Produtos Uchiha escrita por ICLP, Hitari Amai, Evil Queen 42, ExoLina42


Capítulo 27
Ela enche!


Notas iniciais do capítulo

Hello, pessoinhas do bem... Então, estamos em fim de semestre, fica meio complicado de postar no dia certo, sorry...

Enjoy ;D



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Obrigado, vida, muito obrigado por me foder sem ao menos dar uma lubrificada antes!

Droga! Quando a coisa começa a dar certo, eis que tudo desanda!

Estava tudo ótimo, eu consegui a mulher perfeita, programava minha vida com ela, aí meus amigos simplesmente abrem a boca e ferram tudo.

Eu sempre digo que o fundo do poço para mim é só um estágio, eu já desço com uma pá pra poder cavar mais. Afogar as mágoas no colo da Samara é para os fracos, eu já estou quase chorando no colo do capeta.

O Mr. Black Label jogou praga, certeza.

Ok, menti. Mas, porra, existem coisas que são pessoais ― e constrangedoras ― demais para sair expondo, ainda mais para pessoa de quem você gosta. Não quero ser julgado por isso. Não é todo mundo que diria "eu estava com dor de barriga e vomitando" ou "ah, eu tô de pau duro" numa boa!

Eu me jogaria da janela ou da sacada, mas tirar as telas daria muito trabalho e eu quero evitar a fadiga.

Acho que vou ter que continuar vivendo com isso.

Peguei o celular e abri o WhatsApp. Mexi na configuração para conseguir olhar o visto por último da Sakura, meu coração até palpitou ao ver que ela está online.

“Sakura, eu te amo demais, fui um babaca. Me perdoa.”

Fiquei cinco minutos olhando para a mensagem que digitei, mas acabei apagando.

Ah, maldito orgulho!

Ela deve estar querendo me matar. Não deve querer me ver nem coberto com chocolate. Vou parecer ridículo se mandar uma mensagem desesperada demais. Melhor dar um tempo... E o pior é que ela pode mandar a Cherry me comer!

Entrei no Instagram da Sakura e vi que ela não apagou as fotos comigo. Isso é bom, né? A gente brigou, mas se as fotos não foram apagadas, então significa que a gente não terminou.

Ufa!

Ouvi duas batidas na porta e levantei alegre para atender, esperançoso de que fosse a Sakura.

Nossa, já posso até imaginar. Ela vai dizer que me perdoa, vai me abraçar e me beijar daquele jeito que me arrepia, então vai dizer que me ama, que quer ser minha para sempre e... Ah, é o Naruto e a Karin.

― O que vocês querem? ― Bufei.

― Sasuke, a gente veio ver como você está. Eu conheço esse coraçãozinho leonino com Marte em Câncer, sei que você está sofrendo. ― Disse o loiro. ― A gente não queria melar seu relacionamento! Como é que a gente ia adivinhar que você mentia pra Sakura?

Ah, ele tem que jogar isso na minha cara mesmo? Dispenso! É por isso que me isolei, me recolhi com minha tristeza e insignificância.

― Você não deveria ter mentido, ridículo! ― Karin falou irritada, entrando no apartamento seguida de Naruto.

Fomos os três para a sala. Karin sentou ao meu lado no sofá maior, enquanto Naruto sentou na poltrona.

― E aí, o que deu depois? ― Naruto indagou preocupado e curioso. Acho que é porque eu não liguei para ele e nem mandei mensagem para falar sobre o que aconteceu.

― Por enquanto não sei direito, mas acho que podemos estar a um passo de terminar. ― Suspirei derrotado.

― É O QUÊ?! ― Ele berrou, arregalando seus olhos azuis. Senti vontade de matá-lo. Acho que terei outra crise de enxaqueca.

― Não grita, porra! ― Bradei irritado, massageando as têmporas. 

― Mas como assim, Sasuke? ― Naruto parecia desesperado. ― Como você e a Sakura vão terminar? Meu OTP acabou de se tornar real e já acabou?!

OT o quê? Ele fala umas coisas... Será que tem a ver com signo?

Às vezes eu penso que deveria começar a acompanhar a página do João Bidú para conseguir me comunicar com meu amigo. 

― É, a gente brigou, foi o que rolou. Fui embora logo que vocês saíram. ― Expliquei. ― Nós mal conversamos... Foi rápido. Ela ficou irritada, eu fiquei irritado também. 

― Não, isso tá errado! ― Naruto resmungou.

― Eu não discordo da Sakura. ― A ruiva se manifestou. ― Não foram mentiras graves, mas foram mentiras. ― Ela enfatizou. ― Aquilo foi escroto, Sasuke. Muito escroto.

― Sasuke, não dava pra vocês conversarem como pessoas civilizadas? ― Naruto bagunçou os cabelos. ― Você namora uma ariana, aprenda a exercitar sua paciência ou esse relacionamento vai terminar em homicídio! Santa Shania Twain, o que aconteceu exatamente pra essa briga toda?

Ele falou em Shania Twain e eu só consegui lembrar da dança sensual da Sakura, que por acaso eu gravei. Não vem ao caso quantas horas da minha vida eu perdi vendo o vídeo e as fotos da Sakura desde que a gente brigou.

