dignidade.

― Acho que podemos ir pra algum lugar. ― Sugeri. ― Só nós dois... Ou podemos só ver a queima de fogos no centro da cidade e depois voltar pra casa.

― Ainda temos cinco dias pra pensar nisso.

― Eu preciso abrir espaço aqui. ― Falei, olhando para o closet. ― Depois a gente faz uma reforma, abre um espaço pra suas coisas.

― Mais espaço aí dentro? Sakura, uma família conseguiria viver no seu closet.

Sasuke pegou o celular e começou a mexer, virando seu corpo de lado, mas permaneceu deitado.

― Tá vendo o que aí? ― Indaguei. ― Tá muito concentrado...

― Música. ― Ele falou, então colocou uma música pra tocar e deixou o celular perto de si no colchão. ― Alone... É como você vai me deixar, porque sei que vai se concentrar em arrumação e me largar aqui.

Ai, que dramático!

Nossa... Eu acho que conheço essa música de algum lugar. Nunca ouvi, mas sei que conheço.

Não conheço, mas conheço.

― Mentira. ― Sentei na beirada da cama e cruzei os braços em frente ao corpo. ― Não sou obcecada por arrumação, o senhor não precisa apelar pra drama.

O gato me olhou com ódio, isso porque sentei ao lado do humano dele.

Boy, o bicho tá na minha casa e ainda assim me oprime.

― É sim. É já que começa a arrumar as coisas e esquece da minha existência.

― Nossa, eu sou um monstro, vou deixar você sozinho. ― Ironizei.

― Alone... ― Sasuke começou a cantar no ritmo da música. ― ‘Till now I always got by on my own. I never really cared until I met you. And now it chills me to the bone...

Ai, meu Deus, isso é um hino!

― Como deixá-lo sozinho? ― Cantarolei no mesmo ritmo. ― Como deixá-lo sozinho?

Sasuke abaixou o volume da música e caiu na gargalhada.

― Sério isso, Sakura?

Ser brasileiro é isso aí, minha gente, é ouvir uma música internacional e lembrar de uma versão em português.

Não importa qual é a música, alguma banda de forró muito provavelmente vai fazer uma versão dela.

― Boy, Calcinha Preta! ― Falei empolgada.

― A música é da banda Heart.

Eu tenho certeza de que se alguém pegar só a parte instrumental dessa música e colocar pra qualquer brasileiro ouvir, automaticamente virá Calcinha Preta à mente. Ninguém sabe o que é essa banda Heart que fez a versão original.

― Mas o hino feito em português não é! ― Respondi. ― Deixe de ser chato! Não é possível que você não conheça.

― Não gosto de forró.

Boy, não precisa gostar pra conhecer. Tem certas músicas que já estão no DNA dos brasileiros, tipo Evidências, que todo mundo conhece, sabe como cantar, mas nem lembra como aprendeu. É natural.

― Você é muito rabugento às vezes, sabia? ― Revirei os olhos. ― Parece velho...

― Para de discutir, faz mal pro bebê.

Ora, a Condessa está muito plena. Se ele estiver insinuando que estou grávida, eu o jogo daqui de cima!

― Que bebê, Sasuke? ― Perguntei irritada.

― Eu.

Sonso. Ainda fica rindo... Não acredito que eu caí nessa e perguntei que bebê.

― Depois de tanta gente perguntando sobre gravidez, acho que peguei trauma de ouvir falar em bebê.

― Por quê? Não que eu queira um por agora, mas você seria uma ótima mãe.

O quê? Eu não consegui cuidar de um Pou! Boy, um Pou! Desinstalei o bichinho pra não ouvir meu celular apitar quando ele pedia comida.

― Não vamos falar sobre isso agora, amor... Ainda temos muito o que aproveitar, somos muito jovens. Ainda temos muitas viagens pra fazermos juntos, não quero pensar em gravidez agora.

― É, você está certa. ― Assentiu. ― Ano que vem já é certo a nossa viagem pra Rússia, podemos programar mais uma além dela.

― Acho que você precisa conhecer Natal.

― Verdade... Então ano que vem já temos duas viagens programadas: Rússia e Natal.

― As primeiras de muitas. Tenho muita vontade de conhecer o Japão! Na primavera, pra ver as cerejeiras.

― Também tenho essa vontade, mas nunca fui. Minha mãe já foi, disse que é lindo!

― Por que a gente não faz uma pré lua de mel? ― Sorri de canto. ― Lá pra julho, talvez agosto. Pode ser quando a gente completar um ano de namoro.

― Pré lua de mel? ― Perguntou rindo.

― A gente não precisa apressar nosso casamento, dá pra planejar com calma. Pensei em casar lá pro final do ano, quem sabe no início do outro ano. Janeiro, fevereiro, por aí. Então, como nossa lua de mel ainda vai demorar um pouco, a gente podia fazer uma pré lua de mel. ― Ri. ― Só pra esquentar as coisas. Pensei num cruzeiro.

― É um caso a se pensar. Podemos nos programar, gostei da ideia.

Boy, que coisa mais empolgante, fazer planos com Sasuke. Quero que sejamos sempre assim, empolgados com as coisas, que a gente não caia na rotina.

Sei que não vai ser um mar de rosas, agora vamos morar juntos e depois vamos nos casar, em algum momento virão os filhos. Nossa vida juntos vai ser muito mais do que sair pra comer, transar e assistir filmes. Haverá momentos de discussão, de desentendimento, momentos em que as diferenças falarão alto como acontece com qualquer casal, mas não podemos nos abalar, precisamos ser o pilar um do outro e eu me esforçarei ao máximo para dar certo.

Eu terei o meu “felizes para sempre”.


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