A Canção de Fogo - Faíscas escrita por Sapphire


Capítulo 7
Victoria II


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Tudo bom com vocês?
Este novo capítulo vai abordar um reino que vocês conhecem e recebi algumas mensagens de pessoas que sentiam falta dessa personagem. Além da Victoria vocês vão conhecer um pouco mais sobre sua família tanto os mortos quanto os vivos!!

Quero agradecer a todos os leitores que me ajudam na divulgação e tudo mais, vocês são demais!!! Espero que esse apoio que vocês trazem para mim continue cada vez melhor, porque acreditem quando digo que cada palavrinha de vocês me animam cada vez mais ♥
Eu to grrrrr pq no word tava com mais de 2.500 palavras e quando coloquei aqui no nyah ta com esse numero, mas okay, sigo firme ;-;
No final do capítulo tem uma surpresa para você rsrsrs



Trailer da fic: https://youtu.be/pJD9bNJIWxk



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O sol estava em seu ponto máximo, mas mesmo estando no meio do céu, ele não transmitia tanto calor. Essa era uma das grandes dúvidas de Victoria, como o sol podia diminuir sua intensidade e aumentar em outros lugares mesmo estando a mesma distância? Pensamentos que aos poucos eram tomados pelo som da maré que subia na areia e tocava em seus pés. O vento vindo do mesmo mar era fresco, e forte o suficiente para movimentar seus cabelos como se fosse um pedaço de seda transparente. 

Ela deixou que o ar de desespero saísse de sua boca quase ao mesmo tempo em que percebeu as ondas formarem uma espécie de desenho. Por mais que nunca tivesse viajado para fora de Laguna, era difícil imaginar uma visão melhor do que essa.  

Quando era criança, sua irmã contava sobre suas viagens pelo continente de Lamoras, e as histórias que ela mais gostava eram as que aconteciam no Reino Rom. Quando Victoria nasceu, os dragões de Rom já tinham se extinguido há muito tempo, e com os dragões a influência dos Tass sob o continente. Seu pai dizia que quando Adônis Tass velejou para Hangarus em busca de Aksum, os governantes de sua época inclusive a própria família Tass falavam que ele e suas esposas pereceriam, mas quem pereceu foram seus parentes do Reino Rom, mesmo que tenha demorado vários e vários anos. Mas mesmo sem tal poder, a capital de Rom era linda, parecendo ser construída por gigantes. Pelo menos era isso o que Larissa, sua irmã contava.  

O porto da cidade ficava a alguns quilômetros dali, se ela virasse a cabeça para a direita conseguia ver os barcos se aproximando, alguns deles trazendo visitantes, outros deles traziam consigo mercadorias. Mesmo assim a garota não se impressionava com tantas pessoas estrangeiras em Laguna, pois mesmo depois da Guerra da Torre, a capital de Laguna continuou tendo certa influência e uma arquitetura bela para os olhos, como piscinas construídas e naturais espalhadas pela cidade. A natureza aquática fazia parte de Laguna, mesclando-se com os templos, estradas, das menores casas até o Grande Palácio Lorak.  

Já fazia um tempo desde que a única coisa que pressionava sua mente era a voz de sua tia, a rainha Megara. Todos os dias ela se imaginava indo embora em um dos barcos do porto, quem sabe se chegaria viva a seu destino? Seja o que for que acontecesse, a Rainha Megara não ligaria, ela só se importa com seu trono. Mas quando ela pisava naquela areia úmida e sentia a água salgada tocar suas unhas, era como se toda a tensão existente afastasse da realidade, afastando tanto que ela tinha até se esquecido dos soldados a alguns metros dela, apenas se certificando que ninguém faria nada de mal a ela. 

 Um mastro de prata do mesmo tamanho de uma lança estava preso a areia, em seu topo uma bandeira azul claro esvoaçante, com uma sereia de um azul mais escuro no meio. Victoria fitou o símbolo de sua família e seu coração se entristeceu. "Navegando sem medo" A garota lembrou do lema dos Lorak e suspirou. Quando era criança, tais palavras tinham um significado forte em seu coração, mas agora essas palavras pareciam mais distantes do que a vida de seus pais. 

Após soltar o ar de seus pulmões, ela cobriu seu rosto com suas mãos durante longos minutos e aos poucos o som do mar se tornou mais distante, dando lugar aos pensamentos sobre seu futuro. Se imaginou entrando em um barco qualquer e ficando durante meses até chegar a seu destino, se afastando de tudo aquilo que conhecia.  

Um plano começava a crescer em sua cabeça, mas tal feito seria impossível sem a ajuda de ninguém, então a garota precisava de mais alguém. O som da carruagem se aproximando chegou aos seus ouvidos, ela olhou para trás apenas para se certificar de que não era Megara que descia.  

— Olá - Victoria não estava nem um pouco curiosa para fitar o rosto de seu primo. O garoto soou acanhado e depois de alguns segundos se sentou ao lado da garota.   