― Ah, depois que ela descobriu que eu havia mentido a respeito da alergia e a parada do aniversário da Condessa, eu fiquei chateado. ― Bufei. ― Eu não queria contar, não me sentia confortável, não gosto de falar dos meus problemas como se fossem nada. ― Expliquei. ― Aliás, isso é culpa de vocês dois! ― Acusei. ― Por que contaram a verdade para a Sakura?

― Sasuke, o escroto foi você! ― Karin me deu um tapa no meu ombro. Nem se compara ao tapa que Sakura me deu ontem, mas doeu mesmo assim. ― Mesmo que não tivesse contado na hora, mas podia ter contado depois, quando vocês já tinham mais intimidade.

― Karin, isso é irrelevante! ― Insisti. ― Eu poderia ter omitido ao invés de inventar uma desculpa pra justificar, errei aí, mas é irrelevante. Não é como se eu tivesse traído a Sakura! Mas agora, por causa dessa besteira, nosso relacionamento está por um fio!

― Só isso? Vocês estão com o namoro condenado à morte por causa disso? ― Meu amigo parecia decepcionado.

― Como assim “só por causa disso”? ― Questionei com indignação quase palpável. ― Acabei de explicar que não gosto de falar dos meus problemas como se fossem nada, traste! Nem da minha vida exposta eu gosto, todo mundo sabe disso!

― Sasuke, amor da minha vida, alguma vez nessa discussão ela usou o termo “quero terminar”? ― Naruto suspirou como se tentasse manter a paciência.

Fiquei alguns segundos em silêncio, pensativo. 

― Não... ― Soou mais como uma dúvida do que resposta. ― Acabei de ver, inclusive, que ela não excluiu nossas fotos do Instagram.

Bem... Estar a um passo de terminar não é terminar de fato. Mas temo que nossa próxima e definitiva conversa seja a última.

Nossa... Será que ela vai pedir demissão para nunca mais olhar na minha cara? São tantas possibilidades... Minha mãe me mata!

― Ai, Pai misericordioso, qual o seu problema, Sasuke? ― Reclamou a ruiva.

― Eu aqui, morto de preocupação com o término do meu shipp, e por conta de uma briguinha super besta você acha que terminou? ― Naruto está irritado mesmo, é como se ele quisesse bater com a minha cabeça na parede. ― Olha, esse problema realmente é nada, desculpa falar.

― Ela tava bem triste... ― Comentei.

― Até parece que não sabe nada de relacionamento. ― Karin revirou os olhos. Quem vê até pensa que eu já namorei sério antes. ― Primeira DR, Sasuke! Não vai ser a única, nem a última, por Deus! ― Ela bateu na própria testa. ― Você é tapado assim mesmo ou fez curso? Ela deve estar te dando um gelo de propósito, animal!

― Mas ela não fala comigo desde a nossa discussão. ― Contei.

― Sim, isso é dar um gelo! ― Minha amiga resmungou.

Conhecendo bem o iceberg que afundou o Titanic ― responsável pelo Jack ter ido para no fundo do Atlântico porque a Rose era espaçosa e não queria dividir a porta ―, não deve ser nada difícil dar um gelo. Um grande gelo, diga-se de passagem... Isso certamente é só a pontinha do iceberg.

― E por que você não fala com ela? ― Naruto perguntou simplesmente, como se não fosse nada.

― Eu não! ― Insisti.

Ela vai me xingar todo, vai me fazer sentir um lixo pior do que eu já estou me sentindo. Certamente terminarei o dia em posição fetal em baixo do chuveiro, chorando ao som de alguma música triste...

Meu Deus, eu tenho que parar de mentalizar essas coisas, ou é já que escorre um suor masculino pelos meus olhos.

― Ah, você é leonino, tinha esquecido. ― O loiro suspirou. Ora, o que isso tem a ver? ― Sasuke, escuta, toma vergonha na cara, Sakura nem ficou chateada com a mentira, ela até achou graça. Você é que está fazendo drama.

― Dramático? Eu?! ― Berrei indignado.

Quem disse que eu sou dramático? Quero provas na minha mesa, agora! Junto com as provas de que sou trouxa também. 

― E orgulhoso! ― Karin completou. 

― Eu não sou orgulhoso... Só não vou ficar correndo atrás de quem não se importou com meus sentimentos... ― Justifiquei.

Ora... Ela tem meu número, sabe onde eu moro. Sabe onde me encontrar.

Se não vem atrás, então não quer. 

― E ainda tem a Vênus em Peixes, junto com Marte em Câncer pra completar... ― Resmungou meu amigo, mas eu ouvi. ― Olha, não dá, vocês me dão diabetes de tanto cu doce.

― Tomara que dê formiga. ― Karin completou. Louca. Vou fingir que nem ouvi.

― Erra e ainda quer que ela venha atrás? Se eu fosse ela, não perdoaria mesmo... ― Essa doeu.

― Naruto, por que você e a Karin não conseguem entender que eu estou chateado por ter sido exposto? Vocês mostraram minha insegurança pra ela, acham isso legal?

