Como se livrar de um moleque apaixonado. escrita por LDMRPB


Capítulo 1
Das ideias a pior.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Capítulo 1 — Das ideias a pior.

 

— Mas eu te amo! — Brian repetiu sua declaração, dessa vez como uma forma de protesto pela resposta negativa do mais velho.

— Brian, quantas vezes eu preciso repetir? — Questionou Dylan usando da maior capacidade de paciência que tinha para que não fosse necessário agredir o garoto em sua frente. — Eu tenho quase o dobro da sua idade. Eu te vi crescer. Você não pode simplesmente continuar espantando meus namorados dessa forma! — Desde que Dylan assumira a sua sexualidade que o garoto ficava em sua cola. Brian era o irmão mais novo do seu melhor amigo e seu vizinho desde que nascera. Dylan sempre foi a obsessão do garoto de dezesseis anos, mas tudo piorou quando ele decidiu que a admiração que sentia era amor. — Já te disse mil vezes que não temos nada, nem seu amigo eu sou, sou amigo do seu irmão! — Reclamou irritado. Já estava cansado disso tudo. Daqui a pouco seria o quarto ano dessa obsessão maluca. Não tinha privacidade. Era constantemente perseguido pelo menino que o procurava no trabalho, mandava flores e presentes frequentemente e o pior de tudo, dizia a todos os homens que o mais velho conhecia que eles eram namorados e que ele estava sendo traído. Por conta desse moleque nunca conseguira manter um relacionamento sério com ninguém.

— Você só diz isso porque não me conhece. Eu sei que fomos feitos um para o outro, Dy! Eu juro que se você me der uma chance vai concordar comigo! — Insistiu. Dylan não podia negar que sentia pena do garoto. Ele lembrava como era ter 16 anos, mesmo que já fosse há 13 anos, e de como era gostar de alguém que não dava a mínima para você. Mas o problema ia muito além de apenas a diferença de idade deles. Inegavelmente o menino era bonito, jogava futebol o que mantinha seu corpo em uma forma legal e seus cabelos loiros queimados do sol formavam um contraste muito bonito com sua pele bronzeada, se ele fosse mais velho com certeza o paqueraria em um bar, mas mesmo assim, aquilo nunca seria nada mais profundo do que um caso de uma noite, pois, eles não tinham absolutamente nada em comum.

— Brian , o que você quer de mim? — Perguntou em voz baixa quase em um sussurro passando suas mãos pelas têmporas do seu rosto e sentindo que sua cabeça estava ao ponto de explodir.

— Eu quero ser seu namorado! — Falou sem hesitar, mesmo que em um tom baixo e levemente trêmulo por conta da força que fazia para não chorar. Foi impossível para Dylan não soltar um riso debochado com o desejo do menino.

— O que diabos você sabe sobre namorar? — Perguntou automaticamente, se condenando em seguida, pois, havia prometido ao seu melhor amigo que seria mais gentil com o rapaz.

— E o que você sabe? — O mais jovem retrucou. Era verdade que o único relacionamento duradouro que Dylan tivera foi com uma garota quando tinha seus 16 anos. Durou 5 anos, até a sua namorada terminar, pois, ele não queria casar. Depois disso, apenas casos de curto prazo, e mesmo após assumir a sua sexualidade ao mundo, continuava com relações pouco duradouras.

— Tudo bem. — Se surpreendeu ao responder. — Vamos namorar, então. — Concordou deixando um Brian sem reação.

— Você está falando sério? — Perguntou piscando os olhos rapidamente como para limpar aquela alucinação.

— Estou. A partir de hoje estamos oficialmente namorando. — Apesar

de idiota, sabia que essa era a única maneira, que ainda não havia tentado, de fazer aquela criança deixar ele para lá.

— O.k.! — Foi tudo que Brian respondeu e com um sorriso estampando o seu rosto saiu saltitando em direção a sua casa.

