Produtos Uchiha escrita por ICLP, Hitari Amai, Evil Queen 42, ExoLina42


Capítulo 15
Número 2


Notas iniciais do capítulo

Sem atrasos de novo... Estamos virando mocinhas ^-^
Feliz Ano Novo a todos e que 2018 não seja horrível como 2017 ;**

Enjoy...



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Dormi feito uma pedra, como se não dormisse há séculos. Acho que fiquei bem cansado e fraco, só pode.

Peguei meu celular sobre o criado mudo, esqueci de deixá-lo carregando à noite e a bateria está com 5%. Droga!

Abri meu WhatsApp e abri a conversa com a Sakura, fotos da Condessa triste, uma com o focinho na janela e a legenda “Sua dama o espera”, E a outra era ela deitada no chão, com a cara enfiada na vasilha e uma garrafa de vinho para cachorro ao lado... A legenda era “Enchendo a cara após ter levado um cano do crush”. Nossa, ela ficou mesmo triste com a minha ausência.

Claro, se eu já me sentia um bosta antes, agora estou me sentindo um bosta supremo. Vacilei. A culpa não é minha, mas vacilei mesmo assim.

Não sei exatamente o que aconteceu, não sei o que comi de diferente para ter me atacado como atacou, tampouco sei o que comi que pudesse estar estragado ou ter passado do prazo de validade. A única coisa que eu sei é que ontem, justamente no dia do aniversário da Condessa, eu estava com uma dor de barriga daquelas que deixam a pessoa com medo até de espirrar!

Para completar a situação medonha, meu estômago resolveu se revoltar contra mim, e eu passei o dia sentado no vaso com um balde na minha frente... Sim, esse era eu ontem.

Quem tem gato sabe muito bem que quando você vai fazer suas necessidades fisiológicas no banheiro, o bichano às vezes te acompanha e fica lá até você terminar. Eu estava tão podre que o Mr. Black Label entrou e se retirou logo em seguida, aquele falso!

Agora a Sakura está com raiva, a Condessa está na bad, eu estou me sentindo horrível, e só quem está gostando da situação é o Mr. Black Label.

Coloquei o celular para carregar e depois me deitei novamente na cama. Estou fraco... Acho que a diarreia de ontem me fez perder uns 2 quilos, fora o tanto que eu vomitei. Até pensei em ir para um hospital, mas fiquei com medo de que alguma desgraça acontecesse dentro do carro no caminho daqui para lá.

Eu achei que eu ia morrer pelo cu... Sério!

Sinto que dei descarga na minha alma. Céus, que preguiça é essa?

O Mr. Black Label pulou na cama e miou.

― Amigão, você não vai morrer se comer depois. ― Murmurei e me virei de bruços. ― Você tá gordinho, é bom mesmo comer menos.

 Pensei em responder às mensagens da Sakura, mas o que eu vou dizer? Não vou falar sobre meus problemas gastrointestinais para ela, e nem sei qual desculpa inventar por ter perdido o aniversário da Condessa.

Meu bichano começou a ronronar e se esfregar em mim. Tão carinhoso e meigo, não sei como as pessoas só reparam na beleza exótica dele.

Eu quero dormir de novo, mas agora lembrei que faz quase uma semana que não piso na academia... Foda-se, eu estou adoentado, não é hoje que eu vou pisar.

O Mr. Black Label começou a miar feito um louco desesperado, e eu não tive outra opção que não fosse me levantar para alimentar o morto de fome.

Enchi a vasilha dele com ração, abri um pacotinho de sachê e misturei junto. Pronto, agora ele vai encher a barriga e não vai me perturbar por um tempo.

Voltei para o meu quarto e me joguei na minha cama. Tão gostosa, tão quentinha... Não quero sair daqui hoje.

Fechei os olhos para voltar a dormir, mas a consciência novamente pesou. Porque minha consciência está pior do que meu mal-estar.

Eu prometi que iria para o aniversário, eu deveria ter ido. Não tinha condições, eu sei, aqui sequer tinha remédio para dor de barriga ou dor no estômago, mas eu me sinto culpado mesmo assim.

Preciso me redimir.

Suspirei pesadamente e me sentei na cama.

