Como se livrar de um moleque apaixonado. escrita por LDMRPB


Capítulo 4
Companhia temporária.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Capítulo 4 - Companhia temporária.

Dylan acordou subitamente devido ao terrível pesadelo que tivera, ele estava sonhando com sua mãe agonizando de dor. Um sonho que ele viveu incontáveis vezes no passado. Sentou na cama as pressas percebendo que, felizmente, havia sido um sonho. Analisou o porta retrato em cima do criado mudo ao lado da sua cama, a foto retratava a sua falecida mãe deitada e um Dylan ainda bebe dormindo em seu peito.

Apesar de sozinho, Dylan não achava que se sentia solitário, mas sentia falta da sua mãe quase todos os dias, a presença dela deixava o dia melhor e definitivamente a sua falta ainda o machucava. Geralmente em dias que começavam assim, eles não tendiam a melhorar. No passado, chamaria o Brandon para ficar consigo e se distrairia com as baboseiras do amigo, mas hoje não poderia fazer isso. Não imaginava que fosse sentir tanta falta dele depois que se mudasse, mas constantemente se pegava pensando no amigo. Queria visita-lo, mas sabia que não seria possível agora. Tinham se passado apenas três meses da mudança do Brandon, e Dylan sabia que eles ainda estavam se organizando na nova vida.

Olhou o celular descansando em frente ao porta retrato, sentindo uma enorme ânsia de ouvir a voz do amigo. Pegou o celular e analisou a hora, seis horas  da manhã de uma quinta-feira definitivamente não era o momento de se ligar para ninguém. Decidiu por levantar e se arrumar para o trabalho, sentindo um enorme peso em seu peito.

Já arrumado pegou a sua maleta e guardou o celular, saindo do apartamento. Ao sair da porta Dylan encontrou com aquele sorriso que o perseguia.

— Bom dia, Dy! — Brian sorriu ao ver seu namorando no corredor. — Já estava indo te chamar. —

—  Me atrasei um pouco. — Justificou. Já estão “namorando” há um mês e desde então Brian ia junto a ele para a estação de metrô. A paciência de Dylan para o mais novo diminua a cada dia, todas as noites eles assistiam a algum filme na televisão, mas fora isso, nada havia mudado na dinâmica da relação dos dois.

— Você vai adorar o filme que escolhi para assistirmos hoje.— Brian comentou animado enquanto caminhavam juntos. —

— Deixa eu adivinhar, heróis novamente. Correto? —

— Sim, mas esse é diferente. Ele até me lembra um pouco você, só muda que ele é bilionário, playboy e filantropo. Eu não entendo porque você esnoba tanto os meus filmes, quando vivia assistindo animações de heróis com o Brandon. —

— Era diferente. — Justificou.

— Ah, é? Por que? Eu não vejo diferença entre assistir comigo e assistir com o Brandon. — Questionou.

— A diferença é a companhia. — Respondeu.

— Sabe, qualquer outra pessoa ficaria magoada com essa resposta, mas eu não, já me acostumei com seu jeitinho doce de ser. — Brian ironizou.

— Você tem falado com o Brandon? — Dylan indagou, mudando de assunto.

— Toda noite ele liga para falar com a nossa mãe e a gente acaba conversando, mas nunca por muito tempo, ele esta completamente exausto, o coitado... —

— Hum... —

— Se você sente falta dele, deveria telefonar. — Sugeriu.

— Eu não sinto a falta dele. — Dylan respondeu com um tom de voz levemente ofendido, mas que foi percebido pelo mais novo.

— Bom, eu só digo isso porque sei que você não tem muito amigos, né? E eu sei que vocês estavam sempre grudados. Eu tenho certeza que ele também está com saudades suas. —

— Brian, eu já disse que não estou sentindo a falta dele, podemos encerrar esse assunto, por favor? — Pediu irritado.

— Tudo bem, vou te contar do filme então... — Dylan deixou o Brian divagar sobre seu filme bobo, mas não pode evitar de pensar no que ele havia dito. Talvez, devesse ligar para Brandon. Não fazia ideia de como o mais novo sabia que ele sentia falta do amigo e odiava essa intromissão em sua vida. Observou o loiro que falava sem parar, respirando profundamente e desejando que ele enjoasse de si o quanto antes.

O dia se passou sem grandes novidades, as demissões no trabalho continuavam e agora haviam boatos que a empresa estava sendo vendida. Dylan tentou não se apegar as fofocas do local, mas não pode evitar de sentir um frio na barriga. Vivia pelo trabalho e era uma das poucas coisas que davam sentido a sua vida, não imaginava o que faria se ficasse desempregado. Apesar de ter confiança na sua capacidade e certeza do seu currículo excelente, via como a situação estava difícil até para as pessoas qualificadas.