Dylan suspirou. Fechou a porta do seu apartamento e caminhou ao seu banheiro, ainda estava apenas de cueca, pois, havia acordado com uma discussão em sua porta entre Brian e o homem que conhecera ontem e dormira consigo. O menino era um pé no saco. Analisou seu reflexo no espelho, molhando o rosto abundantemente em seguida. Ele havia mesmo concordado em namorar aquele moleque? Tudo bem que queria mostrar para ele que estava confuso e que não o amava de verdade, era só uma admiração e assim que realmente o conhecesse sumiria. Mas como ele faria para manter esse “relacionamento”? Não se imaginava beijando-o, tendo encontros e assistindo filmes dividindo um cobertor. Aliás, tinha certeza que nem gostavam do mesmo tipo de programação. Ele era um adulto com alma de velho. Gostava de filmes estrangeiros em preto e branco, de passar horas analisando uma mesma obra de um museu, de ler livros grossos e o Brian, bom… O Brian gostava de filmes de explosão e tiros. De heróis com poderes esquisitos e efeitos CGI exagerados. Inclusive, para o Brian tudo tinha que ser exagerado. Acabou por se analisar no espelho. O que fazia o garoto gostar tanto assim de si? Não havia absolutamente nada de exagerado nele. Era um contador empresarial de 1,75 metros, cuja pele era neutra, nem clara nem escura. Possuía cabelos castanhos médios, assim como os seus olhos. A única coisa que saia do medíocre em sua aparência era a armação preta que sustentava em seu rosto graças a fortíssima miopia que sofria. Não que fosse feio, ele era apenas normal. A pessoa que ninguém reparava na rua, cujo rosto você perde na multidão. Sua autoanalise foi interrompida por um barulho em seu celular.

Diga-me que é brincadeira!” Era o que dizia na mensagem enviada pelo Brandon. Ele havia esquecido desse detalhe, o que falaria ao seu amigo sobre essa decisão? Essas são as consequências de fazer as coisas por impulso e sem pensar nas consequências.

“Ele já te contou?” Respondeu.

Estou mais interessado em saber por que você não me disse nada! Desde quando você retribui os sentimentos do meu irmão? Estava só esperando eu me mudar para fazer acontecer, né?” Dylan conseguia imaginar o seu amigo irritado digitando ferozmente ao celular.

“Claro, Brandon! Eu sempre quis avançar em seu irmãozinho. Tenha dó! Parece até que você não me conhece.” 

“Então vocês não estão namorando?” Brandon perguntou claramente confuso.

“Estamos, só que não.” A resposta que obtivera de Dylan não o ajudou. “Não me faça dirigir por três horas para me explicar essa história direito. O que aconteceu?” Dylan respirou fundo. Não sabia como explicar.

“Seu irmão é um stalker. Um doente! E a única forma de fazer ele me esquecer é agindo como um doente também. Aceitei namorar ele, mas não se preocupe que será tão namoro quanto você e eu. Só irei passar um tempo junto a ele para ele me conhecer e perceber que o que sente não é o que ele acha que é.” Dylan fez o seu melhor para reproduzir em texto a decisão que tomara.

“Você é cheio delas, mas essa me surpreendeu. Que ideia idiota!” Dylan não segurou a risada.

“Culpa sua que me proibiu de ser quem eu sou com ele.” Justificou.

“Você é um ogro, Dylan! Ia acabar fazendo o Brian se matar com suas grosserias.” Dylan revirou os olhos. Ele não era tão ruim assim. Só era direto. Mas o Brandon o achava um sociopata, simplesmente por não ter paciência para essas convenções sociais ridículas.

“Se você ainda está vivo…” Brincou. A próxima mensagem demorou a chegar, o que fez Dylan pensar se o amigo já havia largado o celular.

“Dylan, por favor, não machuque o Brian.” 

“Não irei.” Respondeu com certo peso no coração. Desde que o Brandon se mudou, após se casar há uns 2 meses, que o Dylan o fez a promessa de cuidar do seu irmão. Dylan nunca entendeu esse cuidado excessivo que o amigo tinha pelo caçula, mas como filho único talvez nunca fosse entender.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Estou meio enferrujada então sua opinião será muito importantes.
Beijos.



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