A garota não deu atenção para seu primo por longos minutos, seus olhos se concentraram nas ondas se quebrando ao longe, detalhando cada efeito visto por seus olhos. Depois disso, ainda olhando para frente, deixou que o ar saísse de sua boca e se preparou para as palavras a seguir. 

 - Você sabia? 

— Do que? - Phillip era um rapaz bonito, qualquer pessoa via isso, ele tinha os velhos traços Lorak, por mais que tivesse Lurinof como sobrenome. Os cabelos eram bem pretos, os olhos ao longe aparentavam ser verdes, mas se ele se aproximasse o suficiente, era possível notar que  eram uma mistura de azul com verde. Uma clara combinação dos Lurinof e Lorak. Mas o que mais impressionava Victoria não era nada disso, e sim a lerdeza acima da média do príncipe de Laguna.  

— Não se faça de... - Queria ter dito "desentendido", mas se lembrou com que ela estava conversando. Virou seus olhos para ele e disse.  - Sua mãe quer fazer um torneio, pretende chamar todos os reinos ao nosso alcance.  

 - Ah! - Abriu bem os olhos e a boca, depois deu um pequeno sorriso com os lábios. -  Ela contou sobre isso para mim... Faz uns dois ou três dias, não me lembro direito, por quê? Você parece tão tensa... Não gostou da ideia?  

— Megara não lhe contou qual será o prêmio? - Victoria juntou as sobrancelhas. 

 - Acho que não... Para falar a verdade, eu me perdi no meio da conversa com ela, então não lembro de muita coisa, mas acho que já te disse isso. 

 - A Rainha de Laguna quer me entregar como prêmio para quem vencer o torneio.  

— Nossa... Isso é...  

— Horrível! - A princesa gritou, ao mesmo tempo em que batia o punho direito na areia. Olhou para os soldados atrás deles, havia até esquecido da existência deles. Revirou os olhos e voltou para seu primo. - Eu não sou uma qualquer, Phillip, eu sou uma Lorak, a herdeira disso tudo aqui... E você sabe.  

O garoto deu um suspiro e passou a mão no próprio cabelo. 

— O que pretende fazer? - Ele cruzou as pernas, e voltou seu rosto para baixo e focou seus olhos no buraco entre elas, talvez estivesse envergonhado demais pela sua mãe a ponto de não conseguir olhar no rosto da própria prima.   

— Eu vou fugir.  

Ele deu uma risada e balançou a cabeça, só quando percebeu que era sério seu rosto mudou. 

— Você vai o que?! - O garoto arregalou os  olhos. Victoria serrou os olhos, lembrando o primo dos guardas, ele abaixou o tom de voz e prosseguiu.  - Escute aqui, Victoria, eu não quero ser rei, e nem por isso você me vê planejando uma fuga!  

Phillip Lurinof mal tinha 15 anos de idade, pelas leis de Laguna o príncipe só pode subir ao poder quando completasse 16 anos, o que significava que Phillip podia subir ao poder a poucos anos, mas o grande problema nunca foi em relação a idade, e sim na vontade que ele tinha de se sentar no trono e controlar Laguna, ou seja: Nenhuma. Tais pensamentos deixavam Megara cada vez mais aflita.  

— Nossa, estou admirada com a nossa semelhança! - A garota abriu um sorriso irônico. - Você não quer ser rei e eu não quero ser tratada como uma puta! Somos realmente parentes! 

 - Sim! - O rapaz abriu um lindo sorriso, mas só depois de algum tempo notou que tudo aquilo era ironia. - Espera, você foi irônica?   

Victoria fechou seus olhos e respirou fundo. Ao mesmo tempo em que fez isso, estendeu a palma de sua mão esquerda na direção do rosto do primo, como se estivesse lhe dizendo "Cale a boca". Após essa demonstração de afeto, a menina se levantou e começou a andar na direção de sua carruagem.  

— Ei espera! - A mão de Phillip segurou o braço da prima, e ela parou de andar. - Senta aqui, vamos conversar! Tem tanto tempo que não temos um momento assim...  

Ela bufou e se sentou. Cruzou suas pernas assim como as do menino estavam a uns minutos atrás, seus braços se apoiaram nos próprios joelhos e por sua vez suas mãos tocavam seu rosto. 

— Foi por isso que não compareceu ao jantar ontem? - Ele tentou fitar o rosto da garota, mas ele estava tampado pelas mãos da mesma.  

— Podemos mudar de assunto? - Ela se esticou e tornou a olhar o mar. - Por favor.  

 - Certo, desculpe – O príncipe imitou a posição de sua prima, e Victoria deu uma risada baixa. Ela sentia saudades de sua irmã Larissa, e quando ela estava com Phillip era como se a companhia dela voltasse para seus braços.  

Durante longos minutos a única realeza ali era o puro som do mar. Por alguns instantes ela se lembrou de sua irmã, daqueles cabelos loiros que recaíam sob seus ombros em lindos cachos, olhos tão azuis quanto o mar que ela fitava, e um sorriso que apaixonava qualquer um. Era um mistério em como a primogênita dos Lorak ainda não tinha se casado. Agora que estava mais velha, Victoria gostaria de conversar com sua irmã novamente, nem que fosse por poucos minutos.  