― Sasuke, vocês estão namorando, entendeu? Na-mo-ran-do! ― Silabou a ruiva, claramente sem paciência. Ela quer me agredir, eu sinto. ― Eventualmente vocês conheceriam as inseguranças um do outro. Vai ficar se escondendo pra sempre? Que tipo de namoro é esse que você usa a mentira pra se proteger?

― Eu fiquei com vergonha, poxa. ― Falei cabisbaixo, quase me encolhendo feito criança. 

― E daí? Uma hora isso iria acontecer, mesmo que não fosse a mesma história. ― Ela riu. ― Você sabe várias inseguranças dela, que eu sei! E ela não pode saber nenhuma sua? Não é egoísta demais?

Eu fiquei em silêncio durante um tempo, ruminando a fala da minha amiga.

Caraca, eu sou um merda! Falei bosta pra Sakura.

― Eu sou uma pessoa horrível, não mereço a Sakura. ― Lamentei.

― Não merece mesmo... ― Disse Naruto. ― Uma diva daquelas, bicho.

Amigo é para essas coisas.

― Não fica assim, não, Sasuke. ― Karin falou mais calma. ― Vem cá, delícia, vem...

Minha amiga me puxou para um abraço. Acho que eu estava precisando disso.

Primeiro ela quer me matar, depois me consola. Não sei lidar com a bipolaridade da Karin.

― Eu sou um merda. ― Choraminguei ― Eu arrumo a melhor namorada do mundo e vacilo com ela.

― Calma, calma... ― Karin passou a mão por minhas costas ― Sakura ainda te ama, com certeza. Pede desculpas pra ela, admite que você errou, Sasuke.

Me desprendi do abraço de Karin e a olhei nos olhos.

― Você acha mesmo que ela vai me perdoar? ― Perguntei inseguro.

― Óbvio! ― Riu. ― Tenho certeza de que só está te dando um gelo... Pode até estar esperando você ir atrás.

― Você é capaz! ― Naruto falou empolgado. ― Você pode reconquistar a Sakura!

Reconquistar? Ora... Não preciso conquistar ou reconquistar a Sakura, porque eu já conquistei.

― Conquistar o perdão dela. ― Corrigi. ― Não preciso reconquistar uma pessoa que já conquistei.

― Olha! ― Meu amigo esboçou um largo sorriso e bateu palmas. ― Agora sim está falando como um autêntico leonino! Faz uma serenata bem romântica, com certeza ela vai ficar emocionada, como numa cena de filme. Se ajoelha, leve rosas vermelhas...

Ele está me zoando, né?

Serenata? Oi? Canto nem no chuveiro, se eu fizer tal coisa perto da Sakura ela me dá um pé na bunda lendário.

Não, não... Chega de bancar o ridículo perto dela.

― Naruto, não. ― Fechei a cara. ― Menos, tá? Bem menos...

― Ai, Sasuke, algumas coisinhas meio antiquadas não saem de moda, sabia? ― Ele emburrou a cara, cruzando os braços em frente ao corpo. ― Ela iria se sentir emocionada. Eu só quero ajudar meu OTP supremo.

Suspirei.

Não sei que diabos é OTP. E nem quero saber.

― Nem vem! ― Reclamei. ― Não vai ter serenata e nem nada do tipo. A única serenata capaz de entrar no pacote é o bombom, apenas.

― Ah, custa colocar um pouco de romantismo no pacote? ― O loiro uniu as sobrancelhas. ― Eu já estava imaginando uma cena de filme, sabia? A frieza da Sakura tá sendo absorvida por osmose?

Depois o trouxa que cria expectativas sou eu.

― Naruto, você acha que isso é o que, uma fanfic? ― Rebati. ― Não, meu amigo, não é. Isso daria certo em fanfic, mas na vida real é outra história.

― Sasuke, você estava lendo fanfic? ― Karin questionou curiosa e desconfiada.

― Óbvio que não!  ― Respondi imediatamente, então Naruto esboçou um sorriso malicioso que me entregou.

― Sasuke! ― Gargalhou a ruiva. ― Você estava lendo fanfic!

― Altos hentais SasuSaku. ― O outro provocou.

Quero matar os Uzumaki!

― Isso é uma grande perda de tempo. ― Falei seriamente. ― Além de ser um assassinato em massa da língua portuguesa, só tem putaria malfeita com umas coisas que casal normal nenhum no mundo faz. ― Dei de ombros.

Sério, eu apenas olhei essas merdas por cima, mas, mesmo assim, notei que não tinha um único hentai que chegasse pelo menos perto de uma cena de sexo verdadeira.

Mas dá até para relevar. Se fossem narrar com veracidade seria, no mínimo, engraçado.

― Sasuke, meu amigo, você chegou ao fundo do poço. ― Disse Karin. Mal sabe ela que eu já me despedi da Samara e estou descendo mais. ― Assinou seu atestado de trouxa.

― Vai atrás da Sakura e rasga esse atestado! ― Naruto ordenou.

― Que seja, mas eu não vou fazer nada do que você falou sobre romantismo. ― Falei indiferente. ― Você às vezes acha que a gente vive num filme.

― Reclama de tudo, reclama, reclama... Põe defeito, nada tá bom! ― Ralhou. ― Por isso que eu não gosto de Virgem.