Eu comprei um presente para minha fã número um, um reles brinquedo para morder... Condessa provavelmente vai amar, mas a dona... Quero nem pensar!

Coloquei a cachola para funcionar e pensei em algo que pudesse me redimir tanto com a Sakura quanto com a Condessa.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem pra Ino:

"Ino, você sabe alguma cor de coleira que a Condessa não tem?"

Ino, prestativa como sempre, respondeu minha mensagem rápido:

"Não. Ela tem de várias cores e modelos."

Merda... A cachorra deve ter mais coleira do que eu tenho cueca.

Chegou outra mensagem da Ino:

"Sakura e Condessa ficaram bastante decepcionadas."

Ah, ela tem que me lembrar disso.

Levantei e fui tomar meu banho, pois tenho um pedido de desculpas para fazer. Sei que Cherry vai me perdoar facilmente, quem me preocupa é a dona dela.

Não posso chegar na casa da Sakura vestido confortavelmente, ou ela vai ficar ainda mais decepcionada comigo. Calça jeans, camisa verde, tênis pretos... Pronto, simples e agradável.

Pensa, Sasuke, você pode agradar a Condessa... Você pode agradar a Sakura... Pensa, Sasuke!

Ah, já sei! Sou um gênio!

O Mr. Black Label pulou na cama e miou, como se soubesse que eu vou sair para ver a Sakura... e a Condessa.

― Você está certo, eu vou pra casa da Sakura. ― Falei, então o bichano miou de novo. ― Não se magoe, viu? Papai volta logo.

Peguei uma roupinha verde para vestir o bichano. Pronto, se esfriar ele está protegido.

Acho que o Mr. Black Label está ressentido. Ele sente quando eu estou indo visitar a Sakura, e não gosta nadinha disso.

Deixei o gato no quarto e fui para a cozinha. Se eu for fazer a vontade do Mr. Black Label vou viver entocado em casa, sem ver uma alma viva além dele.

Abri minha geladeira e não me veio a vontade de comer nada. O mal-estar de ontem foi tão grande que até de pensar no cheiro de café ― CAFÉ, meu elixir da vida ― meu estômago embrulha. Pensei num sanduíche, mas meu estômago embrulhou de novo. Sabe quando você está com fome, mas não sente vontade de comer? Então... Mais ou menos isso.

Preciso evitar um desmaio por conta de fraqueza, então peguei uma garrafa de iogurte natural e enchi um copo, pus um pouco de granola por cima e eis o alimento mais saudável que eu estou ingerindo após semanas.

Pensando melhor, acho que isso tudo é culpa do Naruto, ficou jogando praga em mim dias atrás... É, agora acho que não tem nada a ver com minha alimentação... Com certeza foi praga dele!

Depois eu me acerto com ele, primeiro a Sakura...

Bom, nem sinal de dor no estômago, vontade de vomitar, ou dores abdominais. Acho que o que aconteceu ontem não vai se repetir hoje, embora eu não sinta muita vontade de comer.

Terminei meu iogurte meio que forçado, mas sei que seria pior se eu não tivesse comido nada. Só para garantir, peguei uma pera para complementar meu primeiro café da manhã sem café em anos.

Peguei a chave do carro, o presente da Condessa, o celular e o cabo para terminar de carregá-lo dentro do carro. Próxima parada: Shopping!

Meu objetivo estava traçado: Loja de brinquedos. Infelizmente ela fica perto da praça de alimentação e, assim que senti aquele cheiro de comida alcançar minhas narinas, o meu estômago deu sinal de vida, dizendo que aquilo não era algo agradável. Não senti vontade de vomitar, só uma leve náusea ainda como consequência de ontem.

Ignorando o cheiro de fritura, misturado com cheiro de sanduíche, carne assada e o caramba, entrei na loja e procurei pelo que estava procurando. Fui para a sessão de pelúcias, a primeira coisa que vi foi um Chewbacca que fez meus olhos brilharem. Cacete, eu preciso disso!

Peguei o bicho de pelúcia, feliz da vida, e fui andando em diração ao caixa... Ah, inferno, a Condessa! Dei meia volta e voltei para a sessão de pelúcias, procurando ― com o Chewbacca na mão ― algo para satisfazer a pervertida canina.

