A Casa de Íris escrita por Carol Azevedo


Capítulo 2
Capitulo 1 - Sonho intrigante




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5 MESES DEPOIS
Lanne estava de pé, no ponto mais alto daquele monte
um local de uma mata verde densa, porém agradável, ainda mais diante da luz do sol.
Aquele ponto, o topo do monte, não tinha mata densa, somente um gramado baixo, a jovem olhava para o céu completamente vidrada, o loiro cinza de seus cabelos reluzia com a luz do sol, porém o rapaz logo atrás dela, tinha a nítida impressão de ser algo mais que somente a luz do sol.
De repente Lanne se ajoelhou com um grunhido de dor, o rapaz se abaixou preocupado e esticou o braço forte para tocar o ombro dela, porém, quando ela levantou o rosto e abriu os olhos ele se deteve ao ver que o globo de seus olhos tornou-se branco, más não um branco leitoso, e sim um tom de gelo e luminoso, mais brilhante que um diamante, sim, ele percebeu que seus olhos pareciam diamantes lindos e reluzentes. O jovem arquejou e se afastou brevemente ainda de joelhos, enquanto a jovem encarava o nada com aqueles olhos incrivelmente brilhantes.

— Lanne ? - O rapaz disse com um tom preocupado, más não obteve resposta, ainda preocupado porém muito calmo e comedido, ele achou melhor aguardar que aquele momento passasse, já havia presenciado aquilo antes e parecia inútil tentar um diálogo.

Um momento depois, ela com os cabelos voando pelo vento forte que se repousou abruptamente sobre seus ombros quando o vento forte sessou, ela piscou abaixando a cabeça como se recuperasse o fôlego, quando olhou novamente para o jovem, seus olhos haviam recuperado o tom castanho claro
e seu rosto antes pálido começava a tornar o tom rosado.

— Lucas?! - Disse ela assumindo um tom assustado
— Lanne! Você esta bem ?
— Vamos embora... Agora. - Disse ela ainda encarando-o com o mesmo assombro nos olhos, o rapaz não questionou, abaixou a cabeça assentindo e pegando a mão dela ajudando-a a levantar.

enquanto caminhavam um ao lado do outro mata a dentro descendo o monte, quebrando o silêncio o rapaz lhe fez uma pergunta em tom baixo sem desviar o olhar da trilha:

— O que você viu ?

O silêncio reinou novamente, depois de alguns minutos a jovem respirou fundo e quando ia começar a falar, algumas pedras rolaram aos seus pés vindo da sua direita, o que a alertou, ela esticou os braços e segurou o braço forte do rapaz que a acompanhava

— Há algo errado.

Dois homens saíram de dentro da mata densa e os encontraram na trilha
Um deles era forte e alto, moreno num tom quase caramelo, vestia roupas idênticas as do colega calças pretas e blusas brancas de algodão. O outro era igualmente forte e moreno, porém baixo numaestatura de aproximadamente 1,65. Era ainda mais baixo que a jovem Lanne, ambos aparentavam mais de 30 anos.

— Precisam de ajuda? - Disse o homem alto
— Não... Obrigada, Já estamos descendo. - Disse Lanne sem parar a caminhada
— Não deviam estar sozinhos no monte, principalmente perto do entardecer, a noite ja se aproxima e é difícil encontrar pessoas aqui em tão pouco número e a essa hora. - Disse o Homem baixo.

O sol ja descia no horizonte, e a luz agradável do Sol já ameaçava os deixar, os homens agora seguiam os dois jovens pela trilha em tom amigável, mas Lanne estava visivelmente desconfortável com a presença deles.

— Como eu disse ja estamos descendo, não vimos o tempo passar - Disse Lanne rispidamente agora andando um pouco mais rápido do que antes.
— Sabe, esse é um lugar onde as pessoas de fé vem para rezar, geralmente em grupos, vocês não aparentam se encaixar nesses grupos - Disse o homem alto parecendo curioso.


— Amigo, desculpe mas não queremos conversar agora, minha amiga e eu temos um compromisso e temos pressa - Disse o Jovem Lucas aos homens tentando da sua forma mais calma e casual cessar a conversa.
— Compromisso? - O homem mais baixo deu uma risada sem graça - Que compromisso seria esse que causasse tanta pressa?
— Não é de sua conta você não acha? - respondeu Lanne dando uma olhada rápida para o homem
— Você é bem atrevida não acha? - Disse o homem parando na frente a Lanne
— Calminha Bill! - Disse o homem alto colocando a mão no ombro do colega - A jovenzinha arisca tem razão, não precisamos saber onde eles vão... - o homem parou ao lado do colega parando a frente dos dois jovens - ...Porque eles não vão chegar lá mesmo. - Disse ele finalizando a frase com um sorriso
sinistro de lado
— Não queremos confusão ok, nos deixe passar. - Disse Lucas segurando o pulso de Lanne com firmeza e se saindo pela lateral do homem baixo
Mais uma risada, dessa vez do homem alto