Oi? Como assim, Senhor?

― Eu não sou virgem, idiota! ― Ralhei.

― O ascendente! ― Ele bateu na própria testa. ― Ah, deixa pra lá...

― Sasuke, me escuta. ― Karin falou seriamente, então olhei em seus olhos. ― Independente de como você peça perdão para a Sakura, se for de coração, se você se mostrar verdadeiramente arrependido, ela vai te perdoar. Eu sei que a Sakura te ama, viu? Para com drama e toma uma atitude.

Uma mulher entende bem a outra, não é?

A Karin está certa, não posso ficar me lamentando pelo que já foi, preciso correr atrás do que ainda não veio.

Ah, claro, preciso encomendar doces.

 

[...]

 

Naruto e Karin foram embora após a minha amiga ruiva ficar meia hora amassando meu gato. Ela ama o "Pelanquinha", como diz o Naruto.

Ótimo, agora posso me concentrar na operação “conquistando o perdão da minha namorada”. Nossa, que horrível!

Como Sakura sempre costuma dizer, meu apartamento é um cubículo, e agora estou sentindo o peso disso. Eu ia colocar tudo o que comprei na minha sala, mas não tem espaço na mesinha de centro. A minha mesa da cozinha também é pequena, não coube... Droga! Minha mãe falou "compra uma mesa com seis cadeiras" quando eu vim morar só, mas eu pensei que seria inútil, sem falar que ocuparia mais espaço. Agora está aí o resultado, a mesa minúscula, e eu tendo que me virar com o que comprei.

Que bosta!

Lá vem a vida me fodendo de novo, e com força!

Não, não vou colocar na cozinha. Ou eu coloco na cozinha?

No meu quarto? Não. Vai derramar doce na minha cama.

Melhor deixar na sala. Minha mesinha de centro até que é espaçosa se olhar com vontade.

Ok, o bolo ocupa espaço, os doces também. Vai ter mais doce do que a minha mesa de centro suporta.

Pensa, Sasuke, pensa... Você conseguia passar naquelas disciplinas da faculdade que pareciam impossíveis, você é capaz!

Espero que a Sakura não esteja muito puta comigo ainda, espero que a raiva dela já tenha passado pelo menos parcialmente.

Imagino ela entrando aqui com um machado na mão, dizendo "Here's Johnny!". Apavorante, credo. Gosto nem de pensar.

Tive uma ideia súbita. Caralho, eu sou um gênio mesmo.

Caminhei até o meu quarto e peguei a mesinha que uso para apoiar meu notebook, e que também me é útil quando eu quero comer no quarto. Voltei para a sala e coloquei essa mesinha sobre a de centro, assim, ganho mais espaço.

Sobre a mesinha menor, coloquei um bolo vulcão que encomendei para Sakura. Ele é de chocolate, no meio tem Nutella e a cobertura é de Ninho. Em volta do bolo, em formato de meia lua, está escrito "Me perdoa" com chocolate.  Para o toque final ― já que esse bolo, por maior que seja, a Sakura come brincando ― coloquei na mesinha de centro os vários brigadeiros que também encomendei. Tem brigadeiro pra caralho, de vários sabores...

Preciso estar apresentável para a situação. Ou pelo menos limpo, né?

Tomei um banho e me arrumei. Nada muito extravagante, pois estou em casa, mas não estou desleixado como de costume.

Falta alguma coisa? Ah, perfume! Capricha, Sasuke!

Pronto, agora só falta o principal: Sakura!

Peguei meu celular e abri a minha conversa com Sakura no WhatsApp. Ela estava online há dois minutos.

"Vem aqui em casa, tô precisando de você."

Sim, precisa de um drama básico.

Bloqueei o celular e larguei sobre o sofá, então ouvi um miado perto de mim.

Ele sabe...Ele está sentindo que eu pretendo me reconciliar com aquela pessoa que ele mais odeia.

― Você não vai estragar as coisas hoje. ― Falei, pegando o Mr. Black Label no colo.

Sim, meu gato é o único a estar feliz com a situação. Mas hoje ele não vai atrapalhar.

Levei o pequeno felino até meu quarto e o tranquei lá.

Voltei para a sala e peguei meu celular.

Ah, caralho, ela respondeu!

“Pra quê?”

Seca... Bruta... Gelada... Deve estar querendo me matar.

Resolvi mandar um áudio.

― Sakura, a gente tem que conversar. E, mais uma coisa, aqui em casa tem algo que você vai adorar. ― Falei sugestivamente.

"Tô chegando." ― Respondeu imediatamente.

Ótimo!

Fiquei contando os minutos no relógio. Sakura mora longe, não vai chegar imediatamente.

Quando a campainha tocou meu coração quase veio parar na garganta. Ah, é agora!

Nossa... Como ela é linda!

Está simples, usando um vestido branco com estampas geométricas coloridas, mas ainda assim continua uma lady.

― Sakura... ― Acho que minha garganta está seca. ― Vou direto ao ponto... Me desculpa.

Odeio rodeios. Às vezes sou direto até demais.

― Ainda vai ser ignorante? ― Ergueu uma sobrancelha.

