A Canção de Fogo - Faíscas escrita por Sapphire


Capítulo 17
Kloire I


Notas iniciais do capítulo

O capítulo é bem curto, mas mostra um acontecimento que vai afetar todos os demais núcleos uma hora ou outra.

Gente eu queria conversar com vocês, eu to bem desanimado em postar a história, e eu só estou postando porque não quero decepcionar quem está lendo (ainda mais pq eu tenho muitos capítulos prontos já). Eu gosto bastante de interagir com os leitores e pra ser sincero eu sinto falta disso aksdkaks

Mas é isso, sem delongas vamos ao capítulo!!



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Os guardas que protegiam a vida do rei vestiam branco, uma cor clara para combinar com a neve que sempre caía no Reino do Norte. As colunas mantinham aquela enorme estrutura de pé, e dava um ar mais belo naquele enorme Palácio. O piso era um azul bem forte, criando um contraste com o a cor clara do resto da sala, principalmente com o trono de mármore branco, esculpido a muito tempo. 

E neste trono branco, o Rei se colocava sentado com sua expressão preocupada. A coroa de prata se misturava com seus cabelos brancos que caíam até o pescoço. Karth, seu conselheiro ao seu lado conversava com ele, enquanto os olhos de Kloire se concentravam nas portas se no final do salão.  

Um homem entrou acompanhado de dois guardas, as vestes deles eram vermelhas, com o símbolo de um dragão. estampado no peito. O Rei do Norte reconheceu aquelas vestes, eles eram enviados da Família Tass. 

— Onde está minha esposa? - Perguntou para o conselheiro ao seu lado. 

— A Rainha Elli está cuidando de seu filho, Verirsis, Majestade. – Karth disse. 

Já ia fazer uma semana desde que o príncipe do Norte tinha adquirido um problema de saúde, agora mal conseguia ficar de pé na cama, ele dizia que sua garganta doía e por isso não conseguia ingerir qualquer espécie de alimento. Isso era um problema comum no Reino do Norte, normalmente só as crianças têm, mas não signifique que adultos são imunes. A única diferença era que adultos conseguiam se recuperar rápido o suficiente para não morrerem. 

Quando os pensamentos de Kloire cessaram, o cavaleiro dos Tass já estava a metros de seu trono. Ele se curvou e em seguida soou: 

— Vossa Majestade, trago uma mensagem do Rei Átila Tass II. 

Ele estendeu sua mão e entregou a carta.  Karth desceu as pequenas escadas e se aproximou do homem, após pegar o papel voltou para o lado do rei e lhe entregou. Quando Kloire tinha a mensagem em mãos, viu a coloração amarelada selada por um símbolo em cera do Dragão, o brasão dos Tass. 

A noite já tinha caído na capital do Norte, e a família real se sentava na mesa para comer,  menos Verirsis que ainda se colocava deitado na própria cama, consumido cada vez mais pela doença. O Rei observou o rosto de sua mulher, o cabelo e as vestes preparadas pelas servas podiam disfarçar, mas um marido conhecia a aflição nos olhos da esposa. 

O clima nos últimos tempos não era um dos melhores. O rei do norte havia fechado um acordo com o rei de Caphiro, e seu primogênito Theodore Wrynn se casaria com sua filha mais velha, Clair Parsons, e em troca o Norte receberia muito mais cargas de desígnios marítimos, a especialidade das ilhas. Porém o grande problema foi em como isso foi recebido pelo resto da família, mesmo sendo algo normal entre as famílias nobres, Clair não conseguiu esconder sua decepção e tristeza diante de seus famíliares, e se isolou por dias, e quando esse problema pareceu já ter sido resolvido, Verirsis ficou doente, desestabilizando a família mais uma vez, mas a carta dos Tass era algo que prometia mudar aquela situação, era o que Kloire esperava ao menos.  

— Pai, quando voltava da caçada vi alguns cavaleiros de Aksum saíndo do palácio... O que eles queriam? - Aeris, o príncipe mais velho perguntou. 

 - Eles trouxeram uma carta, amando dos Tass. 

— O que diz? – Praire perguntou, seus cabelos brancos estavam soltos e recém penteados. 

— O Príncipe Hélius Tass vai se casar.  

 - Com aquela menina? - A sua filha mais velha, Clair perguntou. - Lembro deles terem sido apresentados na comemoração do dia do nome dele... 

 - Isso foi a quatro anos. Por que demoraram tanto? - Aeris franziu a sobrancelha, e o rei entendeu o motivo dessa dúvida, ele também nunca entendeu porque o príncipe herdeiro demorou tanto para se casar. 

— Não importa o motivo da demora, nós fomos convidados – As mãos fortes do rei levaram a comida até a sua boca, e após alguns minutos em silêncio, ele pronunciou. - Precisamos partir o quanto antes.  

 A rainha Elli estava em silêncio desde que a refeição começou, parecia nem estar no mesmo cômodo que os demais, mas bastou apenas as palavras do seu marido, para que ela virasse seus olhos para o mesmo. 