Achei um cachorro de pelúcia gigante, predominantemente branco com um pouco de cinza, parece até uma Condessa Cherry Haruno de pelúcia. Nossa, perfeito! Comprei até um laço azul marinho para colocar no pescoço dele.

Com o cachorro de pelúcia embrulhado ― e o meu Chewbacca ― em mãos, voltei para o carro e dirigi rumo a casa das Haruno.

Quando cheguei, desci com os embrulhos da Condessa embaixo do braço e deixei minha nova aquisição no banco de trás do meu carro.

Sakura me recebeu com uma cara não muito boa, parecia mesmo decepcionada, ainda assim é linda... Porra, Sasuke, você veio aqui para se redimir!

― Oi. ― Esbocei o sorriso mais amarelo que consegui. ― Olha, desculpe por ontem.

― Não é pra mim que o senhor tem que pedir desculpas... ― Disse seriamente.

― Cadê a Condessa?

Eu mal terminei de falar e a Malamute gigante apareceu na varanda, alegre e abanando o rabo ao me ver.

Ela imediatamente pulou em mim, deu até alguns uivos de saudade, parecia estar me abraçando e tentou me derrubar no chão. Por sorte consegui me segurar para não cair, já que a Cherry é forte e eu ainda estou um pouco fraco.

Ela quer sarrar em mim, tenho certeza.

― Condessa, calma. ― Falei, tentando afastar de mim a criatura que deu algumas lambidas no meu rosto e me deixou babado. ― Calma... Eu trouxe presentes de aniversário para você.

Essa coisa é forte, como a Sakura aguenta? Magrinha como ela é, não sei como a Condessa nunca quebrou um osso de sua dona.

― Filha, sai de cima do Sasuke... ― Sakura falou.

Incrível a moral que ela tem.

Cherry ficou me encarando com expectativa, alegre, abanando o rabo.

Bem, pelo menos eu faço a felicidade de alguém.

― Olha só... ― Me abaixei, mostrando o embrulho pequeno, vermelho com bolinhas brancas. ― Um presente de aniversário pra você, Condessa.

Ela abanou o rabo em expectativa, enquanto eu abria o pequeno embrulho. Mostrei o brinquedo de morder, numa ponta tem uma corda para segurar. Segurei e deixei ela morder.

Ri com a felicidade dela. A meiguice da Cherry é proporcional ao tamanho. Soltei o brinquedo com cuidado e ela bolou no chão.

― E... ― Peguei o embrulho maior, rosa com desenhos de cerejas. ― Um presente para me redimir pelo atraso.

Sakura não conteve um riso, pegou o embrulho e desfez o laço vermelho, tirando de dentro do papel de presente o grande cachorro branco de pelúcia.

Condessa ficou claramente feliz, deu até alguns pulinhos e depois pulou definitivamente em cima do seu presente.

― Pronto, agora você tem em quem sarrar. ― Falei sorridente.

Bendita hora que eu assisti Click, onde o cachorro sarrava num pato de pelúcia. Agora a Cherry tem um cachorro de pelúcia para dar suas sarradas.

Me levantei e olhei sorridente para a cadela que aproveitava seu novo presente. Hoje ela está usando uma coleira prateada com brilho e um pingente de coração. É muito perua mesmo!

― Ela ficou triste por você não ter vindo... ― Sakura sentou no sofá da varanda. ― E eu também fiquei.

Eu sou um bosta, meu irmão!

― Desculpa. ― Sentei ao lado dela. ― Eu não tive como vir... Mesmo.

Sakura estava séria, claramente decepcionada comigo.

Tantos dias para o meu sistema digestivo resolver se rebelar, por que justo ontem?

― O que aconteceu, Sasuke? ― Indagou. ― Eu te liguei, mandei mensagem, mas você evaporou da superfície terrestre.

Eu estava no banheiro resolvendo problemas importantíssimos e constrangedores. Passei o dia inteiro lá.

― Me deu uma crise de enxaqueca. ― Menti.

― Você está estressado de novo? ― Indagou com preocupação, e eu me senti mal por mentir para ela.

Todavia, não vou entrar em detalhes sobre o que aconteceu. Não vou dizer que eu estava vomitando, que estava com diarreia, que passei o dia inteiro sofrendo no banheiro. Era uma dor horrível, parecia que eu estava parindo.

