Como se livrar de um moleque apaixonado. escrita por LDMRPB


Capítulo 6
Dança com o mar


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos cometários, espero que gostem. Boa leitura.



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Capitulo 6 - Dança com o mar.

Dylan caminhou com passos pesados para a porta que emanava o terrível barulho da campainha inúmeras vezes, no caminho ainda recebeu um olhar de reprovação da Dorothy, como se o mesmo fosse culpado pelo inconveniente. Revirou os olhos ao abrir a porta não se surpreendendo com a figura que se encontrava ali. Brian estava com um grande sorriso reluzente nos lábios que apenas aumentou ao visualizar o mais velho, o qual tinha o peito desnudo vestindo apenas uma calça cinza e os cabelos ainda bagunçados caiam pelo seu rosto franzido em desagrado.

— Bom dia, Dy!  — O jovem cumprimentou. — Você vai adorar a programação de hoje. — Afirmou confiante. O mais velho analisou o loiro que usava uma blusa branca semi-transparente com uma gola redonda bem cavada, deixando suas clavículas a mostra, uma bermuda roxa que não chegava a metade das suas coxas, um óculos aviador escuro apoiado em seus cabelos e uma mochila preta sustentada em suas costas.

— Por favor, não diga que é o que estou pensando. — Suplicou.

— Hoje está excelente para irmos a praia, Dy! — Confirmou o que o moreno temia. Dylan suspirou fundo antes de dar espaço para o loiro entrar em seu apartamento. — Enquanto você se arruma eu vou esperar aqui com a Dorothy. — Brian afirmou, ignorando o desagrado do mais velho e caçando a gata pelo imóvel.

Dylan sabia que essa hora chegaria, mas internamente desejava que o mais jovem tivesse esquecido da aposta do mês anterior. Cada dia mais, os domingos de dormir até tarde se tornavam mais distantes em sua memória. Tomou um banho rápido e procurou por longos minutos no seu guarda-roupa algum visual que fosse compatível com a praia. Não gostava de areia, de pessoas, de sol e nem da água salgada, logo era mais que obvio que detestava esse ambiente. Nem lembrava a ultima vez que tinha ido a uma praia. Talvez ainda criança na época em que sua mãe era viva, mas não tinha uma lembrança muito viva do momento. Optou por uma camiseta amarela claro e uma bermuda florida que ficava acima do seus joelhos, a peça tinha sido presente do seu amigo Brandon, que lhe presenteou como uma piada na época, pois sabia que o moreno gostava de coisas mais discretas.

— Estou pronto. — Dylan avisou ao loiro que era ignorado pela gata que ficava cada dia maior.

— Vamos! — O sorriso de Brian cresceu ao analisar o mais velho. — Você está tão bonito. — Elogiou o mais velho, não lembrando de alguma vez te-lo visto tão despojado.

Dylan caminhou até a porta e pegou as chaves do seu carro que raramente usava.

— Não precisamos ir de carro, Dy. É super perto! — Justificou o mais novo que foi ignorado por Dylan. Não ia deixar que mais pessoas que o necessário o vissem depois do comentário do mais novo, Dylan agora tinha a certeza que deveria estar ridículo. — Tudo bem. — Concordou o mais novo vendo que Dylan não mudaria de ideia, se despedindo do animal e indo em direção ao mais velho.

Não demoraram nem dez minutos e já era possível avistar a areia e o mar no horizonte.

— Vai ser impossível achar alguma vaga. — Reclamou o mais velho ao analisar a quantidade de pessoas no local.

— Tem um carro saindo ali! —Brian apontou levando o moreno a uma vaga recém disponível. — Que sorte! —

— Muita. — Dylan ironizou enquanto terminava de estacionar o veiculo.

— Você vai se divertir hoje, prometo! — Afirmou o loiro antes de sair do carro.

— Está lotado aqui, Brian. — Resmungou o mais velho sendo praticamente arrastado pelo loiro pela praia.

— Não se preocupa, eu conheço um local secreto. — Revelou em um sussurro, dando certo alivio ao mais velho, esperando ter menos pessoas nesse “local secreto” do mais jovem.

Os dois caminharam juntos por cerca de cinco minutos entre uma área cheia de pedras e Dylan começava a se questionar se o mais novo o mataria no meio daquele local totalmente sinistro e e cada vez mais deserto em que era guiado.

— Chegamos! — Brian afirmou apontando seu braço em direção ao local que estava completamente vazio. Escondido entre as pedras, uma pequena gruta dava caminho a uma área reservada da praia.

— É lindo. — Comentou o mais velho, surpreendendo Brian e a si mesmo.