― Olha, eu só estava com vergonha de falar aquelas coisas... ― Me expliquei.

― Eu não estou com raiva pelas mentiras... Apesar de ser errado... ― Suspirou. ― Eu fiquei com raiva por você ter dito que sou incompreensiva e por você ter se irritado comigo por nada!

A encarei por alguns segundos. É, eu fui mesmo um merda!

― Desculpa... Eu fui um imbecil mesmo. ― A olhei nos olhos. ― Eu te amo, não quero ficar assim. Me dá uma segunda chance, por favor.

Sakura entortou os lábios, me encarando.

― O que você disse que tinha pra mim?

Não respondi nada, apenas dei passagem para a rosada entrar.

― Veja com seus próprios olhos. ― Me limitei a dizer somente isso.

Assim que Sakura entrou em meu apartamento, vi seus olhos brilharem como os de uma criança que ganha um brinquedo muito esperado.

Sakura correu até o meio da sala, sentou no sofá e olhou com devoção para os doces. Os olhos dela estão lacrimejando ou é impressão minha?

― Que coisa mais linda, Sasuke! ― Ela me olhou alegre, nem parece que queria me matar.

Ah, eu sempre soube que daria certo! Nem fiquei inseguro de verdade.

Sentei ao lado dela.

― Pode atacar. É tudo pra você.

Sakura me abraçou e depois me deu um selinho.

Ela então voltou sua atenção para os doces, pegou um de ninho com Nutella e comeu.

― Boy, isso é divino!

Ela ficou quieta por uns instantes, comeu pelo menos cinco brigadeiros até conseguir se lembrar de que eu estou ao seu lado.

― Vejo que você gostou. ― Comentei. ― Isso significa que eu estou perdoado?

― Vou pensar. ― Ela disse sugestivamente e depois sorriu. ― Ah, bobo, claro que eu te perdoo!

Ela me deu um beijo... um beijo doce, literalmente.

― Vem cá, você não está me perdoando só por causa dos doces, está?

Sakura riu.

― Eu ia perdoar você, Sasuke. Ou melhor, já tinha perdoado, só estava te dando um gelo mesmo. ― Disse sinceramente. ― Os doces apenas adiantaram o processo... Caramba, você tem noção do quão difícil foi te dar um gelo? E olha que não passou nem um dia! Eu estava me roendo pra falar com você...

Eu merecia mais que um gelo, mas ela nem ficou com raiva de verdade. Não sei se penso que ela é trouxa como eu... Ou se ela é simplesmente a mulher mais perfeita que existe...

― Então... Nós podemos passar uma borracha no que aconteceu, né?

― Não... Eu espero que você aprenda a ter mais confiança em mim... ― Ela me olhou feio.

― Eu tenho, vou falar pra você todas as vezes que eu tiver uma dor de barriga. ― Falei. Se bem que, pelo tanto de doces que ela vai comer, a próxima a ter dor de barriga será ela.

― Avise mesmo, pra eu não estar aqui pra sentir o cheiro... ― Ela riu e eu revirei os olhos. ― Olha, eu também não fui totalmente sincera com você...

― Não? ― A olhei desconfiado.

― Lembra quando te chamei pra ir ao teatro? ― Ela perguntou e eu assenti. ― Então... ― Ela corou, estava totalmente constrangida. ― Na verdade... Bem, eu não fui porque queria unir você e o Naruto... ― Ela coçou a nuca.

Nossa... Não sei se fico irritado ou se rio... Ou se acho fofo...

― Você é louca... ― Ri... É, resolvi não me irritar. ― Naruto e eu... Só você...

― É... Eu queria que vocês fossem felizes. ― Deu de ombros. ― Mas agora sei que quem vai te fazer feliz sou eu... ― Sorriu. ― E eu farei de tudo pra que isso aconteça.

― Eu te amo... ― Essa garota é muito perfeita, caralho!

Sakura me beijou novamente, toda meiga... Mas logo voltou aos doces.

― Boy, eu não creio que você teve uma ereção e eu achei que era alergia. ― Sakura gargalhou alto.

Que comentário mais desnecessário... Ela podia não tocar nesse detalhe constrangedor. Ok, todo homem tem ereção, e todo mundo sabe disso, mas ninguém precisa saber os momentos em que acontece.

― É... Pois é... ― Falei meio desconcertado. ― Achei você bem inocente.

Ela comeu outro brigadeiro gigante, dessa vez um de Oreo

― Nossa, e eu me martirizando, pensando que ia matar você!

Ia matar sim, matar de tesão.

― Imagina... ― Cocei a nuca.

― Boy, e ainda bem que você não foi para o aniversário de Cherry, né? ― Gargalhou novamente. ― Eu mesma morro de vergonha de fazer o número dois aqui, imagina só você com dor de barriga lá em casa.

Alguém me mata, pelo amor de Deus.

E ela come doce tranquilamente, falando dessas coisas. Eu, hein...

― A gente pode mudar de assunto?

― Ah, se eu fosse você, esconderia mesmo essas histórias...

Ela está rindo da minha desgraça? É isso mesmo, produção?

― Você ainda está usando o colar que eu te dei. ― Falei assim que notei tal detalhe. Fiquei feliz por isso.