― É. ― Suspirei, passando as mãos pelo rosto. ― Minha cabeça começou a doer ainda de madrugada, tomei tudo quanto era chá, remédio. ― Fui enumerando nos dedos. ― A sinusite atacou, meu olho inchou, me entupi de remédio e fiquei dopado.

Exagerei? Sim, mas foi uma boa dramatização.

― Você tem sinusite também?

Na verdade, quem tem é o Itachi, mas eu lembro como ele ficava quando a sinusite atacava, então acho que é um motivo forte o suficiente para eu ter faltado o aniversário da Condessa, já que meu irmão ficava sem ir à escola.

― Sim. ― Assenti.

Eu devia enviar meu currículo para a Globo. Quem me botou para fazer papel de árvore não sabia o que estava perdendo.

― Você é bichado demais, misericórdia!

A única coisa que realmente acontece comigo é a crise de enxaqueca, mas faz tempo que eu não tenho uma. Ainda assim, acho mais digno ficar com a cara inchada feito um Et do que contar que eu estava me desmanchando em merda no banheiro, por isso lembrei do Itachi e inventei a sinusite.

― Um pouquinho... ― Sorri sem graça.

Quantos problemas de saúde ainda vou ter que inventar pra me safar das coisas com a Sakura?

― Boy, você está pálido! ― Ela tocou no meu rosto. ― Abatido...

Claro, eu perdi quase tudo que tinha no meu corpo!

― Não é pra menos...

― Engraçado, seu rosto tá normal. ― Disse com estranheza, unindo as sobrancelhas. ― O inchaço passou bem rápido, né?

Droga! É verdade, quando a sinusite do Itachi atacava, às vezes ele passava mais de um dia com o rosto inchado. Não vou mentir, eu ria muito dele.

― É que... ― Não gagueja, Sasuke! ― Tipo, quando eu vi que o inchaço ia começar eu já fui logo pro hospital... ― Mentira do cacete, eu prefiro morrer em casa do que ir ao hospital. ― Aí eu fui logo medicado.

― Ah, sim. ― Ela assentiu. ― Boy, você devia ter avisado! Eu estou me sentindo culpada, sabia? Estava aqui, com raiva por você ter faltado o aniversário, enquanto você estava se sentindo mal.

Pronto, agora ela está se sentindo culpada por minha causa! Ok, realmente eu me senti mal, mas a história foi completamente diferente e eu estou me sentindo um grande mentiroso.

― Você não tem culpa de nada, eu realmente deveria ter avisado. Mas não queria deixar ninguém preocupado comigo.

Conhecendo a Sakura, ela certamente iria parar lá em casa se eu dissesse que estava passando mal. Seria uma situação desagradável e constrangedora. Cagar na frente da crush é intimidade nível casamento, nós somos só amigos... Por enquanto!

― Sasuke, eu gosto muito de você, e me preocupo com você. ― Ela disse sinceramente, olhando nos meus olhos. ― Você pode contar comigo para o que precisar, viu?

Temos um Sasuke com cara de bobo aqui.

― Bem... Obrigado? ― Falei sugestivamente.

― Já é quase meio dia. Quer almoçar comigo e com a Condessa?

Almoçar... Não quero comer, sério.

― Eu estou um pouco enjoado. ― Admiti meio sem graça.

Quero comer a comida da Sakura? Ah, se eu quero... Mas aí bate o medo de fazer o número dois aqui... E se tiver acabado o papel do banheiro? Se bem que organizada como essa casa é, não vai faltar, né? Mas, enfim, vem merda do mesmo jeito... Não rola!

― Pode voltar pro útero da sua mãe! ― Sakura começou a rir.

― Acho que está um pouco tarde pra isso. ― Também não pude segurar o riso.

― Sério, você está muito mal?

― Não muito. Só o meu estômago está um pouco ruim.

― Então vou fazer uma sopa! ― Ela se levantou.

― Sopa? Isso é comida de doente.

― Sim... Como o senhor está dodói, então vou fazer uma sopinha.

Preciso dizer que me senti de novo com cinco anos de idade?

É sopa... Talvez não vá dar em merda... E é da Sakura, não deve dar mesmo...