— Você não entendeu, vocês não vão a lugar nenhum... - Ele olhou nos olhos de Lanne - ...Você não vai a lugar nenhum Princesa!
— Lanne Idiota! - Disse Lanne dando um chute nas bolas do homem alto, e logo correu por entre as árvores afim de sair da visibilidade da trilha. Lucas deu um golpe de Judô no rapaz baixo, o jogando por cima do ombro de costas no chão e em seguida correndo atrás de Lanne pelas árvores.
Os homens se levantaram de imediato e puseram-se a correr atrás dos jovens, corriam rapidamente de uma forma que pareciam conhecer a mata com a palma da mão, diferente dos jovens que se tornavam lentos ao desviar de árvores e rochas. Lucas não demorou a alcançar Lanne, infelizmente os homens também não.
Lucas puxou Lanne para trás de uma rocha que tinha ao seu lado um arbusto denso, colocando o dedo nos lábios ele sinalizou para que ela fizesse silêncio

— Jovem Lanne, não adianta fugir nem se esconder... - Cantarolou o homem mais alto
— Não adie o inevitável princesa! - Disse o homem baixo mas rispidamente, ambos falavam enquanto se esgueiravam pelos troncos das árvores cuidadosamente, olhando cada canto conhecido da mata e se encontravam bem a frente da Rocha onde os jovens se escondiam.
O homem alto parou abruptamente e olhou para o lado como se tentasse ouvir melhor algum ruído que só ele mesmo estava ouvindo, o canto esquerdo dos seus lábios se ergueram, e ele olhou para o seu parceiro e apontou com a cabeça para trás da Rocha, os dois foram andando lentamente, um pelo lado da Rocha e o outro pelo lado dos arbustos.
Lucas e Lanne estavam de costas coladas a rocha, um olhando para o outro, quando o homem alto
mais ágil que o parceiro, agarrou o braço de Lanne e a puxou para si, em um movimento muito rápido ele a virou de frente para a Rocha e a pressionou torcendo seu braço nas costas.
Lucas na tentativa de ajuda-la, não viu que o segundo homem estava ao seu lado e também foi pego, estava preso em um mata-leão sem chance de reagir, tentava respirar segurando o braço do homem na tentativa inútil de se soltar.

— E agora princesa? ainda vai para o seu "compromisso"? - disse o homem alto com um sorrisono rosto
— É Lanne, já disse idiota! - Lanne disse quase cuspindo as palavras com a lateral do rosto esmagado contra a rocha.

Rindo alto, o homem pegou algo que parecia uma faca,porém a lamina era feito de algo translúcido, brilhante e tão afiado quanto uma gillete.
"Diamante" Pensou Lanne
O homem encostou a ponta afiada da lâmina na parte exposta da cintura de Lanne e desenhou uma linha deixando a marca fina de sangue. Lanne sugou o ar, tentando não gritar.


— Vai ser bom que saiba meu nome para que saiba quem a matou! - Disse o homem com o rosto bem próximo ao seu pescoço e levando a faca bem próximo a sua garganta. - Ziel. - sussurrou.


Ele afastou a adaga, que reluziu e quando voltou a adaga, esta veio com firmeza na direção do pescoço de Lanne, o ódio cintilava nos olhos do homem, e um sorriso de triunfo tomava seus lábios, a lâmina furaria o seu pescoço e a mataria.

Lanne sentiu o coração acelerar, prendeu a respiração, viu um homem, alto e forte com cabelos brancos, não era velho, era jovem e de feições
angelicais, os olhos de um tom azul muito claro quase branco, ele não disse nada, apenas levantou a mão e encostou dois dedos a sua testa, quando pensou em dizer algo, sentiu o toque quente de seus dedos em sua pele e todo pensamento se dissipou, esqueceu-se até que estava prestes a morrer
sentiu uma paz que não sentia a décadas, queria se envolver completamente nos braços daquele homem.

Se a paz era tamanha somente ao toque dos seus dedos, quem dirá em seus braços.
Depois desse breve momento flutuante, Lanne se lembrou da lâmina que em breve a mataria, o desespero que por um momento havia sumido, retornou... e de repente sentiu o corpo mole e imóvel ter um súbito espasmo, ela abriu os olhos e se levantou assustada... Estava na sua cama.

— Um sonho! - Disse ela em um sussurro enquanto passava a mão sobre a testa suada deslizando até a nuca - Um sonho muito... muito real.


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