― É. ― Falou após comer outro brigadeiro. ― Não tiro ele desde que você me deu.

Será que agora já é hora para comprar anel de compromisso?

Não, não... Muito cedo.

― Isso me deixa feliz.

― Come um. ― Sakura pegou um brigadeiro e levou à minha boca. ― Vai, abre a boca.

― Não... ― Me afastei um pouco. ― São pra você, Sakura. Eu não gosto muito de doces.

― Só um. ― Insistiu. ― Vai, só um.

O que é um brigadeiro, né? Resolvi ceder.

Era de Ninho com Nutella. É gostoso, mas eu não sou chegado.

Eu ainda estava com o doce na boca, nem havia engolido quando Sakura me puxou para um beijo. No fim o brigadeiro foi meio que compartilhado.

― Sakura... ― Falei rindo assim que nossos lábios se separaram. ― Eu estava comendo, isso é nojento.

― Não é nojento. ― Ela me deu um selinho, passando a língua por cima dos meus lábios. ― Estava sujo. ― Riu.

Sakura parece criança às vezes. Me divirto com ela.

Ela voltou sua atenção para os doces. Vez ou outra queria me fazer comer um, ou inventava de me beijar com a boca cheia de brigadeiro. Acabou sendo divertido, não dá para negar.

Me sinto adolescente de novo.

― Eu deveria ter encomendado mais. ― Falei ao ver que Sakura detonou os doces num tempo recorde.

Isso é um animal.

― Ah, estava uma delícia! Obrigada, Sasuke... Você sabe como amolecer meu coração.

Ela tem coração. Gelado, mas tem.

Um dia ainda vou levar este animal para comer um podrão. Quero vê-la estufada. Melhor... Vou levar num rodízio de pizza.

Imagino que se existisse rodízio de brigadeiro, Sakura daria um prejuízo considerável ao dono do estabelecimento. Isso se não levasse a falência mesmo.

― O importante é que você ficou feliz.

― Agora a gente vai comer o bolo.

Misericórdia! Ainda tem espaço dentro dessa pessoa?

― A gente pode deixar pra comer o bolo amanhã, né?

― Oxente! ― Ela se levantou do sofá e me encarou com as mãos na cintura. ― Como você pode saber que tem doce em casa e não comer? Não, não dá. Esse negócio de guardar pro outro dia não dá. Não tenho maturidade e nem psicológico pra isso.

Sakura nem me deixou responder, caminhou até a cozinha e logo voltou com um talheres e pratos.

Antes de qualquer coisa ela pegou seu celular e tirou uma foto do bolo.

― Boy, eu ataquei os brigadeiros tão afoita que nem lembrei de tirar fotos... ― Lamentou-se. ― Sasuke, eu vou tirar um pedaço do bolo, faz um boomerang pra mim.

Revirei os olhos.

Tive que fazer um boomerang perfeito enquanto Sakura tirava uma fatia do bolo vulcão e o recheio do meio escorria. Ainda bem que já deu certo na primeira tentativa ― foi o primeiro boomerang que eu fiz na vida ―, até porque se desse errado não daria para fazer de novo.

Vale ressaltar que a Sakura tomou um cuidado da porra para cortar bem retinho... Não sei se foi pelo boomerang ou se por questão de simetria... Sim, eu penso que possivelmente ela tem TOC, mas não posso afirmar.

Sakura comeu um pedaço... dois pedaços... três pedaços... Deixa comer, uma hora ela enche. Tem que encher.

Eu quase entrei na onda da Sakura, por pouco não postei no meu story do Instagram um vídeo ou uma foto dela como se tivesse dormido amarrada, mas me contive.

― Sasuke, come um pedaço. Eu não trouxe dois pratos à toa.

― Eu tô bem...

Ela cortou um pedaço e colocou no prato limpo, depois cortou outro pedaço para si. Esse saco sem fundo aguenta ainda?

― Come, Sasuke.

Ah, eu gosto de bolo. Em contrapartida, não sou muito fã desses bolos melecados. Tem mais cobertura do que bolo aqui.

― Tá, eu como. ― Falei rendido.

E adianta teimar com mulher? Não, não adianta. Aprendi isso ainda criança, com a dona Mikoto.

Acontece que eu não sou a Sakura. O doce não se recusa a me sujar como faz com ela.

Sim, eu me sujei com essa meleca doce de cima do bolo. Claro, minha namorada riu bastante e tirou várias fotos, mas garantiu que não iria postar. Só espero que ela não mostre isso para ninguém, seria vergonhoso.

Não sei como Sakura aguentou quatro fatias de bolo.  Ela come como uma dama, mas o estômago é um buraco negro.

Sakura tem a fome de dez pedreiros, cinco elefantes e quinze maconheiros... Senhor, preciso abrir mais filiais da M.U. pelo mundo para ter dinheiro para alimentar a Sakura...

― Você tá sujinho. ― Ela riu. ― Tão fofo...

― Cacete, como você come isso sem se sujar?

― Sei lá. Acho que é prática. ― Deu de ombros. ― Boy, vá se limpar.

― Posso guardar esse resto de bolo?

― Só porque você quase não comeu.