Sakura me puxou pelo braço e foi me arrastando para a cozinha, onde sentei numa cadeira e fiquei observando a rosada cozinhar.

Ela é rápida e tem jeito. Corta os temperos, separa tudinho, pega as panelas, joga os temperos nelas... Ela é realmente perfeita, tudo que faz é bem feito.

Será que tem alguma coisa em que Sakura não é boa? Ela desfila, atua, se veste bem, dança maravilhosamente, cozinha... Acho que canta também.

― Você não sabe cozinhar, não é mesmo? ― Sakura puxou assunto enquanto fritava a cebola. Nossa, que cheiro bom!

― Ninguém nunca me ensinou, também nunca me interessei em aprender. ― Dei de ombros.

― Por quê?

― Ué... Na casa da minha mãe não precisava, agora que eu moro sozinho também não precisa.

― Você mora sozinho, tenho certeza de que nem todo dia tem alguém que cozinhe para você.

― Eu ligo pra algum restaurante e peço... ou esquento alguma coisa congelada.

― Nunca te dá vontade de comer uma comidinha caseira, sem ser de restaurante?

Sempre, mas eu não sei fazer.

― Nunca parei pra pensar nisso. ― Menti.

― Ah, Sasuke, para! ― Ela riu e me encarou indignada. ― Você nunca tentou?

Já. Meu arroz fica horrível, eu sujo o fogão todo, óleo voa para tudo quanto é lado, meu feijão ou fica duro demais ou fica desmanchando de tão mole.

― Não. ― Respondi.

É melhor dizer que nunca tentei do que admitir em voz alta que sou um zero à esquerda na cozinha.

― Boy, um dia ainda vou te ensinar a cozinhar!

Bem, com ela como professora eu até posso considerar a ideia. Sei que vai dar merda, mas para ficar perto da Sakura vale qualquer coisa.

― Você está me pegando pra criar, hein. ― Disse risonho. ― Começou ensinando como devo me vestir, agora quer me ensinar a cozinhar.

― Mais um pouco e você pode começar a me chamar de mamãe. ― A rosada soltou uma sonora gargalhada e eu acompanhei.

― É só o que falta mesmo.

― É brincadeira... ― Ela jogou mais alguns temperos na panela, alguma coisa verde. ― É muita audácia da minha parte querer me comparar a Mikoto Uchiha.

― Vocês são bem parecidas, sabia?

― Eu, parecida com a Mikoto? Tenho certeza de que ela não ficaria insegura na frente da diva dela!

― O que? Mamãe estava suando frio quando conheceu a Madonna num show que ela fez aqui no Brasil.

― Você conheceu ela também? ― Sakura me olhou por cima do ombro, os olhos verdes brilhavam.

― Minha mãe, meu irmão e eu entramos no camarim dela. Eu era pequeno, nem liguei. ― Dei de ombros.

― Boy, acho que eu ficaria mais tranquila perto da Madonna do que perto da Mikoto!

Nossa, que insegurança! Quando não está sendo a diva que muitos admiram, Mikoto é uma pessoa normal.

― Exagerada. ― Não contive um riso.

Condessa apareceu na cozinha, arrastando seu novo namorado de pelúcia. Ela largou o bicho no chão e se deitou ao lado dele, parecia cansada.

Parece que ela deu uma canseira no cachorro de pelúcia.

― Cherry, amor, o que foi? ― Sakura perguntou para a criatura gigante deitada no chão.

Condessa deu apenas alguns ganidos baixos. Ela deu muito amor para o bicho de pelúcia.

― Acho que ela cansou. ― Não pude deixar de rir. Pelo menos não serei mais alvo das sarradas da Condessa.

― Sasuke, ela te trocou pelo bicho de pelúcia.

Olhei para a Condessa e ela me encarava, parecia pedir carinho indiretamente, me olhando cabisbaixa como se quisesse causar pena. Juro que tive a impressão de que a cachorra piscou um olho para mim.

― Pelo menos o Mr. Black Label não vai mais me odiar por eu chegar em casa fedendo a cachorro.

― Boy, a Condessa não fede!

― Cheiro de cachorro. ― Falei simplesmente. ― Todo cachorro tem cheiro de cachorro.

― Cherry usa perfume, tá?