— É sim, vem! Vamos! — O mais jovem puxou Dylan pela mão e o guiou dentro da pequena caverna. — Eu encontrei isso aqui quando era mais novo e desde então tem sido o meu esconderijo. — Revelou enquanto tirava alguns acessórios da sua mochila e se acomodava na areia.

— O Brandon nunca me contou desse lugar. —

— Ele não conhece. Eu nunca mostrei a ninguém. — Confessou o mais jovem ficando levemente enrubescido. — Vem, vamos para água! — Brian chamou, tentando levantar o mais velho que sentava confortavelmente em seus próprios sapatos evitando a areia.

— Pode ir. — Incentivou o moreno recebendo um revirar de olhos do mais novo.

— Vou mesmo. — Afirmou, tirando sua blusa e caminhando em passos rápidos para a água.

Dylan analisou o mais novo na água calma que parecia se divertir em mergulhar de um canto a outro, desaparecendo por alguns minutos da sua vista. Brian sempre que ressurgia da água, balançava seus cabelos fazendo alguns fios grudarem em seu rosto sorridente. Dylan não negaria sentir inveja da capacidade do jovem de ser feliz sem motivo aparente, tudo para ele parecia um motivo de alegria constante. O loiro reparou o olhar analítico do mais velho em si.

— Vem, Dy! A água está uma delicia. — Brian revelou, tentando convencer o mais velho que novamente negou ao seu chamado. — Não acredito que você vai me fazer usar dois pedidos no mesmo dia... — Reclamou.

— Eu não gosto do mar, Brian. —

— Você não gosta de nada, Dy. — Debochou. — Pode vim, é meu segundo pedido. Você não vai quebrar sua promessa, vai? — Dylan suspirou diante daquela chantagem barata retirando sua blusa e colocando dobrada em cima dos seus chinelos antes de caminhar sem vontade em direção a água.

— Eba! — Comemorou o mais novo ao perceber que o moreno caminhava em sua direção. Brian ficava impressionado com a beleza singular do mais velho. Os raios de sol refletiam sua pele e lhe davam uma aparência quase angelical. — Dy, você não deveria entrar de óculos no mar. — Repreendeu o mais velho enquanto o mesmo caminhava em sua direção.

— Eu não vejo nada sem eles, Brian. — O moreno falou. — Pronto, entrei na água e agora? — Perguntou ao mais novo assim que se posicionou em frente ao loiro, ainda estranhando a sensação da areia molhada sob seus pés e agradecendo ao mar estar calmo com pouquíssimas ondas naquele momento. Por esse motivo foi pego totalmente de surpresa quando um jato de água lhe atingiu o rosto e em seguida outro e outro e outro. Dylan permaneceu perplexo e imóvel ao receber as inúmeras rajadas de água que o mais novo jogava em sua direção. Brian parou de jogar água no mais velho ao perceber que o mesmo parecia mais irritado que de costume.

— Dy, desculpa eu pensei que seria divertido. — Justificou o mais novo visivelmente culpado. — Eu... — Sua justificativa foi interrompida por um jato de água em seu rosto o fazendo sorrir e começar uma infantil guerra d’agua.

Dylan não sabia a quanto tempo ficaram presos naquela brincadeira, mas começou a sentir seus braços cansarem e em algum momento segurou os braços do mais jovem que não parecia tão cansado quanto ele.

— Trégua. — Pediu ao Brian, segurando seus braços para evitar que fosse molhado novamente.

— Trégua! — O loiro concordou com um tom risonho. Dylan não conseguia ver seu rosto claramente, pois seus óculos encharcados estavam limitando sua visão, mas percebeu a proximidade dos seus corpos ao soltar os braços do loiro e sentir seu calor emanando em sua direção. Levou sua própria mão a sua bochecha esquerda sentindo uma dor incomum no seu maxilar, não estava acostumado a rir tanto assim. Dylan sentiu a mão do mais novo sobre a sua em um contato inesperado. — Você fica lindo sorrindo. — Sussurrou o loiro, perigosamente próximo do mais velho.

— Você tem me dado bons motivos para isso. — Dylan assumiu sem pensar. A mão do mais jovem apertou a sua enquanto seus corpos eram levados pelas ondas que os aproximavam ainda mais, em uma dança involuntária guiada pela correnteza do mar.

— Ai! — Brian gritou, retirando bruscamente a mão do rosto do mais velho cortando aquela aproximação.

— O que foi? — Dylan indagou preocupado.

— Eu pisei em alguma coisa. — Afirmou o loiro fazendo um expressão de desconforto. — Mas não foi nada. — Mentiu.

— Vem. —  Dylan apoiou o mais novo em seu corpo e juntos caminharam em direção a areia deixando o oceano para trás.


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