Sério que ela ainda daria conta de comer o resto?

Estou assustado.

― Sério isso?

― Tô brincando. ― Riu. ― Pode guardar... ― Suspirou. ― Estou cheia.

Pude ouvir um coro atrás de mim.

Gente... A Sakura enche. Ela tem fundo!

Nem acreditei nisso.

Peguei o resto de bolo e guardei, pensando "Quem é aquele ser humano lá na sala e o que fez com a minha namorada?".

Sim... ela tem fundo. Ela enche.

― Vamos lá pro meu quarto. ― Chamei, voltando para a sala.

Ela se levantou e me acompanhou.

Assim que abri a porta do meu quarto o Mr. Black Label saltou com ódio, miando pra cima da Sakura como se quisesse intimidá-la.

― Sai desse corpo que não te pertence. ― A rosada gritou. ― Sasuke, você bem que poderia ter arrumado um gato normal.

Ah, eu não me vejo com outro gato que não seja o Mr. Black Label. Com exceção das vezes em que Sakura está aqui em casa, ele é um gato extremamente amoroso. Virou meu companheiro.

Peguei o pequeno felino no colo e ele ainda assim não parou de observar a Sakura como se ela fosse sua presa.

― Mr. Black Label, isso não é educado. ― Briguei. ― Ela é sua madrasta agora, esqueceu? Seja educado.

Sakura riu.

― Eu não sou a Rainha má, nem a madrasta da Cinderela. ― Sakura falou calmamente e tentou passar a mão na cabecinha do gato, mas ele tentou mordê-la. ― Ah, infeliz!

― Acho que não adianta muito.

― Um gato tão bonitinho, mas tão cruel. ― Disse penalizada.

― Ah, você já acha ele bonitinho?

Pelo menos alguém além da Karin, né? Se bem que Karin já é além da conta, às vezes penso que ela vai matar o pobre do gato de tanto apertar.

― Ele é sim. ― Assentiu. ― Principalmente o bilotinho dele... É fofo.

Revirei os olhos. Essa denominação é engraçada, parece criança falando.

― Bilotinho... ― Ri. ― Isso é engraçado. Estranho, mas engraçado.

― Você prefere chamar como?

― Ué, sei lá. ― Dei de ombros.

Sakura riu, então olhou para o Mr. Black Label.

― Quem é o dono do bilotinho mais fofo desse mundo, quem é? ― Indagou com a voz infantil e tentou mais uma vez passar a mão no Mr. Black Label. Sem sucesso, claro, pois ele novamente tentou mordê-la. ― Boy, esse gato é difícil demais.

― É melhor não forçar uma amizade com ele agora. ― Falei meio sem jeito.

A Condessa me recebe com toda a alegria do mundo, enquanto isso o Mr. Black Label tenta agredir a Sakura.

― Tenho fé de que um dia ele vai me aceitar. ― Ela falou otimista. É bom ter fé mesmo.

Para evitar maiores confusões, coloquei o gato pra fora e então fechei a porta. Ele vai ficar sentido depois, mas ninguém manda querer agredir a minha namorada. Depois me acerto com ele. É só dar o dobro da quantidade de sachê que ele me perdoa.

― Cacete, eu tô todo melecado de doce. ― Resmunguei assim que entrei no quarto.

Como a Sakura come aqueles doces, aquele bolo cheio de cobertura, e não se suja? Isso é uma coisa além da capacidade humana!

― Boy, vá tomar um banho. ― Disse rindo. ― Eu espero você aqui. 

Na verdade, ela parece meio nervosa com a sujeira, o que só me faz ter mais certeza que ela tem TOC. Se bem que eu estou meio agoniado também...

― Eu vou mesmo.

― Ah, onde ficam seus relógios? ― Indagou curiosa. ― Já percebi que você tem vários. Eu queria olhar todos.

Para que diabos ela quer olhar minhas coisas? Será que pretende me presentear com um relógio? Ah, eu iria adorar. Melhor do que ficar comprando roupa rosa para mim. Mas, do jeito que a vida me ilude e me lasca, ela no mínimo vai querer combinar meus relógios com as minhas roupas. Vai dizer que eu não sei combinar as coisas e vai começar a ditar regras para os relógios também.

Como eu só tomo naquele orifício, acho que vai ser a segunda opção.

― Por quê? ― Indaguei como quem não quer nada.

― Eu só queria dar uma olhada mesmo. ― Deu de ombros.

― Olha lá no meu closet. ― Falei, já indo em direção ao banheiro.

Não demorei muito pra tomar banho, afinal, já tinha tomado antes de Sakura vir pra cá. O problema é que eu não iria conseguir ficar sujo de doce mesmo.

Quando saí do banho e entrei no meu closet, vi que Sakura ainda olhava meus relógios... E que tinha mudado alguns de posição.

― Sasuke. ― Ela me encarou assim que notou minha presença. ― Boy... Um mais lindo que o outro. Você tem mania de relógio, hein. Nunca te vi com um bocado desses.

Quem me conhece sabe que eu gosto. Grande parte deles foi presente.

― Pois é, peguei essa mania depois de adulto. ― Não contive um riso. ― Eu não gostava muito de relógios quando mais novo... vivia perdendo.