Acho que ela se ofende quando alguém fala que a Condessa é uma cachorra. Sakura pensa que cria o que, um unicórnio?

― Mas ainda assim tem cheiro de cachorro.

Sakura fechou a cara e eu ri.

― Só o Sméagol que sente, porque ele é chato e não gosta de mim.

Tanto tempo e ela ainda não aprendeu que o nome do meu gato é Mr. Black Label... Ou ela chama assim por que quer? Vai entender...

― O Mr. Black Label é um gato. ― Enfatizei. ― Logo, não gosta de cachorros.

― Ele gosta só de si mesmo... E do Precioso...

Como ela ousa?

― Como é exagerada...

Sakura tampou a panela e sentou numa cadeira de frente para mim.

― Vai ficar pronto logo. Tem suco de laranja na geladeira, você gosta, né?

― Quem não gosta?

― É verdade. ― Ela riu. ― Se for fazer você se sentir melhor, nós podemos ver um filme depois do almoço.

― Batman vs. Superman!

― Tenha dó. ― Ela revirou os olhos.

― Eu sou o dodói, lembra? ― Pisquei um olho para ela. ― Acho que mereço esse privilégio.

Eu sou um filho da puta manipulador!

― Você está se aproveitando da sua condição... ― Ela fez um beicinho lindo. ― Hoje tem episódio de Amaterasu! Estou cruzando os dedos para que o pai do protagonista morra. Ai, que ódio!

― É só uma série! ― Falei rindo. Ela se apega mesmo ao enredo.

― Boy, o pai do protagonista é um monstro! Humilha o coitado, judia dele desde a infância, nunca reconheceu um esforço dele, inclusive colocou a neta contra o filho. ― Ela disse abismada. ― Eu quero que ele morra lenta e dolorosamente.

Ela fala como se eu não assistisse a série.

― Minha mãe atua nela, acha mesmo que eu não assisto?

― Ela nunca soltou algum spoiler? ― Seus olhos verdes brilharam como duas esmeraldas.

― Não. E olha que eu já perguntei.

― Vai ter pelo menos um final feliz? Eu sei que eu me iludo, porque aquilo claramente vai terminar em tragédia, mas eu tenho esperança.

― Sinceramente... ― Suspirei. ― Minhas teorias se esgotaram, e minha mãe se recusa a dar spoiler. O jeito é esperar pra ver.

Sakura abaixou o olhar. Acho que ela só assiste Amaterasu porque minha mãe atua, já que não parece o estilo de série que a rosada gosta.

Ficamos conversando um tempinho, curtindo a brisa que entrava na casa. Um clima agradável, com uma companhia ainda mais agradável.

― Eita! A sopa! ― Sakura se sobressaltou de repente.

Ela deu um pulo da cadeira e foi olhar a sopa na panela.

― Queimou?  ― Indaguei preocupado. Mesmo sem vontade de comer, a comida da Sakura é uma coisa de outro mundo... Mesmo que eu não goste de sopa, provavelmente gostarei da dela.

― Não. ― Ela desligou o fogão ― Na verdade está no ponto.

Sakura pegou os pratos e talheres, deixou sobre a mesa e eu me levantei para arrumar. Ela colocou a panela sobre a mesa, então pegou a concha para colocar um pouco da sopa num prato, depois colocou no outro.

― O cheiro está ótimo. ― Sentei e peguei o prato com a sopa.

Provei uma colherada de sopa, e, nossa... Se isso é comida de doente, então eu estou em estado terminal.

Ela usou mandioca para engrossar o caldo, colocou um pouco de cenoura picada, mais carne moída. Mesmo sendo uma comida meio insossa, o tempero está realmente divino. Tudo na medida certa.

Já falei que a Sakura é perfeita?

― O que achou? Tá sem sal?

― Tá ótimo. ― Elogiei ― Acho que tudo o que você faz fica ótimo.

― Puxa saco! ― Ela riu.

― Ora, é verdade. Eu nem gosto de sopa, mas acho que vou até repetir.

Meu estômago até melhorou ao receber uma comida feita pela Sakura. A mulher é tão diva, tão perfeita, que consegue ser até curandeira indiretamente. Só a presença dela já me faz melhorar quase 100%.


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