— Phillip, você acredita em sereias? 

— O que? – O menino juntou as sobrancelhas, e esperou que ela respondesse. 

— Quando eu era bem pequena, lembro de minha irmã contar histórias, sobre como os Lorak descendem das sereias...  

— Quais histórias?  - Perguntou. 

"Foi exatamente aqui" Lembrou de sua irmã sentada ao seu lado. Seu rosto era tão lindo na luz solar, os olhos pareciam reluzir assim como seus cabelos loiros repleto de cachos caídos. Ela usava um vestido de seda branco com detalhes dourados. A alguns metros delas em uma barraca, seus pais repousavam com a companhia de várias frutas. "Lari, sereias existem?" A voz infantil de Victoria soava como um fantasma. "Claro que existem! De onde você acha que nossa família veio?" A Voz alegre de sua irmã a animava mais."Um príncipe banido de seu reino, uma vez em uma noite tempestuosa, salvou uma linda sereia dos piratas! Ela tinha longos cabelos pretos... uma pele clara como a neve e olhos tão azuis quanto o mar que ela nadava! Eles se apaixonaram, e juntos se uniram em casamento por puro amor! E assim a família Lorak nasceu"  

— Larissa parecia ser um pessoa muito legal, queria te-la conhecido... – Phillip virou seu rosto para o lado, apenas para fitar melhor a garota. 

— Ela era - Deu um pequeno sorriso. "Se sereias existem por que eu nunca vi nenhuma delas?" Perguntou assim que a mais velha contou a história das sereias "Elas tem inveja da nossa beleza!" Riu mentalmente ao lembrar da cena. - Ela era mais que legal. – A Princesa respirou fundo.  

O vento foi tão forte que a bandeira dos Lorak logo atrás deles fazia uma canção borbulhante.  

— Espera é por isso que o símbolo da sua família é uma sereia? – Phillip levantou as sobrancelhas. – Quer dizer então que você consegue respirar de baixo d'água? 

— Ah Phillip... – A menina deu uma risada que prosseguiu com um sorriso. 

E mais uma vez, os dois ficaram em silêncio durante um tempo, até que Phillip tentou falar mais uma vez. Baseando-se em uma conversa que começou desde que ele tinha sentado naquela areia. 

—  Você quer mesmo fugir? 

— As vezes quando estou dormindo, sonho com as sereias cantando meu nome... Me chamando... –  Lembrou de um deles. Estava em um pequeno barco, sozinha. A névoa se erguia por todo o lado, a permitindo ver apenas poucos metros de mar. O som suave da voz delas soava junto com a movimentação em volta do barco. Outro sonho ela estava na praia, e seus pés caminhavam além da mare, afundando no mar para sempre. – O símbolo da minha família é uma sereia... O lema é “Navegado sem medo”... Quem seria eu se ficasse aqui para sempre? Uma Lorak? Definitivamente não.  

— E se.. E se eu conversar com minha mãe?  

— Boa idéia – Riu  sendo irônica mais uma vez. 

— Eu estou falando sério! – Por mais que Victoria odiasse admitir, ela sabia exatamente que Phillip era uma das únicas pessoas que Megara escutava, e isso era bom e ruim ao mesmo tempo. – Se eu convence-la a esquecer essa história de prêmio em torneio? Você vai ficar? 

— Bem... – A Princesa de laguna suspirou, e olhou para seu primo. – Acho que sim. 

— Tudo bem – Ele olhou para ela, e depois de um tempo em silêncio, perguntou. - Como foi a aula de bordado?  

— Sério? - Ela deu uma risada. - Como foi a aula de "luta"?  

— Ha Ha – Phillip abriu a boca. – Já entendi.  

Victoria sorriu com os lábios olhando para ele, observando os detalhes no rosto do garoto. Após isso, se levantou e ergueu sua mão para que ele pudesse ficar como ela. 

 – Venha, estou com fome. 

Logo, os dois estavam de pé, caminhando juntos na direção das carruagens. 

— Phillip, eu te amo, tudo bem? 

— Eu também te amo! – O rapaz abriu um sorriso de felicidade depois de ouvir as palavras de sua prima. – Você é minha prima preferida! 

— Eu sou sua única prima – Ela riu. 

 


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Notas finais do capítulo

iai o que acharam deste capítulo? a uns capítulos atrás eu fiz uma pergunta sobre o site e após muito tempo consegui faze-lo! Ele está cheio de informações para vocês saberem mais da história enquanto eu não posto um capítulo novo!
Em breve ele terá mais sessões como acontecimentos passados e os outros reinos!
http://acancaodefogo.weebly.com/

Não se esqueçam de deixar sua opinião para eu saber o que vocês estão achando da fic, um beijo e até o próximo ♥ ♥



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