Ao chegar em casa tomou um banho, vestiu uma roupa confortável e comeu a primeira besteira que encontrou em seu armário, não estava no clima para cozinhar uma refeição de verdade. Respirou fundo ao ouvir a campainha tocar, a ultima coisa que queria era assistir aos filmes idiotas junto ao pirralho. Gritou avisando que a porta estava aberta e ouviu os passos do garoto caminhando em sua direção, mas foi o barulho de um miado que chamou a sua atenção.

— Por que você esta segurando um gato? — O moreno perguntou curioso ao ver que o Brian segurava um pequeno animal, certamente filhote, em uma das mãos.

— Encontrei ele chorando na rua, estava encharcado por conta da chuva, preso entre alguns galhos de arvore, eu precisei ajudar. — Dylan analisou o garoto e percebeu que ele também estava totalmente molhado, seus cabelos e roupas pingando, molhando o carpete do seu apartamento.

— Certo, mas o que faz com ele aqui no meu apartamento? —

— Bom, eu sei que você não gosta muito de animais, nem de crianças, nem de nada que tenha vida no geral... — Deu um pequeno sorriso antes de completar receosamente. — Mas minha mãe é muito alérgica, não posso, de forma alguma, leva-lo para casa e eu também não podia deixar ele lá, ele ia morrer, Dy. — Choramigou tentando se justificar.

— Deixe-me adivinhar, você encontrou então a brilhante solução de traze-lo para minha casa? —

— Por favor, é temporariamente, só até eu encontrar um lar para ele. — Pediu, seus olhos brilhavam em suplica e sua aparência molhada ainda deixava a situação mais patética.

— Me dá isso aqui. — Falou pegando cuidadosamente o animal das mãos do mais novo. — Vá tomar um banho e trocar essas roupas molhadas e a gente conversa quando você voltar. —

— Está com medo que eu adoeça? — Brian abriu um sorriso ao ouvir a ordem do moreno.

— Não, estou com medo que inunde minha casa. —

— Posso tomar banho aqui? — Pediu.

— Tudo bem. — Respondeu após um longo suspiro, o garoto não cansava de lhe pedir favores. — Vou te deixar uma roupa em cima da cama. Tem toalhas no armário. —

— Obrigado! — Após agradecer o mais novo se direcionou ao banheiro, deixando o pequeno ser peludo sozinho com o mais velho. Dylan pegou uma toalha e enxugou o animal, depois pegou uma seringa em seu kit de primeiros socorros da cozinha e em seguida a encheu com leite, oferecendo ao animal que aceitou sem excitação.

“Ele deve estar faminto, certeza o Brian não pensou em o alimentar”, pensou enquanto alimentava o animal. Dylan realmente não era o maior fã da vida selvagem, mas analisando aquela pequena vida em suas mãos, não pode deixar de sentir pena. Seu corpo estava frágil e magro, seus pelos ainda curtos eram de um tom amarelado e seus olhos era de um azul bem claro. Dylan sorriu ao analisar o gato, ele parecia com o Brian.

Minutos depois, o mais jovem apareceu na sala vestindo as roupas que o mais velho havia separado e se sentou ao lado do moreno que segurava o gato em seus braços, agora dormindo e enrolado em um cobertor.

— Então, você pode ficar com ele por enquanto? Por favor! — Implorou ao mais velho, sentando ao seu lado no sofá e admirando a pequena criatura em seu colo.

— Você sabe que é uma fêmea, não é? —

— Mesmo? Lá se vai minha chance de chamar ele de Dy. — Brian pareceu levemente desapontado com a noticia.

— Você é mesmo um idiota. — Dylan falou em uma mistura de revirar de olhos e sorriso genuíno.

— Isso significa que ela vai poder ficar aqui? — Os olhos do loiro brilhavam em expectativa.

— Temporariamente! — Frisou.

— Claro, claro! Temporariamente. — Concordou apressadamente. — Ainda assim, ela vai precisar de um nome, Dy. —

— Que tal Dorothy? — Dylan sugeriu ao olhar a criaturinha em seus braços e levantou sua cabeça analisando a reação do menor a sua sugestão. O sorriso que surgiu nos lábios do mais novo foi tão largo e brilhante que acabou por fazer o mais velho o acompanhar. Contagiante.

— Perfeito! —


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