― Você seria um péssimo Power Ranger. ― Brincou.

Amo esse bom humor dela.

― É, seria. ― Concordei.

― Ah, olha o que eu achei por aqui. ― Ela mostrou uma caixinha de veludo, então a abriu. ― É seu anel de formatura, não?

― Sim, é. ― Assenti, encarando a joia que eu só usei no dia da minha formatura mesmo, depois tirei do dedo e guardei. ― Nossa... faz um tempo desde a última vez que eu olhei pra ele.

Nunca fui fã de anéis, mas, claro, quando eu me casar com Sakura não tirarei a aliança por nada.

― Deve fazer muito tempo mesmo, né? ― Ela tirou o anel da caixinha e o encarou. ― Isso é Safira. ― Afirmou.

― É... Acho que é. ― Dei de ombros. ― Não entendo de pedras. Mas eu tenho quase certeza de que é Safira.

― Engraçado... Lá na joalheria, naquele dia, você estava encarando alguns anéis de esmeralda e disse que havia se lembrado do seu anel de formatura. ― Disse sugestivamente. ― Mas esmeraldas são verdes, o seu anel tem uma pedra de safira, azul... Sem falar que o modelo não se parece nadinha com os anéis que você olhava, que por acaso eram femininos. ― Enfatizou.

Ela é bastante observadora.

Mais uma mentira para jogar na minha cara? Eu nem me lembrava mais disso.

Só eu mesmo para não lembrar da cor da pedra do meu anel. Sem falar que um anel de noivado é tão diferente de um anel de formatura quanto uma esmeralda e uma safira.

Inventar desculpa sob pressão não é comigo.

Me aproximei da rosada, segurei em seu queixo e olhei fundo nos olhos verdes que conseguem ser ainda mais bonitos e brilhantes do que qualquer esmeralda.

― Eu preciso dizer em que, e em quem, eu estava pensando? ― Arqueei uma sobrancelha.

Sakura riu.

Tomei seus lábios num beijo.

Caralho, eu não me canso de beijá-la, e não sei por quanto tempo conseguirei ficar só nisso. Eu a desejo demais.

Nos afastamos um do outro e ela guardou meu anel na caixinha.

― Você podia usá-lo de vez em quando. ― Sakura comentou. ― É uma joia linda.

― Algum dia eu uso. ― Dei de ombros.

― Eu vou dar licença pra você se vestir. ― Sakura falou meio sem graça, com um leve rubor em seu rosto, então se retirou do closet.

Ah, céus... Eu não estava fazendo questão, mas já que ela quis sair, tudo bem.

Será que Sakura ainda é virgem? Bem, inocente como ela é, não duvido. Apesar da idade dela, né? Raridade uma pessoa passar dos vinte anos ainda virgem.

E agora, pergunto ou não pergunto? Será que a Sakura escolheu esperar? Bem, não faço questão de não casar.

Acho que não vou questionar sobre isso. Creio que o melhor a fazer seja eu tentar alguma coisa com ela, então saberei se ela ainda é virgem ou não, dependendo da forma como reagir.

Vesti somente uma cueca preta, então saí do closet com a minha toalha para estender no banheiro.

Agi naturalmente, mas percebi que Sakura ficou me encarando.  Ela até deixou de mexer no celular.

Sentei ao lado de Sakura e ela corou mais ainda.

― Que foi? ― Perguntei rindo.

Sim, me diverti muito com a falta de jeito dela.

― É... ― Pigarreou. ― Você tá bem à vontade, hein?

― Você pode ficar se quiser.

― Eu? Ah, Sasuke...

Eu fiquei sem resposta. Ambos ficamos, na verdade.

Puxei a Sakura para um beijo e ela retribuiu na hora. Senti os braços femininos em volta do meu pescoço, as unhas passando levemente pelo meu couro cabeludo... isso é gostoso.

Levei minhas mãos até a fina cintura, trazendo Sakura para mais perto de mim. Então, lentamente, desci uma das mãos para a perna dela, por baixo do vestido, e ouvi gemidos baixinhos durante o beijo. Vez ou outra ela me dava leves mordidas no lábio inferior, e eu não vou negar que amo isso.

Deitei a rosada gentilmente na cama, ficando com o corpo por cima do dela. Sakura retribui meus beijos com a mesma vontade insana que eu. Ela me quer tanto quanto eu a quero.

Sakura então se afastou de mim, pondo um fim nos amassos. Ela está ofegante, os cabelos bagunçados, e lábios levemente inchados.

― Você acha que já é a hora? ― Ela questionou, arqueando uma sobrancelha.

Talvez seja muito cedo, não sei. Mas somos adultos, então não precisamos ficar inseguros como se tivéssemos dezesseis anos de idade.

― O que você acha?

― Eu não sei... ― Soltou um riso anasalado. ― Mas eu posso sentir que você quer... literalmente falando, se é que me entende.

Sim, eu estou excitado.

― Não vamos ficar planejando as coisas. ― Beijei sua testa. ― Deixa acontecer.

Voltei a beijá-la e ela retribuiu.

Nossa... o clima está esquentando pra caramba aqui. Onde será que isso vai parar?


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