— Seu filho pode morrer a qualquer momento e você se preocupa no casamento dos Tass? - Disse fria como o gelo. 

 - Eles são os reis, Elli.  

 Os demais filhos na mesa, pareciam fingir que não escutavam a conversa, mas hora ou outra, Kloire notava os olhares aflitos uns nos outros.  

— Você também é um rei, o rei do Norte! E você precisa ficar aqui com sua família e seus súditos - A voz era calma, mas isso não impedia que cada palavra que saía de sua boca soasse menos ameaçadora.  

— Você entende quando eu falo que os Tass são os reis... - A cerca de 291 anos atrás, o continente de Hangarus era divido por dois reinos: O Norte, governado pelos Parsons, e Aksum, que era governado pela dinastia Kisandra. Caphiro, Livada e Karlee não passavam de colônias super explorados pelos Kisandra, uma das piores famílias que já pisaram no continente. Porém tudo acabou, quando os primeiros Tass chegaram em Hangarus, Adônis Tass I, sua irmã Afrodite Tass e Alice Lehon Tass, ambas suas esposas. Cada um dos três domava um dragão, e juntos os três com seus exércitos livraram o povo das mãos dos Kisandra. Anos depois, as colônias de Aksum se tornaram reinos, mas totalmente leais aos Tass, e isso se perpetua até os dias atuais. 

Então mesmo que os reinos sejam independentes, todos eles devem muita satisfação para o reino central, Aksum. Muitos lordes até chamam Hangarus de “Os cinco reinos”, pela dependência que eles tem um dos outros, de Aksum principalmente.  

— É uma pena que Clair também não possa ir, ou você se esqueceu de que vendeu sua filha para os Wrynn? – A Princesa do norte não conseguir disfarçar seus olhos temerosos perante as palavras de sua mãe, ela só conseguiu voltar para sua comida quando Kloire olhou para a jovem. Sua viagem de casamento já estava marcada, tão marcada quanto a morte do filho mais novo, Verirsis, e logo a esperança de que a família se reunisse uma última vez foi se esvaindo. 

A Rainha assim como Clair, foi entregue por sua família em um acordo de casamento,  e por mais que Elli nunca tivesse demonstrado repulsa por isso, ele sabia que aquela não tinha sido sua primeira escolha , assim como também não foi a dele. 

A primeira escolha de Kloire foi uma garota de outro continente, eles se conheceram durante os “Dias de Aksum” o grande conselho que durou um longo tempo, reunindo todos os Reis e lordes principais que tinham algum contato com o Rei Cefiso Tass. Durante esses dias, ocorreram grandes bailes, jantares, torneios... Uma época que jamais ia voltar. A garota tinha um lindo cabelo preto, uma pele lisa e clara, seus olhos tão azuis que o fazia lembrar dos lagos em Karlee. 

O romance durou o quanto pode, mas infelizmente quando os “Dias de Aksum” começaram, Kloire Parsons já estava prometido para Elli Pachini fazia tempos. Como qualquer pessoa apaixonado, a menina não aceitou muito bem e saiu de perto dele. Desde esse acontecimento, os dois nunca trocaram se quer uma carta ou se viram novamente... Mas em seus sonhos, o Rei Kloire a visitava e juntos os dois viviam um amor perfeito. 

E uma das piores partes disso era que a cada dia que se passa os sonhos com a menina ficavam cada vez mais escassos, a memória dele não é e nunca será como antes, fazendo com que o reino e nem mesmo o nome era mantido em sua memória.  

— Eu não lhe entreguei escolha alguma, nós iremos para Aksum, comemorar o casamento do Príncipe Hélius Tass, e ficaremos para o Torneio do dia do seu nome que é um tempo depois... Só é uma pena que Clair não possa ir... Eu sinto muito minha filha. 

 Antes que a garota pudesse falar qualquer coisa, a rainha se levantou e disse:  

— Como consegue nem pensar em comparecer  casamento  da própria filha? Ou ficar aqui nos últimos de  Verisis? – Ela deu uma pausa, a medida que os filhos não conseguiam mais disfarçar sua existência ali. – Vá para Aksum, eu ficarei com meu filho.  

Ela começou a se afastar, a medida em que seus filhos a viam se distanciar cada vez mais da mesa. O rei podia ter feito qualquer coisa, ordenado a esposa a permanecer sentada por exemplo, mas ele sabia que a Rainha estava certo, só não queria admitir. 

Presenciar o casamento de sua filha na capital de Caphiro ou o casamento do Príncipe herdeiro de Aksum ? Uma decisão que deveria doer só em pensar na solução. Com os anos que se passavam, o homem aprendeu a guardar os sentimentos para tão dentro de si que apenas algo de suma importância conseguia desperta-lo novamente. O fato é que este bloqueio o ajudou a preparar sua cabeça para se tornar o grande Rei que era, sempre escolhendo o melhor para seu reino, não importava quem ferisse.  

Nem que fosse apenas ele, Aeris e Praire, mas os Parsons iriam para ao casamento dos Tass. 


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Notas finais do capítulo

Iai, o que acharam? estou ansioso para saber
Bjs e até o próximo



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